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Trabalho sobre a cultura brasileira no período imperiperial

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UNIVERSUDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
PROFESSOR: ALESSANDRER KERBER 
TURMA:A
Trabalho escrito- A cultura brasileira no período do Império
Nome: Gabriela Camboim Nunes
Número do Cartão:00170295
A partir da bibliografia abordada, analise o lugar atribuído ao "índio" na construção da identidade nacional brasileira:
Na literatura do primeiro romantismo no Brasil
A literatura do primeiro romantismo no Brasil encontrou no mito do indígena bom selvagem uma maneira de enaltecer a cultura brasileira. Todavia, é relevante ressaltar, que esse índio abordado, por essa literatura, é apresentado através da óptica idealizadora do romantismo e está longe de corresponder a uma aproximação real de como era o índio nessa época no Brasil. O índio abordado por essa literatura simbolizava os ideais de heroísmo e humanidade das camadas cultas da sociedade imperial portuguesa no Brasil. 
Desse modo, na literatura do primeiro romantismo no Brasil o índio tinha um lugar de realce na construção da identidade nacional. De acordo com Candido (2002), diversos autores do romantismo entre eles Magalhães escreveram obras sobre a história do Brasil apresentando o indígena como personagem de destaque. Entre as citações desses autores Candido cita Norberto, expondo que do esforço reconstrutivo de recuperar essa história, Norberto recupera a história da inconfidência Mineira de 1789. “Recuperar a Inconfidência foi algo que se somou à valorização do índio, como expressão do desejo de afirmar a identidade do Brasil em relação ao colonizador, tanto no terreno político quanto literário pois dela haviam participado intelectuais e poetas” (CANDIDO, 2002,p.p35-36).
Segundo Schwarcz (1998), diante da rejeição ao negro escravo e ao branco colonizador, o índio foi o que restou como uma espécie de representação digna e legítima da cultura brasileira. E, que foi por meio do indianismo que se realizou um velamento da colonização. Nessa literatura foi criado o que deveria ser, nesse período histórico, o maior épico nacional centrado na figura dos heróis indígenas com seus atos e bravura e gestos de sacrifícios; o indígena era um exemplo a ser seguido pela nação, surgindo nessa literatura, não com a suas próprias características, mas como herói e vítima de um processo que o atropelava. Nessa literatura foi construído uma imagem arbitrária do índio, “que permitiu recolher no particular da realidade brasileira a força dos sentimentos e das emoções comuns a todos os homens”(CANDIDO; 2002; p.44). De acordo com Candido (2002), o indianismo como manifestação considerada como a mais nacional, teve o seu momento de maior prestígio, nessa literatura. 
Na história do Brasil escrita por Varnhagen
Na história do Brasil escrita por Varnhagen o lugar atribuído ao índio na construção da identidade nacional brasileira é o do esquecimento e de exclusão, na sua constituição. De acordo com Candido(2002), Varnhagen tinha uma concepção anti-romântica do índio apresentando-o como selvagem cruel, desprovido de instrução e crenças humanizadoras, em relação ao qual se justificavam a colonização do Brasil. 
Varnhagen expõe na sua escrita sobre a história do Brasil que na construção da identidade nacional brasileira, o Brasil não queria ser indígena, negro, republicano, latino-americano e não católico. E, que a identidade da nova nação não se assentaria sobre a ruptura com a civilização portuguesa, essa ruptura seria apenas política. “O que significa dizer: O Brasil queria continuar a ser português e para isso não hesitará em recusar ou reprimir o seu lado brasileiro. Esse Brasil português será defendido e produzido pelas elites brancas, pelo Estado, pela coroa”(REIS; 2006; pp.31-32) . Para Varnhagen o índio é um dos que desequilibravam o Brasil, arrasava-o, desordenava-o, e entravava o progresso do Brasil. 
 
No filme "O Descobrimento do Brasil" (1936), de Humberto Mauro
No filme "O Descobrimento do Brasil de Humberto Mauro o papel do "índio" na construção da identidade nacional brasileira é de subalterno. Ou seja, nesse filme o índio é apresentado como um “ser” atrasado; ignorante e ingênuo e, em contra posição, o português é apresentado com o que irá salvar o índio de sua ignorância e inferioridade; trazendo a religião católica para o Brasil e impondo à sua cultura. Nesse filme o índio é apresentado com um ser pacifico e receptor da cultura portuguesa no Brasil e são os portugueses que são apresentados como tendo um papel de destaque na construção da identidade nacional brasileira. 
Referencia 
SCHWARCZ, Lilia. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1998, p.176-245.
CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas/FFLCH,2002.
REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro:FGV, 2006, p.23-50. 
Mauro, Humberto. O Descobrimento do Brasil. Cinemateca Popular Brasileira: Filmografias & Cronologias. Youtube.1937.

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