Buscar

NACIONALISMO AFRICANO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução 
Sempre que ouvimos falar em África, logo formamos imagens de guerras, fome, seca, miséria. São quase 700 milhões de habitantes vivendo em 52 Estados, numa área de 30 milhões de quilómetros quadrados. Em seu conjunto, a população africana vive uma situação incomparável de tragédia humana. Apesar da extrema miséria, a África ocupou um lugar importante durante a Guerra Fria. A luta pela independência, desenvolvida por grupos nacionalistas em diversos países africanos, ganhou força na segunda metade do século XX. O apoio a esses grupos, por parte de Washington e Moscou, contava pontos na disputa ideológica entre as duas superpotências. 
Neste trabalho vamos relembrar um pouco da história da África e analisar o processo de descolonização do continente.
O Nacionalismo no Contexto Africano                   
A partir da 2ª Guerra Mundial, os africanos começaram a ter ideias mais precisas sobre como pôr fim ao colonialismo. Começou-se a compreender que a exploração colonial não era apenas de uma Tribo ou região, mas sim de todo o povo.
Nacionalismo:  são ideia com um carácter nacional e não tribal ou regional. Ou por outra, foi um movimento caracterizado pela união dos povos que tinham em vista lutar contra o sistema de dominação colonial em África.
O que marcou a história dos séculos XIX e XX foi sem dúvida, a opressão colonial, de facto, a situação colonial era de exploração económica aliada a discriminação racial. Muitos africanos foram atingidos por esta presença opressora, e, como resultado desta situação, estabeleceu-se uma unidade entre os povos explorados, dando inicio ao nacionalismo em África portanto, os nacionalismos em África surgiram como forma de contestação a esta situação colonial.
Para efectivar esta contestação foram três as fases das manifestações nacionalistas africanas, a saber: a imitação da cultura europeia, a redescoberta dos valores tradicionais a procura de uma síntese; isto quer dizer que a África colonizada usou inicialmente os próprios meios do colonizador (a sua própria língua, a sua técnica, a sua religião, as suas ideias), para acabar com o sistema de opressão colonial. É por isso que o nacionalismo em África se realiza nas cidades, onde não só estão os intelectuais, como também a presença colonial é mais constante e próxima.
Os nacionalistas exprimiram sua revolta na língua colonial e sou mais tarde encontraram no socialismo e nas armas a força de luta contra a exploração, miséria e o desemprego.
A consciência e a ideologia africanista 
No período colonial uma das questões que se levantava para muitos nativos era a da legitimidade que o Estado soberano tinha para representar o poder. Este Estado, no exercício da sua autoridade sobre a maioria da população, detinha o poder que era conferido pela lei que ele mesmo emanava. Desta forma, sendo este poder “estrangeiro” exercido sobre uma parte significativa da população indígena e havendo por parte desta população a memória de sofrimento, colocava-se a questão da aspiração libertacionista e nacionalista. Esta aspiração parecia justificar-se tendo em conta que os povos se encontravam sob um governo no qual não se reviam. E pretendiam até um outro, formado por membros da sua comunidade, em clara alusão ao mito fundador que acredita que no início é que se encontrava a perfeição, mas que depois – com a colonização – foi sujeito à degenerescência e, por essa via, era necessário refundar pondo fim à opressão.
O papel dos intelectuais africanos 
É a prática sistemática da segregação racial que justifica que o colonizado que conclua o “ciclo de evolução cultural” veja na luta pela conquista do poder como a sua única via, tendo em vista a destruição do monopólio do sistema político e económico imposto no território pelo colonizador. Para Silva Cunha esta decisão seria distinta caso se tratasse de uma política de integração.
 A este propósito chama a atenção quanto à formação cultural e às ideologias dominantes na elite do grupo colonizador em relação aos autóctones europeizados. Este autor destaca que quase todos os líderes dos movimentos de emancipação dos territórios franceses possuíam formação universitária que não era mais do que a transposição para a prática das teorias e cultura que haviam apreendido em França (Silva Cunha, 1961: 192-193). Note-se ainda a este respeito que Silva Cunha identificava este grupo como assumindo um comportamento que criaria os líderes.
De acordo com Andrade, Du Bois destacou o papel desempenhado pelos intelectuais como líderes do “Mundo Negro”, defendendo que os mais cultos e instruídos seriam os indicados para “salvar” a população, guiando-a para a libertação, uma vez que conheciam simultaneamente a história de África e o paradigma civilizacional ocidental. De acordo com Andrade, era a igreja, a escola e o exército que, nos territórios ultramarinos, representavam e perpetuavam o poder colonial de Portugal, desempenhado o papel de aparelho ideológico.
Impérios coloniais: declínio 
No final da Segunda Guerra Mundial, não havia mais clima político no mundo para a preservação de impérios coloniais. A guerra marcou a derrota do Japão, da Alemanha e da Itália, países que tinham um projecto declaradamente colonialista. A própria criação da Organização das Nações Unidas, a ONU, em Junho de 1945, tinha formalmente, como premissa, assegurar a igualdade entre todos os países do mundo. 
Nesse quadro, os impérios coloniais ainda existentes eram uma anomalia, o resquício de um ciclo histórico já ultrapassado. Na realidade, a estrutura da ONU sempre reflectiu a distribuição do poder na Guerra Fria. A composição do Conselho de Segurança é o melhor exemplo disso. Começou com 11 membros, depois ampliados para 15, sendo 5 permanentes e com poder de veto: Estados Unidos, União Soviética, França, Grã-Bretanha e China. 
"A questão é que os países que realmente venceram a guerra - Estados Unidos, União Soviética, Grã-Bretanha, França e China - vão formar aquilo que se chama, no Conselho de Segurança, de bloco de países com direito a veto. Isso significa que qualquer decisão tomada pelo Conselho pode ser barrada por um desses cinco países. Agora, o que significa isso em termos, por exemplo, das regiões que estavam sendo colonizadas? Ficava muito estranho que essas nações todas tivessem lutado contra as nações totalitárias, pela democracia, pela liberdade, e ao mesmo tempo possuíssem colónias. Esse era o caso da França e especialmente da Grã-Bretanha, que possuía um vasto império colonial. Nesse sentido, fica claro que num determinado momento essas potências seriam colocadas em xeque e obrigadas a ceder a independência a todas as suas colónias." 
Apesar do poder de veto, as potências coloniais estavam em declínio, abaladas por duas guerras mundiais e por crises económicas. Em 1947, a Grã-Bretanha foi obrigada a ceder a independência à Índia, sob o impacto de um movimento nacionalista liderado pelo Mahatma Gandhi. Em 1954, foi a vez de a França ser expulsa da Indochina pelos guerrilheiros vietnamitas de Ho Chi Min, encorajados pela vitória comunista na China. IMAGEM 
Pan-Africanismo 
Os sinais de enfraquecimento dos impérios coloniais, somados ao apoio retórico da União Soviética às lutas nacionalistas, estimularam as lideranças africanas a buscar o caminho da independência. 
Um dos primeiros projectos foi o do pan-africanismo, ou a união de todas as nações africanas, formulado pelo líder negro Jomo Kennyata, do Quénia. O principal obstáculo do pan-africanismo era a diversidade étnica e cultural do continente. Existiam, como ainda existem, muitas "Áfricas" diferentes, impedindo as tentativas de aliança dos países africanos. Essa inexistência de uma "identidade africana" deve-se, em grande parte, ao fato de a África ter sido dominada, dividida e explorada por potências que nunca se preocuparam com os traços culturais daquelas populações. 
Escravagismo e exploração dos bens naturais 
Uma das raízes mais profundas da dura realidade africana é o mercado de escravos, exploradopor árabes e europeus entre os séculos XVI e XIX. Naquele período, mais de ONZE milhões de seres humanos foram capturados por portugueses, holandeses, ingleses e franceses, e transportados à força, principalmente para as plantações dos Estados Unidos e para as possessões portuguesas na América. 
Encerrado o período escravagista, no século XIX, as potências coloniais mantiveram o controlo sobre a África, que se tornou fonte de minerais e matéria-prima para a florescente indústria europeia. No processo de colonização, muitas tribos e nações inimigas acabaram unidas à força pelos colonizadores. Por causa disso, as fronteiras dos Estados e regiões reflectiam muito mais os interesses estrangeiros do que a história dos povos locais. 
"O tráfico de escravos vai de certa maneira desarticular não só as economias locais mas desorganizar os pequenos reinos, as pequenas formações sociais existentes no litoral do continente, possibilitando futuramente a possibilidade de uma colonização, de uma dominação desses povos. Essa dominação ocorre de uma forma violenta ou estabelecendo fronteiras artificiais, cortando, na maior parte das vezes, segmentos e grupos étnicos. Isso pode ser notado na Conferência de Berlim, onde as principais potências europeias dividem aleatoriamente, segundo seus interesses, o continente africano."
Causas do nacionalismo
O abalo da 2ª Guerra Mundial e as suas consequências, incentivou o surgimento do Nacionalismo, uma vez que milhares de africanos participaram na Guerra ao lado dos seus colonizadores lutando contra outras potências e ao regressarem aos seus respectivos países juntaram-se a um movimento de pretexto político contra o domínio colonial. A Segunda Guerra Mundial transformou-se numa guerra anti-racista e anticolonial.
A política dos E.U.A, imposta no fim da 1ª Guerra Mundial, pelo presidente Wilson, o chamado sistema de mandatos das Sociedades das Nações aos territórios das potências vencidas na 1ª Guerra Mundial. Esta foi a concepção tida pelos EUA de que todas as colónias e terras de domínio dos países derrotados na 1ª Guerra mundial deviam estar sob domínio das potências vencedoras até que estas colónias e terras estivessem suficientemente desenvolvidas para se governarem por si próprias.
 A revolução Socialista de Outubro de 1917, contribuiu na difusão de ideias sobre a igualdade, a liberdade e o direito de auto-determinação dos povos, o que incentivou os povos colonizados a lutar pela sua libertação e auto-determinação.
O papel da ONU. A ONU criada em São Francisco em 1945, que defende e o direito de todos os povos à liberdade, o direito a auto-determinação dos povos. Destacou-se o princípio de igualdade e o direito de dispor de si mesmo.
A emancipação asiática e as independências na África do norte imprimiu a ideia de união dos povos da Ásia e da África para a liquidação definitiva do colonialismo nos dois continentes.
Uma das outras causas foi as contradições internas do colonialismo.
Forças motrizes do nacionalismo africano.
A acção dos intelectuais,
Os sindicatos,
O movimento dos estudantes,
A acção das igrejas,
As greves.
A conferência de Brazaville
Depois da 2ª Guerra Mundial, a França começou a delinear uma série de estratégias de reformas nas suas colónias que visavam abafar as vozes africanas que reclamavam as suas independências. O 1º passo foi a conferência africana francesa de Brazaville em 1944, onde participaram os governadores da África Negra e os altos funcionários da administração francesa. De salientar que nesta conferência nenhum africano participou.
Tratava-se de um encontro de carácter unilateral para a auscultação de ideias sobre o futuro das colónias francesas após a 2ª Guerra Mundial.
Decisões da Conferência
Suprimiu-se progressivamente o regime de indigenato, foi reconhecida a integração dos territórios africanos numa comunidade francesa, introduziu-se a descentralização administrativa, preconizou-se a criação de assembleias representativas compostas por partes de europeus e em parte de indígenas. Estas assembleias detinham o controlo sobre as finanças das colónias.
Estas reformas vão despertar a consciência de vários partidos nacionalistas africanos. O partido que surgiu depois da conferência africana de Brazaville, foi designada nas colónias por recimbrement democratique african.
A conferência de Bandung
A conferência de Bandung realizada em 1955, na Indonésia pelos países que não aceitava a divisão do mundo entre os Estados Unidos e a União Soviética. A partir dessa conferência da qual só participaram nações africanas e asiáticas como a China, Índia, Egipto, Indonésia e outras recém independentes, o processo de descolonização ganhou nova força. Nesta conferência, os países participantes, unidos por interesses comuns, assumiram uma posição política de neutralidade em relação às grandes potências, notadamente Estados Unidos e União Soviética. Definiam-se assim como pertencentes ao terceiro mundo, em oposição à divisão em Primeiro Mundo (Capitalista) e Segundo Mundo (Socialista). Defenderam a tese do desarmamento, a participação de todos os países nas questões internacionais, o direito à vida e á liberdade, a união entre eles como fundamental na luta contra o colonialismo. Condenaram toda a forma de racismo e afirmaram a igualdade entre as raças.   
Conclusão
Após finalizar o trabalho conclui que foram vários os movimentos emancipalistas criados, maioritariamente, em torno da ideologia do Pan-africanismo. Como ficou demonstrado anteriormente, as elites nativas assumiram um papel crucial nos movimentos de libertação tanto na disseminação das ideias como no período da luta para a transição de regime na direcção das independências.
Constatei que a opressão do colonizador foi removida passando a assistir-se a uma tirania exercida por parte dos novos governos dos Estados africanos. Durante as primeiras décadas do exercício do poder recém-independente houve dificuldade em pôr em prática a teoria que alimentou os movimentos populares, unindo o povo e os intelectuais nativos, num equilíbrio difícil e instável.
Referências Bibliográficas
ALEXANDRE, Valentim e DIAS, Jill (Coord.) (1998), O império africano : 1825-
1890, Nova história da expansão portuguesa, Editorial Estampa. 
ALMEIDA, Eugénio C. (2004), África: Trajectos Políticos, Religiosos e Culturais, Autonomia 27. 
ANDRADE, Mário Pinto (1997), Origens do Nacionalismo Africano – Continuidade e
ruptura nos movimentos unitários emergentes da luta contra a dominação colonial
portuguesa: 1911-1961,Publicações Dom Quixote. 
BENOT, Yves (1981), Ideologias das Independências Africanas, Volume I e II, Livraria Sá da Costa Editora. 
BRAUDEL, Fernand (1995), A history of civilizations, Penguin Books. 
CAPOCO, Zeferino (2012), Nacionalismo e Construção do Estado-Angola (1945-
1975), Escolar Editora, Angola.
 JUNTA DE INVESTIGAÇÕES DO ULTRAMAR (1964), Promoção Social em
Moçambique, Estudos de Ciências Políticas e Sociais, Centro de Estudos de Serviço Social e de Desenvolvimento Comunitário junto do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, Lisboa. 
KI-ZERBO, Joseph (1972), História da África Negra, I e II volumes, Biblioteca Universitária, Publicações Europa-América, 2ª edição.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes