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Direito Processual Penal I

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Direito Processual Penal
Professor: Geraldo Magela Lopes
Bibliografia: Curso de Processo Penal – Eugênio Pacelli 
Manual de Direito Processual Penal – Nucci
Direito Processual Penal e sua conformidade Constitucional – Auri Lopes Jr.
SISTEMAS DO PROCESSO PENAL
Sistema Inquisitivo tem como foco a junção da figura/órgãos do julgador e do investigador, não estado presentes as garantais do indivíduo, de modo que o direito à defesa é restrito, sendo uma defesa meramente formal. Não há que se falar neste sistema de uma produção probatória, visando obter-se uma confissão por todos os meios, ainda que utilizados de métodos de tortura física e psicológica.
Sistema Acusatório teve como um dos principais idealizadores o Marquês de Beccaria, que em seu livro “Dos Delitos e Das Penas”, questionou o sistema inquisitivo. No sistema acusatório há a separação entre a figura/órgão do julgador e do investigador/acusador, devendo o órgão julgador ser imparcial.
	Até meados do século XIX o sistema inquisitivo era utilizado em praticamente todos os sistemas jurídicos ocidentais.
	No processo penal brasileiro o próprio juiz pode determinar a produção de provas, antes de iniciada a ação penal, ou seja, durante a fase policial inquisitiva (inquérito Policial). Os defensores do sistema acusatório defendem que o fato de o juiz determinar a produção de provas de ofício (art.156 CPP) ofende o processo acusatório.
   Art. 156.  A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:  (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
   I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
   II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
GARANTIAS DO PROCESSO PENAL
Direito Penal Abolido – se o agente foi um “inimigo do estado” deve ser processado sem que sejam garantidas os princípios fundamentais constitucionais.
Garantismo penal – são garantias que visam controlar a força estatal em face do cidadão. Conjunto de garantias preconizadas por Ferrajoli. Não se confunde com as teorias abolicionistas. Expõe 10 axiomas que garantem os direitos ao agente:
Nulla poena sine crimine – princípio da retributividade, ou da consequencialidade em face do crime, garantia de que o agente não poderá ser processado (leia-se condenado) criminalmente sem que se tenha praticado um crime. O agente não pode ser praticado pelo que ele é. 
Nullum crimem sine lege – não há crime sem lei anterior que o defina e não há pena sem prévia cominação legal.
Nulla lex (poenalis) sine necessitate – o legislador não pode criar tipos legais sem que haja real necessidade de coibir a conduta. Princípio da intervenção mínima do Direito Penal. A lei penal não pode punir o agente pela simples intenção de cometer o crime.
Nulla necessitas sine injuria – princípio da lesividade. Para que haja a aplicação da lei penal, é necessário que ocorra legítimo dano ao direito. O bem jurídico tutelado pela norma penal deve ter valor econômico. Exclui-se a culpabilidade, mas não a tipicidade. A insignificância exclui a tipicidade material.
Nulla injuria sine actione – é necessário que a conduta seja exteriorizada 
Nulla actio sine culpa – não há ação sem que o agente seja culpado, sem que o agente tenha a vontade de cometer o crime
______________________________________________________
Nulla culpa sine judicio – a justiça é ato oficial do estado, não podendo ser feita justiça com as próprias mãos.
Nullum judicio sine accusatione – não é possível movimentar a maquina sem que haja acusação, separação dos órgãos acusador e julgador
Nulla accusatio sine probatione – principio do ônus da prova, quem alega deve provar. O agente não precisa provar a sua inocência, mas sim o órgão acusatório é quem deve provar a culpa do agente – in dubio pro reo.
Nulla probatio sine defensione – não há prova sem que seja produzida em ampla defesa.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
Princípios Norteadores
Dignidade da Pessoa humana 
Ótica objetiva – quando se fala em dignidade da pessoa humana, fala-se no mínimo existencial, o Estado deve garantir ao indivíduo deve garantir o mínimo para a subsistência (art. 7º da CF/88).
Ótica subjetiva – possibilitar que o individuo se sinta como cidadão, sujeito passivo de direitos.
Devido Processo Legal – ninguém pode ser privado de sua liberdade ou de seus bens arbitrariamente. Para que haja a retirada involuntária de direitos, a mesma deve se originar de um processo legal.
Princípios Constitucionais Processuais Penais
Princípios explícitos
Presunção de inocência ou presunção de não culpabilidade ou princípio do estado de inocência – presente no art.5º, inciso LVII, da CF/88.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Tal princípio se desdobra na prevalência do interesso do réu, tendo em vista que o acusado, na relação jurídica, é a parte “fraca” “hipossuficiente”.
In dubio pro reo – havendo dúvida no momento de sentenciar acerca da autoria e/ou materialidade do crime, o juiz deve decidir em favor do acusado.
In dubio pro societate – se no momento do oferecimento da denúncia o Ministério Público tiver dúvidas quanto a autoria e materialidade, deve-se oferecer a denúncia.
Favor Libertatis – o acusado não pode ser levado preso sem uma situação de flagrância ou decretação de sua prisão.
Favor Rei – em havendo empate na votação, pela corte, quanto ao acusado, prevalecerá o voto favorável ao acusado.
Nemo tenetur se detegere – vedação da autoacusação. Ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Art. 5º, inciso LXIII, da CF/88.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
Nem mesmo o silêncio do acusado pode ser tomado como confissão. No processo penal, quem se cala não consente. Decorre do princípio da presunção de inocência. O silêncio não pode ser interpretado em prejuízo da defesa.
Concernentes á relação processual – a citação valida une o acusado ao processo. Não há que se falar em contraditório e ampla defesa durante a fase inquisitorial, vez que é um procedimento administrativo. Não se confunde com o processo administrativo, onde é garantido o contraditório e a ampla defesa. O fato de o advogado ter acesso aos autos não se confunde com o contraditório e a ampla defesa.
Contraditório
Ampla defesa
Relativos à Atuação do Estado
Juiz natural e imparcial – o juiz deve ser o natural do processo, somente o juiz que instruiu o processo pode julgá-lo, deve ser estabelecido antes da prática do delito e ser competente nos termos do art. 70 do CPP, sob pena de incorrer em nulidade processual.
Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Jurisprudencialmente vêm-se entendendo que o juízo competente para conhecer e julgar o feito, nos crimes de homicídio, é aquele em que for melhor para colheita de provas.
Nos casos de crime de sequestro, por se tratar de crime permanente, o foro do local onde o crime se iniciou e o foro onde se findou o crime são ambos competentes para julgar.
Veda-se a criação de um tribunal de exceção, ou seja, o órgão julgador deve ser constituído previamente à prática do fato.
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Publicidade – via de regra os atos são públicos, nos termos do art.93, IX do CF/88, salvo nos casos previstosem lei.
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
Vedação das provas ilícitas – prova ilícita é aquela que viola as disposições constitucionais, as garantias fundamentais (art.5º, LVI e art. 157 CPP). 
Art. 5º LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 157, CPP - São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
Pela teoria da prova ilícita por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada) veda-se o uso de provas que derivam da prova ilícita, nos termos do art. 157, §1º.
  § 1o  São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
 PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS DO TRIBUNAL DO JÚRI
Plenitude de defesa – a defesa é mais do que ampla; pode-se alegar qualquer tipo de defesa que se pretender, ainda que inconsistente e contraditória entre si. 
Sigilo das votações - 
Soberania dos vereditos – o julgamento proferido pelo conselho de sentença é soberano, ou seja, não pode ser modificado. Salvo se a sentença estiver manifestamente contrária à prova nos autos, podendo o Tribunal de Justiça caçar a decisão e determinar a realização de um novo júri por uma única vez. Todavia, cabe recurso se houver nulidade ou para aumentar ou diminuir a pena.
Competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida – competente para julgar homicídio, qualificado ou simples, tentado ou consumado; infanticídio; auxílio e instigação ao suicídio. O crime de latrocínio não é de competência do tribunal do júri, vez que se trata de um crime contra o patrimônio, apesar de resultar a morte.
LEGALIDADE ESTRITA DA PRISÃO CAUTELAR – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem fundamentada da autoridade judicial, podendo ser verbal em caso de emergência. Entende-se por prisão em flagrante o disposto no art. 302 do CPP.
Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:
        I - está cometendo a infração penal;
        II - acaba de cometê-la;
        III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
        IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
	Se a prisão em flagrante não for comunidade à autoridade judiciária competente em 24h, a prisão será ilegal e deverá ser relaxada. A não comunicação ao Ministério Público e à Defensoria Pública não constitui ilegalidade, mas sim mera irregularidade processual.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
	
	Por entendimento do STF, os crimes hediondos e aqueles a ele equiparados (tráfico de drogas) são inafiançáveis; todavia tal entendimento não proíbe a concessão da liberdade provisória sem fiança.
	 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS
Duplo grau de jurisdição – é direito das partes ter revista a decisão proferida por um órgão colegiado jurisdicional superior, analisando-se apenas as questões de Direito no STJ e STF, todavia o TJ pode analisar as questões de mérito.
Promotor natural – princípio criado pela jurisprudência do STF, entendendo-se que assim como o juiz é designado a atuar em um processo, também o deve ser o promotor, ou seja, o promotor já é previamente designado antes de instaurado o processo, o acusado já conhece o promotor que atuará no processo.
Obrigatoriedade da ação penal pública – o promotor não poderá desistir da ação penal. Art. 42 do CPP. No momento do oferecimento da denúncia, vigora-se o in dubio pro societates. 
 Art. 42.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Tal princípio perdeu força quando do advento da Lei 9099/95, com a criação da suspensão condicional do processo e da transação pena.
	Se a pena mínima cominada ao crime for igual ou inferior a 1 ano, o acusado for primário, o Ministério Público poderá oferecer a suspensão condicional do processo, estabelecendo condições a serem cumpridas pelo prazo de 02(dois) anos. Art. 89 da Lei 9099/95.
     Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
        § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
        I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
        II - proibição de freqüentar determinados lugares;
        III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
        IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
        § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
        § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
        § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
        § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
        § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
        § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
	Sempre que a pena máxima cominada for de até dois anos, o Ministério Público, verificado que o acusado preenche os requisitos do art. 76 da Lei 9099/95, oferecerá, em audiência, a transação penal.
	   Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penalpública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
        § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
        § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
        I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
        II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
        III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
        § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
        § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
        § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
        § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
	Somente o Ministério Público é titular da ação pena pública.
Intrancedência – por tal princípio os efeitos penais da condenação não atingem terceiros, todavia os efeitos civis podem ser estendidos aos sucessores do acusado.
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Vedação da dupla punição e do duplo processo pelo mesmo fato – vedação do bis in idem, extinto o processo não é mais possível reabri-lo, mesmo que ocorra erro na capitulação de tipo penal ou se for declaro inocente.
Busca da verdade real (busca da verdade material) – tentar reconstruir no processo um fato histórico, reconstruir os fatos de maneira que eles realmente ocorreram. A produção probatória visa a busca da verdade real, traduzir para o processo o que de fato ocorreu.]
ATUAÇÃO DE OFÍCIO (EX OFFICIO) NA PRODUÇÃO DE PROVAS – no direito penal brasileiro o juiz pode produzir provas de oficio.
ORALIDADE – visando a celeridade processual, os atos processuais devem ser praticados de forma oral, e se subdivide em 03.
CONCENTRAÇÃO – os atos processuais serão realizados em um só audiência, oitiva de testemunhas e vítima e interrogatório do acusado.
IMEDIATIDADE – o juiz deve estar presentes e ter contato com a prova
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ – o juiz que acompanhou a produção de provas, presidiu a AIJ, deve prolatar a sentença.
  Art. 400.  Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
        § 1o  As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        § 2o  Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. 
INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PRIVADA – ação penal privada é aquela que é proposta pelo ofendido através da queixa-crime, equivalesse à denúncia. Não se pode processar apenas alguns querelados, mas sim todos os agentes; cabendo ao Ministério Público prezar pela sua indivisibilidade.
PERSUASÃO RACIONAL OU LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO – o juiz tem a liberdade de apreciar as provas conforme entender desde que motive a decisão tomada. Art. 93, IX, da CF e art.155 do CPP
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 155.  O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
INTIMA CONVICÇÃO – o juiz não é obrigado a fundamentar a sua decisão. O julgador não precisa analisar as razões das partes. Não foi adotado no sistema penal brasileiro, salvo nos casos do tribunal do júri, no qual os jurados não são obrigados a fundamentar.
COLEGIALIDADE – direito de as partes terem a decisão proferida por um juiz singular ser revista por um órgão colegiado. 
PROCESSO PENAL BRASILEIRO 
Art. 1º do CPP
	O processo penal segue o princípio da territorialidade, acolhido no art. 1º do CPP, logo todos os processos penais em território brasileiro regem-se pelo CPP, salvo existam convenções, tratados (acordo entre estados soberanos) e regras de direito internacionais acolhidas pelo Brasil e que regulem o tema.
      Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF nº 130
Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
Nos crimes de responsabilidade o art. 52 da CF e nos crimes comuns o 102, II, da CF/88 derrogam tacitamente o inciso II do art. 1º do CPP.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
O inciso IV foi derrogado por força constitucional vez que não mais se admite o tribunal de exceção. 
ART. 2º DO CPP
      Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
	
	A lei penal em vigor diz-se em atividade. A Lei penal que não está mais em vigor, mas é aplicada em beneficio do acusado, tem efeito de extra atividade que se divide em ultra atividade (aplicação da lei revogada durante o período de atividade da lei posterior)e retroatividade (aplicação da lei nova em vigor a fatos ocorridos ante de sua vigência por ser mais benéfica ao acusado; conforme estipula o art. 5º, XL, da CF/88.
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
	Todavia, a lei processual penal não possui extra atividade, logo, mesmo se a lei prejudicar o acusado, a nova lei processual penal vigorará no caso concreto.
OBS.: Prazos materiais não suspendem com ou interrompem por quaisquer motivos, logo o prazo para representação pode acabar antes do estipulado pela superveniência de um feriado ou final de semana. Nos prazos materiais inclui-se o dia de início e exclui-se o dia final.
Se a norma tiver um conteúdo penal e um conteúdo processual penal, a norma somente será aplicada se não prejudicar o acusado, submetendo-se à questão da retroatividade.
	
Art. 3º DO CPP
        Art. 3o  A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
	A lei penal não admite a interpretação extensiva, salvo in bona partem. 
	Por interpretação extensiva entende-se a ampliação da interpretação da norma processual penal; e.g. estender as causas impeditivas do magistrado ao conselho de sentença do júri.
	Por interpretação analógica entende-se a ampliação da interpretação da norma penal; e.g. as causas impeditivas e suspensivas previstas no CPC e aplicadas em analogia ao Processo Penal; ou ao falar de agravo, no processo penal, aplicar analogicamente as normas do Recurso em Sentido Estrito, art. 581 do CPP.
INQUÉRITO POLICIAL
	Trata-se de procedimento administrativo inquisitivo/inquisitório que tem por objeto a apuração da autoria e da materialidade das infrações penais.
	Ao se falar em procedimento entende-se que não se trata de um processo, não é em seu cerne judicial, apesar de passar pelas mãos de um magistrado.
	Por inquisitivo/inquisitório não há que se falar em acusação, logo não há que se falar em contraditório, pois não existe um processo e sim um procedimento.
ART. 4º DO CPP
     Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995)
    Parágrafo único.  A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
	A polícia judiciária na esfera estadual é a Polícia Civil e em esfera federal é a Polícia Federal, e o inquérito policial é presidido por um Delegado de Polícia.
	As autoridades policiais podem atuar na circunscrição de outras autoridades policiais, sem a necessidade de expedição de carta precatória ou ofícios.
	Não há que se falar em competência, que é destinada ao magistrado, mas sim em atribuição, que é conferida ao Ministério Público e à Policia.
Art. 5º do CPP
        Art. 5o  Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
        I - de ofício;
        II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
        § 1o  O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
        a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
        b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
        c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
        § 2o  Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
        § 3o  Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
        § 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
        § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
	A ação penal pública é condicionada a representação do ofendido ou a requisição do ministro da justiça, sendo condição objetiva de procedibilidade.
	A ação penal privada é condicionada à apresentação de queixa-crime para sua instauração.
	Ao iniciar a ação penal, tanto pública quanto privada, é vedado o anonimato, não se podendo instaurar um inquérito policial por “denúncia anônima”. Se a denúncia anônima estiver muito bem detalhada e fundamentada, o que autoriza a autorização preliminar. 
	A instauração de inquérito ou processo baseado em uma “denúncia anônima”, segundo entendimento do STF, gera prova ilícita e, pela teoria dos frutos da árvore envenenada, o processo ou procedimento estariam maculados de morte.
Art. 10 do CPP
        Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
        § 1o  A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
        § 2o  No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
        § 3o  Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
	Se se tratar de investigado preso, o inquérito policial deve ser concluído em 10(dez) dias a partir da data da prisão; se se tratar de investigado solto, o inquérito policial deve ser concluído em 30(trinta) dias, na justiça estadual.
	Se a investigação for federal o inquérito deverá ser concluído em 15(quinze) dias se o investigado estiver preso, se o investigado estiver solto o inquérito deverá ser concluído em 30(trinta) dias.
	Em se tratando de tráfico de drogas, se o investigado estiver preso o inquérito deverá ser findado em 30(trinta) dias, se o investigado estiver solto o inquérito deverá ser findado em 90(noventa) dias.

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