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Proc Trab Aula 3

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AULA 3
Como já visto, a ação trabalhista tem início na VT perante o Juiz do Trabalho. 
Vimos também que, em regra, é o VALOR DA CAUSA que define o RITO (ordinário, sumaríssimo, sumário) quando a hipótese é de PROCEDIMENTO COMUM, como é o caso da ação trabalhista. 
Também não podemos nos esquecer que há ações a que a própria LEI (CLT, CPC ou legislação especial) atribui o PROCEDIMENTO ESPECIAL. Nesses casos, não teremos o valor dado à causa como critério a definir o rito.
	Nos termos do art. 764 caput (“Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão SEMPRE sujeitos à conciliação”), o ACORDO ocorre SEMPRE, tanto nos DISSÍDIOS INDIVIDUAIS como nos COLETIVOS (visam à criação de norma coletiva).
	O acordo é tão forte na Justiça Trabalhista que o § 3º do art. 764 diz que ele pode ocorrer “mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório”. Na verdade, mesmo após o trânsito em julgado da sentença, já na fase de execução, também é possível o acordo.
Então, no rito ordinário, obrigatoriamente o Juiz deve tentar a conciliação logo que abre a audiência e depois, antes de proferir a decisão, o Juiz deve renovar a tentativa de conciliação.
No rito sumaríssimo, a lei diz que o Juiz deve buscar o acordo a qq momento (na prática, isso também ocorre no rito ordinário).
Mas cuidado para não confundir!
Uma coisa é o que estabelece o §3º, ao garantir às partes firmarem o acordo mesmo depois da fase conciliatória.
Outra coisa diferente é: O JUIZ SER OBRIGADO A ACEITAR OS TERMOS DO ACORDO. ELE É OBRIGADO A HOMOLOGAR O ACORDO? (já caiu no Exame da OAB, 1ª e 2ª fase)
O entendimento do TST é que O JUIZ NÃO É OBRIGADO A HOMOLOGAR O ACORDO pois pode ser que este venha a ser extremamente PREJUDICIAL PARA O EMPREGADO e, por isso, pode haver caracterização de RENÚNCIA DE DIREITOS (no Direito do Trabalho aplica-se o princípio da irrenunciabilidade dos direitos, embora este não seja um princípio absoluto). 
A HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO (assim como a CONCESSÃO DE LIMINAR) É UMA FACULDADE DO JUIZ.
Súm. 418, TST -   MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À CONCESSÃO DE LIMINAR OU HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO - A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. 
 
Caso concreto: Processo encontrava-se já na fase de execução e o valor que havia sido apurado era de 170.000,00 >> O Reclamante queria fazer um acordo de 80.000,00 >> O juiz recusou-se a homologar o acordo >> Em razão disso, o Reclamante impetrou mandado de segurança porque essa era uma decisão interlocutória da qual não cabe recurso e o meio processual para impugná-la é o MS >> O MS também foi negado pelo TRT 
QUAL O ALCANCE DO ACORDO?
O art. 831 § único diz que O ACORDO É IRRECORRÍVEL: portanto, uma vez homologado o acordo, ele é irrecorrível. O TST já se manifestou nesse sentido (Súm. 100, item V): como o acordo é irrecorrível para as partes, ele transita em julgado NA DATA DA HOMOLOGAÇÃO. Por isso, se as partes quiserem impugnar o acordo, só poderão fazê-lo por meio da AÇÃO RESCISÓRIA.
Súm. 100, V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial.
Ex: Se um empregado fecha o acordo em um dia e, no dia seguinte, procura o advogado e diz que foi coagido, motivo pelo qual pretende a anulação do acordo por meio de recurso, haverá saída para ele? Em tese não teria, já que o acordo é irrecorrível. Contudo, o acordo não é completamente imutável. Há possibilidade do acordo ser desconstituído por meio de ação rescisória pois o TST considera que esse acordo equivale a uma sentença de mérito com trânsito em julgado e, assim, a ação rescisória pode ser usada para desconstituir esse acordo.
Já caiu na 2ª fase da OAB: “QUAL É O RECURSO CABÍVEL DO ACORDO”?
Se a pergunta se refere a “recurso”, o candidato não pode responder “ação rescisória” pois em que pese esta ser um meio de impugnação, ela não é um recurso, a natureza é de ação.
O único recurso cabível do acordo é o RECURSO INTERPOSTO PELA UNIÃO FEDERAL em relação às CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (para as partes, não há qq possibilidade de recurso), nos termos da previsão do art. 831 § único: 
“No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas”.
	
 Como já visto, a CF prevê, em seu art. 114, VIII, que a JT é competente para EXECUTAR, DE OFÍCIO, AS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS (aquelas do art. 195, I e II, CF). Que contribuições sociais são essas? São as contribuições previdenciárias. Mas não são todas as verbas recebidas pelo empregado que sofrem a incidência da contribuição previdenciária. As verbas de natureza salarial integram o salário do empregado para repercutir no cálculo de outras parcelas (ex: gratificações ajustadas, adicionais habituais, etc) e para fins de pagamento de férias, 13º, depósito de FGTS e para incidência da contribuição previdenciária. Então:
Verbas de natureza SALARIAL: INCIDE A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Verbas de natureza INDENIZATÓRIA: NÃO INCIDE A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (a lei previdenciária faz essa classificação)
Vale tanto para o ACORDO como para a SENTENÇA
§ 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão SEMPRE indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
 decisões cognitivas: são as sentenças prolatadas ao final do processo de conhecimento 
 homologatórias: são as sentenças que homologam o acordo
 Quer dizer que, quando as partes fecham o acordo, devem ser indicadas no termo de conciliação as verbas acordadas
 Ex: Acordo que envolve: multa do art. 477 no valor de 1.000,00, FGTS + multa compensatória de 40% no valor de 3.000,00 + férias com acréscimo de 1/3 no valor de 1.300,00 = valor total do acordo foi de 5.300,00.
 A multa do art. 477 tem natureza indenizatória >> Tem INSS? Não
 Natureza do FGTS é INDENIZATÓRIA >> Portanto, não tem recolhimento previdenciário
 Férias com acréscimo de 1/3 >> A lei previdenciária estabelece que as férias devidas na extinção do CT têm natureza INDENIZATÓRIA >> Nada de contribuição previdenciária
 A lei manda que a União seja INTIMADA para dizer se concorda ou não com essa discriminação >> Se ela NÃO CONCORDAR, ela pode recorrer porque PARA A UNIÃO ESSE ACORDO NÃO É IRRECORRÍVEL >> Muitas vezes a União recorre para dizer, por ex, que o autor pediu, em sua inicial, hs extras, adicional de insalubridade, dentre outras. E questiona o fato do acordo só contemplar verbas de natureza indenizatória e nenhuma de natureza salarial. E alega que o acordo não foi feito de forma correta, visto que deveria ser observada a proporção das verbas salariais e indenizatórias constantes no pedido para que, então, houvesse o recolhimento da contribuição previdenciária.
 Se, por exemplo, na hipótese dada, houvesse 700,00 de verbas salariais, sobre elas a contribuição previdenciária seria executada de ofício
Em suma: 
O acordo é IRRECORRÍVEL para as PARTES
O acordo é RECORRÍVEL PARA A UNIÃO em relação às CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
Art. 832 §4º: A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos.
 Por que a União só será intimada do acordo que tem parcela indenizatória?
Porque A EXECUÇÃO DA VERBA SALARIAL É FEITA DE OFÍCIO. ENTÃO, A UNIÃO SÓ SERÁ INTIMADA DOS ACORDOS QUE TENHAM A TOTALIDADE OU PARCIALIDADE DE VERBAS INDENIZATÓRIAS. ELA SERÁ INTIMADA PARA QUE ELA POSSA RECORRER.
 “facultada a interposição de recurso” >> Que recurso?
Se o acordo foi feito na FASE DE CONHECIMENTO
(é a regra), o recurso cabível será o RECURSO ORDINÁRIO
Mas se o acordo foi feito na FASE DE EXECUÇÃO, o recurso será o AGRAVO DE PETIÇÃO. 
Portanto, se a questão nada disser a respeito à fase em que se encontra o processo e durante o qual foi firmado o acordo, deve ser considerado que ele se encontra na fase de conhecimento. Para o acordo firmada na fase executiva, a questão deverá ser explícita.
* Lembre-se de que a Fazenda Pública tem PRAZO EM DOBRO PARA RECORRER, o que significa que o prazo dela é de 16 dias (art. 1º, DL 779/69). Ela também tem PRAZO EM QUÁDRUPLO PARA CONTESTAR.
* Cuidado para não confundir ACORDO NA CCP x ACORDO JUDICIAL!
 O ACORDO JUDICIAL:
Feito na Justiça do Trabalho, firmado perante o Juiz de Trabalho
PODE SER IMPUGNADO PELAS PARTES (desconstituído por meio de AÇÃO RESCISÓRIA porque transita em julgado na data da homologação, sendo, a partir daí, irrecorrível) e pela União (cabimento de RO, se o acordo foi feito no processo de conhecimento, ou de AGRAVO DE PETIÇÃO, se o acordo foi feito na fase de execução).
5. DEFESA DO RÉU
- Não logrando êxito na tentativa de conciliação, o Juiz receberá a defesa do Reclamado. 
- O Réu tem 20 minutos para aduzir sua defesa (art. 847, CLT)
- Como a CLT é omissa sobre a defesa do Réu, usa-se o CPC supletivamente. O CPC, art. 297 prevê como modalidades de resposta do Réu: CONTESTAÇÃO, EXCEÇÃO, RECONVENÇÃO = TODAS APRESENTADAS EM AUDIÊNCIA
* ARTIGOS IMPORTANTES!!!
Art. 765, CLT: “Os juízos e Tribunais terão AMPLA LIBERDADE NA DIREÇÃO DO PROCESSO e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar diligências necessárias ao esclarecimento delas”
 De acordo com a CLT, a audiência na JT é UNA. Contudo, em razão da liberdade na direção do processo do Juiz, ela poderá ser bipartida – mas mesmo assim, diz-se que é uma audiência só. Portanto, tanto pode ser uma audiência que começa e termina no mesmo dia como pode ser uma audiência bipartida (audiência inicial com tentativa de conciliação + audiência em prosseguimento, que é aquela que já teve início mas que vai prosseguir em uma outra data) 
Art. 769, CLT: “Nos casos OMISSOS, o direito processual comum será fonte subsidiária do processo do trabalho, EXCETO naquilo em que for INCOMPATÍVEL com as normas desse título”
 É este artigo que autoriza a aplicação subsidiária do CPC
 
5.1. CONTESTAÇÃO
Forma >> Como prescreve o CPC: Preliminares (defesa processual) + Mérito (defesa de mérito)
a) PRELIMINARES: Antes de adentrar no mérito compete ao réu suscitar as preliminares previstas no art. 301, CPC.
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA: Juiz pode pronunciar de ofício
O CPC prevê a perempção como uma das preliminares que podem ser suscitadas pelo Réu. Contudo, não esquecer que a perempção da CLT é ≠ e ocorre em 2 hipóteses: 
1ª) Art. 731: Na RECLAMAÇÃO VERBAL, quando o Reclamante não se apresenta no prazo de 5 dias, à Vara ou Juízo para REDUÇÃO A TERMO da reclamação >> Nesse caso, incorrerá na pena de PERDA, PELO PRAZO DE 6 MESES, DO DIREITO DE RECLAMAR PERANTE À JT (art. 731, CLT)
2ª) Art. 732: Reclamante que dá causa a 2 arquivamentos, perde pelo prazo de 6 meses o direito de demandar na Justiça do Trabalho >> Pode ser suscitada pelo RECLAMADO
b) MÉRITO: Compete ao réu contestar todos os fatos alegados na inicial pois os fatos não contestados, presumem-se verdadeiros e independem de prova. 
a.1) Defesa indireta de mérito: Pagamento, prescrição, decadência, compensação, etc
 Compensação: arts. 368 e 369, CC; art. 767, CLT (“A compensação só poderá ser arguida como matéria de defesa”); Súm. 48, TST (“a compensação só pode ser arguida com a contestação) e Súm. 18, TST (“a compensação, no JTrabalho, está restrita a dívidas de natureza trabalhista”)
 Prescrição: Com a nova redação do art. 219 §5º, CPC, abriu-se a possibilidade da prescrição ser pronunciada de ofício pelo Juiz. Na JTrabalho, há controvérsia 
a.2) Defesa direta de mérito: o Réu nega frontalmente o fato constitutivo do direito do Autor. Ex: Reclamante pleiteia hs extras e o Reclamado acosta cartões de ponto comprovando que o empregado não laborava em jornada suplementar
5.2. RECONVENÇÃO
- Estrutura da reconvenção: elaborada igual a uma petição inicial (observar art. 282, CPC)
- Ex: Empregado colidiu com veículo da empresa por estar alcoolizado >> Diante disso, empregador dispensou por justa causa (falta grave) o empregado >> Empregado ajuizou RT, pedindo verbas do contrato de trabalho >> O empregador pode cobrar os prejuízos que a empresa teve em razão da colisão? Pode. Pode, inclusive, fazer isso nesse mesmo processo, por meio da RECONVENÇÃO, no qual requererá que o reclamante seja condenado a ressarcir os prejuízos (indenização por danos patrimoniais).
5.3. EXCEÇÃO (art. 799 a 802 CLT e 134 e 135 CPC)
- A incompetência suscitada por meio de EXCEÇÃO é a RELATIVA (que é a TERRITORIAL: ação não foi proposta no local territorialmente competente) >> A exceção de incompetência é apresentada em PEÇA SEPARADA, no mesmo momento que o Réu tem para apresentar a sua defesa
- A INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA (material, hierárquica) é suscitada em PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO, dentro da contestação (a preliminar de incompetência absoluta tem previsão no art. 301, CPC)
- Há juízes que admitem, fundados no princípio do informalismo no Processo do Trabalho, a argüição de incompetência territorial dentro da contestação. Mas isso, tecnicamente, não é correto.
EXCIPIENTE: quem apresenta a exceção
 x
EXCETO OU EXCEPTO: quem responde
a) IMPEDIMENTO e SUSPEIÇÃO
Arts. 801 CLT c/c arts 134 e 135 CPC: hipóteses 
Art. 802 CLT: Deverá ser marcada audiência no prazo de 48 hs para instrução e julgamento da exceção.
A CLT não faz distinção entre impedimento e suspeição, ela chama tudo de “suspensão”
Ex: Chegam 2 ações para um Juiz trabalhista: uma proposta por seu primo e outra proposta por seu tio >> Esse juiz deve se declarar suspeito ou impedido nessas ações? >> O CPC chama isso de IMPEDIMENTO (= quando temos uma REGRA DE PARENTESCO) >> O CLT chama tudo de suspeição e diz que o juiz deve se declarar suspeito nas ações em que parente de até 3º grau seja uma das partes >> Tio: parente de 3º grau; primo: parente de 4º grau >> Quer dizer que, em relação ao tio, o Juiz tem que se declarar SUSPEITO (art. 801, “c”, CLT) e, em relação ao primo, não precisa se declarar suspeito.
b) INCOMPETÊNCIA RELATIVA
Depende de ARGUIÇÃO DO RÉU (SOMENTE O RÉU PODE ARGUI-LA) >> Na audiência, no momento da defesa o Reclamado poderá opor EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA (art. 799, §2º, CLT) >> Sob pena de PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
O juiz não pode, de ofício, acolher sua incompetência territorial
Art. 800 CLT: Abrir-se-á vista ao exceto 24 hs improrrogáveis >> decisão na 1º audiência ou sessão seguinte.
Decisões sobre exceção de incompetência:
* REGRA: NÃO CABE RECURSO 
 O que a parte poderá fazer? Só poderá recorrer ao Tribunal após a prolação da sentença 
* EXCEÇÃO: CABERÁ RECURSO ORDINÁRIO QUANDO A DECISÃO FOR TERMINATIVA DO FEITO >> Isso ocorre quando o juiz acolhe a exceção de incompetência e OS AUTOS FOREM REMETIDOS PARA UMA VARA QUE ESTEJA VINCULADA A OUTRO TRT, hipótese na qual o TST entende que essa decisão será TERMINATIVA DO FEITO)
 Ex: Empregado prestou serviço para determinada empresa em Campinas durante determinado tempo e, meses depois, foi transferido para o RJ >> Ele ajuizou ação no RJ >> O Empregador foi à audiência, na qual apresentou exceção de incompetência, alegando que a competência é do TRT de Campinas, visto que lá foram prestados os serviços >> O juiz, acolhendo essa exceção, mandará o processo para Campinas >> Esse processo que estava submetido ao TRT da 1ª Região (RJ), será julgado pelo TRT da 15ª Região (Campinas) >> Por esse motivo, apesar da decisão proferida ter sido INTERLOCUTÓRIA, ela será TERMINATIVA DO FEITO
 
Súmula 214, TST: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato,
salvo nas hipóteses de decisão:
a) de TRT contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do TST;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para TRT distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
6. PROVAS
- Ônus da prova (art. 818, CLT): Entendimento que predomina é que esse artigo é INCOMPLETO. Por isso é que se usa o CPC subsidiariamente. O CPC diz que o ônus da prova incumbe ao Autor em relação ao FATO CONSTITUTIVO do direito alegado e, ao réu, compete prova o FATO IMPEDITIVO, EXTINTIVO ou MODIFICATIVO do direito do Autor.
6.1. PROVA DOCUMENTAL – ALTERAÇÃO RECENTE DA CLT
Art. 830: O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal >> Artigo que já caiu 2x em prova de 2ª fase!!!
 Dessa forma, é aceito no Processo do Trabalho o DOCUMENTO EM CÓPIA OFERECIDO PARA PROVA DECLARADO AUTÊNTICO PELO PRÓPRIO ADVOGADO, sob sua responsabilidade pessoal
§ único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos.” (NR – Lei 11925 de 17/04/09) 
- ANOTAÇÕES APOSTAS PELO EMPREGADOR NA CTPS NÃO GERAM PRESUNÇÃO ABSOLUTA (júris et de jure) >> Súm. 12, TST e Súm. 225, STF
- Sobre o CONTROLE DE FREQUÊNCIA nos estabelecimentos com + de 10 trabalhadores (art. 74 §2º) >> Súmula 338, TST: 
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. 
II - A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA JORNADA DE TRABALHO, ainda que prevista em instrumento normativo, PODE SER ELIDIDA POR PROVA EM CONTRÁRIO. 
III - Os CARTÕES DE PONTO que demonstram horários de entrada e saída uniformes SÃO INVÁLIDOS COMO MEIO DE PROVA, invertendo-se o ônus da prova, relativo às HORAS EXTRAS, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
6.2. PROVA TESTEMUNHAL
- Rito ORDINÁRIO (art. 825) e SUMARÍSSIMO (art. 852-H §2º)>> As testemunhas comparecerão à audiência independente de intimação. 
 Todavia, há uma DIFERENÇA entre os 2 ritos:
Rito ORDINÁRIO >> Art. 825 § único: “As testemunhas que não comparecerem serão INTIMADAS (1) DE OFÍCIO ou a (2) REQUERIMENTO DA PARTE, ficando sujeitas a condução coercitiva + multa, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação” 
Rito SUMARÍSSIMO >> Art. 852-H, §3º, CLT: “Só será deferida a intimação da testemunha que, COMPROVADAMENTE convidada, deixar de comparecer (PROVA DO CONVITE PRÉVIO). Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva”.
 PROVA DO CONVITE PRÉVIO da testemunha no procedimento sumaríssimo não precisa ser formal, escrita, pode ser por carta A.R., telegrama, notificação extrajudicial e até por prova testemunhal
 Razão de ser: Celeridade do rito. É preciso que a parte PROVE que intimou a testemunha. Isso evita o adiamento da audiência
- NÃO HÁ DEPÓSITO PRÉVIO DE ROL DE TESTEMUNHAS no Processo do Trabalho, não sendo aplicável o art. 407, CPC
- Art. 829: “A testemunha que for parente até o 3º grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação”
- Súm. 357, TST: NÃO torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador
 Todavia, se o Juiz do trabalho verificar uma TROCA DE FAVORES, haverá a PRESUNÇÃO DE SUSPEIÇÃO da testemunha
- Observar que no PROCEDIMENTO SUMÁRIO (tbm conhecido como dissídio de alçada), será DISPENSÁVEL O RESUMO DOS DEPOIMENTOS, devendo constar da ata a conclusão da Vara quanto à matéria de fato
- Art. 822: “As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou convocadas” 
7. NULIDADES PROCESSUAIS (art. 794 a 798, CLT)
7.1. PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU DA PRECLUSÃO (art. 795, CLT)
- Este princípio somente é considerado para as NULIDADES RELATIVAS (pois as absolutas são objeções processuais, matérias de ordem pública, que devem ser conhecidas de ofício pelo juiz em qq tempo e grau de jurisdição). 
 Portanto: Nulidade fundada em “incompetência de foro” (art. 795, §1º, CLT) - em razão da matéria >> DECLARADA DE OFÍCIO
- As nulidades não serão declaradas senão mediante PROVOCAÇÃO DAS PARTES, as quais deverão argui-las na 1ª vez em que tiverem que falar em audiência ou nos autos, sob pena de PRECLUSÃO >> Se a nulidade for invocada oportunamente, haverá a CONVALIDAÇÃO DO ATO INVÁLIDO. 
7.2. PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA OU DO PREJUÍZO (ART. 794, CLT)
- Não haverá nulidade sem prejuízo manifesto às partes
- A NULIDADE NÃO SERÁ PRONUNCIADA:
Quando for possível SUPRIR A FALTA
Quando ARGUIDA POR QUEM TIVER DADO CAUSA
7.3. PRINCÍPIO DO INTERESSE (a ninguém é lícito alegar a própria torpeza em juízo)
- Art. 796, b, CLT: A nulidade do ato processual não será pronunciada quando argüida por quem lhe tiver dado causa
- Art. 273, CPC: Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa
7.4. PRINCÍPIO DA UTILIDADE (da causalidade, da concatenação ou interdependência dos atos processuais)
- Art. 798, CLT: “A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam consequência”.
- Art. 248, CPC: “Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes”
8. TRÂMITES FINAIS DO PROCESSO
- Encerrada a instrução cada parte tem até 10 minutos para razões finais orais. 
 
 Após o juiz fará a última tentativa obrigatória de conciliação = art. 850 da CLT. 
9. SENTENÇA
TERMINATIVA – provimento judicial que, sem apreciar o mérito, extingue o procedimento no primeiro grau de jurisdição (art. 267 CPC).
DEFINITIVA – ato pelo qual o juiz resolve o mérito, sem, contudo, extinguir o processo (art. 269 CPC). 
 
- As partes serão INTIMADAS DA SENTENÇA NA PRÓPRIA AUDIÊNCIA EM QUE É PROFERIDA (art. 852 da CLT).
- No caso de revelia o REVEL será intimado na forma do art. 841, §1º da CLT (notificação postal).
EXERCÍCIO
(FGV/OAB/2010.2) Com relação às provas no processo do trabalho, assinale a alternativa correta.
(A) As testemunhas devem ser necessariamente arroladas pelas partes dentro do prazo estabelecido pelo juiz, a fim de que sejam notificadas para comparecimento à audiência. 
(B) Cada uma das partes não pode indicar mais de três testemunhas, inclusive nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, salvo quando se tratar de inquérito para apuração de falta grave, caso em que este número pode ser elevado a seis.
(C) Na hipótese de deferimento de prova técnica, é vedada às partes a apresentação de peritos assistentes.
(D) Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.

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