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PSICOM- (2014)- Texto 03- A PSICOLOGIA SOCIAL - surg. e desenvolvimento

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Prof. Maria Esmeralda Mineu Zamlutti
Texto 03
A PSICOLOGIA SOCIAL: SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
A partir de 1930, a Psicologia Social começou a se impor como ciência autônoma, com uma metodologia que prevalece até nossos dias. Foram decisivos para o nascimento da Psicologia Social como ciência independente, os trabalhos experimentais desenvolvidos por vários psicólogos norte-americanos, e principalmente pela contribuição de inúmeros intelectuais de origem judaica que, expulsos da Europa pelo nazismo, instalaram-se nos Estados Unidos da América do Norte. Dentre estes últimos, Kurt Lewin foi um dos mais importantes e considerado por muitos como o verdadeiro pai da Psicologia Social.
 Kurt Lewin
 Alemão, de origem judaica, que fugindo do nazismo emigrou para os Estados Unidos em 1933. Lecionou em várias universidades norte-americanas, mas começou sua carreira acadêmica na Universidade de Berlim, onde já demonstrava ser um professor nada formal para a época: reunia os alunos em grupo e pedia-lhes que participassem da aula expondo seus pontos de vista e debatendo suas idéias (a visão de pequenos grupos).
	Lewin estudou sob o ponto de vista experimental as condutas humanas da vida corrente, inspirando-se para isso na Psicanálise, na Psicologia da Gestalt e na Psicologia Social até então existente. Devido à sua própria origem e às discriminações que sofrera em decorrência dela, Lewin se preocupou primordialmente com as minorias (pequenos grupos).
Acreditava que ao estudar os pequenos grupos poderia estabelecer as bases para um estudo mais aprofundado dos macro grupos. 
	Lewin iniciou seus estudos partindo da noção de “campo psicológico”, desenvolvendo as noções de “campo social”, “pesquisa-ação ou observação-participante”; “sentimento de pertença” e, principalmente, seu mais importante feito: “dinâmica dos grupos”, como veremos a seguir.
Campo psicológico... este campo é a sede de todas as tensões que se formam, se
 modificam e devem equilibrar-se;
Campo Social........ da idéia de campo psicológico, Lewin passou para o campo social: 
 do mesmo modo, este é a sede das tensões da vida em grupo; 
Pesquisa-ação..... ou “observação-participante”: só conheço realmente algo se sou ca-
 paz de vivenciá-lo, de senti-lo, de transformá-lo.... só a vivência me
 dá o conhecimento verdadeiro;
Sentimento de pertença.... o indivíduo precisa sentir-se “pertencente” a um grupo;
 precisa pertencer a algo e ter a consciência disso. O fato de pertencer a um grupo minoritário gera angústia, ansiedade e conflito interno, e a partir do momento que o sujeito tem essa consciência, sabe que seus conflitos não estão está dentro dele, mas em seu mundo externo, tornando mais fácil para ele resolvê-los. A consciência de que o conflito vem do externo (grupo ao qual pertence) facilitará à pessoa conviver melhor e até resolver seus problemas. Para Lewin o que liga o indivíduo a um grupo minoritário não é qualquer aspecto de caráter físico, mas de cunho psicológico; é a interdependência que extrapola o nível biológico.
Dinâmica dos grupos.... da idéia de “campo psicológico” Lewin passou para o “campo
 social, de onde tira as bases para a sua “dinâmica dos grupos”, cujo objetivo é tentar entender o jogo de forças que justifica a formação e a transformação dos grupos (o grupo, pelas constantes interações dos indivíduos que o compõe, é a sede de transformações incessantes).
	O método proposto por Lewin foi considerado revolucionário por iniciar uma maneira construtiva de abordar os problemas, de modo a tornar a psicologia uma ciência hipotético-dedutiva, cujo objetivo é elaborar uma ciência sistemática dos grupos sociais e de fazer os resultados obtidos servirem à solução de certos problemas práticos e morais, como: relação entre empregador/empregado, a eliminação de preconceitos raciais, de melhoria de produtividade etc. Trata-se, em suma, de revelar as forças em jogo num grupo, na suposição de que as leis deduzidas de um grupo bem selecionado, possam ser aplicadas a todos os demais grupos.
	Na “dinâmica dos grupos”, Lewin aplicou, pioneiramente, o método experimental ao estudo dos grupos sociais humanos, gerando uma área de pesquisas, teorizações e aplicações práticas. A dinâmica do grupo é o estudo das forças que agem no seio do grupo, suas origens, conseqüências e condições motivadoras do comportamento do grupo.
	Dentre as inúmeras contribuições de Kurt Lewin à Psicologia Social, podemos destacar seus estudos sobre: mudança de atitude; liderança; tipos de conflitos; atividade substitutiva; nível de aspiração etc. e, ainda, sua “Teoria da Personalidade”. Podemos encontrar sua influência na Psicologia Social através dos trabalhos de seus discípulos como por exemplo F. Heider; L. Festinger; J. French; A. Zander; D. Cartwright; R. Leppit; e outros.
 
Jacob Levy Moreno
Romeno de nascimento, emigrou para a Alemanha onde estudou medicina e filosofia. Em 1925 mudou-se para os Estados Unidos da América do Norte, destacando-se como um pioneiros da Psicologia Social. 
 Criador do Psicodrama e da Sociometria, refletiu sobre os conflitos humanos, repensou em nível social o famoso problema biológico da “sobrevivência dos mais aptos” e buscou um meio de fundar uma técnica de liberdade própria para equilibrar as energias 
espontâneas do homem, a fim de que pudessem, elas mesmas, serem propícias à harmonia e à unidade do gênero humano.
 
 Todo o trabalho de Moreno têm como foco a espontaneidade... para ele o homem não se realiza verdadeiramente senão quando pode exprimir-se livremente, apesar das barreiras sociais.
	 No tocante à espontaneidade e à criatividade, Moreno distingue duas energias no ser humano: uma sujeita ao princípio da conservação e que ele denomina de “conservas culturais”; e outra que foge a esse princípio não podendo ser conservada, nem deslocada ou transformada. Para ele as pessoas deveriam abandonar suas “conservas culturais” para uma transformação e reconstrução do mundo (as conservas culturais são as idéias que nos foram transmitidas culturalmente e que digerimos por imposições e convenções sociais). Somente abandonando nossas “conservas culturais” é que seremos espontâneos e criativos.
	Com essa visão de mundo e de homem, Moreno criou a Sociometria e o Psicodrama:
Sociometria (ou método sociométrico): 
É o estudo das preferências existentes nos membros de um grupo em relação aos demais membros do mesmo grupo, possibilitando estabelecer um sociograma. Através da representação sociométrica é possível conhecer a existência, por exemplo, as “estrelas” no grupo (pessoas que recebem a preferência de muitas outras do grupo); os “cliques” no interior do grupo (agrupamento de pessoas que se atraem reciprocamente); os “isolados” do grupo (pessoas que não recebem indicações de atrações nem de rejeições, e também não escolhem nem rejeitam um ou mais membros do grupo): e ainda o “grau de coesão” existente no grupo ( o grau de união entre os membros do grupo). 
Psicodrama
Historicamente o Psicodrama representa o ponto culminante da passagem do tratamento do indivíduo isoladamente para o tratamento em grupo: o tratamento do indivíduo por métodos de ação. Para Moreno trata-se de uma teoria da personalidade e uma teoria grupal que é, tanto no aspecto analítico como no tratamento, mais profunda, mais ampla e mais econômica do que suas antecessoras, pois promove uma combinação eficaz de catarse de participação com a de ação.
No Psicodrama cada um dos participantes deve improvisar seu papel partindo de uma situação fictícia. Percebe-se, então, que o sujeito projeta no drama que desempenha as suas preocupações,suas atrações e repulsas. Através desta catarse a pessoa revela seus problemas, libertando-se deles por poder exprimi-los abertamente.
	Segundo Moreno é no plano da vida vivida que as técnicas sociométricas visam experimentar os processos de interação, fazendo intervir as noções de: “átomo social” 
(atrações e repulsas recíprocas); “rede” (cadeias e inter-relações constituídas pelos átomos sociais) e “tele” (as correntes afetivas que constituem os átomos sociais e as redes.
Prof. Maria Esmeralda Mineu Zamlutti
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