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Apostila de Histologia Veterinária

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Universidade Federal de Lavras 
Departamento de Medicina Veterinária 
Setor de Morfologia Animal 
 
 
Bruno Antunes Soares 
Jairo Cardoso Abreu 
José Carlos Nogueira 
José Rafael Miranda 
Suely de Fátima Costa 
 
HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
2 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
2 2 
 
ÍNDICE 
 
Capítulo 1 - SISTEMA NERVOSO .............................................................................. 3 
Capítulo 2 - SISTEMA TEGUMENTAR ...................................................................... 7 
Capítulo 3 - SISTEMA CIRCULATÓRIO ................................................................. 12 
Capítulo 4 - SANGUE ................................................................................................. 20 
Capítulo 5 - ÓRGÃOS HEMOCITOPOÉTICOS ..................................................... 25 
Capítulo 6 - SISTEMA ENDÓCRINO ....................................................................... 34 
Capítulo 7 - SISTEMA GENITAL MASCULINO ...................................................... 44 
Capítulo 8 - SISTEMA GENITAL FEMININO .......................................................... 57 
Capítulo 9 - SISTEMA URINÁRIO ............................................................................ 70 
Capítulo 10 - SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................................................... 76 
Capítulo 11 - SISTEMA DIGESTÓRIO .................................................................... 80 
 
 
 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
3 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
3 3 
Capítulo 1 - SISTEMA NERVOSO 
 
 O estudo microscópico das estruturas histológicas do sistema nervoso 
será realizado em cortes de medula espinhal, cerebelo, córtex cerebral, plexo 
coróide e gânglio espinhal. 
 Os órgãos do sistema nervoso central (SNC) são envolvidos por três 
bainhas conjuntivas, as meninges: 
 • Dura-máter: forma a bainha mais espessa e externa 
 • Aracnóide: apresenta-se como pequenas trabéculas delicadas entre a 
dura-máter e a pia-máter, formando um sistema cavitário intercomunicante 
onde circula o líquido cérebro-espinhal; 
 • Pia-máter: possui vasos sanguíneos e reveste a superfície dos órgãos 
do SNC. 
 
Lâmina Nº33: MEDULA ESPINHAL – Tricrômico de Gomori. 
 
 Corte transversal de medula espinhal. Observar diretamente a lâmina 
contra a luz e identificar a substância branca externamente corada em róseo e 
a substância cinzenta interna, mais intensamente corada, em forma de H ou 
borboleta. As partes laterais do H possuem uma porção dorsal afilada (cornos 
dorsais) e uma porção ventral mais dilatada (cornos ventrais). Essas partes 
laterais estão unidas por uma porção transversal denominada comissura 
cinzenta. 
 
Identificação no pequeno aumento: estruturas acima descritas e os seguintes 
componentes estruturais: 
 1 – PIA-MÁTER: corada em verde, envolvendo quase todo o órgão e 
que se invagina no sulco mediano dorsal (formando o septo mediano) e na 
fissura mediana ventral. 
 2 – SUBSTÂNCIA BRANCA: formada por fibras nervosas mielínicas 
cortadas transversalmente. 
 3 – SUBSTÂNCIA CINZENTA: formada por uma complexa trama de 
fibras amielínicas, células neurogliais (observam-se somente os núcleos) e 
neurônios. As fibras nervosas sensitivas penetram pelo corno dorsal e fazem 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
4 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
4 4 
sinapses com pequenos neurônios de associação. As fibras motoras saem pelo 
corno ventral e se originam dos grandes neurônios motores (multipolares) 
facilmente observáveis. No centro da comissura cinzenta observar o canal 
central da medula revestido por epitélio ependimário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº33: GÂNGLIO ESPINHAL – Tricrômico de Gomori. 
 
 O órgão se apresenta parcialmente envolvido por tecido conjuntivo 
denso, intensamente corado em verde. 
 
Identificar: 
 1 – Os neurônios esferoidais pseudo-unipolares (sensitivos), envolvidos 
por uma camada de células neurogliais (anfícitos ou células satélites). 
 2 – No interior do gânglio e nas suas extremidades aparecem feixes de 
fibras nervosas mielínicas coradas em róseo. Os axônios dos neurônios 
ganglionares penetram na medula espinhal pelo corno dorsal, onde fazem 
sinapses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
5 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
5 5 
 
 
Lâmina Nº35: CEREBELO – Hematoxila-Eosina (H. E.) 
 
 Nesta lâmina, além do cerebelo foram também cortados o tronco 
encefálico e o IV ventrículo contendo o plexo coróide. 
 O cerebelo é macroscopicamente identificável por apresentar-se 
pregueado (folhas do cerebelo). 
 
Ao microscópio identificar: 
 PIA MÁTER; 
 CÓRTEX CEREBELAR (formada por substância cinzenta) contendo três 
camadas: 
 Camada molecular: mais externa, contendo poucos neurônios, uma 
complexa trama de dendritos das células de Purkinje e axônios dos 
grãos do cerebelo. 
 Camada das células de Purkinje: neurônios piriformes, volumosos, 
formando uma única camada de células. 
 Camada granular: formada por grande quantidade de pequenos 
neurônios (grãos do cerebelo, de citoplasma escasso, pouco visível). 
 SUBSTÂNCIA BRANCA: forma o eixo central das folhas do cerebelo, 
sendo constituída por fibras nervosas mielínicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº35: PLEXO CORÓIDE – H.E. 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
6 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
6 6 
 Entre o cerebelo e o tronco encefálico localizar contra a luz a cavidade 
do quarto ventrículo e depois identificar ao microscópio as secções do plexo 
coróide. Esta estrutura é formada por um delicado eixo de tecido conjuntivo 
frouxo muito bem vascularizado e revestido externamente por neuróglia 
epitelial secretora (epêndima secretor). O plexo coróide é responsável pela 
produção do líquido cérebro-espinhal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº34: CÉREBRO – H.E. 
 
 O córtex cerebral apresenta a substância cinzenta externamente e a 
substância branca localiza-se internamente. O córtex cerebral é a estrutura 
mais organizada do SNC. A parte principal do córtex cerebral dos mamíferos 
domésticos está organizada em seis camadas celulares. A distinção destas 
camadas é muito difícil em H.E., sendo necessário o uso de impregnações 
argênticas para melhor compreensão estrutural do órgão. 
 Da periferia para o centro do corte observam-se as seguintes camadas 
abaixo da pia-máter: 
 Camada molecular ou plexiforme: contém poucas células. 
 Camada granular externa: contém grande número de pequenos 
neurônios piramidais. 
 Camada piramidal externa: é composta por neurônios piramidais de 
tamanhos médio e grande. 
 Camada granular interna: é formada por pequenos neurônios 
piramidais. 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
7 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
7 7 
 Camada piramidal interna: caracterizada pela presença de grandes 
neurônios piramidais entremeados com pequenos neurônios estrelados. 
 Camada polimorfa, multiforme ou fusiforme: contém pequenas e 
médias células fusiformes. 
 Identificar no pequeno aumento: percorrer a lâmina para ter uma visão 
panorâmicado órgão e localizar na periferia a pia-máter e logo abaixo a 
camada molecular. 
Identificar no médio aumento: neurônios piramidais (triangulares) das 
diferentes camadas que são característicos do córtex cerebral. A substância 
branca é vista profundamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 - SISTEMA TEGUMENTAR 
 
 O tegumento é considerado o maior de todos os órgãos, sendo formado 
pela pele e estruturas anexas: folículos pilosos, glândulas sudoríparas e 
sebáceas, órgãos digitais (casco e garras), chifres, penas e outras estruturas 
glandulares especializadas. 
 
• PELE: 
A pele possui diversas funções como proteção do meio externo, 
termorregulação, sensibilidade, síntese de vitamina D e defesa imunológica. 
Sua constituição se baseia em duas porções, a camada superficial que é 
denominada epiderme (epitélio estratificado pavimentoso queratinizado) e a 
camada mais profunda denominada derme (tecido conjuntivo). Abaixo da 
derme está localizada a hipoderme ou também conhecida como fáscia 
superficial. Entretanto essa camada não faz parte da pele. 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
8 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
8 8 
A espessura da epiderme varia com sua localização. A pele pilosa 
(protegida por pelos) apresenta epiderme delgada; na pele glabra (desprovida 
de pelos), como nos coxins palmar e plantar do cão e do gato, devido ao 
intenso atrito, a epiderme é bastante espessa. As camadas constituintes da 
epiderme e da derme estão apresentadas no diagrama abaixo. 
 
 
Lâmina Nº51: PELE GLABRA – H.E. 
 
 Identificar: 
 EPIDERME: 
 Camada Basal ou Germinativa: apoiada sobre a membrana basal 
que a separa do conjuntivo da derme. É formada por células cúbicas 
ou prismáticas de citoplasma basófilo e com núcleos ovóides. 
 Camada Espinhosa: é a mais espessa, formada por células 
poliédricas dotadas de prolongamentos citoplasmáticos com o 
aspecto de espículas ou espinhos que unem células adjacentes. 
Observar grãos de melanina no citoplasma das células desta 
camada. Os melanócitos (não visíveis na lâmina) responsáveis 
pela produção da melanina estão situados entre a camada basal e a 
membrana basal. 
 Camada Granulosa: formada por células pavimentosas contendo no 
citoplasma granulações basófilas e com núcleos pouco corados. 
PELE 
Epiderme 
1. Camada basal 
2. Camada espinhosa 
3. Camada granulosa 
4. Camada lúcida 
5. Camada córnea 
Derme 
1. Camada papilar 
2. Camada reticular 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
9 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
9 9 
 Camada Lúcida: apresenta aspecto homogêneo, acidófila, formada 
por células mortas desprovidas de núcleo. 
 Camada Córnea: espessa, formada por células pavimentosas 
mortas, queratinizadas, desprovidas de núcleo. As camadas mais 
superficiais apresentam descamação. 
 
 DERME: 
 Camada Papilar: formada por tecido conjuntivo frouxo que se anexa 
com as cunhas epiteliais da epiderme. Esta camada apresenta 
numerosos tipos celulares. 
 Camada Reticular: constituída por tecido conjuntivo denso 
desordenado. Os fibrócitos são as células predominantes neste 
tecido. 
 Glândula Sudorípara do tipo Merócrina: são glândulas simples 
tubulosas localizadas na derme e que apresentam a parte secretora 
enovelada, aparecendo nos cortes como túbulos cortados em vários 
sentidos. Os adenômeros são constituídos por células secretoras 
delimitando um lume regular e estreito. Os ductos excretores destas 
glândulas possuem trajeto tortuoso, são biestratificados cúbicos e se 
abrem na superfície da epiderme. 
 
 HIPODERME: Unindo a pele aos planos profundos existe a hipoderme, 
que corresponde à fáscia superficial. Quando rica em tecido adiposo é 
denominada panículo adiposo. A hipoderme não faz parte da pele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
10 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
10 10 
Lâmina Nº52: PELE PILOSA – H.E. 
Características da pele pilosa: 
 Epiderme é mais delgada que na pele glabra; 
 Desprovida de camada lúcida; 
 Camada granulosa é descontínua, ou seja, existem células 
esparsas com grânulos basófilos no citoplasma; 
 Presença de folículos pilosos com pelos, glândulas sebáceas e 
glândulas sudoríparas do tipo apócrinas. 
 
Identificar na lâmina: 
 FOLÍCULO PILOSO: são formados internamente por uma parte epitelial 
contínua com a epiderme e externamente por uma parte conjuntiva 
(saco fibroso e papila do pelo). A parte profunda e delimitada do folículo 
piloso é denominada bulbo piloso. No interior do folículo piloso 
observar cortes de pelos. 
 GLÂNDULA SEBÁCEA: são geralmente anexas aos folículos pilosos. 
São glândulas acinosas, do tipo holócrinas, simples ou ramificadas. 
Apresentam ductos curtos de epitélio estratificado que desembocam 
no folículo piloso. Cada adenômero constitui-se de uma massa sólida de 
células separada do tecido conjuntivo adjacente por uma membrana 
basal (não visível na lâmina). 
Suas células se dispõem em duas camadas: células basais e células 
sebáceas. 
 Células basais se localizam na periferia da glândula, são levemente 
basófilas e se multiplicam para reposição das células que se 
carregam de secreção e se desintegram (secreção holócrina). 
 Células sebáceas têm localização central e apresentam vários 
estágios de degeneração para transformarem em secreção. 
 MÚSCULO ERETOR DO PELO: insere-se no saco fibroso do folículo 
piloso e no conjuntivo da camada papilar da derme, passando por baixo 
das glândulas sebáceas. Quando se contraem levantam os pelos e 
comprimem as glândulas sebáceas provocando a saída de secreção 
acumulada. 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
11 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
11 11 
 GLÂNDULA SUDORÍPARA APÓCRINA: são as mais desenvolvidas nos 
animais domésticos e são também tubulosas e enoveladas. Diferem 
das glândulas sudoríparas merócrinas por apresentarem lume 
amplo geralmente contendo secreção coagulada pela fixação. Seus 
ductos de epitélio biestratificado abrem-se diretamente nos folículos 
pilosos. Os adenômeros são envolvidos por uma membrana basal e 
possuem duas camadas de células: células mioepiteliais e células 
secretoras que apresentam protrusões no ápice contendo secreção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº53: PELE PILOSA – H.E. 
Identificar as estruturas descritas na lâmina anterior. Nesta lâmina não são 
encontradas glândulas sudoríparas apócrinas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº54: LÁBIO DE CÃO – H.E. 
Identificar a pele pela presença de numerosos folículos pilosos. Existem no 
corte pelos táteis. 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
12 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
12 12 
A identificação dos pelos táteis deve-se pela construção de tecido 
conjuntivo adjacente ao folículo ser diferente. Existe uma camada dérmica bem 
formada que contém um seio vascular disposto em suas camadas internas e 
externas. Identificar outras estruturas já descritas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 3 - SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
O sistema circulatório possui como componentes os vasos sanguíneos e 
o coração. Este é responsável por bombear o sangue através dos vasos para 
todas as partes do corpo. Os vasos sanguíneos apresentam três tiposprincipais: artérias, veias e capilares. O coração apresenta quatro câmaras: o 
átrio e ventrículo direitos e o átrio e ventrículo esquerdos. 
 Os vasos podem ser classificados conforme mostrado abaixo: 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
13 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
13 13 
 
 
3.1 ARTÉRIAS 
Características gerais importantes das artérias na observação microscópica: 
 Parede espessa em relação ao diâmetro do lume; 
 Lume bem aberto, regular; 
 Três túnicas bem individualizadas (íntima ou interna, média, e externa ou 
adventícia). 
 Separando a túnica interna da média, localiza-se a Membrana 
Limitante Elástica Interna e entre as túnicas média e adventícia a 
Membrana Limitante Elástica Externa. 
 
 
 
 
 
VASOS 
Sanguíneos 
1.Capilares 
1.1 Comuns 
Contínuos 
Fenestrados 
 1.2 Sinusóides 
 
2. Artérias 
 2.1 Elásticas 
 2.2 Musculares 
 
3. Veias 
 
4. Anastomoses arteriovenosas 
Linfáticos 
1. Capilares 
2. Coletores 
3. Troncos 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
14 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
14 14 
Lâmina Nº15: VÁRIOS ÓRGÃOS. Verhoeff 
 
Artéria elástica 
 A – Túnica íntima: formada pelo endotélio (epitélio simples 
pavimentoso), tecido conjuntivo frouxo subendotelial e a limitante elástica 
interna se confunde com as lâminas elásticas da túnica média. 
 B – Túnica média: constituída por lâminas elásticas dispostas 
concentricamente e fenestradas, resultando daí seu nome. 
 C – Túnica adventícia: constituída por tecido conjuntivo, bastante 
espesso, onde existem pequenos vasos (vasa vasorum) que irrigam parte da 
parede da artéria. Em algumas lâminas há tecido conjuntivo frouxo e adiposo 
mais externamente. 
 
À olho nu identificar a artéria que aparece como um anel. 
 
Observar ao microscópio: 
 Grande quantidade de lâminas elásticas dispostas de forma concêntrica; 
 Nesta coloração, as lâminas elásticas limitantes Interna e Externa se 
confundem com as lâminas da túnica média, não sendo possível 
identificá-las separadamente; 
 O fundo róseo corresponde às fibras colágenas, células musculares lisas 
e substância fundamental amorfa; 
 Esta lâmina não é adequada para a identificação da túnica íntima. 
 
Artéria Muscular 
Observar ao microscópio: 
 Limitante elástica interna bem evidente; 
 A túnica média corada em róseo corresponde às fibras musculares lisas 
e fibras conjuntivas (aparecem algumas fibras elásticas coradas em 
preto); 
 Adventícia de tecido conjuntivo denso e rica em fibras elásticas. 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
15 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
15 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nºs 42 e 43: ARTÉRIA MUSCULAR – H.E. 
 
Observar no microscópio: 
 Túnica íntima com a limitante elástica interna bem evidente; 
 Túnica média com mais de cinco camadas de músculos liso; 
 Adventícia com vasa vasorum; 
 A limitante elástica externa é de difícil identificação. 
 
Nestas lâminas observar cortes de arteríolas com as seguintes características: 
 Túnica íntima – endotélio, tecido conjuntivo subendotelial não 
identificável e limitante elástica interna bem visível. 
 Túnica média – até cinco camadas de células musculares lisas. 
 Adventícia – tecido conjuntivo, delgada, sem limitante elástica externa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
16 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
16 16 
 
Lâmina Nº84: FUNÍCULO (CORDÃO) ESPERMÁTICO – H.E. 
 
 Identificar nesta lâmina cortes de artérias musculares e arteríolas 
conforme as características histológicas descritas anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 VEIAS 
 
 As veias apresentam morfologia variável, sendo importante observar as 
seguintes características gerais: 
 Parede fina em relação ao diâmetro do lume; 
 Lume irregular e amplo; 
 Três túnicas mal individualizadas; 
 Algumas veias podem apresentar válvulas (pregas da íntima) como as 
veias intercostais, espermáticas, safenas, etc. 
 
Lâmina Nº43: FEIXE VÁSCULO-NERVOSO – H.E. 
 
 Baseando-se nas características morfológicas gerais descritas acima, 
identificar nesta lâmina vários cortes de veias. 
 
 
 
 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
17 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
17 17 
 
 
3.3 CAPILARES 
Com base nas características microscópicas, os capilares podem ser 
classificados em: 
 
 Capilares sanguíneos comuns – formado por uma camada de células 
pavimentosas (endotélio) que se apóia sobre uma lâmina basal. Não é 
possível diferenciar capilares contínuos de fenestrados na microscopia 
óptica. 
 
 Capilares sinusóides – apresentam lume irregular com dilatações ou 
seios e trajeto tortuoso. São revestidos por células endoteliais comuns 
apresentando também em suas paredes células fagocitárias (células de 
Kupffer). 
 
Lâmina Nº57: ESÔFAGO. Capilares comuns – H.E. 
 
 No conjuntivo localizado abaixo do epitélio do esôfago, identificar cortes 
transversais e longitudinais de capilares. Apresentam 1 a 3 núcleos delimitando 
o lume (o citoplasma não é visível). A lâmina basal não é visível na preparação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
18 18 
 
 
 
Lâmina Nº70: FÍGADO DE SUÍNO – T. de Gomori 
 
Identificar os capilares sinusóides que apresentam: 
 Disposição radial, desembocando em pequenas veias centrais; 
 Seus lumes são variáveis com dilatações; 
 Os núcleos das células da parede dos capilares são ovóides e muito 
diferentes dos núcleos relativamente grandes e esferoidais das células 
hepáticas (hepatócitos); 
 Nesta preparação não é possível a distinção entre células endoteliais 
comuns e células de kupffer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4 CORAÇÃO 
 O coração possui três túnicas: 
 Íntima ou endocárdio; 
 Média ou miocárdio; 
 Externa ou epicárdio. 
 
 Endocárdio: formado pelo endotélio mais tecido conjuntivo 
subendotelial, delgado com fibras colágenas e elásticas. 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
19 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
19 19 
 
 Tecido Conjuntivo Subendocárdico: tecido conjuntivo frouxo que une 
o endocárdio ao miocárdio. Contém fibras de Purkinje que são 
facilmente identificáveis. 
Valvas cardíacas – são pregas do endocárdio em torno dos orifícios 
cardíacos (valvas bicúspide, tricúspide e semilunares aórtica e pulmonar) 
constituídas por eixo fibro-elástico revestido por endocárdio. 
 
 Miocárdio: formado por tecido muscular estriado cardíaco comum e do 
sistema de condução. 
 
 Epicárdio: formado pelo folheto visceral do pericárdio (serosa). 
Constituído de fora para dentro por: 
 Epitélio simples pavimentoso; 
 Fina camada de tecido conjuntivo; 
 Tecido conjuntivo subepicárdico frouxo podendo conter células 
adiposas e que une o epicárdio ao miocárdio. 
 Em muitas lâminas não aparece o epicárdio. 
 
 Esqueleto cardíaco: constituído por anéis fibrosos (em torno das 
valvas), trígono fibroso entreos anéis fibrosos e septo membranoso 
entre os ventrículos unindo o septo muscular interventricular ao septo 
intermediário. Não é necessária a identificação do esqueleto cardíaco. 
 
Lâmina Nº32: CORAÇÃO – H.E. 
 
Identificar em médio aumento as estruturas citadas acima que caracterizam 
histologicamente o coração. 
 
 
 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
20 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
20 20 
 
 
 
 
 
Capítulo 4 - SANGUE 
 
O sangue é constituído por um material intercelular fluídico, o plasma 
(parte líquida) que mantém em suspensão a parte celular, os elementos 
figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas). 
 
 
 
4.1 HEMÁCIAS 
Também são chamados de eritrócitos ou glóbulos vermelhos, 
representam os elementos sanguíneos mais numerosos. 
CÉLULAS DO SANGUE 
HEMÁCIAS/ GLÓBULOS VERMELHOS / ERITRÓCITOS 
LEUCÓCITOS / GLÓBULOS BRANCOS 
 
1. Granulócitos 
1.1 Neutrófilos 
1.2 Eosinófilos 
1.3 Basófilos 
 
2. Agranulócitos 
2.1 Monócitos 
2.2 Linfócitos 
PLAQUETAS 
 
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21 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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Características: 
 São discos bicôncavos e anucleados nos mamíferos; 
 A hemoglobina presente no seu interior é responsável por sua acidofilia; 
 Coram-se pela eosina, em vermelho tijolo com uma área central clara. 
 
4.2 LEUCÓCITOS 
Os leucócitos ou glóbulos brancos são móveis e desempenham suas 
funções de defesa nos tecidos. 
Características: 
 Núcleos de formas variáveis; 
 Citoplasma com presença de organelas celulares. 
 
Os cinco diferentes tipos de leucócitos estão classificados em dois 
grupos baseados na presença ou ausência de grânulos citoplasmáticos 
específicos e na morfologia nuclear: os granulócitos ou polimorfonucleares e 
agranulócitos ou mononucleares. 
 
4.2.1 Granulócitos 
São nomeados de acordo com a afinidade tintorial de seus grânulos 
específicos: neutrófilos, eosinófilos ou acidófilos e basófilos. 
 
A – NEUTRÓFILOS 
Características: 
 Núcleo lobulado (2 a 5 lóbulos) polimorfo; 
 Pequenos grânulos citoplasmáticos; 
 Células mais velhas apresentam núcleo mais segmentado do que as 
jovens; 
 O citoplasma cora-se palidamente e contém pequenos grânulos cor-de-
rosa; 
 Há dois tipos de granulações citoplasmáticas nos neutrófilos, os 
grânulos específicos e os grânulos azurófilos ou inespecíficos. Os 
grânulos específicos correspondem a 80% no neutrófilo maduro, embora 
sejam estruturalmente semelhantes a lisossomas, porém 
 
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bioquimicamente não são por serem desprovidos de hidrolases ácidas e 
peroxidase. Os grânulos azurófilos (inespecíficos) se coram em púrpura 
e são lisossomas típicos; 
 Os núcleos das formas jovens são denominados bastonetes (ou não 
segmentados) e se apresentam em forma de C, U, V, S, de cromatina 
menos densa. São menos frequentes no sangue circulante dos 
mamíferos domésticos (2% a 5%). 
 
B – EOSINÓFILOS 
Características: 
 Núcleo geralmente bilobado; 
 Citoplasma com granulações específicas salientes. 
 
C – BASÓFILOS 
Apresentam a menor percentagem entre os leucócitos circulantes nos 
mamíferos domésticos (0% a 1,5%). 
Características: 
 Núcleo bilobado ou de formato irregular, às vezes mascarado pelo 
grande número de granulações citoplasmáticas coradas em azul escuro 
ou arroxeadas. 
 
4.2.2 Agranulócitos 
 Não apresentam granulações citoplasmáticas específicas, no entanto, 
possuem frequentemente granulações inespecíficas ou azurófilas. Pertencem a 
este grupo de leucócitos os linfócitos e os monócitos. 
 
A – LINFÓCITOS 
 Nos esfregaços corados aparecem pequenos, médios e grandes 
linfócitos. O citoplasma é escasso nos pequenos linfócitos e mais abundante 
nos médios e grandes linfócitos. 
 A maioria dos linfócitos circulantes em cavalos, porcos, cães e gatos são 
do tipo pequeno medindo 6 a 9 µm de diâmetro. 
Características: 
 Linfócito pequeno: 
 
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 Núcleo denso e denteado; 
 Pequena faixa azul de citoplasma. 
 
 Linfócitos médios e grandes: 
 Possuem mais citoplasma; 
 Podem apresentar granulações azurófilas (coradas em púrpura); 
 O núcleo apresenta pequena indentação. 
 
B – MONÓCITOS 
 São os maiores leucócitos circulantes, medindo de 15 a 20 µm de 
diâmetro. 
Características: 
 Citoplasma azulado e mais abundante que o dos linfócitos, podendo 
conter finos grânulos azurófilos; 
 Núcleo pode ser oval, riniforme (formato de rim) ou em forma de 
ferradura e de cromatina filamentosa mais frouxa que a dos linfócitos. 
 
4.3 PLAQUETAS 
As plaquetas ou trombócitos são os elementos aglutinantes e 
coagulantes do sangue. Nos mamíferos domésticos são fragmentos do 
citoplasma de grandes células da medula óssea vermelha, denominadas 
megacariócitos. Nos esfregaços sanguíneos as plaquetas tendem a se 
aglutinar. 
Estes fragmentos celulares se apresentam de forma variável. 
Características: 
 Forma esférica ou elíptica; 
 Parte central com grânulos azurófilos (cromômero ou granulômero); 
 Parte periférica sem grânulos (hialômero); 
 O cromômero cora-se em púrpura e o hialômero em azul claro. 
 
Lâmina anexa: ESFREGAÇO DE SANGUE 
 
 
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 Antes de iniciar a observação ao microscópio, deve-se colocar o 
esfregaço voltado para cima para então colocá-lo na platina do microscópio, 
pois esta lâmina pode não ser protegida por lamínula. 
 Para iniciar o estudo deve-se proceder da seguinte maneira: 
 
1 – Identificar a objetiva de imersão. 
2 – Afastar a objetiva da lâmina e colocar uma gota de óleo de imersão 
sobre um dos cantos do esfregaço. 
3 – Aproximar, cuidadosamente, a objetiva de imersão até tocar a gota 
de óleo, observando-se diretamente (não observar pela ocular). 
4 – Procurar e ajustar o foco com o parafuso micrométrico. 
5 – Iniciar a observação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Capítulo 5 - ÓRGÃOS HEMOCITOPOÉTICOS 
 
 Nesse capítulo serão identificados os órgãos com capacidade de 
produção, maturação e armazenamento das células sanguíneas, sendo esses 
a medula óssea e um conjunto de órgãos agrupados sob a denominação de 
órgãos linfóides. 
 
5.1 MEDULA ÓSSEA 
 A medula óssea está localizada internamente aos ossos e, tem por 
função a produção de células sanguíneas. Por sua localização, o tecido 
hemocitopoético da medula é também denominado tecido mielóide. Existem no 
adulto duas variedades de medula óssea: 
 Medula óssea vermelha: hematógena, com presença de numerosos 
eritrócitos em diversos estádios de maturação caracterizando sua cor 
vermelha; 
 Medula óssea amarela: rica em células adiposas, não tem capacidade 
de produzir células sanguíneas. 
5.1.2 Medula Óssea Vermelha 
 Parênquima: formado por todas as células sanguíneas e suasprecursoras. Nela se encontram: 
 linhagem eritrocítica 
 linhagem granulocítica 
 linhagem megacariocítica 
 linhagem monocítica 
 linhagem linfocítica 
 
 
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 Estroma de sustentação: tecido conjuntivo reticular percorrido por 
capilares sinusóides. 
 
5.1.2 Medula Óssea Amarela 
 Parênquima: regride, sendo invadido e substituído por tecido adiposo 
unilocular. 
 Estroma de sustentação: igual ao da medula óssea vermelha. 
Lâmina Nº28: OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL – H.E. 
 
Identificar: 
 Medula óssea vermelha entre as trabéculas ósseas; 
 A única célula identificável no corte é o megacariócito por seu volume e 
núcleo grande, mais ou menos lobulado; 
 Capilares sinusóides que podem conter hemácias no lume coradas em 
tom amarelado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2 ÓRGÃOS LINFÓIDES 
 São constituídos por tecido linfóide, que consiste em uma trama 
tridimensional de células reticulares, fibras reticulares e macrófagos fixos, 
infiltrada de células livres, principalmente linfócitos T e B em diversas fases de 
maturação, macrófagos livres e plasmócitos. 
 
 Tecido linfóide difuso: caracteriza-se pela presença de linfócitos 
distribuídos difusamente no tecido. 
 
 
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27 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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 Tecido linfóide nodular ou Nódulos linfóides (folículos linfóides): 
agregados esféricos de linfócitos sustentados pela rede de fibras e 
células reticulares. Aparecem fortemente corados pela hematoxilina 
graças à sua riqueza em linfócitos. 
 Centro germinativo ou reacional: centro do nódulo se apresenta 
menos corado. No centro germinativo ocorre proliferação de 
linfócitos B que foram ativados (também chamados de 
imunócitos) e que vão produzir os plasmócitos (células produtoras 
de anticorpos). A denominação de centro germinativo é devido à 
intensa produção de linfócitos e centro reacional porque nela há 
elevada produção de anticorpos devido à reação do linfócito B 
com algum antígeno. 
 Os nódulos linfóides são encontrados na parede de órgãos 
cavitários e em órgãos linfóides como baço, linfonodos e tonsilas. 
 
5.2.1 Classificação dos Órgãos Linfóides: 
 
 Órgãos linfóides intraparietais: apresentam apenas vasos linfáticos 
eferentes. São eles: 
 Acúmulos linfóides irregulares. 
 Nódulos linfóides isolados. 
 Nódulos associados: Placas de Peyer, Apêndice cecal, Tonsilas. 
 
 Órgãos linfóides extraparietais: 
 Só com vasos linfáticos eferentes – timo; 
 Intercalados na circulação linfática (com vasos linfáticos aferentes e 
eferentes) – linfonodos; 
 Intercalados na circulação sanguínea – baço e hemolinfonodos. 
 
5. 2.1.1 Órgãos Linfóides Intraparietais 
 Presentes principalmente na lâmina própria do tubo digestório, vias 
respiratórias superiores e vias urinárias, sob a forma de tecido linfóide difuso, 
nódulos linfóides isolados e nódulos linfóides associados. 
 
 
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Lâmina Nº63: CÓLON: NÒDULOS LINFÓIDES ISOLADOS – H.E. 
 
Identificar: 
 Em pequeno aumento percorra toda a lâmina na área do tecido 
conjuntivo situado abaixo da mucosa (região corada em tom azulado) e 
localize nódulos linfóides isolados. 
 Em aumento médio identificar estas estruturas, verificando a presença 
de centros germinativos nos mesmos. Compare o centro germinativo do 
nódulo com a periferia observando as diferenças entre as populações 
celulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº46: ÍLEO: NÒDULOS LINFÓIDES ASSOCIADOS - PLACA DE 
PEYER – H.E. 
 
 As placas de Peyer são formadas por nódulos linfóides associados (um 
ao lado do outro), que ocorrem de forma constante no íleo e constituem 
verdadeiros órgãos linfóides intraparietais. Também são classificadas como 
GALT (tecido linfóide associado ao tubo digestório – Gut Associated Lymphoid 
Tissue). 
 Observe a lâmina contra a luz e procure identificar os nódulos linfóides. 
Identificar em pequeno aumento: 
 Nódulos linfóides situados um ao lado do outro, presença de centro 
germinativo; 
 Tecido linfóide difuso entre os nódulos. 
 
 
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Lembrar que nódulos linfóides são povoados por linfócitos B e o tecido linfóide 
difuso por Linfócitos T. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tonsilas 
 As tonsilas são constituídas por aglomerados de tecido linfóide situados 
abaixo do epitélio bucal e da faringe. Existem a tonsila lingual (no dorso da raiz 
da língua), as tonsilas palatinas (entre os arcos glossofaríngeos e 
faringopalatino) e as tonsilas faríngeas (na nasofaringe). 
 
Lâmina Nº44: NÒDULOS LINFÓIDES ASSOCIADOS: TONSILA PALATINA – 
H.E. 
 
 A tonsila palatina é revestida em sua face voltada para a orofaringe por 
epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. No cão e gato esta 
superfície é lisa. Nos ruminantes e equinos, o epitélio forma invaginações ou 
criptas. 
 
Identificar em pequeno aumento: 
 
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 Invaginações ou criptas e em torno das mesmas, nódulos linfóides com 
centro germinativo; 
 Entre os nódulos observar a presença de tecido linfóide difuso; 
 O epitélio de revestimento das criptas está infiltrado de linfócitos 
dificultando um pouco sua identificação. Na parte profunda existe uma 
área de tecido conjuntivo denso denominado cápsula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2.1.2 Órgãos Linfóides Extraparietais 
 
Linfonodo 
 
 Os linfonodos são órgãos linfóides localizados ao longo da extensão dos 
vasos linfáticos na circulação linfática. São geralmente achatados e têm a 
forma ovóide ou de grão de feijão, apresentando uma indentação ou hilo, por 
onde penetram e saem vasos sanguíneos do órgão. Os vasos linfáticos, com 
exceção daqueles dos linfonodos de suínos, penetram por sua superfície 
convexa e saem pelo hilo. 
A linfa penetra no órgão pelos vasos linfáticos aferentes que chegam ao 
órgão por sua superfície convexa e segue o seguinte trajeto: 
A – Seio linfático subcapsular 
B – Seios linfáticos corticais ou peritrabeculares 
C – Seios linfáticos medulares 
D – Vasos linfáticos eferentes 
 
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Todos os seios são como uma esponja por cujas cavidades 
intercomunicantes a linfa circula lentamente. A esponja é constituída por 
macrófagos fixos, dotados de prolongamentos citoplasmáticos, assumindo 
formas estreladas. 
 O estroma de sustentação do órgão é formado por células reticulares e 
fibras reticulares, formando um retículo citofibrilar em cujas malhas se colocam 
as células do parênquima. 
 
 
 
Lâmina Nº48: LINFONODO – H.E. 
 
Identificar em pequeno aumento: 
 Capsula conjuntiva que reveste o órgão, sendo que dela partem septos 
ou trabéculas também conjuntivas que penetram no órgão, dividindo-o 
incompletamente; 
 Na lâmina aparecem pedaços destas trabéculas no interior do órgão; 
O linfonodo apresenta três regiões: região cortical, região paracortical e 
região medular; 
 Região cortical: abaixo da cápsula, com presença de nódulos; 
 Região medular: ausência de nódulos, mas existem cordões de células 
linfóides, chamados cordões linfóides medulares; 
 Região paracortical (entre a cortical e medular): presença de 
linfócitos T. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Timo 
 Órgão linfóide que só apresenta vasos linfáticos eferentes. O timo se 
encontra mais desenvolvido à época da puberdade, e sofre acentuada 
involução na fase pós-púbere, sendo seu parênquima substituído por tecido 
adiposo. Assim, sua morfologia nas fases pré e pós-puberal é completamente 
diferente. 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº47: TIMO PRÉ-PUBERAL – H.E. 
 
Identificar: 
A – Formações conjuntivas de sustentação: 
 O órgão é envolvido por uma cápsula conjuntiva fina da qual partem 
septos interlobulares que dividem incompletamente o órgão em lóbulos 
(é o único órgão linfóide lobulado). 
 Não há um tecido conjuntivo reticular bem desenvolvido como nos outros 
órgãos linfóides. 
 
B – Parênquima: 
 Região cortical: rica em linfócitos, não formam nódulos linfóides; 
 Região medular: mais clara, com menor população celular, pobre em 
linfócitos. Identificar células reticulares epiteliais que possuem núcleos 
grandes, vesiculares e citoplasma acidófilo. Nesta região, células 
epiteliais reticulares se dispõem em forma concêntrica sofrendo 
queratinização formando os corpúsculos tímicos (de Hassal), 
característicos do órgão. 
 A região cortical de um lóbulo é contínua com a região cortical do lóbulo 
adjacente, o mesmo acontecendo com a região medular. 
 O parênquima do timo é formado por linfócito T e seus precursores e 
pelas células reticulares epiteliais. Estas células reticulares epiteliais são 
dotadas de prolongamentos e formam uma trama que abrigam os 
 
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linfócitos. Estas células isolam os linfócitos dos outros componentes dos 
órgãos (cápsula, vasos sanguíneos e linfócitos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Baço 
Órgão linfóide intercalado na circulação sanguínea, responsável pelas 
respostas imunes a antígenos presentes no sangue e pela fagocitose de 
hemácias velhas, assim como de outros materiais particulados. 
 
Lâmina Nº49: BAÇO – H.E. 
 
A – Formações conjuntivas: 
 Cápsula: conjuntiva, envolvendo todo o órgão, contendo fibras 
musculares lisas e revestida externamente pela serosa peritoneal. 
 Septos ou trabéculas: penetram no órgão a partir da cápsula e contém 
ramos arteriais e venosos (artérias e veias trabeculares). 
 Estroma: tecido conjuntivo reticular, não visível nesta lâmina. 
 
B – Parênquima (polpa esplênica): 
 Quando se observa um corte a fresco de baço, nota-se a presença de 
pequenos pontos esbranquiçados (polpa branca) entre a massa avermelhada 
do restante do órgão (polpa vermelha). 
 Polpa branca: 
Observar em pequeno aumento: 
 Formada por tecido linfóide que se organiza em torno das arteríolas 
centrais, formando uma bainha linfocitária; 
 
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 Dilatações desta bainha de espaço em espaço formam nódulos linfóides 
(que contém uma arteríola central e podem apresentar centros 
germinativos). Estes nódulos são chamados de nódulos linfóides 
esplênicos ou de Malpighi; 
Observar em maior aumento: 
 Arteríola central é geralmente excêntrica e sua presença nos folículos é 
uma característica específica do órgão. 
 
A polpa branca é o conjunto de todos os nódulos esplênicos espalhados pelo 
órgão mais a bainha linfocitária periarteriolar. A bainha linfocitária 
periarteriolar é populada por linfócitos T e os nódulos por linfócitos B. 
 
 Polpa Vermelha: 
 Formada pelos cordões esplênicos (de Billroth), contendo linfócitos, 
macrófagos, monócitos, plasmócitos e células sanguíneas, mais 
capilares sinusóides situados entre eles; 
 Na maior parte do corte os capilares estão colabados e, portanto, os 
cordões esplênicos não estão bem individualizados; 
 Os capilares sinusóides podem estar vazios ou cheios de sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 - SISTEMA ENDÓCRINO 
 
 O sistema endócrino é constituído por glândulas desprovidas de ductos, 
cujos produtos de secreção denominados hormônios, são lançados 
 
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35 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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diretamente no tecido conjuntivo perivascular e, posteriormente, atingem o 
sistema circulatório. Os hormônios veiculados pela circulação sanguínea 
podem agir em órgãos-alvo específicos ou nas células em geral. 
As glândulas que constituem o sistema endócrino são: TIREÓIDE; 
PARATIREÓIDES; ADRENAIS (supra-renais); HIPÓFISE; PINEAL; ILHOTAS 
PANCREÁTICAS; TESTÍCULOS E OVÁRIOS. 
 Embora a maioria das funções endócrinas seja atribuída aos órgãos 
acima citados, algumas funções endócrinas, menos evidentes, são realizadas 
por grupos celulares ou por células isoladas que fazem parte de órgãos não 
endócrinos (Sistema Endócrino Difuso). 
 
 
6.1 TIREÓIDE 
A tireoide é uma glândula cuja função é sintetizar os hormônios tiroxina 
(T4) e triiodotironina (T3), que atuam no metabolismo do organismo. 
 Histologicamente classificada como glândula endócrina folicular ou 
vesicular. A produção dos hormônios ocorre pelos tireócitos. O controle desta 
secreção é feito principalmente através do hormônio tireotrófico (TSH), 
produzido pelas células basófilas da parte distal da adenohipófise. Secreta 
também através das células parafoliculares ou células C o hormônio 
Calcitonina que regula o teor de cálcio no sangue, reduzindo a calcemia pela 
supressão da reabsorção de sais de cálcio do tecido ósseo. 
 
Lâmina Nº80: TIREÓIDE – H.E. 
 
Identificar: 
1 – Formações conjuntivas 
A – Cápsula – delgada, tecido conjuntivo denso. 
B – Septos – delicados, originados da cápsula, dividem a glândula em 
lóbulos. 
C – Estroma intersticial – tecido conjuntivo frouxo, muito vascularizado, 
envolvendo os folículos. 
 
2 – Parênquima 
 
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Constituído por: 
A – Folículos ou vesículas tireoidianas 
Formados por epitélio cubóide (tireócitos) disposto numa só camada, limitando 
cavidades esféricas cheias de substância gelatinosa chamada colóide. 
 Os diâmetros dos folículos e altura dos tireócitos são variáveis de acordo 
com a atividade funcional. Pode-se observar, como acontece nas lâminas da 
coleção, a reabsorção do colóide por seu aspecto corroído próximo aos 
tireócitos. Esta reabsorção faz parte do processo de liberação para o sangue 
dos hormônios armazenados. 
 
 
 
B – Células C ou parafoliculares 
 Localizam-se numa posição interfolicular, isoladas ou em pequenos 
grupos, e se coram mal. Ao microscópio eletrônico apresentam o citoplasma 
repleto de grânulos eletrondensos. 
 
 
 
 
 
 
 
6.2 PARATIREÓIDES 
 
 As paratireoides são dois pares de glândulas derivadas 
embriologicamente das terceiras bolsas faríngeas (paratireóides III)e quartas 
bolsas faríngeas (paratireóides IV). Como as paratireóides IV se desenvolvem 
em íntima relação com a tireóide, frequentemente, como acontece nas lâminas 
da coleção, elas se situam internamente na tireóide. 
São histologicamente classificadas como glândulas endócrinas 
cordonais. 
 
 
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Lâmina Nº80: PARATIREÓIDES – H.E. 
Identificar: 
 Formações conjuntivas 
 A glândula é envolvida por delgada cápsula de tecido conjuntivo denso, 
da qual partem septos que a dividem em lóbulos incompletos. Destes septos se 
origina o estroma de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras reticulares (não 
visíveis na lâmina) com numerosos capilares sanguíneos. 
 
 Parênquima 
 Formado pelas células principais, células oxífilas e células 
sinciciais. 
 
A – Células principais – produtoras de paratormônio que tem a função de 
regular o nível de cálcio e fósforo no sangue induzindo maior absorção de 
cálcio pelo intestino, reabsorção de cálcio dos ossos, diminuição da perda de 
cálcio pela urina e aumento da excreção de fósforo pela urina. Dispõem-se na 
glândula em cordões plexiforme, muito numerosas, com citoplasma levemente 
acidófilo e núcleo vesicular. Distinguem-se dois tipos de células principais: 
“claras” e “escuras” que apresentam fases funcionais diferentes (não é 
necessário fazer a distinção). 
B – Células oxífilas – são células volumosas que se coram fracamente 
aparecendo em aglomerados. São encontradas com muita regularidade nos 
equinos e bovinos, sendo muito raras nos demais mamíferos domésticos e de 
função obscura (não é necessário identificá-las). 
C – Células sinciciais – ocorrem em aglomerados com limites celulares 
indistinguíveis e citoplasma muito acidófilo. São células de significado funcional 
obscuro (não é necessário identificá-las). 
 
 
 
 
 
 
 
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6.3 ADRENAIS (SUPRA-RENAIS) 
 
 Histologicamente, as glândulas adrenais ou supra-renais são 
classificadas como “glândulas endócrinas cordonais”. Apresentam duas 
regiões anatômicas, embriológicas, histológicas e funcionalmente diferentes: 
região cortical e região medular. 
 
Lâmina Nº79: ADRENAL – H.E. 
Identificar: 
 
 
1 – Formações conjuntivas 
 Cápsula – fina, formada por tecido conjuntivo denso envolvendo todo o 
órgão. 
 Estroma de sustentação – originário da cápsula, delicado, possuindo 
uma vasta rede de capilares sanguíneos sinusóides (por estarem 
colabados não são visíveis na lâmina). 
 
2 – Parênquima (região cortical e medular) 
 Região cortical – subdivide-se em três zonas: zona glomerular, zona 
fascicular e zona reticular. 
A – ZONA GLOMERULAR – situada imediatamente abaixo da cápsula é 
formada por cordões de células cilíndricas dispostas em alça ou enovelados, 
envolvidos por capilares. As células desta zona produzem hormônios mineralo-
corticóides, dos quais o mais importante é a aldosterona, que atuam 
principalmente nos túbulos renais, promovendo a reabsorção de sódio no 
filtrado glomerular. 
B – ZONA FASCICULAR – formada por cordões de células cubóides 
radialmente dispostos (perpendiculares a cápsula). A aparência espumosa do 
citoplasma das células é devida a numerosos vacúolos resultantes da 
dissolução de gotículas lipídicas durante o processamento do tecido. Em 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
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39 39 
consequência de seu aspecto, estas células são chamadas espongiócitos. 
Entre os cordões celulares existem capilares sinusóides pouco visíveis na 
lâmina por se encontrarem colabados. 
C – ZONA RETICULAR – é a mais interna da cortical e suas células se 
dispõem em cordões irregulares. Com aspecto de rede, advindo daí seu nome. 
As células desta zona são de tamanho menor que as das outras. Têm 
citoplasma acidófilo com menor quantidade de vacúolos. 
 
 Tanto a zona fascicular quanto a zona reticular estão envolvidas na 
produção de glicocorticóides (cortisona, hidrocortisona e corticoesterona) que 
participam do metabolismo das proteínas, gorduras e carboidratos. 
Normalmente ambas as zonas produzem certa quantidade de sexocorticóides 
(estrogênios e androgênios). A função da zona glomerular é controlada pelo 
equilíbrio de sódio e potássio e é independente da adenohipófise. O controle 
funcional das zonas fascicular e reticular é feito através do hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH) produzido por células cromófobas da 
adenohipófise. 
 
 Região medular – quando se utiliza fixadores contendo sais de cromo, 
os grânulos de catecolaminas, armazenados nas células da medular da 
adrenal, são oxidados, adquirindo uma cor marrom e, por isto, estas 
células são chamadas “células cromafins”. 
 As células cromafins são poliédricas, se dispõem em cordões ou 
aglomerados irregulares, separados por uma vasta rede de capilares 
sinusóides. Podem-se encontrar neurônios pós-ganglionares simpáticos 
isolados ou, ocasionalmente, em aglomerados entre as células cromafins, não 
sendo necessário identificá-los. 
 A função das células cromafins é a secreção de adrenalina e 
noradrenalina e o controle da secreção destas catecolaminas é feito por 
neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso simpático. 
 
 
 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
40 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
40 40 
 
 
 
 
 
6.4 PINEAL 
 
 A glândula pineal é um pequeno órgão sólido, de forma cônica, 
localizada na extremidade posterior do teto do terceiro ventrículo. 
 Em vertebrados inferiores, a pineal localiza-se próximo à superfície da 
pele onde funciona como órgão fotorreceptor; nestes animais a melatonina, 
hormônio secretado pela glândula, determina o clareamento da cor da pele. 
 Em mamíferos, a glândula possui muitas características histológicas que 
sugerem uma função endócrina ativa. 
 
Lâmina Nº81: PINEAL – H.E. 
Identificar: 
 Formações conjuntivas 
A – Cápsula – derivada da pia-máter envolve todo o órgão. 
B – Septos – derivam da cápsula, contêm vasos sanguíneos e dividem a 
glândula em lóbulos irregulares. 
 
 Parênquima – formado por pinealócitos e células gliais (astrócitos). 
A – Pinealócitos – é o tipo celular predominante, apresentando núcleo 
vesiculoso com nucléolo bem evidente. O citoplasma destas células em 
impregnações pela prata apresenta prolongamentos que terminam no tecido 
conjuntivo perivascular. Como as lâminas da coleção foram coradas pela H.E. 
e não pela prata, os prolongamentos citoplasmáticos não são visíveis. 
B – Células gliais (astrócitos) – circundam os pinealócitos e estão em 
contato com a lâmina basal perivascular, separando a maioria dos pinealócitos 
do espaço perivascular. Estas células são de difícil identificação, não sendo 
necessário fazê-lo. 
 
 
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 Frequentemente depósitos de sais de cálcio (concreções calcáreas, 
areia cerebral, corpora arenacea) ocorrem tanto no parênquima quanto nas 
formações conjuntivas. Estas concreções calcáreas, que aumentam com a 
idade, são fortemente basófilas, arredondadas ou irregulares. Em muitas 
lâminas da coleção, as concreções são numerosas e coradas em tom azulescuro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.5 HIPÓFISE 
 
 Situa-se na base do encéfalo, abaixo do hipotálamo, alojando-se na sela 
túrcica do osso esfenóide. É formada por duas partes embriológicas, 
histológicas, anatômicas e funcionalmente diferentes: adenohipófise e 
neurohipófise. 
 Os hormônios produzidos pela hipófise são classificados em dois grupos 
funcionais: 
A – Hormônios que agem diretamente sobre tecidos não endócrinos: 
hormônio do crescimento ou somatotrófico (STH), prolactina (LTH), hormônio 
antidiurético (ADH), oxitocina e hormônio melanotrófico ou hormônio 
estimulante dos melanócitos (MSH). 
B – Hormônios que regulam a atividade secretora de outras glândulas 
endócrinas: hormônio tireotrófico (TSH), hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH), hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). 
 A secreção de todos os hormônios hipofisários é controlada pelo 
hipotálamo através dos fatores de liberação (RF) e fatores de inibição (IF). A 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
42 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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atividade do hipotálamo na liberação destes fatores é controlada por “feedback” 
dos níveis de hormônios circulantes produzidos pelas glândulas controladas 
pela hipófise. 
 
Lâmina Nº78: HIPÓFISE – Hematoxilina crômica floxina 
Identificar utilizando a objetiva de pequeno aumento: 
 
1 – Adenohipófise 
- Parte distal ou Pars distalis ou lobo anterior; 
- Parte tuberal ou Pars tuberalis; 
- Parte intermédia ou Pars intermédia. 
2 – Neurohipófise 
- Infundíbulo ou pedículo neural: eminência mediana; haste infundibular. 
- Processo infundibular ou lobo neural ou Pars neural ou lobo posterior 
3 – Pedículo hipofisário – une a hipófise à base do diencéfalo e seus 
componentes são: eminência mediana, haste infundibular e parte tuberal da 
adenohipófise. 
 
Características histológicas: 
 Formações conjuntivas 
A – Cápsula – conjuntiva, formada da parte mais profunda da dura-máter. 
B – Estroma de sustentação – não visível na lâmina, rico em fibras 
reticulares, com grande rede de capilares sanguíneos. 
 
 Parênquima da adenohipófise 
Histologicamente classificada como glândula endócrina cordonal. 
1 – PARTE DISTAL – constituída por aglomerados e cordões de células 
que, de acordo com suas afinidades tintoriais, são classificadas em dois 
grupos: células cromófilas e células cromófobas. 
 
CÉLULAS CROMÓFILAS – subdividas em dois grupos: 
A – Células acidófilas ou alfa – são poliédricas, o núcleo ovóide e 
nesta preparação se coram em róseo- avermelhado. Produzem hormônios 
somatotrófico (STH) e prolactina (LTH) 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
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B – Células basófilas ou beta: células poliédricas, de dimensões 
variáveis. Na técnica utilizada se coram em azul, mas nas lâminas da coleção, 
aparecem mal coradas numa tonalidade acinzentada e em número 
relativamente pequeno. São produtoras dos hormônios tireotrófico (TSH), 
luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH). 
 
CÉLULAS CROMÓFOBAS – coram-se mal. São células menores, 
aparecendo como grupos com núcleos entre as células cromófilas. Acredita-se 
que a maior parte das células cromófobas sejam formas desgranuladas ou em 
repouso de células cromófilas, algumas células cromófobas produzem o 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). 
 
2 – PARTE TUBERAL – abraça a haste infundibular, formada por células 
pequenas, poliédricas e levemente basófilas. O significado funcional destas 
células é desconhecido. 
 
3 – PARTE INTERMÉDIA – situa-se adjacentemente ao lobo neural. 
Formada por células poliédricas basófilas, frequentemente formando cisto 
ou folículos contendo colóide. Produzem o hormônio melanotrófico (MSH) ou 
intermedina, que causa a expansão dos melanócitos em anfíbios e 
possivelmente estimula os melanócitos nos mamíferos. Separando a parte 
intermédia da parte distal, observar a cavidade residual da bolsa de Rathke. 
 
 Parênquima da neurohipófise 
Todas as partes da neurohipófise (eminência mediana, haste 
infundibular e processo infundibular ou lobo neural) têm estrutura semelhante 
com três componentes estruturais: 
A – FIBRAS NERVOSAS AMIELÍNICAS – axônios de neurônios, cujos 
corpos celulares se localizam nos núcleos supra ópticos e paraventriculares do 
hipotálamo. Descem pela eminência mediana, haste infundibular e se irradiam. 
B – Pituícitos – são células semelhantes em estrutura e função às 
células neurogliais do sistema nervoso central. Apresentam formas e 
dimensões variáveis. Na lâmina são identificadas por seus núcleos volumosos, 
alongados e de cromatina frouxa (mal corados em tom avermelhado). 
 
Bruno A. Soares / Jairo C. Abreu / José Carlos Nogueira / José Rafael Miranda /Suely de Fátima Costa 
 
 
44 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
44 44 
C – Neurossecreção – apresenta-se como grânulos pequenos isolados 
ou em aglomerados irregulares basófilos. Estes aglomerados de 
neurossecreção são denominados “corpos de Hering” e nas lâminas da coleção 
estão corados em azul escuro pela hematoxilina crômica. 
 A neurohipófise não secreta hormônios. Os hormônios antidiuréticos 
(ADH) e oxitocina produzidos por neurônios localizados nos núcleos supra 
ópticos e paraventriculares do hipotálamo descem pelos axônios até a 
neurohipófise onde são armazenados em porções dilatadas dos axônios. A 
liberação dos hormônios na corrente sanguínea é controlada por impulsos 
nervosos que descem do hipotálamo pelos axônios. Este processo é chamado 
“neurossecreção”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 - SISTEMA GENITAL MASCULINO 
 
 
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45 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
45 45 
 O sistema genital masculino apresenta as seguintes estruturas: 
 
 Gônadas: testículos 
 
 Vias espermáticas ou genitais: 
 Intratesticulares: 
- Túbulos retos 
- Rede Testicular (Rete testis) 
 
 Extratesticulares: 
- Epidídimo: dúctulos eferentes (cabeça); ducto epididimário 
(corpo e cauda). 
- Ducto deferente 
- Ducto ejaculatório 
- Uretra: parte pélvica; parte peniana. 
 Glândulas anexas: 
Vesículas seminais, próstata, glândulas bulbo-uretrais e parte glandular 
do ducto deferente (glândulas ampolares). 
 
 Órgão copulador: pênis. 
 
A – Lâmina Nº82: TESTÍCULO – T. Gomori 
 
Apresenta dois componentes estruturais: 
 
 FORMAÇÕES CONJUNTIVAS 
Albugínea – É uma cápsula conjuntiva, resistente, que envolve o órgão, 
rica em fibras colágenas, possuindo também fibras elásticas. Na sua espessura 
localizam-se ramos da artéria e veias testiculares. Algumas espécies (cavalo, 
cão, gato) possuem fibras musculares lisas. 
Septos conjuntivos – Apresenta disposição radial e situam-se entre a 
albugínea e o mediastino testicular; dividem o órgão em numerosos lóbulos. 
 
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46 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
46 46 
Mediastino testicular – condensação de tecido conjuntivo que em 
algumas espécies domésticas pode estar centralmente localizado. Aí se 
localizam parte dos túbulos retos e a rede testicular. 
Estroma intersticial – Dentro dos lóbulos, entre os túbulos seminíferos, 
encontra-se o estroma intersticial. É formado por conjuntivo delicado, contendo 
fibras reticulares, vasos sanguíneos e linfáticos,nervos, células do conjuntivo e 
ainda células intersticiais (ou de Leydig). 
Células intersticiais – Apesar de não pertencerem às formações 
conjuntivas, serão aqui descritas devido sua localização topográfica. Estas 
células formam aglomerados entre os túbulos seminíferos. Têm forma 
poliédrica ou esferoidal, citoplasma acidófilo e finamente vacuolizado (imagem 
negativa de lipídeos), com núcleo esferoidal e de cromatina frouxa. 
 
 PARÊNQUIMA EPITELIAL – O parênquima epitelial é representado 
pelos túbulos seminíferos. Estes, compactamente arrumados no interior 
dos lóbulos testiculares, têm disposição flexuosa ou enovelada, 
aparecendo nas preparações cortados em diferentes níveis 
(transversais, oblíquos, longitudinais e tangentes ao epitélio). 
 
Túnica própria – Envolve externamente os túbulos seminíferos. É de 
natureza fibroelástica, contendo 1 a 3 células alongadas, algumas com 
características de células musculares lisas (células mióides). 
Membrana basal – Somente bem evidente com a reação do PAS. 
Epitélio seminífero – É constituído por 2 linhagens celulares: células de 
sustentação (ou de Sertoli) e células espermatogênicas. 
- Células de sustentação – São células grandes, piramidais e alongadas, 
de contorno irregular, cujas bases largas se apóiam na membrana basal. 
Possuem núcleo grande vesiculoso, ovóide ou triangular, com nucléolo bem 
visível. Estas células são facilmente identificáveis nas preparações histológicas 
pela morfologia de seus núcleos, visto que seu citoplasma fica encoberto e 
comprimido pelas células espermatogênicas que nele se apóiam. 
- Células espermatogênicas – Várias células espermatogênicas, 
representando fases diferentes no desenvolvimento e diferenciação do 
espermatozoide, estão localizadas entre e sobre as células de sustentação. 
 
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47 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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Espermatogônias – São as células tronco da linhagem 
espermatogênica. Situam-se junto à membrana basal, são pequenas e 
esferoidais, com núcleo possuindo cromatina irregular em grumos finos ou 
grosseiros. Existem tipos de espermatogônias cujas diferenças morfológicas 
não serão aqui analisadas. Na puberdade sofrem mitoses originando novas 
espermatogônias ou param de se dividir, crescem e originam os 
espermatócitos. 
Espermatócitos primários – São facilmente identificáveis pelo seu 
maior aumento (crescimento) e pela individualização dos cromossomos em 
prófase meiótica (ou em outra fase). São células esferoidais, núcleo 
arredondado volumoso. São as maiores células da linhagem espermatogênica 
encontradas no epitélio seminífero. 
Espermatócitos secundários – São células pequenas com núcleos 
em interfase ou mitose e difíceis de serem identificadas nos cortes porque têm 
tempo de duração muito curto. 
Espermátides – Os espermatócitos secundários originam as 
espermátides. Estas não mais se dividem, são numerosas, pequenas e 
aparecem próximas ao lume tubular. De início sua forma é arredondada com 
núcleo central e de cromatina granular. Ao se alongarem sofrem modificações 
até se transformarem em espermatozoides, já soltos no lume dos túbulos 
seminíferos. A cabeça e colo alojam-se nas irregularidades do citoplasma das 
células de sustentação e a cauda ou tufos de caudas são mais visíveis no lume 
dos túbulos seminíferos. 
Espermatozóides – Morfologicamente constituído por cabeça e 
cauda, sendo esta última subdividida ao ME em colo, parte média, parte 
principal e parte terminal. Vale ressaltar que são considerados 
espermatozoides a partir do momento que as espermátides são soltas pelas 
células de sustentação no lume dos túbulos seminíferos. Corte histológico não 
é bom material para se estudar espermatozóide, estes deverão ser mais bem 
estudados em esfregaço de sêmen e em eletromicrografias. 
 
7.2 VIAS ESPERMÁTICAS 
 
 
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48 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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 VIAS ESPERMÁTICAS INTRATESTICULARES – São representadas 
pelos túbulos retos e rede testicular. 
Túbulos retos – São túbulos de conexão entre os túbulos seminíferos e a 
rede testicular. Apresentam-se revestidos por células prismáticas que se 
tornam cúbicas baixas nas proximidades da rede testicular. Eles podem ser 
observados em algumas lâminas. 
Rede testicular – Conjunto de túbulos anastomóticos, irregulares, 
revestidos por epitélio de altura variável, situados no mediastino testicular. 
 
 VIAS ESPERMÁTICAS EXTRATESTICULARES 
 As vias espermáticas extratesticulares são representadas pelo 
epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra. Estas vias transportam 
os espermatozóides e secreções produzidas pelos testículos e epidídimo. 
 
Epidídimo – Apresenta macroscopicamente 3 regiões: cabeça, corpo e 
cauda, sendo que esta última se continua com o ducto deferente. Os dúctulos 
eferentes ligam a rede testicular ao ducto epididimário. O órgão apresenta uma 
cápsula de conjuntivo denso envolvida pela lâmina visceral da túnica vaginal. 
Cabeça – É formada pelos dúctulos eferentes reunidos por 
conjuntivo delicado e bem vascularizado. Os dúctulos são revestidos por 
epitélio colunar ciliado, de altura variada (cúbico alternado com colunar), 
dando ao lume um aspecto franjado e irregular. 
Corpo e cauda – Os dúctulos eferentes desembocam em um 
ducto único que possui trajeto muito tortuoso e espiralado e se constitui 
no corpo e cauda do epidídimo, sendo denominado ducto epididimário. 
É revestido internamente por epitélio simples prismático 
pseudoestratificado com células basais. O epitélio apresenta longas 
microvilosidades apicais impropriamente denominadas estereocílios. 
Externamente, há uma lâmina própria conjuntiva, contendo fibras 
musculares lisas, vasos e nervos. No lume do ducto epididimário 
encontra-se quantidade variável de espermatozóides. 
 
Lâmina Nº83: EPIDÍDIMO – T. de Gomori 
 
 
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Identificar com pequeno aumento os envoltórios conjuntivos e as diferentes 
orientações de corte do ducto epididimário (corpo e cauda do epidídimo). 
 Observar as variações no diâmetro do ducto e a grande 
quantidade de espermatozóides armazenada no seu interior. 
 A parte periférica que possui parede mais espessa e lume 
pregueado corresponde ao início do ducto deferente. 
 Nesta lâmina não se observam os dúctulos eferentes (cabeça do 
epidídimo). 
 
Com maior aumento estudar os diferentes cortes do ducto epididimário de 
dentro para fora: 
 Epitélio – revestido por epitélio prismático, pseudo-estratificado, ou 
cúbico de altura variável, porém de aspecto regular. Na região apical 
apresentam projeções citoplasmáticas para o lume e próximo à 
membrana basal observam-se núcleos esferoidais das células basais. 
 Lâmina própria conjuntiva é bem vascularizada e inervada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina Nº84: DUCTO DEFERENTE – H.E. 
 
 O ducto epididimário se continua diretamente com o ducto deferente, o 
qual na sua porção terminal apresenta uma dilatação denominada ampola do 
ducto deferente (exceto no suíno e gato). Estruturalmente, o ducto deferente 
apresenta três camadas: mucosa, muscular e adventícia. 
 MUCOSA: apresenta variações regionais, mas de um modo geral é 
revestida por epitélio simples prismático, pseudo-estratificado com ou 
sem projeções apicais, apoiado sobre uma membrana basal. A lâmina 
própria conjuntiva é rica em fibraselásticas. 
 
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 TÚNICA MUSCULAR LISA com orientações variadas nas diferentes 
espécies. Nos mamíferos domésticos apresenta somente duas 
camadas, sendo a interna circular e a externa longitudinal. 
 ADVENTÍCIA é formada por tecido conjuntivo com numerosas fibras 
elásticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.3 DUCTO EJACULATÓRIO 
 
Na porção terminal da ampola do ducto deferente desemboca o ducto da 
vesícula seminal formando um ducto único, em muitos mamíferos, denominado 
ducto ejaculatório, que desemboca na uretra pélvica. Nos mamíferos 
domésticos existe um pequeno ducto ejaculatório no cavalo e ruminantes. Falta 
esta lâmina na caixa. 
 
7.4 FUNÍCULO (CORDÃO) ESPERMÁTICO 
 
Consiste em estruturas oriundas da cavidade abdominal pela migração 
testicular, através do canal inguinal, para o escroto. Apresenta-se constituído 
pelas seguintes estruturas: artéria testicular; veias testiculares (plexo 
pampiniforme); vasos linfáticos; ducto deferente; músculo cremáster; nervos; 
lâminas (folhetos) da túnica vaginal. 
 
Lâmina Nº84: FUNÍCULO (CORDÃO) ESPERMÁTICO – H.E. 
 
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 Em pequeno aumento identificar: 
Ducto deferente, artéria testicular, veias testiculares, nervos e músculo 
cremáster (estriado esquelético, cortado transversalmente). Os demais 
componentes descritos, o aluno não deverá se preocupar em identificá-los. Em 
algumas lâminas o ducto deferente foi cortado duas vezes (um corte situado no 
conjunto de estruturas do funículo e o outro fora dele). Com maior aumento 
estudar o ducto deferente, identificando de dentro para fora: mucosa, muscular 
e adventícia. 
 
 Mucosa – Revestida por epitélio simples prismático pseudo-estratificado 
com longas projeções apicais e células basais intercaladas; a lâmina 
própria é de conjuntivo elástico. 
 Muscular apresenta duas camadas de músculo liso bem definidas: 
interna circular e externa longitudinal. 
 Adventícia é rica em fibras elásticas, vasos e nervos. 
 
 
7.5 URETRA 
 
 A uretra masculina é uma via comum aos sistemas genital e urinário. 
Divide-se em parte pélvica e parte peniana; a parte pélvica por sua vez é, em 
algumas espécies (cavalo, cão e gato), dividida em uretra prostática e uretra 
membranosa. A uretra peniana será estudada com o pênis. 
 
 Uretra prostática – Compreende a parte que se estende da bexiga e 
atravessa a próstata. 
 Uretra membranosa – Consiste no restante da uretra pélvica e sua 
porção final relaciona-se com as glândulas bulbo-uretrais. Faltam 
lâminas de uretra pélvica na caixa. 
 Mucosa uretral – Forma pregas longitudinais que se achatam ou 
desaparecem durante a ereção e a micção. A parte prostática é 
revestida por epitélio estratificado de transição passando a estratificado 
prismático na parte final da uretra membranosa. A lâmina própria é 
 
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52 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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constituída por tecido conjuntivo denso, com fibras elásticas e 
musculares lisas, contendo formações linfóides. 
 A túnica muscular próximo ao colo da bexiga consiste de músculo liso 
orientado em 3 camadas (interna e externa longitudinais e a média 
circular). Ao nível da próstata, a maior parte do músculo liso circular 
torna-se estriado, o músculo estriado uretral, possuindo ao longo de toda 
uretra pélvica o músculo liso longitudinal da camada interna. A 
adventícia circunda a muscular e é formada por conjuntivo denso 
irregular ou frouxo. 
 
7.6 GLÂNDULAS ANEXAS 
 
Os mamíferos domésticos possuem as glândulas vesiculares (vesículas 
seminais), a próstata, as glândulas bulbo-uretrais e a parte glandular do ducto 
deferente. Todas as glândulas estão presentes nos equídeos, ruminantes e 
suíno. As glândulas vesiculares estão ausentes nos carnívoros. O cão só 
possui a próstata. 
 
7.6.1 Glândula Vesicular 
 
É uma glândula composta tubular ou túbulo-alveolar, apresentando um 
epitélio simples prismático pseudo-estratificado e pequenas células basais. 
A lâmina própria, de tecido conjuntivo frouxo, é bem vascularizada e se 
continua com os septos que podem dividir o órgão em lobos e lóbulos. A 
muscular apresenta disposição variável. Externamente, há uma adventícia de 
conjuntivo frouxo ou a serosa. 
 
Lâmina Nº106: GLÂNDULA VESICULAR – H.E. 
 
 Com o menor aumento observar a lobulação glandular, as numerosas 
porções glandulares (túbulo-alvéolos e túbulos) com secreção acidófila no 
lume, a espessa túnica muscular e o tecido conjuntivo da adventícia, 
externamente. 
 
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53 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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Com maiores aumentos, identificar os componentes estruturais de cada 
uma dessas partes: 
 Lóbulos são arredondados e delimitados por um tecido conjuntivo 
rico em fibras musculares lisas derivados da túnica muscular. 
Observar no interior dos lóbulos um conjuntivo mais delicado, com 
vasos, constituindo-se no estroma de sustentação. 
 Parênquima glandular (túbulos-alvéolos ou túbulos secretores) 
apresenta-se constituído por células prismáticas secretoras, 
algumas apresentando projeções apicais. 
 Células basais estão intercaladas na base e são diagnosticadas 
por seus núcleos esferoidais. 
 Túnica muscular é espessa e formada por camadas de difícil 
separação entre elas. 
 Adventícia de tecido conjuntivo denso irregular com vasos, 
nervos e fibras musculares esparsas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.6.2 Próstata 
 
É formada por glândulas tubulares ou túbulo-alveolares compostas cujos 
ductos principais desembocam na uretra pélvica. Nos mamíferos domésticos a 
glândula pode apresentar 2 partes: o corpo da próstata e a parte disseminada. 
O corpo da próstata é bem individualizado nos carnívoros e equinos, pouco 
pronunciado no bovino e suíno e ausente nos pequenos ruminantes. A parte 
 
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54 HISTOLOGIA VETERINÁRIA 
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disseminada é bem desenvolvida nos ruminantes e suínos. O corpo da próstata 
abraça a parte pélvica da uretra ou cobre parcialmente sua superfície dorsal, 
enquanto a parte disseminada localiza-se na lâmina própria da mucosa uretral. 
 
Lâmina Nº107: PRÓSTATA – H.E. 
 
 FORMAÇÕES CONJUNTIVO-MUSCULARES DE SUSTENTAÇÃO – 
são representadas por uma cápsula conjuntivo-muscular lisa da qual 
partem septos que penetram no interior da glândula e se continuam com 
o estroma. A cápsula, septos e estroma contêm numerosas células 
musculares lisas. 
 
 PARÊNQUIMA EPITELIAL – constituído por um conjunto de 
adenômeros túbulo-alveolares ramificados, formados por epitélio 
secretor cúbico ou prismático, podendo apresentar projeções apicais, 
possuindo secreção acidófila no seu interior. O epitélio dos ductos 
principais é estratificado. Estes ductos caminham em direção à uretra. 
Concreções concêntricas podem ser encontradas nos lumes 
glandulares. A parte glandular abraça parcialmente a uretra prostática. 
Esta apresenta uma mucosa pregueada longitudinalmente e revestida 
por epitélio de transição. A lâmina própria é de natureza conjuntiva e 
possui uma rica rede vascular. Ventralmente

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