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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

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INTERDISCIPLINAR 2017.1
 CURSO DE PSICOLOGIA
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Ariadne Lopes da Silva; Bhranda Marinhá Monteiro de Souza Mendes; Estherfanny Witorya Batista Torres da Silva; Patrícia Cleto Fernandes; Rafaela Cristina Brasil Cavalcanti; Rodolfo Theodósio Pádua; Vinicius Lacerda de Almeida
Fomentadora da turma 3M: Margarida Dantas
E-mail do responsável: ariadnelopes_als@hotmail.com
Instituto Brasileiro de Gestão e Marketing (IBGM)
Curso de Psicologia – Semana Interdisciplinar 2017.1 
Recife, PE
Palavras-chaves: Adolescência; Gravidez, Maternidade
Introdução:
O período que caracteriza a fase da adolescência é marcado por grandes transformações, principalmente no que tange ao desenvolvimento psíquico, físico e social. Por estar em um período considerado transicional, uma gestação na adolescência pode ocasionar transtornos psicológicos como depressão, ansiedade e em casos extremos suicídio. (MENESES et al., 2008). 
O presente trabalho tem como objetivo geral explanar os desajustes de fatores biopsicossociais relacionados com a maternidade. Seguindo esse raciocínio, consideram-se os objetivos específicos: entender o desenvolvimento emocional; os fatores que ocasionam desajustamento; compreender a complexidade na busca de identidade.
Trata-se de um resumo expandido realizado através de pesquisas de cunho bibliográfico, que tem por objetivo explanar conteúdos concernentes a área da gestação precoce. Foram selecionados artigos científicos publicados entre 1997 e 2010, utilizando-se diversas bases como BIREME e SCIELO via Google Acadêmico e três livros publicados entre 1998 e 2011. Dentre 27 artigos pesquisados, foram escolhidos aqueles que abordavam a gravidez na adolescência em sua generalidade.
Resultados e Discussão
 É consenso que o desenvolvimento emocional do adolescente é marcado por diversas crises com ênfase na “morte” da criança - no âmbito psíquico, social, anatômico - que vive no sujeito para que possa “nascer” um adulto socialmente ajustado a partir de novas experiências e percepções. Quando a fase não tem uma conclusão satisfatória, pode levar a transgressões que podem ser caracterizadas pela utilização de substâncias depressoras, estimulantes ou alucinógenas; práticas sexuais sem segurança e conflitos de personalidade que podem afetar o relacionamento inter e intrapessoal do indivíduo, bem como, o seu ajustamento na sociedade. (NETO et al., 2007).
Ainda de acordo com Neto et. al (2007), uma das razões para que jovens engravidem antes dos 15 anos consiste em uma resposta a uma dependência mórbida à mãe, que pode ser caracterizada como um bloqueio causado pelos excessos de cuidados e regras maternas. A jovem ao menor sinal de autonomia vai ao encontro de carinhos e afagos de outros, geralmente, garotos. Como se encontra em uma situação de vulnerabilidade ao encarar o desconhecido e a curiosidade a respeito de sua própria sexualidade, acaba por engravidar, pois não têm recomendações, experiências e desconhece o uso correto dos métodos contraceptivos. Engravidar nesta etapa, na maioria dos casos, traduz-se por interromper, adiar ou destruir os sonhos e planos futuros, o que gera uma instabilidade em suas relações com a sociedade, família, escola, amigos e consigo mesma. O desajustamento que a jovem se encontra pode desencadear uma crise do ego e caso a mesma seja mal resolvida pode suscitar em depressão, ansiedade, tentativa de aborto e suicídio. Na eventualidade da crise ter uma resolução positiva, o ego sai mais fortalecido e estruturado.
A sociedade, nos dias de hoje, rotula a gravidez na adolescência como sendo algo maléfico para as jovens e que deve ser evitado a todo custo. No que concerne a questões estritamente sociais e biológicas, a abordagem pode ser considerada correta. Porém, quando analisamos a subjetividade do sujeito na realidade apresentada temos que propor modos variados de refletir sobre o fenômeno. Segundo Dadoorian (2003), apesar de todas as dificuldades que a gestação precoce acarreta, é comum ouvir que as adolescentes estão felizes e desejam a gestação. A partir da afirmativa, pode-se constatar que os sentimentos de angústia, desespero e solidão, são reflexos do ambiente externo que são interiorizados e repercutem em suas ações e percepções. Por mais que existam similaridades de atitudes e contexto, cada indivíduo responderá de acordo com sua subjetividade e redefinição de identidade, projetos e perspectivas.
A maternidade exige que a jovem redefina sua identidade levando em consideração o fato de que sua vida, da gravidez em diante, estará vinculada às demandas do filho. A projeção de si mesmo no futuro, elemento importante da construção da identidade na adolescência é substancialmente afetada no caso das adolescentes que engravidam, que precisam lidar com uma nova perspectiva temporal dada pelo desenrolar da gravidez e do próprio desenvolvimento do bebê após o nascimento. Planos são deixados de lado ou redimensionados em função da gestação e da maternidade/paternidade.” (FONSECA & ARAUJO, 2004 apud DIAS;TEIXEIRA, 2010, p. 125).
É cabível observar que alguns aspectos neurofisiológicos podem ser definidos ainda na gravidez do indivíduo e estão relacionados a neurotransmissores que são modificados no período da gravidez. Dentre essas mudanças visualiza-se uma alteração no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal(HPA) cujo impacto dessas modificações interfere na disfunção, releitura e interpretação de diversas emoções . Kaufman, Martin, King e Charney (2001), evidenciaram que adolescentes depressivos possuem baixos índices de cortisol para esse período, esta irregularidade causa aumentos nos níveis de estresse, que podem acarretar ansiedade, atraso no uso da linguagem, problemas de atenção e aprendizagem e sintomas depressivos mais precoces para a bebê, posteriormente. A fim de remediar esse problema utilizam-se alguns remédios sendo o mais comum deles a base de dexametasona, entre as adolescentes grávidas, pois auxilia na supressão da secreção de cortisol. Porém o uso desse medicamento pode acarretar alguns efeitos colaterais como o glaucoma, insuficiência cardíaca, convulsões, hipersensibilidade entre outros.
Além disso, existem problemas biopsicossociais, como a depressão pós-parto que geralmente acontece em maior número entre garotas de 12 a 16 anos, por contas de alterações dos neurotransmissores e hormônios como a serotonina e endorfina, que dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar. Quando existe algum problema nesses neurotransmissores, a adolescente começa a apresentar sintomas como desânimo, tristeza, autoflagelamento, perda do interesse sexual, falta de energia para atividades simples (GUYTON, 1997 apud DUMAS, 2011). As repercussões de uma depressão pós-parto são múltiplas. A mulher que está sofrendo da síndrome corre o risco de suicídio, como em qualquer outra situação depressiva; as relações interpessoais são perturbadas; o casal - se for o caso - também sofre, o que pode provocar uma ruptura e, por fim, as interações precoces mãe-bebê são alteradas, comprometendo o prognóstico cognitivo-comportamental do bebê (STOWE & NEMEROFF, 1995; CHAUDRON & PIES, 2003 apud DUMAS, 2011).
A maturidade das jovens grávidas vista pelo âmbito psicossocial é algo alarmante, visto que a gravidez precoce interfere em sua estrutura e desenvolvimento biológico, psicológico e social. Desta forma, o grande desafio é como a adolescente conseguirá conciliar tais fatores biopsicossociais com a maternidade. 
 Em meio social e escolar, são perceptíveis certos tipos de comportamentos no processo de descoberta e aceitação da gestação, pois elas passam a se retrair e encobrir o corpo fazendo uso de roupas mais largas na tentativa de esconder os primeiros indícios de gravidez por medo, insegurança ou exclusão do meio que se encontram. Assim, a permanência na escola, bem como sua desistência, é algo de relevância extrema. A continuidade no plano de estudos e a visão mais ampla de uma boa estrutura profissional posterior é um fatorprimordial, pois é justificada pelo desejo de ingressar na faculdade e estabelecer uma posição mais condizente com o mercado de trabalho. Por outro lado, jovens que não conseguem encontrar muita perspectiva de vida por conta da gestação, muitas vezes se agarram ao fato de ser mãe como ato de exaltação do ego por se sentir mais mulher diante da sociedade, como diz Feinholz-Klip (1994, p. 103 apud PSICOLOGIA: teoria e pesquisa, 1997):
Para jovens que veem pouca perspectiva de êxito na vida através da educação e de uma carreira, a gravidez pode representar um meio para conseguir a estima de outras pessoas ou a esperança de um futuro melhor através de seu filho.
Podemos perceber que as diversidades conflituosas vivenciadas interferem diretamente no emocional que vai refletir na autoestima, auto-motivação, autoconhecimento, habilidade no relacionamento interpessoal e consequentemente no gerenciamento inteligente das emoções. Em estudos realizados pelo ministério da saúde, a dimensão emocional da adolescente é abalada e a gravidez vivenciada como momentos de renúncias. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005)
Todas essas situações conflitantes fazem com que a gravidez seja encarada pela adolescente como um momento de dúvida e ansiedade que desorganizam totalmente a sua vida. E na presente situação, como a adolescente pode colocar em prática a sua inteligência emocional? De acordo com Goleman (2003):
 A inteligência emocional (IE) caracteriza a maneira como as pessoas lidam com suas emoções e com as das pessoas ao seu redor. Isto implica autoconsciência, motivação, persistência, empatia e entendimento e características sociais como persuasão, cooperação, negociações e liderança. Esta é uma maneira alternativa de ser esperto, não em termos de QI, mas em termos de qualidades humanas do coração.
	São fenômenos que precisam ser trabalhados pela adolescente, pois muitas vezes a mesma não está apta para exercer a função de gerenciadora de suas emoções, porém, pelas circunstâncias, é levada a uma nova etapa da sua vida a qual terá que buscar adaptação, conhecer a si mesma e se incluir novamente no meio social, visto que, muitas vezes são excluídas desse meio.
	A tarefa de uma adolescente grávida é dupla: buscar a identidade pessoal e fazê-lo por meio da maternidade o que pode significar tanto um processo de desenvolvimento e de integração de sua identidade de mulher quanto à dependência das figuras parentais e/ou companheiro, restringindo as possibilidades de sua identidade feminina e de sua inserção social mediante a profissionalização. (KAHHALE, 1998).
Conclusões
A partir do exposto na presente pesquisa, a gravidez na adolescência não só traz mudanças na vida social da adolescente, mas também em sua vida física e psicológica, o que nos leva a ter uma visão diferenciada. É necessário um acompanhamento profissional para que essas questões sejam compreendidas e para que a jovem estabeleça um equilíbrio emocional. É importante fazê-la lidar com a aceitação da gestação, sem que passe por transtornos que possam levá-la a ter complicações tanto no seu período gestacional como no seu período pós-parto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADOLESCÊNCIA, Maternidade; ESCOLAR, Vida. A Difícil Conciliação de Papéis'. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 13, n. 1, p. 131-136, 1997. Disponível em: <http://www.mhelenafavero.com.br/documentos/artigos/arquivos/1997_FAVERO_Adolescencia_Maternidade.pdf> Acesso em: 29 mar. 2017.
Brasil. Ministério da saúde, secretária de atenção a saúde integral de adolescentes e jovens. Orientações para a organização de serviços de saúde. Brasília 2005.
DADOORIAN, Diana. Gravidez na adolescência: um novo olhar. Psicologia: ciência e profissão, v. 23, n. 1, p. 84-91, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pcp/v23n1/v23n1a12.pdf> Acesso em: 02 abr. 2017.
DIAS, Ana Cristina Garcia; TEIXEIRA, Marco Antonio Pereira. Gravidez na adolescência: um olhar sobre um fenômeno complexo. Paidéia, v. 20, n. 45, p. 123-131, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v20n45/a15v20n45> Acesso em: 17 mar. 2017.
DUMAS, J. E. Psicopatologia da infância e da adolescência. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
GOLEMAN,D. Inteligência emocional 12 ed, Lisboa: Temas editoriais. 2003.
KAHHALE,EMP. Mecanismos psíquicos da grávida adolescente. In: TEDESCO, JJ. A. ET AL.(ED). Obstetrícia psicossomática. São Paulo: Atheneu, 1998. P. 323.
MENESES, Celise; LOPES, Claudia; MAGALHÃES, Vera Cristina. Transtornos mentais comuns em adolescentes grávidas: um estudo piloto. Adolescência e Saúde, v. 5, n. 1, p. 50-56, 2008. Disponível em: <http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=71> Acesso em: 02 abr. 2017. 
NETO, Ximenes et al. Gravidez na adolescência: motivos e percepções de adolescentes. Revista Brasileira de Enfermagem, 2007. Disponível em: <http://www.repositorio.unifesp.br/handle/11600/3784> Acesso em: 23 de mar. 2017.

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