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PSICOM- (2014)- Texto 02- A PSICOLOGIA SOCIAL- primeiros ensaios

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Texto 02:
A PSICOLOGIA SOCIAL: PRIMEIROS ENSAIOS
	Toda ciência para ser compreendida deve ser vista a partir de suas raízes históricas, de suas origens, que sem dúvida prendem-se à história.
	Cada autor, cada estudioso, cada pesquisador e cada cientista tem suas maneiras próprias de observação e investigação, seus interesses particulares e suas concepções, que certamente estão, de alguma forma, vinculados ao seu contexto histórico/econômico/político/social e cultural, e que podemos concordar ou discordar também de conformidade com o nosso interesse específico, nosso conhecimento e nossa busca, que estão também da mesma forma ligados ao nosso contexto e à nossa visão de mundo. 
	Só compreenderemos o espírito de uma ciência, os caminhos pelos quais ela enveredou, se conhecermos suas bases, seus fundamentos, acompanhando sua evolução ao longo da história, pois o conhecimento da história de uma ciência é importante não só para uma melhor compreensão do seu presente, mas e principalmente para que, quem sabe, novas “luzes” possam ser lançadas para o seu futuro.
	O mergulho no passado da ciência se faz necessário até porque, mesmo naqueles considerados “os pais” de um determinado conhecimento, podemos encontrar falhas e injustiças que ao serem questionadas ou contestadas, servirão para gerar novas fontes de interesse e investigação, podendo trazer novas descobertas e novas proposições, beneficiando largamente seu campo.
	No caminho histórico da Psicologia Social, que veremos logo a seguir, podemos perceber claramente o quanto as “verdades absolutas” de alguns “pioneiros” serviram para lançar as bases de novos conhecimentos através de novas formas de investigação, novas proposições e concepções a respeito do Homem e suas relações sociais. 
	Sabendo que o homem para se humanizar depende de suas relações com outros homens e com seu mundo, o significado dessa interação tem despertado, desde tempos bastante remotos, o interesse dos mais variados campos das ciências humanas, como a Filosofia, a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia Geral dentre outros, e mais recentemente a Psicologia Social. 
	É razoavelmente árduo apresentar os caminhos trilhados pela Psicologia Social, uma vez que um grande número de pensadores, filósofos, sociólogos,antropólogos e psicólogos vêm especulando desde há muito os problemas do homem em sociedade, as relações do homem com outros homens, com seu meio ambiente e consigo mesmo.
	
Embora não seja tarefa fácil, mas acreditando não ser possível compreender Psicologia Social sem esse prévio conhecimento, elaborei, de forma resumida, uma pequena retrospectiva histórica enfocando alguns dos principais momentos desta ciência, partindo da Antiguidade até nossos dias. 
	
Rousseau disse que a fraqueza do homem reside no fato deter ele maiores desejos do que habilidades para satisfazê-las; que nenhum ser humano sobreviveriase tivesse que depender inteiramente de si mesmo para satisfazer suas necessidades biológicas básicas; que nenhum Faraó teriasua pirâmide se tivesse que depender inteiramente de suaengenhosidade e energia para construí-la.
“Quando nos limitamos ao estudo de uma única sociedade, podemos fazer uma obra preciosa; a experiência prova que, geralmente, se deve as melhores monografias aos investigadores que viveram e trabalharam numa única região.Ademais, quando nos limitamos ao instante presente da vida de uma sociedade, somos antes de tudo vítimas de uma ilusão:pois tudo é história; o que foi dito ontem é história; o que foi dito há um minuto é história. Mas, sobretudo, condenamo-nos a não conhecer esse presente, pois somente o desenvolvimento histórico permite sopesar e avaliar em suas relações respectivas, os elementos do presente. E mesmo muito pouca história, vale mais que nenhuma história.” (Lèvi-Strauss, 1957).
	 Mergulhando na história do Homem observamos que em todos os seus momentos (desde o início da civilização) o interesse pela relação do homem com seu meio se faz presente, e mesmo sem qualquer preocupação de cunho científico, remonta à Antiguidade, como vemos a seguir:
1)- NA IDADE ANTIGA:
No contexto histórico de grande desenvolvimento científico que caracterizou a Idade Antiga, alguns filósofos já demonstravam interesse com a relação do homem com seu meio:
Platão... 
em “A República” propõe que as disposições individuais produzem e explicam as características da sociedade, fruto da relação de causa e efeito: 
“cada um de nós trás em si os mesmos caracteres e os mesmos costumes da sociedade”.
Aristóteles... 
em “A Política” propõe que o equilíbrio da conduta só se realiza na vida social:“a verdadeira humanidade só se adquire na sociabilidade”
Hipócrates... 
em “Teoria dos Climas”, afirma que“as instituições representam papel fundamental na determinação do caráter de um povo”.
2)-NA IDADE MÉDIA:
Num contexto histórico de total desprezo pelas ciências e domínio dos dogmas teológicos, a relaçãodo homem com a sociedade reduzia-se à relação homem/Deus, e mesmo com Santo Agostinho(inspirado em Platão) eSão Tomas de Aquino (inspirado em Aristóteles) fazendoalgumas referências acerca das relações humanas, estas são claramente impregnadas de visão catolicista.
3)- NORENASCIMENTO:
Num contexto histórico de grandes mudanças paradigmáticas, de reformulações em todas as áreas do conhecimento, do despontar de uma nova visão de mundo e de homem, as
relações homem/sociedade são concebidas a partir de um novo modelo... do modelo antropocêntrico e não mais teocêntrico. 
Durante o Renascimento ocorre a descoberta do homem como ser histórico, biológico e social e inúmeros nomes se destacam no universo científico daquele momento, como Hobbes, Bacon, Locke, Descartes e Spinoza, dentre outros. Embora a preocupação no período renascentista recaia sobre as relações de desigualdade que reina entre os homens, e especialmente com o Absolutismo, alguns importantes pensadores ainda defendem o Antigo Regime, como por exemplo Hobbes.
	Para Hobbes, em “Leviatã” (1651), os homens não sentem prazer nenhum em reunir-se, muito pelo contrário, a interação social dá origem às angústias, inseguranças e incertezas. Hobbes faz, ainda, uma análise das paixões humanas relativas à ambição, ao domínio e ao sentimento de insegurança, defendendo a necessidade de um governo forte para conter tais desejos do homem. 
	Ao contrário da sociedade feudal, em que a relação do senhor com o servo era uma relação de total dominação do primeiro sobre o segundo e sem nenhuma possibilidade deste último de qualquer mobilidade social, tendo seu lugar na sociedade determinado pela sua condição ao nascer, na sociedade capitalista que ora se inicia esta relação teve de ser transformada: a partir da necessidade de abastecer mercados e produzir cada vez mais, um novo sistema econômico foi instituído com o servo liberto de seu vínculo com a terra e se tornando não apenas num trabalhador contratado mas também no consumidor das mercadorias produzidas. 
	Com o avanço do capitalismonão existe mais lugar para osservos que,transformadosem consumidores em potencial, podem escolher cada um o seu trabalho e o seu lugar na sociedade... as relações sociais foram radicalmente reformuladas...agora típicas de uma economia capitalista... derrubando de vez a hierarquia social inquestionável do antigo feudo. 
“A burguesia, que disputava o poder e surgia como nova classe
social e econômica, defendia a emancipação do homem para 
emancipar-se também...”
(Bock, Furtado e Teixeira, 2007, p.38)
4)- NA IDADE MODERNA: 
Num contexto histórico de euforia científica, o século das Luzes representa um momento muito especial para a Humanidade em todos os aspectos. A preocupação com a relação do homem com seu meio aflora ainda mais com as idéias iluministas e a infinidade de estudos realizados a partir delas. Dentre aqueles que se destacam nessa época, são de extrema importância Montesquieu, Humme, Smith, e em especial Rousseau.
Em “ContratoSocial”, de 1772,Rousseau propõe que
“cada homem possui, como indivíduo, uma vontade particular e uma vontade geral (dada esta pelo social e a primeira pela natureza humana)”.
e...
 Em “Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens”,de 1755,propõe que
“não é verdade que a natureza tenha feito o homem sociável- a sociedade transforma a natureza humana, pois ela exigirá dele qualidades diferentes de suas qualidades primitivas”.
	Rousseau é, sem dúvida, um dos mais importantes pensadores do Século das Luzes, uma vez que suas concepções a respeito das relações humanas influenciaram o desenvolvimento das ciências humanasem todos os seus aspectos no mundo Ocidental. 
5)- NA IDADE CONTEMPORÂNEA:
SéculoXIX:
Num contexto histórico de total transformação nas relações humanas devido aos acontecimentos do século XVIII, especialmente a partir da Revolução Francesa, da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e da difusão da Revolução Industrial para a América e Japão já na primeira metade do século XIX (1839-1900), o Ocidente passa a ser regido pela (nova) concepção de homem como... parte da natureza, objeto social, agente de história, origem de direito, vínculo de uma cultura e produto de uma educação,
	
Com a Revolução Industrial já totalmente consolidada não só em todo o continente europeu, mas também nas Américas, no Japão e na China, transformando os sistemas econômicos em todo o mundo ocidental, e mais as importantes descobertas científicas –naBiologia a publicação da Teoria da Evolução, por Darwin (“Evolução das Espécies”, em1859); na Antropologia as descobertas do Homem Maçado do Sul, em1824, Homem Cro-Magnon, em 1850, Homem de Neanderthal, em 1856 e Homem de Java, em 1891; na História a leitura dos hieróglifos, em 1822; os últimos anos do século XIX foram fundamentais às ciências do homemcom os feitos de Wundt (o laboratório de psicologia experimental, em 1879; Husserl (a Fenomenologia); e dos representantes da Sociologia francesa Gabriel Tarde (Leis da Imitação, 1890), Émile Durkheim (A Divisão do Trabalho, 1893 e Le Luicide, 1897) e Gustav LeBon (Psicologia das Multidões, 1895). 
	Foi com os trabalhos destes representantes da Sociologia francesa que surgiram os primeiros ensaios da Psicologia Social :
Para Gabriel Tarde, em “Leis da imitação”, de 1890:
‘“uma sociedade é uma coleção de seres que se imitam uns aos outros. Os fenômenos da vida social são condicionados pela psicologia dos indivíduos que compõem a sociedade”.
 ParaÉmilieDurkhein, em “A divisão do trabalho”, de 1893:
“estudo das representações coletivas—o indivíduo é modelado e dominado pelo seu meio sociale a mentalidade de cada indivíduo depende dos modelos próprios da sociedade, os quais influenciam os indivíduos em suas relações privadas—Consciência Coletiva”.
Consciência coletiva: é a soma das crenças e sentimentoscomunsaos membros da 
comunidade... essa consciência envolve quase que totalmente a mentalidade e a 
moralidade do indivíduo.
ParaDurkhein o indivíduo tem uma consciência individual (que é sua, particular), e uma consciência coletiva (que é aquela que ele partilha com seu grupo), e o comportamento do indivíduo vai se dar em função da consciência que o determina: enquanto nas sociedades primitivas prevalece a consciência coletiva, nas sociedades complexas prevalece a consciência individual. Quando é a consciência coletiva que determina o comportamento individual, a punição vem do grupo e quando prevalece a consciência individual, a punição vem do próprio sujeito.
	Em 1897, ÉmileDurkhein publica “Le suicide”, sua mais conhecida obra: trata-se de um estudo, até então ímpar, a respeito do suicídio, que leva o autor a propor, dentre outras coisas, que o grau de coesão do grupo, a preocupação com o todo (grupo) e não consigo mesmo, pode ser um fator importante nas questões do suicídio, como por exemplo:
... o suicídio é mais freqüente entre pessoas sem religião do que entre religiosos
... o suicídio é mais freqüente entre protestantes do que entre católicos
... o suicídio é mais freqüente entre celibatários do que entre casados
... o suicídio é mais freqüente entre pessoas sem filhos do que entre pessoas que têm filhos
 Para Gustav LeBon, em “Psicologia das multidões”, de 1895:
“as multidões formam temporariamente uma mentalidade coletiva diferente da mentalidade individual de cada um, cujas características são: objetivo comum, sentimento de poder, anonimato, sugestionabilidade”.
Tarde,Durkheine LeBonsão considerados os grandes propulsores do desenvolvimento da Psicologia Social na França, mas embora seus estudos demonstrem preocupação com a relação indivíduo/grupo, o interesse específico dos mesmos é o grupo e não o sujeito no grupo. Devido a serem sociólogos e não psicólogos os processos psicológicos que levam o sujeito a desenvolver determinada atitude ou a se comportar de determinada maneira não despertam maior interesse de parte desses autores.
	Devido ao seu caráter muito mais sociológico do que psicossocial, os estudos realizados por esses sociólogos franceses, nos últimos anos do século XIX, não são considerados como Psicologia Social, mas como Psicologia Social Sociológica, pois a Psicologia Social propriamente dita só surgiu de fato mais tarde, na Alemanha (e depois nos Estados Unidos da América do Norte) com os estudos de Kurt Lewin.
Se na França tem-se inicialmente uma Psicologia Social Sociológica, na América do Norte a Psicologia Social também não se constitui numa verdadeira Psicologia Social no início do século XX, já que mesmo se interessando pela relação homem/sociedade, seu foco é, às vezes a sociedade e às vezes o indivíduo, resultando ou numa Psicologia Social Sociológica ou numa Psicologia Social Psicológica.
Psic.SocialSociológicaPsic.Social Psicológica
ênfase no meio ênfase no compt. individual
identidade e comptº moldados pelo meio comportamento observável
personalidade = produto da socialização desprezo pela história do indiv.
preocupação com adequação do ind.ao meiodesprezo pelo meio
Psicologia Social
ênfase na relação homem/meio
realidade humana total: homem = corpo/mente/meio
valorização da história do indivíduo
compreensão de todas as dimensões que compõem a vida humana
visãobiopsicossociocultural de homem
rompimento com os “ismos” na compreensão do homem
preocupação com a integração do indivíduo ao meio
abertura à contribuição das diversas teorias psicológicas
crítica à própria Psicologia Social
Século XX:
	No início do século XX surge nos Estados Unidos da América do Norte uma Psicologia Social inspirada nos trabalhos de Tarde, Freud e Darwin, desenvolvida por representantes da psicologia, da sociologia e da filosofia norte-americanas. Essa Psicologia, embora ainda impregnada das ciências que a embasa, já se aproxima de uma verdadeira Psicologia Social mesmo com foco no grupo ou no indivíduo, como se observa nos trabalhos de alguns psicólogos e sociólogos norte-americanos, como
Edward A. Ross-(sociólogo norte-americano
Com as obras “Controle Social”, publicada em 1901 e “PsicologiaSocial”, publicada em 1908, defende que as forças sociais originais são formadas de inclinação, impulsos e compulsões humanas, e as derivadas das originais forças sociais, são por sua vez complexos societários que teriam a finalidade de atender às instâncias instintivas. O “controle social”seria o controle dos instintos pela sociedade (leis sociais, normas, crenças, ideologias...)
James M. Baldwin-filósofo e psicólogo experimental norte-americano
Começou o delineamento de uma abordagem psicossocialnemsociologizante, nem psicologizante. Antibiologista e antidarwinista, defendia que o psicológico não produz o social e nem o contrário ocorre, já que tanto o indivíduo quanto o grupo são partes do mesmo conjunto, e ... aauto-consciência e a consciência dos outros se constroem na interação...
William McDougall-psicólogo funcionalista inglês radicado nos Estados Unidos
A quem se deveos primeiros trabalhos de uma Psicologia Social propriamente dita, com a obra intitulada “Introdução à Psicologia Social”, publicada em 1908. Centrando seus estudos na aprendizagem, baseou-se na teoria dos instintos para afirmar que todo comportamento está direcionado para um alvo, para uma força que se encontra na origem de todas as atividades do ser vivo. Assim, as condutas sociais são fundamentalmente instintivas (a religião teria surgido do temor e da submissão; a formação dos grupos sociais deve-se ao instinto gregário). Embora defendesse a existência da carga instintiva, McDougallnão negava a importância do meio como estimulador do comportamento humano.
Charles Cooley -sociólogo norte-americano
Com “Natureza Humana e Ordem Social”,publicada em1902; “Organização Social”, publicada em 1906 e “Processo Social”,publicada em 1918, pregava que 
“A sociedade se origina de um complexo de forças e processos que evoluem através da interação, criando um todo unificado, onde cada uma das partes tem influência sobre as outras”.
“A sociedade é mais que a soma dos indivíduos, por isso não se pode considerar separadamente indivíduo e meio --- o indivíduo não vive isolado: a auto-consciência é inseparável da percepção social ou consciência social”.
George H. Mead- filósofo, sociólogo e psicólogo norte-americano
 Com seus trabalhos publicados somente após sua morte, em1930, defendia que o desenvolvimento completodo eu individual é formado não só pela organização de suas atitudes particulares, mas também pela organização das atitudes sociais do grupo ao qual o indivíduo/pertence. 
Para Mead, o grupo ao qual o indivíduo pertence serve como marco de referência significativo para a formação de sua autoimagem. O “eu” nasce na conduta, quando o indivíduo se torna um objeto social por sua própria experiência. O “eu” é para o indivíduo, em grande parte, um dado social. O desenvolvimento do “eu” se dá em duas etapas: na primeira ...o “eu individual” se constitui simplesmente de uma organização das atitudes particulares do indivíduo; e na segunda pela organização das atitudes sociaisdo grupo ao qual o indivíduo pertence.
IMPORTANTES CONTRIBUIÇÕES 
Por tratar-se de uma ciência que busca compreender o indivíduo e sua relação com o meio sócio-cultural e com tudo que neste meio existe, a Psicologia Social recebeu colaboração de estudos e proposições de diversos ramos da ciência do homem, sendo algumas dessas contribuições fundamentais ao seu desenvolvimento. 
A antropologia social britânica--- Malinowski- antropólogo social polonês
radicado na Inglaterra
Sendo um dos mais importantes nomes da Antropologia da primeira metade do século XX na Inglaterra, Malinowski preocupou-se com a relação do homem com seu meio, perguntando se o homem selvagem vivia constantemente com medo do sobrenatural, ou se tinha momentos de lucidez como o homem civilizado? Se o homem ateu era totalmente egoísta, ou se em certos momentos se assemelhava ao religioso temendo a Deus?
Em sua obra “Argonautas do Pacífico Ocidental”, de 1922, Malinowski analisa a relação entre mitos e rituais e entre os mitos e a estrutura social dos trobiandeses(sociedade primitiva do arquipélago da Nova Guiné, na Oceania). 
 “A sociedade é um sistema fortemente integrado, no qual cada elemento concorre para a perpetuação do conjunto”.
A etnologia francesa --- Lèvi-Strauss - sociólogo e etnólogo belga radicado na 
Frnça
Sem dúvida um dos mais importantes nomes da Antropologia do século XX, o estruturalista Lèvi-Strausspreocupou-se em compreender os fatos que fossem verdadeiros à respeito da mente humana. 
Lèvi-Straussestudou a sociedade sem perder de vista a análise dos indivíduos que a compõem (estudo do consciente e inconsciente), por isso sua importância à Psicologia Social. Sua análise deu grande importância ao psiquismo humano para a estrutura da cultura, pois para ele não se pode nunca compreender uma cultura ou sociedade se não se levar em consideração todos os aspectos individuais e culturais da existência humana.
“... as relações sociais são a matéria-prima empregada para a construção dos modelos que torna manifesta a própria estrutura social”.
Aantropologia norte americana --- Ruth Benedict - antropóloga estruturalista
norteamericana
	Representante do culturalismo norte-americano, Benedict preocupou-se com a relação entre vida psíquica e cultura, estudando as culturas indígenas norte-americanasPimas e os Pueblos, às quais segundo seus estudos têmpersonalidade dionisíaca e personalidade apolínica, de acordo com as características de cada grupo. Em sua análise, Benedict concluiu que devido as suas características psicossociais, enquanto numa das tribos prevaleceapersonalidade dionisíaca (adoram os conflitos e a violência e só se sentem felizes quando estão em guerra), na outra prevalece a personalidade apolínica (adoram a harmonia, a tranquilidade e só se sentem felizes quando estão em paz). 
	Para Benedict, a construção das personalidades dionisíaca ou apolínica deve-se à introjeção, pelos indivíduos, das características de suas culturas. 
A psicanálise norte americana - 
Karen Horney- psicanalista alemã radicada nos Estados Unidos
“as condições culturais e sociais são determinantes de inúmeros conflitos neuróticos: as condições de vida nos grandes centros urbanos, são fatores decisivos de neurose, pois elas preparam o indivíduo para incessante frustração: riquezas inacessíveis, contradição entre moral e religião etc.”
Eric Fromm- filósofo, sociólogo e psicanalista alemão radicado nos Estados Unidos
“O homem contemporâneo é alienado numa sociedade
preocupada, sobretudo com a produção econômica”.
Fromm é um dos mais importantes defensores do “Humanismo Radical” (humanização de todas as relações sociais).
APsicanálise alemã --- Freud - o pai da psicanálise
		
“A dinâmica se processa dentro do indivíduo, mas podemos, a partir do interno perceber o externo e elucidá-lo, mas nunca perdendo de vista que tudo se processa de dentro para fora ... o externo é sempre uma conseqüência do interno”.
Obras de Freud que se aplicam à Psicologia Social:
Totem e Tabu........................................................ 1913
Psicologia das Massas e Análise do Ego............... 1921
O Mal-estar na Cultura.......................................... 1930
Moisés e o Monoteísmo........................................ 1930
Na primeira metade do século XX a Psicologia Social recebeu, ainda, a contribuição da Filosofia Alemãcom os estudos do sociólogo e filósofo alemão radicado na França Herbert Marcuse (sobre a repressão sexual como resultado da repressão social); daPsicologia Experimental norte-americana com os estudos dos psicólogos norte-americanosFloyd Allport (sobre a facilitação social) eGordon Allport (sobre a atitude) e do psicólogo turco radicado nos estados unidos Mustaf Sherif (sobre a percepção social); da Biologia norte-americana com os estudos biólogo e zoólogoAlfred Kinsey (sobre a sexualidade, dentre outros.
Maria Esmeralda MineuZamlutti

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