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RESUMO - CONSTITUCIONAL I (DIRLEY - 2017.2)

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RESUMO DIREITO CONSTITUCIONAL I
Gabriela Brasil – T2A (2017.2)
CONSTITUCIONALISMO: movimento histórico, dinâmico, de natureza política e filosófica que defendeu, desde sua origem e ao longo dos séculos, a necessidade de limitação do poder absoluto com a consagração de um regime de garantia de liberdades públicas fundamentais.
ORIGEM: povo hebreu – lei do senhor. 
	CONS. ANTIGO
	CONS. MEDIEVAL
	CONS. MODERNO
	CONS. CONTEMPORÂNEO
	GRÉCIA - Atenas: 
- Democracia direta;
- Soberania popular.
OBS: o cidadão se autogovernava, havendo apenas a distinção formal.
	Carta Magna de 1215, Inglaterra.
	- Superaram os Estados absolutistas → nascimento dos Estados de Direito;
- Iluminismo;
- Surgimento das primeiras Constituições escritas; 
	- Supremacia da Constituição: regula diretamente as relações sociais;
- Valores morais se tornam uma realidade;
- Tribunal Constitucional;
	ROMA:
- República;
- Sistema de freios e contrapesos.
	
	REVOLUÇÃO DAS 13 COLÔNIAS INGLESAS (1776):
- Constituição dos EUA (1787);
	ESTADO CONSTITUCIONAL:
- Subordinação jurídica;
- A lei só é válida se tiver sido produzida dentro das conformidades necessárias e com conteúdo compatível com a constituição;
	
	
	REVOLUÇÃO FRANCESA (1789 – 1799):
- Constituição da França (1791);
	MARCO HISTÓRICO: novas constituições, após II Guerra (Portugal, Itália, Alemanha);
BRASIL: CF/88.
	
	
	INGLATERRA:
- Petition of Rights (1628);
-Habeas Corpus Act (1679);
- Bill of Rights (1689);
	MARCO FILOSÓFICO: pós-positivismo; reconciliação entre positivismo e jusnaturalismo.
	
	
	
	MARCO TEÓRICO: 
- Constituição como norma impositiva e central;
- Reconhecimento normativo dos princípios;
- Reforço da dogmática dos Direitos Fundamentais;
- Renovação da interpretação jurídica – interpreta-se valores.
OBS – ESTADOS DE DIREITO: começou a se mostrar uma forma ruim de governo – durante a primeira metade do século XX surgiram as formas autoritárias e totalitaristas de governo e seus governantes, responsáveis por elaborar leis e códigos, os produziam de forma que favorecessem seus interesses. 
DIREITO CONSTITUCIONAL: estuda sistematicamente, criticamente, reflexivamente a Constituição, as instituições políticas do Estado, a sociedade, os valores sociais. Interfere em todas as disciplinas (“tronco de uma árvore”).
ESPÉCIES:
POSITIVO: estudo da constituição em si;
COMPARADO: examinar diversas constituições no tempo e no espaço – apresentar semelhanças e diferenças, com o objetivo de comparar e de criticar;
GERAL: estudar diferentes constituições no tempo e no espaço a respeito de um determinado assunto para identificar pontos de aproximação. Gabriela Brasil – T2A
FONTES:Gabriela Brasil – T2A
DIRETAS (IMEDIATAS): a constituição e os costumes (principalmente na Inglaterra);
INDIRETAS (MEDIATAS): a doutrina constitucional (ensina a Teoria da Constituição) e a jurisprudência constitucional.
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: constituição corresponde a um conjunto de normas, regras e princípios que ordenam uma comunidade política, lhe fixando os fundamentos de organização e estrutura, criando os seus poderes, atribuindo-lhes competências, fixando-lhe seus limites e definindo um regime de proteção dos direitos de liberdades fundamentais da pessoa humana. O Estado é o reflexo da constituição. 
	SENTIDO SOCIOLÓGICO
	SENTIDO POLÍTICO
	SENTIDO JURÍDICO
	SENTIDO CULTURAL
	Ferdinand Lassalle – “A Essência da Constituição”
	Carl Schmitt – “Teoria da Constituição”
	Hans Kelsen – “Teoria Pura do Direito”
	Miguel Reale – “Teoria Tridimensional do Direito” e Konrad Hesse
	- Constituição real e efetiva se resulta das forças sociais → realidade política e social do presente. 
	- A Constituição é uma decisão consciente, política e fundamental que o próprio povo organizado em conjunto adora a respeito da organização e do modo de existência da sua própria comunidade.
	- Constituição como norma jurídica fundamental de organização política do Estado e seus elementos essenciais, dissociada de qualquer fundamento político, sociológico ou filosófico. 
Norma positiva suprema.
	- É aquele sentido que busca alinhar todos os anteriores; a Constituição é um objeto cultural, portanto, dialoga e interage com seu meio envolvente; ela é realidade social, decisão política fundamental e norma jurídica. 
	FATORES REAIS DE PODER: monarquia, aristocracia, grande burguesia, banqueiros, pequena burguesia e operários. 
	CONSTITUIÇÃO x LEI CONSTITUCIONAL: a segunda seriam normas que não apresentam relevância (não tem a ver com estruturas e órgãos; direitos individuais, regime político, etc.).
	
	REALE: constituição é norma, é valor e é fato social.
HESSE: a constituição ganha cada vez mais força normativa a cada vez que ela se aproxima da realidade social. 
	Const. real ≠ Const. jurídica
	A Nação quem gera uma Constituição. 
	
	
SUPREMACIA: qualidade da sua força normativa.
FORMAL: todo o sistema jurídico deve adotar procedimentos e formalidades previstos na constituição – caso não sejam cumpridos, não terá validade;
MATERIAL: o direito e o sistema jurídico passam a ser parametrizados pelos valores que a constituição impõe. 
CLASSIFICAÇÃO:
	CONTEÚDO
	FORMAL
	São os textos produzidos a partir de um processo de positivação constituinte (Assembleia Nacional Constituinte é a responsável) – não leva em consideração o conteúdo.
	MATERIAL
	As disposições limitam-se a tratar de um conteúdo material limitado à organização do Estado, dos seus poderes e dos direitos e garantias fundamentais – não importam do processo constituinte ou não.
	FORMA
	ESCRITA
	As normas estão todas reunidas, consolidadas, documentadas em um único texto formalmente produzido no âmbito de uma Assembleia Constituinte.
	NÃO-ESCRITA (OU COSTUMEIRA)
	Se caracteriza por uma prevalência dos costumes constitucionais que coexistem com os textos escritos. 
Gabriela Brasil – T2A
	ORIGEM
	PROMULGADA
	Democraticamente adotada em um país – legítima manifestação constituinte (apoio legítimo, voluntário, espontâneo e livre do povo); 
BRASIL: 1891, 1934, 1946 e 1988.
	OUTORGADA
	Imposta ao povo sem sua participação e, algumas vezes, sem deseja-la. 
BRASIL: 1824, 1937, 1967 e 1969 (esta última é uma emenda, contudo, por ter mudado por completo o texto normativo anterior, pode ser considerada uma constituição).
	CESARISTA
	Elaborada por um ditador, sem participação popular e, depois, ele convoca uma consulta popular (plebiscito ou referendo) para aprovar.
EXEMPLOS: Chile (Penochet) e França (Napoleão Bonaparte).
	PACTUADA
	Compromisso político instável entre duas forças políticas antagônicas.
EXEMPLO: Constituição Francesa de 1791 – pós Revolução Francesa. 
Gabriela Brasil – T2A
	CONSISTÊNCIA/ ESTABILIDADE
	IMUTÁVEL
	Não pode ser alterada de forma alguma por nenhum poder que seja. Para altera-la é necessário convocar uma nova Assembleia Constituinte e elaborar um novo texto normativo.
EXEMPLO: a Constituição de 1824 foi temporariamente imutável – 4 primeiros anos de jurada.
	FIXAS
	Podem ser alteradas, contudo desde que se dê pelo mesmo poder constituinte originário que a elaborou.
	RÍGIDAS
	Tem a virtude de compatibilizar a garantia da evolução da constituição com a realidade social, ou seja, admitem alterações em suas disposições, por meio de um poder destinado a esse fim e por um processo legislativo de emenda bastante dificultado ou agravado (com o objetivo de manter a estabilidade do texto).
	FLEXÍVEIS
	Podem ser alteradas com facilidade (às vezes uma lei pode alterar o próprio texto constitucional).
	SEMIRRÍGIDAS (OU SEMIFLEXÍVEIS)
	Conseguem, em um único texto, reservar partes rígidas e partes flexíveis.
EXEMPLO: a Constituição do Império – art. 178 liberava partes a serem mais flexíveis e outras a apresentarem rigidez. 
OBS: em todas as constituições temos um núcleo irredutível, as cláusulas pétreas (direitos e garantias; separações de poder; voto direto, secreto,periódico e universal; forma federativa de Estado).
	EXTENSÃO
	CONCISA 
(OU SINTÉTICA)
	Breves e abreviadas; se limitam a expor questões de princípios gerais.
EXEMPLO: EUA – 7 artigos.
	ANALÍTICA 
(OU PROLIXA)
	Longas e que entram em detalhes; regulam detalhadamente, analiticamente todos os aspectos da vida política e social do Estado. 
	MODO DE ELABORAÇÃO
	DOGMÁTICA 
(OU SISTEMÁTICA)
	Elaborada a partir de determinados dogmas e ideias fundamentais da ciência política e do direito dominantes na ocasião. 
	HISTÓRICA
	Lenta e ocorre sob o influxo dos costumes e das transformações sociais – no decorrer da história e da tradição histórica de uma determinada comunidade. 
	FINALIDADE
	GARANTIA 
(OU LIBERAL)
	Tem por finalidade tutelar, assegurar e proteger a pessoa humana no seu espaço de autonomia privada (liberdade individual), limitando o exercício arbitrário do poder.
	SOCIAL/DIRIGENTE
	Consequência do constitucionalismo social. Organiza-se um Estado responsável por promover o bem-estar da sociedade – poderia intervir nas relações para assegurar o equilíbrio nacional (prestando serviços públicos na educação, saúde, previdência, etc.). 
Gabriela Brasil – T2A
	IDEOLOGIA
	ORTODOXA
	Adota, com exclusividade, apenas uma carga ideológica.
	ECLÉTICA
	É plural; se compatibiliza com todas as cargas ideológicas – harmonia das diversidades. 
	AO SER
	NORMATIVA
	Tem valor jurídico; suas disposições são normas jurídicas imperativas, regulando a realidade social sem dela se afastar e ao mesmo tempo sem ser por ela regulada.
	NOMINAL
	Não tem valor jurídico; suas disposições existem somente de forma retórica, não desempenham nenhuma atividade regulatória (o processo político que acaba regulando ela).
	SEMÂNTICA
	São cartas políticas as quais os governantes autoritários se utilizam para governar; apresenta-se como um instrumento a serviço do poder, de modo a estabilizar e eternizar as intervenções dos dominadores fáticos do poder político. 
Por fim, a Constituição Brasileira de 1988 é: formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; democrática, quanto à origem; rígida, quanto à consistência; analítica, quanto à extensão; dirigente ou social, quanto à finalidade; dogmática, quanto ao modo de elaboração; eclética, quanto à ideologia; e, normativa, quanto ao modo do ser.Gabriela Brasil – T2A
ESTRUTURA: não significa que todas possuem essa mesma estrutura.
PREÂMBULO: parte introdutória; pré-anuncia, de forma concisa ou resumida, toda a carga ideológica da constituição e os valores prestigiados por ela – serve como parâmetro para a interpretação de todo o texto constitucional.
PARTE DOGMÁTICA: reúne, em seu texto permanente, todos os direitos e garantias fundamentais da pessoa humana (direitos individuais, coletivos, políticos, econômicos, sociais, difusos, culturais).
PARTE TRANSITÓRIA: ADCT; reúne as normas constitucionais de vigência temporária que tem por finalidade assegurar a transição jurídica de uma Constituição anterior, que foi revogada, para uma nova Constituição – enquanto vigentes não podem ser deixadas de cumprir. 
ELEMENTOS: 
ORGÂNICOS: contido nas normas que regulam o Estado e o poder;
LIMITATIVOS: correspondem às normas que formam o catálogo de direitos e garantias fundamentais, limitadoras do poder estatal;
SÓCIO-IDEOLÓGICOS: revelam o comprometimento das Constituições modernas entre o Estado individual e o Estado social; relação Estado-sociedade;
ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL: contêm-se nas normas que visam garantir a solução dos conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas
FORMAIS DE APLICABILIDADE: encontram-se nas normas que prescrevem regras de aplicação das Constituições.
TEORIA DO PODER CONSTITUINTE: 
PODER CONSTITUINTE é a maior expressão de vontade de um povo ou grupo destinada a estabelecer os fundamentos de organização da sua própria comunidade; poder político fundamental e supremo capaz de criar as normas constitucionais, organizando o Estado, delimitando seus poderes e fixando-lhes a competência e limites. Já a TEORIA DO PODER CONSTITUINTE surgiu para além de estuda-lo, legitima-lo – porque nem sempre a autoridade imanente do poder constituinte foi exercida a serviço da pessoa. 
SURGIMENTO: modernidade constitucional – Revolução de Independência dos EUA e Revolução Francesa (se complementam: EUA recebeu apoio da frota francesa e a RF a influenciou. 
PENSAMENTO DE ABADE SIEYÈS: a França, no Antigo Regime, era dividida em três estados: primeiro, alto clero; segundo, nobreza; e, terceiro, burguesia e povo. Esse regime tinha como característica a opressão, o poder absoluto com o Rei, que privilegiava os dois primeiros estados (os quais, juntos formavam cerca de 3% da população). A Revolução teve, como um dos líderes, o padre Emmanuel Joseph Sieyès (ou Abade Sieyès) e este considerado o grande cabeça da Teoria do Poder Constituinte. Ele escreveu um texto direcionado para o povo e este continha três indagações:
1. Quem era o terceiro estado? É tudo, pois ele quem mantem tudo e todos que estão acima com os tributos pagos. 
2. O que tem sido o terceiro estado? Nada; os outros apesar de nada contribuindo, tem sido tudo. Gabriela Brasil – T2A
3. O que pretende ser o terceiro estado? É o único capaz de existir como uma verdadeira nação, precisa se organizar como tal trazendo o poder constituinte para si. Gabriela Brasil – T2A
Diante disso, surgiram as bases de legitimação do poder constituinte que possui dois pilares: a institucionalização desse poder – instituição a serviço da comunidade – e despersonalização desse poder.
NATUREZA: a corrente que prevalece é a positivista. 
CORRENTE POSITIVISTA: sustenta que é um poder político/fático; para o positivismo, o Direito é uma norma jurídica posta pelo Estado de maneira singela – só há direito quando ele é produzido por um órgão do Estado; as pessoas são livres e iguais, porque o Estado garante. 
PODER CONSTITUINTE → CONSTITUIÇÃO → ESTADO → DIREITO
CORRENTE JUSNATURALITA: sustenta que é um poder jurídico/direito; o Direito, para o jusnaturalismo, é aquele produzido pelas relações naturais travadas pelas pessoas humanas; as pessoas são livres e iguais desde que nascem. 
DIREITO → PODER CONSTITUINTE → CONSTITUIÇÃO → ESTADO
TITULARIDADE E EXERCÍCIO: quem é o titular absoluto e exclusivo é o povo (não há co-titularidade), enquanto ele é exercido pela Assembleia Nacional Constituinte (composta por representantes do povo, vão exercer em nome do povo).
OBS: o próprio povo pode exercer o poder em exceções como o plebiscito. 
ESPÉCIES/DIVISÃO: 
ORIGINÁRIO: aquele que exerce a autoridade máxima para elaborar aquela constituição e em seu texto cria os poderes derivados; exercido por uma Assembleia Nacional Constituinte; 
DERIVADO: aquele que exerce a função de reformar aquela constituição já elaborada;
REFORMADOR: reformar o texto constitucional; exercido pelo Congresso Nacional através do processo de Emenda Constitucional (art. 60).
DECORRENTE: elabora constituições estaduais; exercido pelas Assembleias Legislativas Estaduais (art. 25 da parte permanente; art. 11 da parte transitória).
Gabriela Brasil – T2A

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