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Fisiologia 1 Auditoria Contábil Yohans de Oliveira Esteves 1ª e di çã o Auditoria Contábil 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Yohans de Oliveira Esteves Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes & Christina Corrêa da Fonseca Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo Campus Niterói E79 Esteves, Yohans de Oliveira. Auditoria contábil / Yohans de Oliveira Esteves ; revisão Rafael Dias de Carvalho Moraes e Christina Corrêa da Fonseca. – Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2015. 178p. : il. Referências. Anexos. 1. Auditoria. 2. Auditoria - Metodologia. 3. Contabilidade - Normas - Brasil. 4. Fraude contábil. 5. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Fonseca, Christina Corrêa da. Título. CDD 657.45 Bibliotecária responsável: Ana Marta Toledo Piza Viana CRB 7/2224 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Auditoria Contábil 3 Pa l av ra da Rei tora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Auditoria Contábil 4 Auditoria Contábil 5 Sumário Apresentação da disciplina............................................................................................. 07 Plano da disciplina............................................................................................................. 09 Unidade 1 – Terminologia e conceitos iniciais.......................................................... 13 Unidade 2 – Estrutura das novas normas de auditoria............................................ 33 Unidade 3 – Conceito básico de auditoria e controle interno .............................. 53 Unidade 4 – Papéis de trabalho .................................................................................... 77 Unidade 5 – Planejamento, execução, amostragem de auditoria, evidência de auditoria e fraude........................................................................................................ 103 Unidade 6 – procedimentos de execução de auditoria e revisão analítica ....... 127 Unidade 7 – parecer de auditoria ................................................................................. 145 Considerações finais ........................................................................................................ 167 Conhecendo o autor ........................................................................................................ 168 Referências......................................................................................................................... 169 Anexos................................................................................................................................. 171 Auditoria Contábil 6 Auditoria Contábil 7 Apresentação da disciplina Prezado leitor, seja muito bem-vindo à disciplina Auditoria Contábil. Este material foi criado com o intuito de esclarecer a seus leitores os principais assuntos pertinentes à disciplina de Auditoria Contábil, de forma a proporcionar uma leitura agradável e baseada em conceitos didáticos fundamentais sobre o tema. Ao início de cada unidade de estudo, serão apresentados os principais temas e seus aspectos mais importantes. Serão demonstrados também os objetivos propostos e elencadas um conjunto de referências bibliográficas necessárias à consolidação do conhecimento acerca dos assuntos tratados. Após cada parte conceitual, escrita de forma clara, objetiva e direta, serão aplicados conjuntos de exercícios com o intuito de trazer o conteúdo para uma realidade de aplicação prática. Desta forma, espera-se proporcionar uma aliança entre a teoria e a prática tão importantes no processo de ensino e aprendizagem. A autonomia para leitura do material é toda sua! Contudo, sempre é importante o controle de seu ritmo de estudos e leitura para que a aprendizagem se torne cada vez mais prazerosa e motivadora. Como facilitador, procure sempre seguir o cronograma da disciplina, ele foi criado como condutor dos processos e direcionador das atividades. Nunca deixe de fazer as atividades ao fim de cada unidade, refletindo sobre suas respostas, acertos e erros. Da mesma forma, procure ler outros materiais como complemento ao aprendizado; jornais e revistas são sempre excelentes mecanismos de atualização. Auditoria Contábil 8 Auditoria Contábil 9Plano da disciplina A disciplina de Auditoria Contábil tem como objetivo principal possibilitar aos alunos conhecerem a legislação, o comportamento e ética profissional dos auditores, além de conhecerem também os papéis de trabalho, os tipos de pareceres e procedimentos dos auditores independentes. Para melhor entendimento e compreensão, o conteúdo foi dividido em sete unidades. Segue síntese de cada unidade com seus respectivos objetivos específicos. Unidade 1 – terminologia e conceitos iniciais Em nossa primeira unidade, conceituaremos os termos gerais relacionados à auditoria contábil, identificando sua origem e importância, tanto para a contabilidade, quanto para as empresas de um modo geral. A ideia é situar o leitor sobre a base do estudo da auditoria e sua fundamentação. Objetivo: conceituar os termos relativos à auditoria contábil e sua importância. Unidade 2 – estrutura das novas normas de auditoria A segunda unidade traz as principais normas relativas à auditoria e seu processo dentro do Brasil, identificando legislações e normas indicadas para seu exercício. Objetivo: compreender a importância das principais normas de auditoria aplicadas no âmbito nacional. Auditoria Contábil 10 Unidade 3 – conceito básico de auditoria e controle interno Em nossa terceira unidade, são demonstrados os conceitos básicos que fundamentam os processos de auditoria e de controle interno, identificando suas relações e aplicações dentro do processo contábil. Objetivo: apresentar os conceitos correlatos aos processos de auditoria e controle interno. Unidade 4 – papéis de trabalho A quarta unidade elucida quais são os papéis de trabalho de cada ente envolvido no processo de auditoria, seja interna ou externa, elucidando as formas de atuação e a importância de cada um envolvido no processo. Objetivo: identificar e compreender quais são os papéis de trabalho de cada envolvido em um processo de auditoria e suas correlações. Unidade 5 – planejamento, execução, amostragem de auditoria, evidência de auditoria e fraude A quinta unidade traz um apanhado geral acerca dos principais processos de auditoria existentes, perpassando desde os planejamentos necessários para sua realização, até as principais evidências e fraudes existentes. Objetivo: entender o processo de planejamento de uma auditoria, bem como entender seu processo e suas evidências. Unidade 6 – procedimentos de execução de auditoria e revisão analítica Nesta sexta unidade, são explorados os procedimentos de execução de uma auditoria contábil, buscando identificar seus principais pontos de atenção e processos chave. Objetivo: delimitar os processos de execução de uma auditoria contábil através de uma revisão analítica de suas bases. Auditoria Contábil 11 Unidade 7 – parecer de auditoria Nossa sétima e última unidade tem a função de esclarecer e desmistificar os componentes e os tipos de pareceres de auditoria, que são comumente utilizados nas empresas, dando ao leitor uma real visão do que acontece no mercado através de modelos indicativos. Objetivo: entender o processo de elaboração de um parecer contábil, identificando os pontos necessários e sua correta formatação. Bons Estudos! Auditoria Contábil 12 Auditoria Contábil 13 Terminologia e Conceitos Iniciais 1 Auditoria Contábil 14 Nesta unidade, você vai identificar os termos gerais relacionados à auditoria contábil, identificando sua origem e importância, tanto para a contabilidade, quanto para as empresas de um modo geral. Objetivos da unidade: Entender os principais conceitos aplicados à auditoria e sua origem; Compreender a importância destes conceitos para a contabilidade, e para os demais interessados na informação contábil; Aplicar estes conceitos em atividades disciplinares para entendimento do arcabouço teórico referente à auditoria; Desenvolver o entendimento e a compreensibilidade deste assunto, possibilitando ao aluno uma visão ampla da utilização e importância da auditoria para os credores, investidores, acionistas, sócios, diretores, governo, e outros envolvidos no processo; Definir, analisar e interpretar estes conceitos para correta utilização na vida profissional, acadêmica e científica. Plano da unidade: Origem e importância da auditoria. Conceitos gerais. Tipos de auditoria. Órgãos e regulamentação. Normas brasileiras de auditoria. Bons estudos! Auditoria Contábil 15 Origem e Importância da Auditoria A auditoria tem sua origem atribuída a antiga Suméria aproximadamente em 2600 a.C., quando os proprietários que confiavam seus bens à guarda de terceiros, conferiam ou mandavam conferir os rendimentos auferidos (SÁ, 1994). Porém ficou mais notória e evolui do séc. XV em diante. Assim o Clero, a Burguesia presente em Veneza e as Grandes Descobertas foram fatores decisivos na manutenção desta atividade. O termo auditor, como hoje é conhecido, surge na Inglaterra durante o reinado de Eduardo I. Ele próprio mandou verificar as contas do testamento de sua falecida esposa. A aprovação desses auditores é atestada em um documento que constitui um dos primeiros relatórios de auditoria, denominado "probatur sobre as contas". Desde então a auditoria vem evoluindo e tomando a forma como hoje é conhecida. Contudo, embora seja uma ação específica da contabilidade, a auditoria está intimamente ligada aos princípios contábeis gerais, sendo tratada de forma específica, conforme se pode observar na figura 01. Figura 01 – Princípios de Contabilidade. Conselho Federal de Contabilidade Ibracon, CVM, e USP Princípio: Princípios efetivos: Da Competência Realização da receita e confrontação da despesa Do Registro pelo valor original Custo histórico como base de valor Convenções Prudência Conservadorismo Oportunidade Materialidade Fonte: Elaborado pelo próprio Autor. Auditoria Contábil 16 Como não é objeto desta unidade abordar de forma complexa os princípios de Contabilidade iremos comentá-los para prévio conhecimento destes. As resoluções 750 e 774 do CFC normatizam seu entendimento. Para Araújo (2005), os princípios contábeis têm a seguinte definição: Postulados: São dogmas, premissas e assertivas que não precisam ser demonstrados, comprovados e evidenciados, pois existem entre a área acadêmica e o mercado (ambiente profissional) com uma aceitação geral e basilar, sem questionamento entre estes. Entidade: No campo contábil, parte-se do pressuposto de que sempre terá uma pessoa seja ela física ou jurídica para fazer a contabilidade e a essa pessoa classifica-se em entidade contábil. Continuidade: Parte-se do pressuposto de que essa entidade tem uma vida estabelecida por prazo indeterminado, ou seja, que representa um empreendimento em andamento, em continuidade. Princípios: Conjunto de regras necessárias para a execução do sistema contábil, sem estes não existirá a possibilidade de fazer uma Demonstração Financeira, análise ou qualquer outra atividade concernente a Contabilidade. Custo histórico como base de valor: Os registros contábeis são realizados por seu custo de aquisição ou de fabricação, ou seja, pelos gastos realizados para comprar ou fabricar determinado bem. Isto é, o valor contábil é o valor que está expresso na nota fiscal de compra, seja isto para bens ou serviços. Denominador comum monetário: A avaliação monetária torna homogêneos e iguais itens relativos a valores financeiros e agrega diferentes itens em um denominador comum monetário,num único relatório, ou seja, padroniza a unidade monetária a ser utilizada para avaliação e compreensão das Demonstrações analisadas. Auditoria Contábil 17 Realização das receitas: Evidencia o momento em que se deve reconhecer a receita, contabilizando-a a partir deste. De maneira geral, é o momento da transferência do bem ou serviço para o cliente, ou seja, no instante da entrega de ativo, bem ou direito. Confrontação das despesas: após a identificação exata da receita, faz-se um esforço de associar (ou confrontar) toda a despesa sacrificada para a obtenção daquela receita. Essência econômica sobre a forma jurídica: A forma jurídica pode deixar de retratar a essência econômica; nesse caso prevalecerá a essência econômica. Convenções: estabelecem limites no procedimento de atuação do profissional contábil. Objetividade: os registros contábeis deverão ter suporte em documentação gerada nas transações ou evidências que possibilitem a avaliação. Materialidade: considera que toda informação contábil tem um custo e só seria válido executar tal informação se o benefício representasse um valor maior que o custo da informação preparada pela contabilidade. Consistência: uma vez adotado certo critério contábil, dentro dos vários igualmente aceitos e relevantes, não deverá ser mudado sem um motivo de força maior e em períodos apropriados para tal alteração. Conservadorismo: uma boa conduta contábil será sempre a de se resguardar, para não criar expectativas futuras com alto grau de risco. Conceito de auditoria e sua importância Conforme Almeida (2014), a auditoria surgiu como parte do processo evolutivo do sistema capitalista. Ainda segundo o autor, antes as empresas tinham características em ser fechadas e pertenciam a grupos familiares. Com a necessidade de investimentos, as empresas abriram capital, dado a evolução da globalização e dos mercados emergentes. Assim, as empresas e os investidores começaram a se organizar, passando a ter maior necessidade de controle, desta forma, a auditoria passou a ser algo não apenas relevante, mas necessário nas empresas. Auditoria Contábil 18 Para Jung (1999), a origem da auditoria remonta 2.600 AC. Mais especificamente na suméria, porém, evoluiu como trabalho e ciência a partir do século XV. A palavra auditor tem seu significado na língua portuguesa (aquele que ouve, ou seja, ouvinte), mas em inglês “to audit” em (examinar, ajustar, corrigir e certificar) (ATTIE, 2006). Cabe salientar que este termo não é privilégio exclusivo da contabilidade sendo usados em diversas atividades que têm por objetivo situações semelhantes. Contudo, o termo auditor contábil, no Brasil, só pode ser assumido por profissional devidamente registrado no respectivo Conselho Regional de Contabilidade de seu Estado, sendo, portanto, ocupação exclusiva do profissional contábil. Assim, o auditor contábil precisa seguir fielmente os preceitos contábeis, sendo que alguns fatores têm destaque e atenção especial: I. Método de Partidas dobradas; II. A vontade, desejo e necessidade do homem controlar o capital e seu excedente; III. A escrita mercantil foi reconhecida como especialização, em Veneza, onde estava localizado o colégio de Contadores em 1581; IV. A revolução industrial na Inglaterra com o aumento da complexidade do entendimento da problemática contábil; V. A Evolução das operações e atividades empresariais; VI. A complexa engrenagem dos sistemas de contabilidade. Porém, o que fica unânime entre os autores e pensadores da contabilidade com relação à auditoria moderna é que, para estes, sua origem se deu na Inglaterra, berço efetivo desta técnica contábil. Auditoria Contábil 19 Para Ribeiro (2011), o conceito de auditoria pode ser assim estabelecido: Auditoria é uma técnica contábil que surgiu da necessidade de se garantir a veracidade das informações derivadas dos registros contábeis [...] Auditoria é uma técnica contábil que consiste na verificação da exatidão e fidedignidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis, por meio do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos contábeis que deram origem a eles. Depreende-se disto que o entendimento da auditoria possibilita uma visão holística do funcionamento das empresas, dando margem a melhorias, padronizações de processos e mudanças de entendimento em várias situações que envolvam aspectos operacionais, financeiros, estratégicos e táticos. A auditoria no Brasil teve alguns fatores importantes que merecem destaque, tais como: I. Lei 4.728.65, que disciplinaria o Mercado de Capitais II. Reconhecimento da auditoria como profissão, 1972, com a criação das normas de auditoria geralmente aceitas, elaboradas pelo BACEN (Banco Central do Brasil), IAIB (Instituto de Auditores Independentes do Brasil atualmente representado como IBRACON) e CFC (Conselho Federal de Contabilidade) III. Lei 6.404.76 – Lei das Sociedades por Ações IV. Lei 6.365,76 – Criação da CVM; V. Harmonização das normas internacionais de auditoria em 2010. Auditoria interna Segundo Almeida (2012), pode-se definir auditoria interna como uma adequação dos controles de processos, procedimentos e melhorias, implantados mediante controle interno supervisionado por determinado setor da empresa. Ou seja, a auditoria interna é realizada dentro da mesma instituição objeto da Auditoria Contábil 20 auditoria, sendo conduzida por equipe de auditores própria e designada para este fim. Desta forma todas as atividades, processos, procedimentos que forem objeto de auditoria tem que ser controlado, revisado e validado por este. Ainda para o autor, esta é desenvolvida pelo auditor interno, destacando como objetivo: I. Verificação de normas; II. Verificação da necessidade de aprimoramento das normas em vigor; III. Verificação das novas normas internas; IV. Realização de auditorias das demonstrações contábeis nas diversas áreas operacionais. Dentre as normas de auditoria pode se destacar as seguintes: I. NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes. II. NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração. III. NBC TO 01 – Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão (3000). IV. NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. V. NBC TA 210 – Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria. VI. NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis. VII. NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, concernentes a Auditoria de Demonstrações Contábeis. Auditoria Contábil 21 Auditoria externa É realizada por contador devidamente registrado no Conselho Federal de Contabilidade. De acordo com Ribeiro (2011), sua responsabilidade é designada por exprimir uma opinião tendo as demonstrações financeiras das empresas como objeto e sendo a base de sua realização estar em acordo com os princípios de contabilidade. Ainda para o autor, estas devem ser realizadas mediante verificação e exatidão nas informações, para melhor entendimento, segue o conceito do autor sobre o tema: [...] verifica a exatidão e fidedignidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis, por meio de exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos que deram origem a eles, em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes (importantes). Corroborando e complementando a definição anterior, para Almeida (2012), a auditoria externa é realizadapor profissional contábil devidamente registrado no CFC que tenha autorização mediante prova de conhecimentos específicos realizados junto à certificadora IBRACON/CFC, para realização da atividade de auditoria externa. Cabe ainda salientar que para tal, o profissional precisa ainda exercer ou ter exercido durante 5 anos serviços de auditoria independente junto a empresas que atuem neste ramo de trabalho. Abaixo, no quadro 01, segue as principais características e diferenças entre o trabalho do auditor interno e externo: Quadro 01 – Comparação entre auditoria interna e externa. Auditor interno Auditor Externo Trabalha na empresa a ser auditada Não tem vínculo de trabalho Grau de independência reduzido Grau de independência total Principais objetivos: Verifica se as normas são acatadas Verifica a possiblidade de aprimoramento das normas internas vigentes Verifica a possibilidade de implantação e novas normas internas Realização de auditoria das demonstrações contábeis em diversas áreas da empresa Principal objetivo: Emitir parecer sobre as demonstrações financeiras se estas representam a situação econômica e financeira e se estas estão em conformidade com os princípios de contabilidade. Fonte: Adaptado de Almeida (2012). Auditoria Contábil 22 Principais órgãos que regulamentam a profissão de auditoria Um dos principais norteadores do trabalho do auditor, e do profissional contábil de um modo geral, são as deliberações contidas no Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Nele, estão contidos os principais regulamentos e normas que servem de guia para o dia a dia do profissional da contabilidade. Segundo Almeida (2012), existem uma relação de órgãos a que se compete à regulamentação e a normatização dos procedimentos de auditoria, sendo eles: CFC e CRC – Conselho Federal de Contabilidade, e Conselho Regional de Contabilidade, criados pelo Decreto lei 9.295.46, tendo como principal finalidade registro e fiscalização da profissão contábil, bem como emissão de normas e procedimentos. Audibra - Instituto de auditores internos do Brasil. Fundado em 20.11.60, tem como finalidade promoção de assuntos relativos à auditoria interna, bem como sua aplicação e entendimento. CPC – Comitê de pronunciamentos contábeis; foi criado com a iniciativa dos seguintes órgãos, criado pela Resolução CFC 1.055.05, tendo como premissa emitir e preparar os pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade, divulgando sua forma de elaboração, abaixo os órgãos que o implementam: ABRASCA; APIMEC NACIONAL; BOVESPA; Conselho Federal de Contabilidade; FIPECAFI; IBRACON. Auditoria Contábil 23 Suas principais atribuições são: Elaborar entendimento sobre as normas de convergência contábil, seja para fins de reduzir custos, riscos, para fins de análise, decisões, seja para entendimento profissional. Ser o ponto focal da emissão de normas no Brasil. Responsável em transmitir as informações produzidas de forma democrática aos contadores, auditores, usuários da informação contábil. Normas Brasileiras de Auditoria O Brasil, a fim de regulamentar o processo de auditoria em sua jurisdição, adota um conjunto de normas técnicas que seguem os requisitos internacionais mais importantes. Dado a extensão de tais normas não é premissa do presente conteúdo comentar cada uma delas, porém, apenas seu escopo, pois é parte integrante para entendimento, elaboração, planejamento, organização e desenvolvimento dos trabalhos de auditoria por parte do auditor, e demais integrantes neste processo, ou seja, empresa, usuário, auditor, e empresa de auditoria. Conforme Almeida (2012), as Normas de auditoria internacionais utilizadas no âmbito nacional são as seguintes: NBC TA 200 – Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria. NBC TA 210 – Concordância com os termos do trabalho de auditoria NBC TA 220 – Controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis. NBC TA 230 – Documentação de auditoria. NBC TA 240 – Responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. Auditoria Contábil 24 NBC TA 250 – Consideração de leis e regulamentos na auditoria de demonstrações contábeis. NBC TA 260 – comunicação com os responsáveis pela governança NBC TA 265 – comunicação de deficiências de controle interno NBC TA 300 – Planejamento da auditoria de demonstrações contábeis NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente NBC TA 320 – Materialidade no planejamento e na execução da auditoria. NBC TA 330 Resposta do auditor aos riscos avaliados. NBC TA 402 – Considerações de auditoria para a entidade que utiliza organização prestadora de serviços. NBC TA 450 – Avaliação das distorções identificadas durante a auditoria. NBC TA 500 – Evidência de auditoria. NBC 501 – Evidência de auditoria, considerações específicas para itens selecionados. NBC TA 505 – Confirmações externas NBC TA 510 – Trabalhos iniciais, saldos iniciais. NBC TA 520 – Procedimentos analíticos. NBC TA 530 – Amostragem em auditoria. NBC TA 540 – Auditoria de estimativas contábeis, inclusive do valor justo e divulgações relacionadas. NBC TA 550 – Parte relacionadas. NBC TA 560 – Eventos subsequentes. NBC TA 570 – Continuidade operacional. NBC TA 580 – Representações formais. NBC TA 600 – considerações especiais, auditorias de demonstrações contábeis de grupos, incluindo o trabalho dos auditores dos componentes. Auditoria Contábil 25 NBC TA 610 – Utilização do trabalho de auditoria interna. NBC TA 620 – Utilização do trabalho de especialistas. NBC TA 700 – Formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis. NBC TA 706 – Parágrafos de ênfase e de outros assuntos no relatório do auditor independente. NBC TA 710 – Informações comparativas, valores correspondentes e demonstrações contábeis comparativas NBC TA 720 – Responsabilidade do auditor em relação a outras informações incluídas em documentos que contenham demonstrações contábeis auditadas. NBC TA 800 – Considerações especiais, auditorias de demonstrações contábeis elaboradas de acordo com estruturas de contabilidade para propósitos especiais. NBC TA 805 – Considerações especiais, auditoria de quadros isolados das demonstrações contábeis e de elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis. NBC TA 810 – trabalhos para a emissão de relatório sobre demonstrações contábeis condensadas. NBC TR 2400 – Trabalhos de revisão de demonstrações contábeis. NBC TR 2410 – Revisão de informações intermediárias executada pelo auditor da entidade. Auditoria Contábil 26 Leitura complementar: ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria um curso moderno e completo. 8ª Edição. São Paulo. Editora Atlas 2012. ALMEIDA, Leonardo Soares Francisco de. Uma abordagem do eva como análise econômica no setor da indústria da construção civil: estudo documental das vantagens e desvantagens de sua aplicabilidade. Niterói, RJ: [s.n.], 2012. Dissertação (Mestrado) - Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal Fluminense, 2013. RIBEIRO, Osni Moura. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva 2011. Nesta unidade, você estudou as terminologias e conceitos da auditoria contábil, entendendo as principais nomenclaturas utilizadas e o papel de cada um dos itens no processo. Na próxima unidade, você irá estudar a estrutura das normas de auditoriae como elas se relacionam. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Auditoria Contábil 27 Exercícios – unidade 1 1.Classifique as alternativas em verdadeiras ou falsas: a) ( ) Auditoria é uma técnica contábil que surgiu da necessidade de se garantir a veracidade das informações derivadas dos registros contábeis. b) ( ) A Auditoria Interna é de realização exclusiva de auditores pertencentes ao quadro de empregados da organização auditada. c) ( ) O objetivo da auditoria varia em função do objeto auditado. d) ( ) Com o ingresso das organizações multinacionais no território brasileiro, bem como em decorrência da abertura dos capitais das grandes organizações brasileiras que passaram a negociar seus títulos em bolsas de valores, os procedimentos de contabilidade e de auditoria praticados no Brasil precisaram se ajustar aos padrões internacionais. e) ( ) Entre as Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais destacam- se as de Auditoria Independente, identificadas como “NBC TA”. f) ( ) O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança dos usuários em relação ao objeto. 2.Para atuar como auditor independente, a profissional precisa: a) Ser bacharel em ciências contábeis. b) Estar devidamente registrado no CRC, como contador. c) Estar devidamente registrado no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI). d) Atender às exigências contidas nas letras “a” a “c”. e) N.D.A Auditoria Contábil 28 3.A atividade Programada formal e reconhecida pelo CFC, visando a manter, atualizar e expandir os conhecimentos técnicos, indispensáveis à qualidade e ao pleno atendimento das normas que regem o exercício da atividade de auditoria de demonstrações contábeis, é: a) Exigência específica para os profissionais que atuam nas funções de auditoria interna. b) Educação Profissional Continuada. c) Exigência requerida para o ingresso do auditor no audibra. d) Exigência requerida para o ingresso do auditor na CVM. e) NDA 4.O estado cujas obrigações ou interesses da entidade de auditoria são suficientemente isentos dos interesses da entidade para permitir que os serviços sejam prestados com objetividade é: a) Ceticismo. b) Integridade c) Independência d) Sigilo Profissional e) Todas as alternativas. 5.A obrigação do auditor independente de não revelar, em nenhuma hipótese as informações que obteve e tem conhecimento em função de seu trabalho na entidade auditada é: a) Objetividade. b) Integridade c) Independência d) Sigilo Profissional e) Todas as alternativas. Auditoria Contábil 29 6.O profissional, ao cumprir as leis e os regulamentos pertinentes e evitar qualquer ação que desacredite a profissão, está agindo de acordo com o princípio ético: a) Objetividade. b) Integridade c) Comportamento Profissional d) Sigilo Profissional e) Zelo 7.A emissão de relatórios imparciais em relação à entidade auditada, aos acionistas, aos sócios, aos cotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estar relacionadas com o trabalho de Auditoria se dá devido: a) Independência b) Integridade c) Comportamento Profissional d) Sigilo Profissional e) Zelo 8.classifique as alternativas em verdadeiras ou falsas: ( ) No Brasil, há exigência de formação específica em ciências contábeis para exercer as funções de auditor interno. ( ) para atuar como um auditor independente, basta que o profissional interessado, bacharel em Ciências Contábeis, esteja devidamente registrado como contador em Conselho Regional de Contabilidade. Auditoria Contábil 30 ( ) A Lei 6.404/76 entre outras funções normatiza as práticas contábeis e estabelece a auditoria externa obrigatória para empresas de grande porte e capital aberto. ( ) As normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) se dividem entre Normas Técnicas e Normas Profissionais. ( ) os órgãos nacionais relacionados com os auditores são: CVM; Ibracon; CRC; IFAC e Audibra. ( ) A CVM foi fundada em 1976 e funciona como um órgão fiscalizador do mercado de capitais no Brasil. ( ) O Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946 cria O Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade (CFC e CRC). ( ) é função da Câmara de Desenvolvimento Profissional divulgar edital com a antecedência mínima de 60 (sessenta) dias da realização do mesmo, inclusive o conteúdo programático a ser exigido. ( ) será aprovado no exame de qualificação técnica o candidato que obtiver no mínimo 50% (cinquenta por cento) dos pontos gerais da prova, sendo estes 30% da parte conteudística direta. 9.Quais entidades integram o CPC no Brasil? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Auditoria Contábil 31 10.Quais são as três classificações do auditor? Comente sobre cada uma. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Auditoria Contábil 32 Auditoria Contábil 33 Estrutura das Novas Normas de Auditoria 2 Auditoria Contábil 34 Nesta unidade, você vai perceber as principais normas relativas à auditoria e seu processo dentro do Brasil, identificando legislações e normas indicadas para seu exercício. Objetivos da unidade: Definir, analisar e interpretar os conceitos relativos às normas de auditoria para sua correta utilização na vida profissional, acadêmica e científica. Compreender a importância destas normas tanto para os auditores quantopara os demais interessados na informação contábil; Aplicar o conhecimento adquirido através de estudos dirigidos relativos às novas normas de auditoria. Plano da unidade: Norma brasileira de auditoria. Principais componentes. Conteúdos. Normas correlatas. Bons estudos! Auditoria Contábil 35 Para Almeida (2012), a NBC TA 200 se refere à responsabilidade geral do auditor independente na condução da auditoria das demonstrações contábeis, tendo como padrão estar “conforme” as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Esta norma, expõe, explica e possibilita ao auditor independente na execução do seu trabalho elaborar, conduzir e realizar de forma tempestiva, segura e padronizada sua atividade, atingindo assim seus objetivos. Por normas de auditoria são entendidas as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão contábil, em todos os países, com o objetivo de regulação e diretrizes a serem seguidas por esses profissionais no exercício de suas funções. Elas estabelecem conceitos básicos sobre as exigências em relação à pessoa do auditor, à execução de seu trabalho e ao parecer que deverá ser por ele emitido. Embora na maioria das vezes as normas de auditoria sejam meros guias de orientação geral, e não um manual analítico de procedimentos a serem seguidos pelo auditor, elas fixam limites nítidos de responsabilidades, bem como dão orientação útil quanto ao comportamento do auditor em relação à capacitação profissional e aos aspectos requeridos para a execução de seu trabalho. À medida que as necessidades determinam a aplicação de novas normas que são aceitas pela profissão contábil, elas passam a ser designadas normas usuais de auditoria ou normas de auditoria geralmente aceitas. Neste sentido, o processo de padronização dos trabalhos de auditoria, seguiu o processo de padronização da contabilidade, realizado a partir de 2010, uma vez que os princípios de contabilidade são as ferramentas que viabilizam ao auditor independente executar seu trabalho. Assim, pode-se destacar a partir do processo de convergência às normas internacionais, a atuação das 11.638.07, 11.941.09 e 12.973.14 como norteadores do processo de auditoria. Abaixo, seguem os principais itens a serem abordados no Brasil e no Mundo como fatores influenciadores da normatização e padronização contábil: Efeito da Globalização; Efeitos Inflacionários; Leis fiscais e outras com estas responsabilidades; Participação e grau de investimentos; Padronização da terminologia contábil em linguagem universal; US GAAP x IFRS, US GAAP x ISA. Auditoria Contábil 36 Para o melhor entendimento das normas expostas, segue quadro resumo: Quadro 01 Código de Ética Código de ética Normas Brasileiras de Contabilidade Contabilidade Auditoria e Asseguração Auditoria Interna Perícia Pr of is si on ai s NBC PG Normas Profissionais do Auditor independente NBC PA Normas profissionais do auditor interno NBC PI Normas profissionais do Perito NBC PP Té cn ic as NBC TG NBC TSP NBC TA NBC TR NBC TO NBC TSC NBC TI NBC TP Fonte: Adaptado de FIPECAFI, (2015). Elaborado: Pelo Próprio Autor (2015). Como pôde ser percebida, a auditoria está fundamentada a partir de um código de ética o qual, a partir dele, se ramificam as demais normas da conduta contábil. Sobre esta correlação, segue o entendimento (FIPECAFI, 2015): IESBA CODE (International Ethics Standards Boards for accoutants) substitui o código de ética da IFAC e o código de ética do profissional da contabilidade, mas especificamente, partes A, B e C. Assim distribuídas: Auditoria Contábil 37 Parte A NBC PG 100 – Introdução e princípios fundamentais NBC PG 110 – Integridade NBC PG 120 – Objetividade NBC PG 130 – Competência profissional e devido zelo NBC PG 140 – Confidencialidade NBC PG 150 – Comportamento Profissional Parte B Contador que atua em auditoria Seção 290 – Independência – com aplicação nos trabalhos de auditoria e revisão de demonstrações financeiras Seção 291 – com aplicação nos trabalhos de asseguração NBC PG – 200 – Introdução NBC PG – 210 – Nomeação de profissionais NBC PG – 220 – Conflito de interesse NBC PG – 230 – Segundas opiniões NBC PG – 240 – Honorários e outros tipos de remunerações NBC PG – 250 – Marketing e outros serviços profissionais NBC PG – 260 – Presentes e hospitalidades NBC PG – 270 – Custódia de ativos de clientes NBC PG – 280 – Objetividades Parte C Contador que não atua em auditoria independente. Auditoria Contábil 38 As várias normas contábeis ligadas à auditoria têm, cada uma delas, suas funções específicas. Conforme Almeida (2012), as normas de auditoria têm sua aplicabilidade, finalidade e entendimento, neste sentido, a seguir abordaremos estes quesitos aplicados às principais normas de auditoria. NBC TA 210 – Concordância com os termos do trabalho de auditoria Aplicação – Trata dos termos das responsabilidades do auditor; Finalidade – Mensurar o limite e escopo da responsabilidade do auditor no trabalho de auditoria; Entendimento – Visa dimensionar o que é responsabilidade a ser administrada pelo auditor no exercício de seu trabalho. NBC TA 220 – Controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis. Aplicação – Trata das responsabilidades do auditor; Finalidade – Controle da qualidade da auditoria das demonstrações contábeis; Entendimento – A empresa que realiza o trabalho de auditoria tem que garantir a qualidade do serviço mediante sistema de controle de qualidade. NBC TA 230 – Documentação de auditoria. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor em elaborar os documentos de auditoria; Finalidade – Tais documentos devem atender a normas específicas; Entendimento – Elaboração da documentação acatando os procedimentos de auditoria. Auditoria Contábil 39 NBC TA 240 – Responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor em assuntos relativos a fraude nas demonstrações contábeis; Finalidade – Identificar e avaliar riscos relevantes no processo de auditoria; Entendimento – Responsabilidade do auditor quanto à fraude na execução do trabalho de auditoria mediante adoção de entendimento da entidade e seu ambiente empresarial (partes relacionadas). NBC TA 250 – Consideração de leis e regulamentos na auditoria de demonstrações contábeis. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor pela aplicação das leis e regulamentos na execução do trabalho de auditoria nas demonstrações contábeis; Finalidade – Acatar as leis e regulamentos para aplicabilidade do trabalho de auditoria para correta apresentação destas; Entendimento – Utilização do arcabouço teórico, para fundamentar os procedimentos de auditoria na utilização das normas, procedimentos e leis concernentes a este, para evitar multas, litígios, consequências negativas relativas ao patrimônio das empresas. NBC TA 260 – comunicação com os responsáveis pela governança. Aplicação – Trata da comunicação do auditor com os responsáveis pela governança da empresa; Finalidade – Canal de comunicação para contato com a governança da empresa. Entendimento – Representa o canal entre a auditoria e a governança que determina quais os pilares operacionais, táticos e estratégicos a serem seguidos pela entidade. Esta detém o conhecimento macroda empresa e formaliza as informações, dando qualidade e segurança a estas no processo decisorial. Auditoria Contábil 40 NBC TA 265 – comunicação de deficiências de controle interno. Aplicação – Trata da comunicação entre auditor e governança quanto das deficiências encontradas no controle interno operacional; Finalidade – Canal existente mediante adoção legal para comunicação formal entre a auditoria e a governança, padronizando procedimentos, contatos relativos a administração da empresa; Entendimento – Canal que existe para ser utilizado no exercício do trabalho de auditoria para informar a governança da necessidade de melhoramento do controle interno, seja mudança à adequação deste. NBC TA 300 – Planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor no planejamento de auditoria; Finalidade – Definição de estratégia na execução do planejamento de auditoria; Entendimento – Ao auditar é preciso realizar um planejamento prévio da execução do trabalho de auditoria isto envolve algumas premissas abaixo se destaca: Atenção plena as áreas importantes no trabalho de auditoria; Identificar, organizar, selecionar, supervisionar coordenar o trabalho, a equipe, os membros na execução de cada etapa no processo do trabalho de auditoria. NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor em identificar e avaliar riscos de distorção; Finalidade – Encontrar riscos relevantes nas demonstrações contábeis; Entendimento – O objetivo é identificar o risco e avaliar a distorção nas demonstrações contábeis. Auditoria Contábil 41 NBC TA 320 – Materialidade no planejamento e na execução da auditoria. Aplicação – Trata da responsabilidade de aplicar o conceito de materialidade no planejamento e na execução de auditoria; Finalidade – Encontrar distorções, omissões, julgamentos sobre materialidade e assuntos relevantes com variações significativas; Entendimento – O objetivo é identificar a materialidade, trata-la adequadamente mediante o entendimento das distorções, omissões e julgamentos sobre materialidade através da identificação das variações encontradas. NBC TA 330 - Resposta do auditor aos riscos avaliados. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor em planejar e implementar respostas aos riscos e distorções; Finalidade – Identificar e tratar estes riscos e distorções considerando a NBC TA 315; Entendimento – O objetivo e obter evidência de auditoria apropriada com relação aos riscos avaliados para conseguir respostas. NBC TA 402 – Considerações de auditoria para a entidade que utiliza organização prestadora de serviços. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor em obter evidências para organizações prestadoras de serviços; Finalidade – Tem por finalidade aplicar as NBC’s TA 315 E 330 para compreensão da entidade prestadora de serviço; Entendimento – Visa coletar evidências relativas a entidades prestadoras de serviço incluindo o entendimento do controle interno destas. Auditoria Contábil 42 NBC TA 450 – Avaliação das distorções identificadas durante a auditoria. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor em avaliar o efeito de distorções; Finalidade – Corrigir estas distorções; Entendimento – O objetivo é corrigir as distorções encontradas nas demonstrações contábeis utilizando também o entendimento da NBC TA 700 que será mais bem explanado a frente. NBC TA 500 – Evidência de auditoria. Aplicação – Trata da constituição de evidência de auditoria no processo de auditoria das demonstrações contábeis; Finalidade – Obter o máximo de amostras para poder definir corretamente a forma de executar os procedimentos de auditoria para obter evidências de auditoria apropriadamente; Entendimento – Tem por objetivo gerar evidências no processo de auditoria que viabilizem e sustentem o correto procedimento do processo de auditoria mediante amostras adequadas. NBC 501 – Evidência de auditoria, considerações específicas para itens selecionados. Aplicação – Trata na responsabilidade do auditor na obtenção de evidências de auditoria de acordo com a NBC TA 330 e 500; Finalidade – Visa gerar amostras de evidências; Entendimento – Validar os procedimentos de planejamento, implementação e risco inerente a distorções ocorridas nas demonstrações contábeis, bem como constituição de evidências que os parametrizem. Auditoria Contábil 43 NBC TA 505 – Confirmações externas. Aplicação – Trata do uso de procedimentos para se confirmar de forma externa os quesitos necessários da NBC TA 330; Finalidade – Visa a confiabilidade da evidência geradas de forma direta e indireta; Entendimento – Visa obter amostras de evidências de forma direta por gerar maior confiabilidade. NBC TA 510 – Trabalhos iniciais, saldos iniciais. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor com relação aos saldos iniciais; Finalidade – Verificar os saldos iniciais das demonstrações contábeis; Entendimento – O objetivo é verificar os saldos iniciais, incluindo assuntos relativos às exigências das NBC TA 710 e 300, para comparação, evidência e orientação das atividades antes do início do processo de auditoria. NBC TA 520 – Procedimentos analíticos. Aplicação – Trata do uso de procedimentos de análise por parte do auditor; Finalidade – Visa realizar procedimentos de análise de forma substancial; Entendimento – Tem como objetivo realizar testes para identificar e avaliar os riscos de distorção das demonstrações contábeis bem como dar entendimento sobre a entidade e seu ambiente externo relativos a itens abordados nas NBC’s TA 315 E 330, com efeito a natureza e resposta do auditor frente aos riscos identificados. Auditoria Contábil 44 NBC TA 530 – Amostragem em auditoria. Aplicação – Trata da utilização de amostragem na execução dos procedimentos de auditoria; Finalidade – Utiliza amostragem estatística para validação de testes; Entendimento – Utiliza amostra estatística para validar processos de amostragem para procedimentos de auditoria se completa com a NBC TA 500. NBC TA 540 – Auditoria de estimativas contábeis, inclusive do valor justo e divulgações relacionadas. Aplicação – Trata da responsabilidade do auditor quanto às estimativas, sejam estas contábeis, de valor justo apresentadas nas demonstrações contábeis; Finalidade – Identificar, tratar, avaliar os riscos de distorção identificados na NBC TA 315; Entendimento – Devido a não possibilidade de ser possível mensurar com exatidão alguns itens das demonstrações contábeis, é necessário estimá-los para obter confiabilidade, com relação às estimativas previstas, desta forma cria-se um grau de incerteza as estimativas contábeis elaboradas, atribuindo a este efeito de suscetibilização, tendências sejam estas com intenção ou sem intenção de previsibilidade. NBC TA 550 – Parte relacionadas. Aplicação – Trata de relacionamentos com partes interessadas; Finalidade – Objetiva a ampliação da execução da auditoria das demonstrações contábeis mediante utilização das NBC’s TA 315, 330, 240; Entendimento – Tal tratamento com partes interessadas visa compreender como é realizado os procedimentos relativos à auditoria nas partes interessadas e na ampliação das normas aplicadas que visam avaliar os riscos de distorções inerentes aos relacionamentos entre a entidade e seu ambiente externo (partes interessadas). Auditoria Contábil45 NBC TA 560 – Eventos subsequentes. NBC TA 570 – Continuidade operacional. NBC TA 580 – Representações formais. NBC TA 600 – considerações especiais, auditorias de demonstrações contábeis de grupos, incluindo o trabalho dos auditores dos componentes. NBC TA 610 – Utilização do trabalho de auditoria interna. NBC TA 620 – Utilização do trabalho de especialistas. NBC TA 700 – Formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis. NBC TA 706 – Parágrafos de ênfase e de outros assuntos no relatório do auditor independente. NBC TA 710 – Informações comparativas, valores correspondentes e demonstrações contábeis comparativas NBC TA 720 – Responsabilidade do auditor em relação a outras informações incluídas em documentos que contenham demonstrações contábeis auditadas. NBC TA 800 – Considerações especiais, auditorias de demonstrações contábeis elaboradas de acordo com estruturas de contabilidade para propósitos especiais. NBC TA 805 – Considerações especiais, auditoria de quadros isolados doas demonstrações contábeis e de elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis. NBC TA 810 – trabalhos para a emissão de relatório sobre demonstrações contábeis condensadas. NBC TR 2400 – Trabalhos de revisão de demonstrações contábeis. NBC TR 2410 – Revisão de informações intermediárias executada pelo auditor da entidade. Auditoria Contábil 46 Leitura complementar: ALMEIDA, Leonardo Soares Francisco de. Uma abordagem do eva como análise econômica no setor da indústria da construção civil: estudo documental das vantagens e desvantagens de sua aplicabilidade. Niterói, RJ: [s.n.], 2012. Dissertação (Mestrado) - Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal Fluminense, 2013. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria um curso moderno e completo. 8ª Edição. São Paulo. Editora Atlas 2012. FIPECAFI, 2015. RIBEIRO, Osni Moura. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva 2011. Nesta unidade você estudou a estrutura que permeia às normas de auditoria vigentes em nosso país, buscando o entendimento de sua usabilidade e relações. Na próxima unidade você irá estudar os princípios básicos da auditoria e controladoria e como estes se relacionam com os processos administrativos e gerenciais das empresas. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Auditoria Contábil 47 Exercícios – unidade 2 1.Classifique as alternativas em verdadeiras ou falsas: ( ) O auditor precisa exercer o julgamento profissional e manter o ceticismo profissional somente no planejamento de auditoria. (Durante toda a auditoria) ( ) Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente. ( ) Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada. ( ) é objetivo de a auditoria obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante. ( ) é objetivo de o auditor apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor. ( ) Asseguração razoável é, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis, um nível alto e absoluto, de segurança. ( ) O julgamento profissional precisa ser exercido ao longo de toda a auditoria. Ele também precisa ser adequadamente documentado. 2.(EXAME-CFC-2012-1). De acordo com as Normas Brasileiras de Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria, o risco de que uma distorção relevante possa ocorrer e não ser evitada, ou detectada e corrigida em tempo hábil por controles internos relacionados é considerado um risco: a) De controle. b) N.D.A. c) De detecção. d) Inerente. e) Inevitável. Auditoria Contábil 48 3.(EXAME-CFC-2012-2) O planejamento adequado, a designação apropriada de pessoal para a equipe de trabalho, a aplicação de ceticismo profissional, a supervisão e revisão do trabalho de auditoria executado, ajudam a aprimorar a eficácia do procedimento de auditoria e de sua aplicação e reduzem a possibilidade de que o auditor possa selecionar um procedimento de auditoria inadequado, aplicar erroneamente um procedimento de auditoria apropriado ou interpretar erroneamente os resultados da auditoria. Tais procedimentos são fundamentais na redução do risco de: a) Controle. b) Detecção. c) Distorção inerente. d) N.D.A. e) Relevante 4.(EXAME-CFC-2012-2). Em relação aos procedimentos de auditoria, assinale a opção CORRETA. a) A auditoria das demonstrações contábeis exime as responsabilidades da administração ou dos responsáveis pela governança. b) As demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade elaboradas pelo auditor independente, com supervisão geral dos responsáveis pela governança. c) As NBC Técnicas impõem responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança e se sobrepõem às leis e regulamentos que governam as suas responsabilidades. d) N.D.A. e) O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Auditoria Contábil 49 5.(11º Exame CNAI - 2011). De acordo com a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria, para atingir os objetivos gerais do auditor, ele deve utilizar os procedimentos estabelecidos nas NBC TA relevantes ao planejar e executar a auditoria. Se um objetivo em uma NBC TA relevante não pode ser cumprido, o auditor deve avaliar se isso o impede de cumprir os objetivos gerais de auditoria e se isso EXIGE que ele, em conformidade com as NBC TA: a) Ajuste a estratégia de auditoria e modifique sua opinião. b) Modifique sua opinião ou renuncie ao trabalho. c) Ajuste a estratégia de auditoria e não modifique sua opinião. d) N.D.A. e) Reformule os objetivos do trabalho. 6. São características do auditor interno: I - É um funcionário contratado da empresa; II - Atua em outras áreas não relacionadas à contabilidade (sistema de controle de qualidade, administração de pessoal, controles internos etc.); III - Não deve estar subordinado àqueles cujos trabalhos examina. IV - Não deve estar exercendo atividades que ele possa vir um dia a examinar. Julgue as afirmativas acima e marque a alternativa correta: a) As afirmativas I, II e III são verdadeiras. b) As afirmativas I, II, III e IV são falsas. c) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. d) Somente a alternativa II é falsa. e) Somente a alternativa I é verdadeira. Auditoria Contábil 50 7.Sobre o alcance da NBC TA 200, julgue as alternativas abaixo e marque a resposta correta. I - Objetivos Gerais do Auditor Independente; II - Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. III – Condução da auditoria segundo normas internas da empresa ou organização auditada. a) Todas as afirmativas são verdadeiras. b) Somente a afirmativa I é verdadeira. c) As alternativas I e II são verdadeiras. d) As alternativas III e II são falsas. e) Somente a alternativa II é falsa. 8. São responsabilidades da administração: a) Elaborar as Demonstrações Contábeis em conformidade com a estrutura de relatório aceitável. b) Fiscalizar o trabalho dos auditorese corrigi-los quando necessário. c) Criar normas de auditoria internas independentes. d) Elaborar números e documentos específicos para atendimento da auditoria. e) Entregar uma análise prévia das demonstrações contábeis visando facilitar o trabalho do auditor. Auditoria Contábil 51 9.Do que tratam as normas internacionais de auditoria do IIA série 1000 – normas de atributos, série 2000 – normas de desempenho, e as normas de implantação? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Auditoria Contábil 52 10.Qual a diferença entre FRAUDE e ERRO? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Auditoria Contábil 53 Conceitos Básicos de Auditoria e Controle Interno 3 Auditoria Contábil 54 Nesta unidade, você irá conhecer os conceitos básicos que fundamentam os processos de auditoria e de controle interno, identificando suas relações e aplicações dentro do processo contábil. Objetivos da unidade: Entender os principais conceitos básicos de auditoria e controle interno, compreendendo sua importância para a contabilidade e todos os agentes envolvidos neste processo; Aplicar o conhecimento adquirido através de estudos dirigidos relativos aos conceitos básicos de auditoria e do controle interno; Analisar o processo básico de auditoria e todo o arcabouço conceitual nele preceituado. Plano da unidade: Demonstrações contábeis. Formas de auditoria. Controles contábeis e administrativos. Testes e controle interno. Bons estudos! Auditoria Contábil 55 A Contabilidade é uma ciência social aplicada que objetiva dar informações tempestivas e corretas aos seus usuários. De certa forma, isto contribui efetivamente e decisivamente para a tomada de decisão nas empresas, representa uma ferramenta que visa controlar e avaliar tempestivamente o patrimônio e os resultados apurados no período. Nisto descansa toda a lógica e entendimento contábil. Assim, para efeitos contábeis e profissionais, o correto registro dos fatos contábeis deve obedecer aos critérios apresentados e fundamentados nos princípios e normas inerentes a contabilidade. Com isto, a auditoria passa a ter por objetivo testar a eficácia, eficiência e efetividade dos controles patrimoniais adotados, apresentando como objeto fim a emissão de um relatório onde deverá ser apresentada a opinião do profissional auditor. Desta forma, a auditoria se tornou uma ferramenta que visa dar crédito às informações pela Contabilidade e pelo setor fiscal da organização, tornando-se um mecanismo de Gestão Tributária. Atualmente, o auditor tem que conhecer a empresa auditada e atuar no sentido de corrigir as falhas existentes dentro do processo de Planejamento Tributário. Desta forma, ele contribui para o desenvolvimento da organização e aperfeiçoamento de sua competitividade. As principais demonstrações financeiras segundo as leis, 6.404.76, 11.638.07 e 11.941.09 são, respectivamente: I. Balanço Patrimonial II. DRE III. DMPL (Demonstração de Movimentação do Patrimônio Líquido) IV. DVA (demonstração de Valor Adicionando) V. DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) VI. DLPA (Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados) VII. DOAR (Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos). Esta não é mais obrigatório apresentação para fins de auditoria, e prestação de contas com relação ao aspecto legal, porém as empresas continuam fazendo como controle qualitativo, sob aspecto gerencial. Auditoria Contábil 56 Principais formas de auditoria Em termos legais, a convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais proporcionou a alteração da Lei das Sociedades Anônimas, por meio das Leis nº. 11.638/2007 e nº. 11.941/2009 fez com que o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editasse a Resolução nº. 1.156/2009, argumentando que a linguagem utilizada no desenvolvimento das Normas Brasileiras de Contabilidade, quando comparada com as normas internacionais, pode significar, ou até mesmo sugerir, a adoção de diferentes procedimentos técnicos no Brasil. Contabilidade, Auditoria e sob aspecto tributário A auditoria é considerada uma técnica contábil, com isto, tem relacionamento e impacto direto com outros setores e segmento da empresa, sendo preponderante a sua realização para quantificação e qualificação de cada processo, haja vista que uma de suas finalidades é a realização de melhorias e identificação de problemas no processo operacional, tático e estratégico das empresas (ALMEIDA, 2010). A realização de um Planejamento Tributário consistente visa analisar a legislação pertinente, optando ou não pela incidência do fato gerador, o que visa três vertentes, a saber: Gestão de controle da incidência do fato gerador para o tributo contabilizado; Redução do valor deste com vistas não apenas ao valor contabilizado,mas na gestão deste, seja a pagar, a compensar e a recolher efetivamente, desta forma, esta gestão se daria no controle e efetivação da alíquota ou formação da base de cálculo correta; Realização do pagamento do tributo, de forma tempestiva e correta, evitando com isto a ocorrência de exigências ou pena fiscal por não comprimento de prazos e formas jurídicas, evitando assim o transtorno de multas e juros desnecessários. Auditoria Contábil 57 Segundo Pegas (2010): 33% (trinta e três por cento) da Receita Bruta auferida nas empresas tem como caráter o pagamento de tributos. A alíquota efetiva para fins contábeis representa 34% do Lucro Líquido, sendo 25% de IRPJ e 9% o que representará entrada de recursos para União contabilizada em conta única do Tesouro Nacional. Outro ponto que merece destaque é o fato que da soma dos custos e despesas do período, aproximadamente mais de 50% (cinquenta por cento) é representada por tributos. Desta forma se faz necessário adotar um sistema de controle operacional que vise economizar recursos, representando com isto uma vantagem competitiva para empresa. A título de conhecimento, tal controle possibilita gerenciar de forma qualitativa os tributos incidentes culminando com uma carga tributária menor. A empresa deve também atentar ao fato de que a auditoria fiscal possibilita ganho real de receita, haja vista que o objetivo da empresa não é apenas aumentar o lucro pelo aumento do preço de venda, mas necessariamente pelo ganho real de redução de custos, otimização de processos e melhorias contínuas (ALMEIDA, 2010). Um sistema econômico com vistas ao aspecto fiscal tem que, a priori, analisar e verificar 04 (quatro) quesitos: a) Análise econômica dos procedimentos a serem adotados com a finalidade de maximizar o resultado do planejamento tributário a ser considerado. b) Ter pleno conhecimento e entendimento do embasamento Jurídico. Tal fato ao ser realizado se reveste de forma jurídica e do entendimento da abstração legal. Para entendimento, atualmente estão em vigor mais de 3.000 pronunciamentos, representados por normas, procedimentos, decretos e leis os quais as empresas têm que conhecer, para que a mesma esteja de acordo com o que determina o fisco (PEGAS, 2010). c) Ter conhecimento do aspecto Fiscal, ou seja, saber quais são as obrigações acessórias que devem ser cumpridas e quais seus prazos. Aqui se abre uma nova vertente, onde serão integradas em conjunto, tais obrigações Auditoria Contábil 58 que farão parte do SPED (Sistema único de Escrituração Digital). Isto representa uma redução significativa na rotina contábil em utilizar vários programas informatizados, agora num único ambiente. Para conhecimento, existem aproximadamente 95 (noventa e cinco) obrigações acessórias a serem cumpridas pelas empresas, tais como declarações, formulários, livros etc. d) Por fim, uma análise de gerenciamento das informações a qual a empresa deve adotar procedimentos que considerem economia de tributo visando maximizar o lucro e minimizar o risco provenientes de um fato real realizado por meio de pedidos de vendas aprovados. A importância da auditoria interna nas corporações Com o aumento das tarefas e procedimentos operacionais, as empresas têm que dar maior atenção às normas ou aos quesitos integrantes do controle interno. Diante deste fato os administradores, proprietários e demais interessados na supervisão da empresa teriam um controle mais qualitativo e melhor das variadas atividades pertinentes ao seu negócio (ALMEIDA, 2010). O auditor independente no exercício de sua função tem como premissa emitir um relatório-comentário que apresentará uma gama de sugestões que vistam melhorias de processo, procedimentos operacionais e melhores práticas a serem observadas, os quais serão identificados no curso normal do seu trabalho auditorial (ALMEIDA, 2010). Um importante ponto que deve ser destacado aqui é o fato de que o auditor interno tem como foco preparar a empresa para uma auditoria externa, que deverá ser realizada por auditor independente. Este fato se deve, pois, uma premissa do auditor independente é não ter vínculo com a empresa auditada, desta forma, seria necessário um acompanhamento direto, para poder fazer ajustes, melhoramentos, de técnicas, procedimentos, controles operacionais, táticos e estratégicos da empresa (ALMEIDA, 2010). Auditoria Contábil 59 A Auditoria Interna surge, então, como uma ramificação da auditoria externa ou independente. O auditor interno é um funcionário da empresa, e dentro da organização ele não deve estar subordinado àqueles cujos trabalhos examinam. O auditor interno também não deve desenvolver atividades que possa vir um dia a examinar, para que não interfira em sua independência. A Auditoria Interna, colocada dessa forma, em nível recomendável para efeito do bom controle Interno, ficaria situada da seguinte forma em uma estrutura organizacional: Figura 01 – Princípios de Contabilidade. Fonte: Elaborado pelo próprio Autor. O organograma apresentado não é a única forma em que um departamento de auditoria interna pode se apresentar na estrutura. Poderia ainda haver uma ramificação do departamento de auditoria interna em cada diretoria, em função do tamanho e da dimensão de cada departamento. Também devemos considerar empresas e sociedades que formam uma holding. Nesse caso, apenas a administração da empresa investidora ou controladora possui departamento de auditoria interna nas sociedades controladas e coligadas. A auditoria interna deve não só ocorrer, como a ela deve ser dado crédito, importância e autonomia, pois esta tem como essência de seu trabalho servir para a administração como meio para identificar irregularidades e melhorias nos controles internos, procedimentos operacionais e processos. Outro ponto que merece destaque é que os sistemas contábeis serão observados a fim de que se valide se estão efetivamente cumprindo suas diretrizes. Auditoria Contábil 60 A forma da auditoria, em especial a contábil, deve refletir corretamente a técnica contábil, obedecendo à risca os princípios e as normas de auditoria. Cabe aqui salientar que uma premissa que faz parte do relatório de auditoria interna à qual será elaborado pelo próprio auditor no exercício de sua atividade, tem em seu primeiro parágrafo informar se as demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com os mesmos (ALMEIDA, 2010). Resumidamente, veja as principais diferenças entre auditoria externa e interna no quadro a seguir. Tanto a auditoria externa quanto a interna utilizam os mesmos procedimentos de auditoria, quando cabíveis, baseados no ponto de controle interno identificado e de acordo com o grau de extensão das atividades aplicadas. A auditoria externa muitas vezes utiliza os trabalhos da auditoria interna para emitir sua conclusão sobre a opinião, de acordo com os trabalhos desenvolvidos. Auditoria Contábil 61 Apesar de as auditorias interna e externa aplicarem procedimentos semelhantes em suas atividades, elas são diferentes e se identificam de acordo com a extensão de seus trabalhos e pela independência da auditoria quando externa para formar opinião sem interferência da empresa. Controle interno Definição: O conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa. São tipos de controle internos: Controles contábeis São exemplos de controle contábeis: Sistema de conferência, aprovação e autorização;
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