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Microsoft Word - apostila trad 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - CCH 
DEPARTAMENTO DE PROCESSOS TÉCNICO-DOCUMENTAIS - DPTD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
TECNOLOGIAS DE REPRODUÇÃO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora: 
ANA CELESTE INDOLFO 
2014 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
1 – SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA FOTOGRAFIA 
1.1 – O PROCESSAMENTO FOTOGRÁFICO 
2 - HISTÓRICO DA MICROFILMAGEM 
3 - USOS E VANTAGENS DA MICROFILMAGEM 
3.1 - A ADOÇÃO DA MICROFILMAGEM EM SERVIÇOS DE ARQUIVO 
3.2 - AS MÚLTIPLAS APLICAÇÕES E VANTAGENS DO MICROFILME 
4 - ETAPAS DA PRODUÇÃO DO MICROFILME 
4.1 - PREPARO 
4.2 - OPERACIONALIZAÇÃO 
a) Tipos de microfilmadoras 
b) Métodos de microfilmagem 
c) Posicionamento dos fotogramas no filme 
d) Tipos de filmes para microfilmagem 
e) Sensibilidade dos filmes 
f) Largura do microfilme 
h) Grau de redução 
g) Grau de magnificação 
4.3 - PROCESSAMENTO 
4.3.1 - Controle de qualidade 
a) Inspeção ótica 
b) Inspeção química 
4.4 - DUPLICAÇÃO 
5 - MICROFORMAS 
5.1 – ROLO 
5.2 – JAQUETAS 
5.3 – CARTÕES-JANELA 
5.4 – MICROFICHAS 
5.5 – OUTRAS MICROFORMAS 
6 - RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
6.1 – INDEXAÇÃO DOS FILMES 
6.2 – CODIFICAÇÃO DOS FILMES 
6.2.1 – Codificação manual 
6.2.2 – codificação automática 
6.3 – LEITORES (OU VISORES): unidades de saída 
7 - CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO 
7.1 – PARÂMETROS RECOMENDADOS 
8 - LEGISLAÇÃO SOBRE MICROFILMAGEM 
LEI N° 5.433, DE 8 DE MAIO DE 1968 - Regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá outras 
providências. 
DECRETO N° 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996. - Regulamenta a Lei n° 5433, de 8 de maio de 1968, que 
regula a microfilmagem de documentos oficiais, e dá outras providências. 
RESOLUÇÃO N° 10, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1999, DO CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS - 
Dispõe sobre a adoção de símbolos ISO nas sinaléticas a serem utilizadas no processo de microfilmagem de 
documentos arquivísticos 
PORTARIA Nº 12, DE 8 DE JUNHO DE 2009 DA SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIÇA DO 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. - Dispõe sobre o registro e fiscalização do exercício da atividade de 
microfilmagem de documentos e revoga a Portaria nº 29, de 10 de setembro de 2008. 
9 – GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS 
9.1 – FUNCIONALIDADES DO GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS 
9.2 – FERRAMENTAS, MÍDIAS E LINGUAGENS (textos, imagens e bases de dados) 
9.3 – O FUNCIONAMENTO DA REDE INTERNACIONAL DE COMPUTADORES (INTERNET) 
9.4 – SISTEMAS HÍBRIDOS 
10 – LEGISLAÇÃO SOBRE DIGITALIZAÇÃO 
RESOLUÇÃO N° 31, DE 28 DE ABRIL DE 2010 do CONARQ - Recomendações para digitalização de 
documentos arquivísticos permanentes 
LEI Nº 12.682, DE 9 DE JULHO DE 2012 - Dispõe sobre a elaboração e o arquivamento de documentos em 
meios eletromagnéticos 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
 
1 - SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA FOTOGRAFIA 
 
“A fotografia surgiu da ânsia do homem em fixar as 
imagens percebidas pelo seu olho.”(SONTAG, 1986) 
 
 Já no século XV, Leonardo da Vinci descreve a propriedade que os corpos têm de 
quando iluminados intensamente pela luz do sol,refletirem a sua imagem (invertida), através 
de qualquer orifício existente em uma parede, em uma outra parede que lhe fique oposta. 
Gemma Frisius (fisico alemão) deixou-nos a ilustração de um eclipse do sol observado desta 
maneira, em janeiro de 1544. Assim, antes de surgir a fotografia surgiu a câmara escura. 
 As câmaras escuras, baseadas nessa propriedade, foram sendo continuamente 
aperfeiçoadas. Em 1550, o matemático alemão Jerome Cardan adaptou-lhe uma lente de 
vidro, o que permitiu maior nitidez, tornando-se populares a partir de 1588 com Battista della 
Porta, sendo então utilizadas até o século XIX. Alguns acréscimos foram feitos nesse período, 
tais como a colocação de um espelho em 45° que transmitia a imagem - em posição correta - 
sobre superfícies transparentes ou, ainda, a colocação de módulos acoplados a mesa de 
desenho de modo a permitir a aproximação e o distanciamento das imagens, tais 
beneficiamentos, no entanto, não tiveram sua autoria creditada. 
 A obtenção duradoura da imagem e um modo de fixá-la exigiu os esforços conjuntos 
de artistas e de cientistas para que se obtivesse a imagem gravada por meio da luz - a 
fotografia. 
 Na evolução da fotografia, os fatores acaso e experimentalismo não podem ser 
descartados. Em 1727, Schultz, médico alemão, descobriu ,por acaso, a sensibilidade do 
nitrato de prata à ação da luz do sol; em 1777, portanto, 50 anos depois, descobriu-se que essa 
sensibilidade aumentava quando o nitrato era misturado a outros componentes químicos tais 
como o bromo, o cloro ou o iodo, daí resultando os sais de prata. 
 Foi o litógrafo borgonhês Joseph Nicéphore Niépce quem conseguiu, pela primeira 
vez, em 1826, uma imagem inalterável produzida pela ação direta da luz. Usando betume da 
Judéia - uma espécie de verniz asfáltico - sobre uma chapa de vidro, numa exposição durante 
8 horas ao sol e uma mistura de óleos para fixar a imagem, ele conseguiu uma “fotografia” 
das construções vistas da janela de sua sala de trabalho. 
 Coube, entretanto, ao pintor de paisagens e de cenários para teatro, Louis Jacques 
Mandé Daguerre, a fama de inventor da fotografia, ao produzir o daguerreótipo (o primeiro 
processo prático de fotografia introduzido no mercado), apresentando-o oficialmente aos 
membros da Academia de Ciências e de Belas Artes, em 19 de agosto de 1839. O processo 
descoberto por Daguerre consistia em utilizar uma chapa de cobre recoberta por uma 
finíssima camada de prata polida, sensibilizada com iodeto de prata, revelada em vapor de 
mercúrio e fixada em solução aquecida de sal de cozinha. Devido à sua superfície polida, o 
daguerreótipo é visto como positivo quando reflete um fundo escuro e como negativo, quando 
reflete um fundo claro; normalmente, apresentava-se acondicionado num estojo e protegido 
por vidro. Essa técnica foi muito difundida na Europa e nos Estados Unidos, na década de 80 
do século XIX, e prestava-se, sobretudo, para retratos apresentando, no entanto, o 
inconveniente de não permitir a reprodução das imagens. 
 Foi o cientista inglês William Henry Fox Talbot quem conseguiu vencer esta barreira 
ao desenvolvimento da fotografia quando revelou e copiou, em 23 de setembro de 1840, o seu 
primerio calótipo (do grego: bela imagem). Este processo consistia em utilizar um negativo de 
papel, exposto em câmara fotográfica, revelado em solução de ácido gálico e nitrato de prata 
e, posteriormente, fixado permitindo a produção de um número indeterminado de cópias a 
partir da exposição do negativo à luz solar, em contato com papel salgado, numa prensa 
apropiada. O calótipo foi muito empregado até meados do século passado, sobretudo, para 
fotografias de paisagens e de arquitetura. 
 
 O cientista inglês John Herschel, amigo de Talbot, muito contribuiu sugerindo o 
emprego de diversos elementos químicos e foi o primeiro a utilizar os termos positivo e 
negativo em relação aos calótipos sendo, também, quem cunhou a palavra fotografia. 
 Continuando o aperfeiçoamento dos materiais empregados na obtenção das 
fotografias, Frederick Scott Archer inventou o processo de colódio úmido, em 1851. 
Consistia no revestimento de uma chapa de vidro com uma solução de nitrato de celulose 
(onde havia um iodeto solúvel) e sua sensibilização com nitrato de prata: a chapa era 
umedecida antes de ser colocada na máquina fotográfica, o que causava sérios transtornos 
quanto à temperatura e exigia rapidez na operação. 
 A placa úmida, como era conhecido o processo, fez surgir a fotografia temática em 
que se destacaram Roger Fenton com uma série de flagrantes da guerra da Criméia; Mathew 
Brady e Alexander Gardner, fotografando cenas da guerra de Secessão nos Estados Unidos. 
 Em 1871, o médico inglês RichardLeach Maddox utilizou, pela primeira vez, a 
gelatina para fixar o brometo de prata na chapa. A descoberta da gelatina (substância formada 
de ossos e outras partes dos animais) marcou uma nova etapa na história da fotografia, pois 
permitiu reduzir consideravelmente o equipamento do fotógrafo e a industrialização das 
chapas que, por volta de 1877, podiam ser adquiridas no mercado. 
 George Eastman que, desde 1877, se interessava pela fotografia fundou, em 1889, a 
Eastman Dry Plate Company e não cessou de aperfeiçoar o equipamento fotográfico tendo 
lançado, já em 1888, a máquina fotográfica Kodak que encerrava em seu chassi um rolo de 
filme. 
 Em 1935, apareceram os filmes coloridos e por volta de 1940 entraram no mercado os 
filmes plásticos de tri-acetato denominados filmes de segurança, por serem muito menos 
inflamáveis que os de celulóide. Hoje em dia, o avanço tecnológico nos oferece a fotografia 
eletrônica, o vídeo tape, o vídeo cassete, já popularizados, e a holografia obtida com o uso do 
raio laser. 
 
1.1 - O PROCESSAMENTO FOTOGRÁFICO 
 
 Quando um filme é exposto à luz, forma-se nele uma imagem latente. O processo 
responsável por tornar essa imagem visível em negativo - a revelação - constitui um dos 
aspectos mais fascinantes da fotografia e, também, o que exige maiores cuidados. Seu êxito 
está subordinado a fatores totalmente suscetíveis de controle, cuidado, limpeza e método. 
 O primeiro processo químico consiste na transformação dos haletos de prata, que 
foram expostos no filme, em prata metálica negra. O revelador, produto químico em forma de 
solução, a princípio afeta os haletos de prata que foram expostos à luz, e o faz com 
intensidade proporcional aquela da exposição recebida por eles. Entretanto, com o passar do 
tempo, o revelador começaria a transformar, também, os haletos de prata não-expostos em 
prata metálica.Tão logo, se esgote o tempo de revelação, deve ocorrer a interrupção, seja por 
uma rápida imersão em água, seja por meio de um banho químico. 
 O interruptor, uma solução ligeiramente ácida, tem a capacidade de deter de imediato 
a ação do revelador alcalino mostrando-se, assim, mais eficaz em comparação com a água 
corrente. Ele, também, tem a propriedade de impedir a desnecessária contaminação da solução 
fixadora pelo revelador. 
 A etapa sub-seqüente do processo é a fixação. O fixador torna solúveis, em água, os 
produtos químicos sensíveis à luz não transformados na emulsão, possibilitando sua remoção 
por meio da lavagem em água corrente e a posterior da secagem do filme. 
 Para se obter uma cópia positiva a partir de um negativo, uma luz deve ser projetada 
através do negativo e incidir sobre um papel especial (emulsionado), ou seja, revestido com 
uma emulsão sensível à luz. O papel é então revelado pelo mesmo processo utilizado para o 
filme, com um revelador ligeiramente diverso porém com banhos interruptor e fixador 
 
idênticos. A folha de papel é lavada para eliminar todos os produtos químicos indesejáveis e, 
então, secada. Essa sequência resulta em uma fotografia em positivo. 
 Uma cópia de boa qualidade é aquela que reproduz fielmente a gama total registrada 
por um negativo, também, de boa qualidade, apresentando áreas de um negro intenso, 
correspondente às áreas transparentes do negativo, bem como outras, em branco puro, onde o 
negativo é opaco mostrando ao mesmo tempo todos os detalhes visíveis 
 A emulsão do papel fotográfico é basicamente a mesma existente nos filmes comuns, 
salvo pelo fato de ser sensível apenas a uma parte de espectro colorido e essa característica 
permite o uso de lâmpada de segurança. Conseqüentemente, o papel pode ser processado em 
“bandejas” sem tampas e não nos tanques vedados à luz necessários aos filmes. Assim, pode-
se observar o aparecimento da imagem durante a revelação. 
 
2 - HISTÓRICO DA MICROFILMAGEM 
 
 Os primórdios da história da microfilmagem coincidem com a história da fotografia 
iniciada por Niépce e “popularizada” por Daguerre. 
 Porém, sua criação é obra de John Benjamin Dancer, que dominou rapidamente a 
técnica de produzir fotografia pelo processo de daguerreotipia. Dancer, que era um notável 
fabricante de instrumentos óticos, não precisou de muito tempo para associar as tecnologias 
que dominava tão perfeitamente: a microscopia e a fotografia, instalando uma lente de 
microscópio em uma câmara, em 1839, produzindo a primeira microfotografia. 
 Dancer estabeleceu um rendoso negócio de vendas de bijouterias com microfilmes 
incrustados. Alguns desses primeiros microfilmes existem até hoje. Nessa época, poucas 
foram as aplicações à documentação. 
 Outro pioneiro da microfilmagem foi René Dagron, embora não tenha inventado o 
microfilme, coube a ele receber a primeira patente do mundo para um produto ligado à 
microfilmagem, um visor portátil para microfilme. O visor na verdade era um berloque 
dentro do qual estava embutido um microfilme. 
 Em 1864, Dagron colocou no mercado uma câmara microfilmadora, e escreveu e 
publicou o primeiro livro do mundo sobre microfilme, intitulado “Tratado de Fotografia 
Microscópica”. 
 Em 1870, o microfilme teve sua primeira grande aplicação prática. Durante a guerra 
Franco-Prussiana, Paris ficou sitiada e teve cortada todas as comunicações com a França livre. 
Sem meios de comunicação, e totalmente isolado, o governo de Paris solucionou o problema 
com o uso da microfilmagem. Dagron, usando um balão, deixou Paris em direção à Tours, 
onde instalou uma central de microfilmagem; os microfilmes, depois de prontos, eram atados 
à cauda de pombos-correio que voavam em direção à Paris. 
 O processo de Dagron consistia em microfilmar uma prancha na qual estavam coladas 
várias mensagens, despachos e até recortes de jornais. Esses microfilmes eram separados de 
sua lâmina de vidro, cuidadosamente enrolados e inseridos dentro de uma pena de ganso, que 
funcionava como uma embalagem para o microfilme, que era atado à cauda de um pombo-
correio. Em Paris, os microfilmes eram projetados numa parede e funcionários, treinados, 
copiavam à mão as mensagens que eram divulgadas. 
 Em 1871, Dagron publicou um curioso livro denominado “O correio pelos pombos-
correio”. Ao término da guerra, aproximadamente, 2 milhões e meio de mensagens 
microfilmadas tinham cruzado os céus em direção à Paris, carregadas pelos pombos-correio. 
 No início do século XX, os bancos norte-americanos devolviam os cheques aos seus 
clientes e mantinham apenas um mínimo de informações sobre cada cheque pago. George 
McCarthy, vice-presidente de um banco em New York, desenhou e construiu aquela que 
viria a ser conhecida como a primeira microfilmadora rotativa, a Checkograph. Em 1926, 
com seu equipamento, participou de uma convenção de bancos na costa oeste dos Estados 
Unidos, onde o invento chamou a atenção de um gerente da Kodak. 
 
 Logo após, McCarthy deixou a vice-presidência do banco e passou a ser o gerente de 
uma nova companhia que viria a ser inaugurada em New York, a Recordak, uma subsidária 
da Kodak, que adquiriu os direitos de invenção de McCarthy. Em 1928, o Empire Trust 
Company, onde ele exercia a vice-presidência, iniciava a microfilmagem de seus cheques. 
 Nessa época, a Kodak não vendia as microfilmadoras, elas eram alugadas aos usuários 
e o objetivo comercial da empresa era a venda de filmes e o seu processamento. Ainda em 
1928, foi lançado o primeiro aparelho visor para microfilmes com a configuração dos nossos 
dias. Logo a seguir, começaram a surgir os equipamentos planetários visando o amplo 
mercado das bibliotecas. Em 1937, foi introduzido o filme de 35mm para microfilmagem. Na 
década de 30, já se podia ler o New York Times em microfilme. 
 Na 2ª Guerra Mundial, o volume de correspondência entre os combatentes e os seus 
familiares era de centenas de toneladas. Em 1941, na Inglaterra, foi criado o Airgraph, como 
meio de solucionar o problemade envio de milhares de cartas para os campos de batalha. 
Nos Estados Unidos, o sistema recebeu o nome de V-Mail ou Correio da Vitória. 
 Através do V-Mail, combatentes e seus familiares escreviam suas cartas em 
formulários padronizados e essas cartas eram microfilmadas. Os aviões carregavam quilos de 
microfilmes ao invés de carregarem toneladas de cartas. A grande meta a alcançar era reduzir 
espaço e peso no transporte aéreo, naqueles difíceis tempos de guerra. Quando os microfilmes 
chegavam ao seu destino, em diversas áreas do mundo, eram novamente reproduzidos em 
papel e as cartas eram entregues aos seus destinatários. Não era somente cartas que o V-Mail 
transportava. A revista Times era especialmente produzida para a Marinha pelo V-Mail. 
 Muitas das unidades do V-Mail editavam jornais informativos a respeito de suas 
atividades visando a troca de informações. O Correio da Vitória foi uma das grandiosas 
operações de microfilmagem já realizadas. 
 São passados mais de um século e meio desde que Dancer produziu o 1° microfilme; 
sem o saber, ele estava dando início a uma seqüência de acontecimentos que transformaram 
os métodos de armazenamento e tratamento da documentação em nossos dias. 
 
3 - USOS E VANTAGENS DA MICROFILMAGEM 
 
3.1 - A ADOÇÃO DA MICROFILMAGEM EM SERVIÇOS DE ARQUIVO 
 
 A microfilmagem desempenha função essencial na conservação de documentos, como 
meio de se obter cópias de segurança e como instrumento para reduzir as necessidades de 
armazenamento da informação. 
 A adoção de um sistema implica no conhecimento não só dos princípios da 
Arquivologia como das diversas técnicas de microfilmagem. 
 Os administradores de arquivos e os arquivistas deverão levar em consideração, no 
momento que optarem pela implantação de sistemas e serviços micrográficos, os usos mais 
correntes do microfilme em arquivo assim como os custos e/ou economia decorrentes de sua 
implantação. 
 Esses profissionais deverão analisar os usos e as vantagens da microfilmagem como: 
- instrumento tecnológico auxiliar não só para preservar documentos originais, passíveis de 
destruição pelo manuseio, como também para garantir a segurança de acervo contra furto, 
incêndio, inundações; 
- meio de agilizar a recuperação das informações, facilitando o seu intercâmbio; 
- forma de preencher lacunas nos acervos arquivísticos; 
- substituto, em situações específicas, de grandes volumes de documentos, proporcionando 
um melhor aproveitamento do espaço reduzindo o custo de manutenção, concentrando as 
informações e facilitando o seu manuseio. 
 Qualquer determinação para microfilmar deve ser baseada nos seguintes critérios: 
- os documentos devem apresentar valor que justifique o custo dessa operação; 
 
- os documentos a serem microfilmados devem ter características físicas que se prestem a 
microfilmagem; deve-se dar preferência às grandes séries e não a peças isoladas, o estado de 
conservação dos originais deve ser examinado pois muitas vezes não possibilitarão uma 
reprodução técnica adequada; 
- os documentos devem apresentar um arranjo que permita a sua microfilmagem e que facilite 
a recuperação da informação; 
- os documentos devem ser microfilmados dentro da melhor técnica; o arquivista deve buscar 
a produção de um filme de qualidade arquivística uma vez que o filme deve assegurar uma 
durabilidade maior que o papel, apesar de ser o microfilme (a película) feito de um material 
mais delicado que o papel, que se não for processado e armazenado adequadamente, torna-se 
suscetível de deterioração. O seu acondicionamento e armazenamento devem estar livres dos 
efeitos provenientes de oscilações de temperatura e de umidade relativa do ar e luminosidade 
inadequadas, que provoquem o aparecimento de fungos, mofo, cheiros, oxidação e outras 
deformações. 
 Um serviço de microfilmagem pressupõe, em primeiro lugar, a organização 
arquivística dos documentos e o estabelecimento de um criterioso programa de avaliação e 
seleção do acervo documental. 
 Uma vez organizados os arquivos e selecionados os documentos, o administrador de 
arquivos e o arquivista deverão proceder a um estudo da viabilidade econômica, de acordo 
com a disponibilidade de pessoal, espaço e de recursos financeiros da instituição, além do 
cálculo do número e da variedade de equipamentos, materiais e acessórios, como também 
dimensionar as instalações para laboratório, arquivos de segurança e de consulta, estabelecer 
as normas de funcionamento de todo o sistema e do tratamento técnico dos documentos a 
serem armazenados. 
 Além dessas considerações, deve-se ter em mente as questões legais concernentes a 
utilização do microfilme assim como, também, as garantias jurídicas, a normalização dos 
procedimentos, das especificações e dos padrões de qualidade estabelecidos por organismos 
internacionais. 
 Tendo analisado todos esses aspectos caberá aos responsáveis definir e propor 
algumas opções para a implementação desses sistemas e/ou serviços micrográficos, podendo a 
escolha recair em uma delas ou na combinação de mais de uma delas: 
- contratar serviços de terceiros para realizar todas as fases da microfilmagem: preparo, 
microfilmagem, processamento e duplicação; 
- microfilmar a documentação na própria instituição e contratar serviços de terceiros para as 
fases de processamento e duplicação; 
- executar todas as fases da microfilmagem na própria instituição; 
- construir instalações adequadas para arquivamento da documentação, adotando-se a 
microfilmagem apenas para documentos raros ou de significativo valor histórico. 
 Analisados e colocados em discussão os pontos fundamentais dessa questão, cada 
instituição arquivística e/ou unidade de arquivo deverá encontrar a solução que melhor atenda 
as suas peculiaridades, examinando todas as vantagens e desvantagens que envolvam a 
microfilmagem, o custo global da implantação do sistema e os benefícios advindos do 
emprego desses serviços. 
 No planejamento da implantação de um sistema de microfilmagem não há lugar para 
improvisações pois o enfoque deformado dessa tecnologia tem sido responsável pelo 
insucesso de inúmeros programas de microfilmagem, desacreditando e enfraquecendo a sua 
imagem que corretamente utilizada contribui para o aprimoramento dos serviços de gestão de 
documentos e a eficácia do gerenciamento da informação. 
 
 
 
 
 
3.2 - AS MÚLTIPLAS APLICAÇÕES E VANTAGENS DO MICROFILME 
 
 A microfilmagem como tecnologia desenvolvida a partir da fotografia e aplicável à 
miniaturização da informação na sua forma papel, é uma indústria relativamente recente. 
 Tendo por base um invento atribuído ao fabricante inglês de ótica John B. Dancer e ao 
fotógrafo francês René Dagron, ela foi praticamente esquecida até que George McCarthy, 
funcionário de um banco em Nova York, concebeu um sistema para microfilmar cheques, 
para preservar o registro das transações bancárias. 
 Durante a 2ª Guerra Mundial, os ingleses utilizaram o microfilme para comunicações 
intercontinentais e, as Forças Armadas Americanas passaram a empregá-lo, largamente, para 
reduzir o espaço ocupado nos aviões, pelo enorme volume de correspondência para os seus 
militares. 
 Essa possibilidade de microfilmar milhões de cartas, expedir o microfilme de um 
continente para outro e voltar a reproduzir em papel as cartas originais, alertou, a seguir à 
Guerra, os governos e as empresas para as possibilidades de um invento até então quase 
inexplorado. 
 A partir desse período, assiste-se a uma rápida expansão dessa indústria, que com um 
contínuo desenvolvimento tecnológico, tem conseguido um alargamento progressivo dos seus 
campos de aplicação, um reconhecimento universal da sua importância na satisfação das 
necessidades e na solução dos problemas que se apresentam, aos Governos e Empresas, no 
campo do registro, do manuseio e do arquivamento de grandes volumes de documentos. 
Seguem-se,alguns exemplos: 
- companhias de seguros: na conversão dos processos dos segurados e dos relatórios de 
sinistros; 
- assistência e previdência social: na conversão dos volumosos arquivos de processos dos 
beneficiários e contribuintes, e no arquivamento de folhas de pagamento e fichas financeiras; 
- empresas comerciais e industriais: na substituição da documentação contábil-financeira 
(faturas, recibos); 
- hospitais, clínicas e centros de investigação médica: no arquivamento de histórias clínicas, 
prontuários de pacientes, processos de internamento; 
- bibliotecas e centros de documentação: na preservação de obras antigas e valiosas, na 
miniaturização de publicações para redução de espaço, facilidade de consulta e redução de 
custos no envio dessas mesmas publicações para qualquer parte do globo; 
- bancos e instituições financeiras: na conferência de assinaturas, em fichários de informações 
cadastrais, no registro de letras, cheques e outros documentos financeiros, na troca de 
informações entre agências, na disseminação de relatórios, na conservação de dados 
estatísticos, na substituição de listagens, com a redução dos custos e tempo de impressão. 
 As vantagens que o microfilme oferece aos seus usuários são as razões da sua 
expansão e do seu sucesso: 
- o microfilme tem validade em juízo desde que obedecidos os critérios e padrões 
estabelecidos na legislação brasileira; 
- segurança e integridade da documentação, quer pelas características dos filmes, quer pela 
possibilidade de obtenção de duplicata dos arquivos em local à prova de acidentes; 
- economia de espaço a 90% em relação aos métodos convencionais; 
- economia de custos de manutenção; 
- economia de tempo, tanto no acesso como no registro da documentação; 
- reprodução e distribuição a baixo custo; 
- redução dos problemas de perda da informação por extravio ou arquivamento fora de ordem; 
- uniformidade dimensional dos arquivos, independentemente do formato dos originais. 
 
 
 
 
4 - ETAPAS DE PRODUÇÃO DO MICROFILME 
 
4.1 - PREPARO 
 
 Toda a documentação, antes de ser submetida à microfilmagem, requer preparo, 
procedimentos que vão do simples trato artesanal, físico, de desamassar, retirar grampos e 
clips ao arranjo, à ordenação seqüencial, em grupos, em conjuntos, ou o emprego de sistema 
de indexação. 
 A atribuição do preparo poderá ser da unidade responsável pela documentação, em 
face de seu conteúdo próprio ou de seu grupo de documentos, e/ou do setor de preparo do 
centro de microfilmagem do órgão. 
 O primeiro procedimento será examinar as condições físicas dos documentos, o estado 
de conservação, porque nem sempre é possível produzir boas reproduções a partir de originais 
danificados. A verificação dos documentos deve ser feita um por um, folha por folha, página 
por página, anotando-se faltas, falhas, rasgões, inutilizações e/ou manchas a fim de se 
completar ou substituir, quando houver duplicata. Quando a falta não puder ser completada, 
deverá ser colocada uma folha de papel no lugar do documento, com menção desta 
ocorrência, identificando a falta, a fim de que seja microfilmado a sinalética própria na ordem 
ou posição em que o documento ou folha deveria estar. 
 Sempre que a documentação a ser microfilmada apresentar problemas relativos à 
encadernação, ocasionando aglutinação do texto, perda de legibilidade ou sombreamento 
junto à lombada e conseqüente perda do foco, o exemplar deverá ser desencadernado ou ter 
sua encadernação adaptada para a microfilmagem. Os documentos, que constituem processos, 
deverão ser liberados de suas pastas, capas, retirados clips, presilhas e eliminadas dobras, 
ondulações, vincos a fim de se obter o máximo de perfeição física. 
 Outro procedimento indispensável no preparo é que os documentos sejam agrupados e 
ordenados na seqüência exata em que deverão ser microfilmados (ordem numérica, alfabética, 
por assunto, grupos, palavras-chaves) visando o sistema de recuperação utilizado. 
 Com a finalidade de identificar o conteúdo dos documentos no rolo, procede-se ao 
preparo de sinaléticas, constituídos de textos explicativos, números e letras, que deverão ser 
microfilmados no início e no fim de cada rolo, se for o caso, e/ou nos intervalos, antecedendo 
o grupo de documentos que se quer identificar. 
 As imagens de abertura e de encerramento, que são obrigatórias, deverão conter 
sempre o nome da instituição do setor de microfilmagem, da cidade, do país além dos dados 
de identificação, ou seja, assunto, data, grupo de documentos, procedência etc. Poderão ser 
usados sinaléticas secundárias, subdividindo-se os grupos, os assuntos, as datas contidas no 
rolo, isto feito sempre com o intuito de criar maiores facilidades de busca e localização. 
 Quando os documentos já estiverem sido submetidos a uma sistemática de 
arquivamento - por ordem numérica, geográfica, alfabética, cronológica, alfa-numérica, 
assunto - tais procedimentos deverão ser mantidos, registrando-se na sinalética de entrada a 
abrangência do conteúdo do rolo, em função do tipo de método usado. 
 Os documentos ou exemplares em falta deverão ser listados e preparadas sinaléticas 
secundárias que serão microfilmados após o de entrada, indicando as faltas ou falhas 
existentes naquele rolo. Com a finalidade de localizar 1 (um) fotograma ou uma seqüência de 
imagens microfilma-se, algumas vezes seguidas, uma ficha contendo letras, números, 
diagonais ou qualquer outro recurso visual, antes de cada grupo de documentos, com a função 
de despertar a atenção durante o rápido movimento do filme. 
 
 
 
 
 
 
4.2 - OPERACIONALIZAÇÃO 
 
 A microfilmagem está condicionada a dois aspectos fundamentais: as características 
dos documentos que irão determinar o uso de técnicas e os dispositivos legais que disciplinam 
o uso das técnicas. 
 O microfilme é usado, basicamente, para produzir filmes cópias para leitura em 
aparelhos óticos especiais e cópias em papel para leitura direta. Estes usos apresentam 
diferentes requisitos que não podem ser satisfeitos completamente com um tratamento comum 
a todos os casos. 
 As microfilmadoras são instrumentos de copiar com precisão. Sua unidade filmadora 
é provida de lentes, mecanismos de foco, transporte de filme, contador de fotograma, 
iluminação e pode microfilmar em diversos graus de redução. 
 A indústria de equipamentos para microfilmar produz uma variada e versátil linha de 
máquinas e acessórios; no entanto, a seleção dos tipos específicos deverá ser feita em função 
das necessidades da documentação e do sistema. 
 Os fatores que determinam o que microfilmar em cada tipo de equipamento são as 
condições dos originais quanto às dimensões, à natureza do suporte, à apresentação, ao estado 
de conservação, às necessidades de manuseio, à codificação e às disposições legais que 
determinam a bitola e o tipo de filme, os graus de redução, a indexação e o método de 
arquivamento. 
 A qualidade da imagem registrada no filme pela microfilmadora determina o nível de 
qualidade possível das cópias subseqüentes. 
 
a) Tipos de microfilmadoras 
 Constituem unidades de entrada, os equipamentos empregados para registrar as 
informações em microfilme, isto é, as câmaras microfilmadoras que, de acordo, com o 
processo operacional empregado podem ser rotativas ou planetárias. Nas microfilmadoras, 
sejam elas de qualquer tipo, só é possível utilizar filmes a base de sais de prata com a 
finalidade de gerarem filmes negativos matrizes. 
- Câmaras microfilmadoras rotativas: são unidades em que o documento é microfilmado no 
interior da câmara para onde é conduzido através de correias ou esteiras. O processo dá-se 
com o filme e o documento em movimento, sendo ambos tracionados na mesma velocidade. 
Nessas câmaras o documento é inserido manual ou automaticamente e a exposição 
acompanha a passagem do original, produzindo fotogramas de acordo com o seu formatoe 
dimensão de forma que se um original tiver o comprimento do filme, este apresentará um 
quadro único abrangendo o filme. Há no mercado uma grande variedade de equipamentos 
rotativos, que podem ser agrupados em três categorias de conformidade com os recursos de 
que dispõem e o fim a que se destinam. Exemplos: microfilmadoras rotativas não automáticas 
portáteis que são comumente empregadas em serviços volantes, arquivos de pequeno porte ou 
atividades de apoio; microfilmadoras rotativas não automáticas para formulários contínuos e 
microfilmadoras rotativas automáticas. 
- Câmaras microfilmadoras planetárias: assemelham-se às câmaras fotográficas e são 
desenhadas especialmente para produzir cópias micrográficas de documentos. O controle de 
redução é efetuado pelo deslocamento da unidade filmadora posicionada numa coluna 
apresentando, alguns modelos, a unidade filmadora fixa. Nas planetárias o documento a ser 
fotografado é colocado sobre a mesa do equipamento e iluminado por projetores laterais 
localizados nos braços da unidade. Alguns equipamentos mais avançados possuem controle 
automático de exposição sensível à luz ou à cor do objeto, aumentando ou diminuindo a 
intensidade luminosa para proporcionar imagem uniforme e um bom contraste. Os 
equipamentos planetários são empregados, normalmente, para documentos de grande porte, 
como jornais, plantas, desenhos, mapas ou documentos volumosos, e ainda para documentos 
 
em condições precárias de conservação. Existem disponíveis no mercado para filmes de 
16mm, 35mm e 105mm, com uma ou duas unidades filmadoras. 
 
 Em máquina rotativas, o fator qualidade dos fotogramas, comparativamente com os 
produzidos em máquinas planetárias, tem um percentual de 10% de perda de qualidade. 
 A diferença fundamental entre as rotativas e as planetárias é que, no primeiro caso, o 
documento é que se movimenta, isto é, ele é introduzido dentro da microfilmadora, passando 
pela frente da objetiva. Deverá ser, necessariamente, em folha solta e em formatos 
padronizados. 
 Na planetária, o documento fica estático, é depositado em superfície plana sob a 
objetiva da unidade filmadora, é feito o ajuste de campo, determinado o grau de redução 
adequado ao formato de documento e verificada a intensidade da luz necessária. Poderá ser 
em folhas soltas, volumes encadernados e em formatos variáveis. 
 Uma régua milimetrada, microfilmada junto ao documento, tornará possível conhecer 
com exatidão, as dimensões do original, possibilitando a reprodução exata do mesmo, sua 
redução ou ampliação em escalas determinadas. 
 
- Câmaras de escalonamento e repetição (step & repeat): é um tipo de câmara planetária 
que utiliza filme de 105mm, produzindo microfichas de 105mm x 148mm, após o corte do 
filme processado em segmentos. Cada uma das microfichas poderá conter de 60 a 392 
fotogramas, dependendo do grau de redução adotado. Opera pelo posicionamento e 
exposição sucessivos da área do filme correspondente a cada fotograma. 
- Unidades COM: são câmaras que geram imagens em microfilme a partir de um 
equipamento de processamento eletrônico de dados, diretamente do computador ou de uma 
unidade de fita magnética, sem que haja necessidade da emissão de documentos em papel. 
 
 
b) Métodos de microfilmagem 
 Em microfilmadoras rotativas automáticas com filme de 16mm, a disposição dos 
fotogramas ao longo do filme obedece a três métodos: simples, duo e duplex. No método 
SIMPLES as imagens ocupam toda a largura do filme, seqüêncialmente em uma só fila, na 
ordem normal da leitura; no método DUO, utiliza-se primeiro a metade superior do filme e 
quando esta primeira metade está preenchida, a máquina realiza automaticamente o retorno do 
filme e utiliza a metade inferior, obtendo-se carreiras separadas de microcópias, o que permite 
maior número de originais por rolo de filme, exigindo conseqüentemente maior redução do 
original; no método DUPLEX os originais devem ser impressos dos dois lados e por meio de 
espelhos e prismas registram-se a frente e o verso, automática e simultaneamente, um ao lado 
do outro. 
 
 
c) Posicionamento dos fotogramas no filme 
 Outro aspecto relativo às imagens registradas num microfilme é o seu posicionamento 
em relação ao comprimento do filme, que é também o sentido de seu transporte nos visores. 
 O posicionamento adequado das imagens significa economia de filme e facilidade de 
leitura dos fotogramas. Ele pode ser estabelecido pela posição do texto ao longo do filme, 
assim é longitudinal quando o texto está paralelo ao sentido de comprimento do filme e 
transversal quando o texto está perpendicular ao comprimento. 
 O posicionamento dos fotogramas no filme é determinado pelo sentido de alimentação 
das microfilmadoras, ou seja, a posição de introdução do documento na máquina (rotativa) ou 
a colocação do documento no campo fotográfico durante a microfilmagem. Também deve-se 
verificar o tipo de visor que será utilizado para consulta (com ou sem giro de imagem). 
 
 
d) Tipos de filmes para microfilmagem 
 Os filmes desenvolvidos para utilização no campo da microfilmagem possuem 
características específicas para o registro e reprodução de documentos, não se prestando 
portanto ao registro de cenas naturais, objetos ou pessoas. 
 Existem dois tipos de filmes utilizados em microfilmagem: o filme de câmara 
(negativo, matriz) e os filmes cópias. Os filmes de câmara são usados diretamente nas 
microfilmadoras para o registro dos documentos originais e não podem ser expostos a 
qualquer tipo de luz. Sua polaridade é sempre negativa: fundo preto e letras brancas. Os 
filmes cópias são destinados à duplicação do filme de câmara e existem aqueles com emulsão 
de halogenetos de prata e com outros tipos de emulsão como o diazo. 
 
 A constituição do filme de câmara é a seguinte: 
- base ou suporte: é o meio usado para sustentar a emulsão; na confecção das bases para 
microfilme tem sido, tradicionalmente, usado o acetato e o triacetato de celulose; atualmente, 
o poliéster também está sendo usado em virtude de sua grande resistência à ruptura; 
- emulsão: é uma camada sensível à luz que capta a imagem e consiste em cristais 
microscópicos de halogenetos de prata suspensos em gelatina; 
-substrato: é um adesivo claro que liga a emulsão à base; 
-camada protetora: é composta de material transparente para evitar os arranhões, manchas 
ou outros danos na emulsão; 
-camada anti-halo: é tradicionalmente adicionada para reduzir a luz refletida no interior da 
unidade filmadora durante a microfilmagem. 
NOTA: a gelatina tem importante função na determinação das características do filme de 
prata possuindo vantagens (dilatação quando tratada por soluções de processamento 
permitindo atingir todos os cristais de prata; não se dissolve, não se desintegra e nem distorce 
a imagem na solução ou quando da secagem do filme; endurece logo após a secagem) e 
desvantagens (é suscetível aos arranhões, facilitando a degeneração e destruição da imagem; é 
um composto orgânico e portanto sujeito a fungos, bactérias e outros problemas similares, daí 
as precauções que devem ser tomadas em relação ao controle de temperatura, umidade e 
luminosidade nos locais de armazenamento dos microfilmes). 
 
 As características dos filmes cópias são as seguintes: 
- filmes cópias a base de sais de prata: são filmes que contém halogenetos de prata em sua 
constituição no entanto, não podem ser utilizados como filme de câmara devido a sua baixa 
sensibilidade à luz; conserva a polaridade do filme original e o seu processamento é feito da 
mesma forma que o original de câmara; 
- filmes cópias diazo: são filmes cuja emulsão é composta de partículas diazóicas e de 
substâncias chamadas acoplantes. A sensibilidade desse filme é feita por luz ultra-violeta de 
alta intensidade. Quando o filme é exposto no duplicador, as partículas atingidas pela luz são 
destruídaspermanecendo inalteradas aquelas não atingidas; o processo de revelação é 
praticamente a seco pois utiliza vapor de amônia que age sobre as partículas que não 
receberam luz, fazendo com que estas associem-se aos acoplantes formando corantes e, 
conseqüentemente, as imagens. O filme diazo mantém a polaridade do filme original, possui 
alto poder de resolução e grande resistência a abrasão, suportando bem o manuseio intenso. 
 
 
e) Sensibilidade dos filmes 
 É o poder de maior ou menor percepção de um filme ao fator luz, os filmes mais 
sensíveis são chamados de pancromáticos (sensíveis a qualquer espectro de luz = filmes de 
câmara) e os menos sensíveis são denominados de ortocromáticos (sensíveis à luz branca = 
filmes cópias). 
 
 
f) Largura do microfilme 
 Existem várias larguras (bitolas) de microfilme e sua escolha adequada é determinada 
em função do sistema de informação adotado e da documentação a ser microfilmada. 
- 16mm: engloba a mais ampla faixa de aplicações sendo muito difundida sua utilização em 
rolos tanto para rotativas como para planetárias; 
- 35mm: serve principalmente para o registro de desenhos técnicos, plantas e mapas podendo 
ser aplicada tanto em rolo quanto cortado em segmentos, compondo outras microformas, 
sempre em microfilmadora planetária. 
- 105mm: usada para a reprodução de imagens múltiplas originando as microfichas cuja 
aplicação muito tem se desenvolvido para emissão de relatórios ou ainda edição de catálogos. 
 A razão pela qual relaciona-se a largura do microfilme com sua aplicação reside no 
fato de que ela e a redução utilizada vão determinar a dimensão máxima do documento 
admitida no filme. 
 
g) Grau de redução 
 É a proporção entre a dimensão linear do documento e a dimensão correspondente à 
imagem do filme. O grau de redução adequado está estreitamente ligado às dimensões do 
original e à largura do filme. É o grau de redução que determina a quantidade de documentos 
que podem ser registrados num filme, o limite máximo de fotogramas é determinado pelo 
comprimento do filme. 
 A capacidade de armazenamento de documentos em um microfilme está relacionada 
com o tamanho do filme, as medidas do documento, o grau de redução e o tipo de 
microfilmadora. Numa microfilmadora rotativa é possível determinar a quantidade de 
documentos cabível em um rolo aplicando-se uma fórmula, entretanto, numa microfilmadora 
planetária a quantidade de fotogramas é fixa sendo determinada pela redução adotada e pelo 
modelo da máquina pois tendo os quadros fixos, a área ocupada no filme por um documento é 
sempre a mesma. 
 
h) Grau de magnificação 
 Magnificação (ampliação, aumento) é a proporção entre as dimensões da imagem do 
documento registrada no microfilme e a sua projeção na tela do visor. Esta não deve ser muito 
superior à redução usada devendo ser, preferivelmente, igual ou menor para que a qualidade 
da imagem reproduzida não seja prejudicada. 
 
 
4.3 – PROCESSAMENTO 
 
 O mecanismo de processamento de um filme convencional, a base de sais de prata, 
envolve as etapas de revelação*, fixação*, lavagem e secagem. Hoje em dia, é praticamente 
corrente a aquisição e uso dos banhos reveladores e fixadores já prontos. O objetivo principal 
das etapas do processamento é a obtenção de imagens uniformes ao longo do filme e de um 
bom padrão técnico de qualidade. 
 As processadoras automáticas revelam filmes de 16mm, 35mm e 105mm. 
 Com finalidade de verificar as condições do filme matriz produzido, a inspeção ótica 
se realiza utilizando revisores de filmes para constatar se está completo, sem faltar páginas, 
documentos, ou na ordem do arranjo estabelecido previamente; se as imagens estão em foco, 
perfeitas; efetuar a leitura da densidade*, definição* e a legibilidade do filme para fins de 
leitura perfeita e duplicação em filmes cópias. Para tal verificação é usado o densitômetro*. 
Os erros constatados deverão ser corrigidos em filme posterior. 
 A inspeção química envolve o exame da qualidade dos filmes através do teste químico 
para verificar os resíduos do sal fixador (tiossulfato de sódio, conhecido comunente como 
hipossulfito de sódio* ou simplesmente hipo). 
 
 Os testes deverão ser realizados com regularidade e se ocorrer o caso de filmes com 
diferença de densidade acima dos padrões, estes deverão ser novamente lavados até que a 
condição ideal seja conseguida. 
 
GLOSSÁRIO: 
 
1) processamento: procedimento relativo à ação de agentes químicos ou físicos, com o 
propósito de tornar legível a imagem latente produzida pela ação da luz na superfície sensível; 
2) revelação (banho de): tratamento químico ou físico para tornar visível a imagem 
latente, gerada por um raio luminoso, sobre uma superfície sensível; 
3) fixação (banho de): solução que interrompe a ação do revelador nas emulsões 
fotossensíveis tornando os sais de prata, não expostos, solúveis, com a finalidade de 
transformar a imagem, já revelada, permanente; 
4) densidade (óptica): medida pela capacidade de uma imagem fotográfica de absorver a 
luz, isto é, pela gradação da gama do cinza; 
5) densitômetro: instrumento para medir a densidade óptica de uma imagem, pela 
medida da quantidade de luz incidente, refletida ou transmitida; 
6) definição (poder de) = poder de resolução: é a propriedade de uma emulsão, ou de 
um sistema óptico, de registrar a imagem de um documento em seus mínimos detalhes; a 
medida quantitativa do poder resolutivo ou de resolução é expressa em linhas por milímetro, 
como critério de qualidade, ou seja, a resolução é a capacidade da microfilmadora e do 
microfilme de produzir os detalhes de uma imagem em número delinhas por milímetro; 
7) hipossulfito residual: agente químico de saturação, usado no banho fixador, que deve 
ser eliminado para garantir a durabilidade do filme. 
 
 
4.3.1 - Controle de qualidade do microfilme 
 
 Tem como objetivo garantir a qualidade da imagem, da permanência arquivística e das 
informações do microfilme. Para que se possa obter bons resultados na produção de 
microfilmes, um programa de qualidade deve ser elaborado e colocado em prática desde o 
início da microfilmagem. 
 
a) Inspeção ótica 
 Uma resolução depende de alguns fatores: emulsão do filme, exposição, objetiva, 
ajuste, vibração da câmara, redução e processamento. Para medir o poder de resolução de um 
microfilme, é preciso dispor de um original de altíssima precisão gráfica, e que seja padrão 
universal. Este padrão é chamado de “Resolution Test Chart”. Para a leitura do poder de 
resolução de um microfilme, é necessário um microscópio que tenha subiluminador e cuja 
ampliação esteja entre 50x e 100x. 
 Como fazer o teste? Microfilmar RTC como se fosse um documento, processar o 
filme, examinar pelo microscópio o fotograma obtido do RTC, localizar no RTC (através do 
microscópio) qual o menor grupo de linhas que apresenta nítida separação entre uma linha e 
outra, tanto as verticais, como as horizontais, anotar o número correspondente a esse grupo de 
linhas, multiplicar o número de linhas por milímetro. Considera-se internacionalmente 
aceitável um microfilme com resolução a partir de 90 linhas por milímetro. 
Influenciam na densidade de um filme: exposição, filme com prazo de validade 
vencido, demora para processar o filme, temperatura elevada do revelador. Em microfilme, é 
reconhecida como ideal a densidade igual a 1.0. 
 O aparelho usado para medir a densidade chama-se Densitômetro. Constituí-se de 
uma fonte de luz referencial altamente estável, de um dispositivo adequado para a colocação 
do filme a ser inspecionado e de uma unidade captora de luz, que acoplada a um sistema, 
 
permite ler em uma escala de valores as distintas áreas ou pontos de maior ou menor 
transmissão. 
 
b) Inspeção química 
Responsável pela garantia de uma longa permanência arquivística dos microfilmes. 
Os resíduos químicos são os principaisagentes de deterioração das imagens microfilmadas. É 
importante promover testes residuais periódicos, para certificar-se de que o processamento 
dos filmes está sendo convenientemente executado. Os resíduos deixados no filme pelos 
químicos utilizados em processamento não podem ir além dos limites máximos fixados por 
normas internacionais de controle de qualidade. 
 O teste realizado com maior freqüência é o: 
- Teste Residual de HIPOSSULFITO: o resíduo de hipossulfito de sódio é a quantidade de 
tiossulfato de sódio (fixador) que permanece na superfície do filme depois da última lavagem. 
Estes resíduos combinam com a prata da imagem e formam o sulfito de prata. Essa união 
provoca um processo de permanente deterioração. Entretanto, este inconveniente pode ser 
eliminado através de lavagem adequada do microfilme após os banhos químicos. O limite 
máximo de concentração de hipo para garantir qualidade arquivística é de 0.7 microgramas 
por centímetro quadrado de área de filme. 
 Atualmente, são usados dois outros métodos para teste de controle de qualidade 
identificados como: método azul de metileno e densitométrico de prata. 
 
- Método azul de metileno: substitui o teste de hipo, é certamente o mais rápido e o mais 
preciso, indica a quantidade exata de hipossulfito no filme, em micrograma por centímetro 
quadrado; por outro lado, é relativamente complicado para montar, e seu custo de implantação 
é bastante alto tendo em vista necessitar de espectrofotômetro para fazer a análise. Sendo 
tecnicamente complexo, exige dispendiosa montagem, constante calibração e um químico de 
alto nível técnico. 
 
- Método densitométrico de prata: consiste em medir uma mancha de densidade que é 
produzida pelo resíduo do fixador, a mensuração é obtida através do exame em um 
densitômetro, no qual é instalado um filtro especial. 
 
 
4.4 – DUPLICAÇÃO 
 
 Se após a inspeção o filme produzido foi considerado perfeito, será usado como filme 
matriz para produção de filmes cópias, através do uso de duplicadores. Existem duplicadores 
para filmes cópia de prata e diazo. 
a) Duplicador para filme cópia de prata: durante a duplicação, o filme original é 
transportado em contato com o filme cópia, em perfeito sincronismo, para ser exposto à luz 
do duplicador. Terminada a duplicação, o filme cópia de prata necessita ser processado, tendo 
em vista sua constituição, tal como o filme original. 
b) Duplicador para filme cópia Diazo: o filme original é também transportado em contato 
com o filme cópia em perfeito sincronismo para ser exposto à ação da luz; a exposição do 
filme diazo é feita através de luz ultra violeta; o processamento do filme diazo é feito através 
de vapor de amônia, em uma câmara existente no próprio duplicador, ele é instantâneo pois 
deixa o filme pronto para uso logo após a duplicação. 
 
 
 
 
 
 
5 – MICROFORMAS 
 
 Os microfilmes são produzidos pelas microfilmadoras convencionais na forma de 
rolos de filme com 30,5m de comprimento excetuando-se as microfichas transparentes. A 
utilização dos métodos de arquivamento de informações existentes, em microformas, deverá 
ser adequada às necessidades específicas dos sistemas de recuperação. 
 
5.1 – ROLO 
 
 30,5 metros de película enrolada em carretéis especiais de plásticos, ou metal 
protegido com pintura, ou outra matéria destinada a impedir a oxidação. Tais carretéis devem 
ter duas características: 
- furo central, quadrado, com dimensões e forma padronizadas para encaixar nos eixos de 
tração dos aparelhos de leitura; 
- abertura nas paredes laterais destinadas a propiciar ampla circulação do ar, dissipação do 
calor e a evitar retenção de umidade. 
 Os carretéis são colocados em caixas especiais de cartolina, isenta de acidez, em cujo 
dorso e laterais escrevem-se os dados de identificação do rolo e outras referências de 
localização. Atualmente, são produzidas caixas de plásticos que propiciam melhores 
condições de armazenamento. As caixas são colocadas em gavetas de arquivos de aço, de 
fabricação especial denominados Micromex. 
 O tipo de arquivamento em rolo recomenda-se para a formação de arquivos de 
documentação de longos textos e de continuidade, tais como: processos, relatórios, legislação, 
livros, jornais, revistas, documentação administrativa, contábil etc. 
 
5.2 – JAQUETAS 
 
 Envelopes de acetato transparente, de tamanho padronizado, com divisões ou canais 
onde são inseridas as tiras de filmes de 16 ou 35mm. Ao alto das jaquetas, visíveis a olho nu, 
a indexação ou dados referentes aos microfilmes ali arquivados. 
 O tipo de arquivamento em jaquetas é indicado para documentação de cadastro, de 
contínuo crescimento, enfim arquivos “dinâmicos” que são atualizados ou ampliados 
freqüentemente Através de filmes copiativos, podem ser facilmente duplicados. 
 
5.3 - CARTÕES – JANELA 
 
 De tamanho padronizado, semelhantes aos cartões de tabulação, possuem uma, duas 
ou mais aberturas denominadas janelas protegidas por bolso(s) de acetado transparente, onde 
é inserido o fotograma(s), em filmes de 16 e 35mm, ou simultaneamente 16 e 35mm.. No 
lado esquerdo do cartão, perfurado, datilografado, codificado ou por símbolos alfanuméricos, 
a indexação ou elementos de identidade do(s) fotograma(s) ali arquivado(s). 
 O arquivamento em cartões-janela destina-se a material capaz de ser reunido em 
número reduzido de fotogramas, como por exemplo: gráficos, tabelas, desenhos, plantas etc. 
para arquivos técnicos. Filmes copiativos possibilitam sua rápida duplicação. 
 
5.4 - MICROFICHAS 
 
 A microficha é um suporte plano, opaco ou transparente, contendo uma série de 
imagens ou fotogramas, em filmes de 105 mm dispostos em linhas paralelas. 
 Na microficha obtida na microfilmagem convencional, os elementos de identificação 
dos documentos contidos são vistos ao alto, a olho nu, e a localização dos documentos é feita 
através do uso de coordenadas em colunas e em fileiras. 
 
 As microfichas têm aplicações importantes no campo do arquivamento, nas empresas 
em que as microformas são adequadas para os fichários de consulta constante, manuais, 
relatórios técnicos, catálogo de peças, nas bibliotecas e no campo editorial, onde 
proporcionam um meio econômico de publicação, produção e distribuição a baixo custo 
eliminando os problemas de edição. 
 Constituem, também, um meio de distribuição da informação selecionada por assunto, 
para formar uma biblioteca, arquivo, ou centro de documentação em embalagem compacta. 
Nos empréstimos garantem um serviço mais rápido eliminando o alto custo das remessas 
postais. 
 As microfichas podem ser usadas tanto nas microfilmadoras convencionais como no 
sistema COM. Vários aspectos as diferenciam: as dimensões em que se apresentam, os graus 
de redução utilizados, a localização do fotograma-índice e, principalmente, a leitura que nas 
modalidades produzidas pelas microfilmadoras convencionais é feita horizontalmente, já que 
os fotogramas estão em linhas paralelas, enquanto que no sistema COM a leitura é vertical, de 
cima para baixo, coluna por coluna. 
 A microficha considerada padrão e a mais usada é a de 105mm x 148mm, sendo que a 
sua capacidade pode variar entre 50 e 252 fotogramas com a redução variando entre 20x e 
48x. 
 As microfichas podem ser geradas de várias maneiras: 
- utilizando uma câmara planetária “step & repeat”; 
- utilizando o equipamento C.O.M (Computer output Microfilm); 
- duplicando uma jaqueta. 
 
5.5 - OUTRAS MICROFORMAS 
 
O Cartucho surgiu como forma de dinamizar o uso do rolo de microfilme. Os rolos 
são acondicionados em caixas especiais, que tornam possível automatizar a busca da 
informação, no entanto, só pode ser utilizado em visores específicos para leitura de cartucho. 
O Tab-Jac também é um cartão tabulável, contendo três canais de poliester para 
inserção de filmes de 16mm; sua aparência é semelhante a cartão-janela.É uma microforma 
bastante adequada para documentos com o crescimento (prontuários médicos), que possuem 
número reduzido de páginas e entre os quais não seja freqüente a inserção de novos 
documentos. 
 
 
6 - RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
 Índice é o recurso que se utiliza fora do filme para facilitar a busca da informação 
microfilmada. O índice pode ser feito em cartões, fichas, folhas, listas e até nas caixas (que 
acondicionam os filmes) podem ser inseridos índices nas etiquetas. 
 Código é o recurso que se utiliza dentro do filme para facilitar a seleção do documento 
procurado. O código é inserido dentro do filme, sendo esta operação realizada durante a 
filmagem de forma manual ou automatizada. Os tipos de codificação podem ser: 
- a numeração seqüencial no documento ou no fotograma; 
- o sistema de flash com a função sinalética; 
- por odômetro; 
- por controle de imagens, sinais óticos ou blips com o uso de retângulo embaixo do 
fotograma, ou com a leitura por célula fotoelétrica; 
- binária ou MIRACODE (microfilms information retrieval acess code) com o emprego de 
sinais óticos em colunas antes de cada fotograma (na própria microfilmadora, é feita a 
digitação do código); 
 
- com o uso de código de barras, ou seja, a colocação automática de código de barras abaixo 
de cada documento. 
 
6.1 - INDEXAÇÃO DOS FILMES 
 
 Indexar é relacionar os ítens que constituem o conjunto de documentos, apontando a 
localização física de cada um e de um grupo deles. 
 Deverá ser executada na fase de preparação técnica dos documentos para 
microfilmagem, sendo utilizada somente para a microforma em rolo, pois esta é que reúne um 
grande número de documentos em um só lugar. 
 A indexação dos filmes é baseada no sistema de arquivamento da documentação 
original, isto quer dizer que, se os documentos estão organizados em ordem alfabética, a 
indexação do filme terá como base esta ordem. 
 Aliadas a esta ordenação estarão as informações originadas da microfilmagem dos 
documentos, tais como: rolo, flash e fotograma, necessários para se recuperar a informação, 
pois são elas que localizarão os documentos desejados dentro do filme. 
Exemplos de indexação: alfabética, numérica e cronológica. 
 
6.2 - CODIFICAÇÃO DOS FILMES 
 
 Codificar é estabelecer símbolos que permitam, através de processos manuais, 
mecânicos ou eletrônicos, recuperar a informação desejada. Estes símbolos são chamados de 
códigos. 
 A maioria dos sistemas de codificação foi desenvolvida para os microfilmes em rolo e 
seus derivados (o cartucho) pois são as microformas que apresentam maior volume de 
informações armazenada por unidade, necessitando pois de meios seguros e rápidos para 
localizar um documento entre milhares contidos no mesmo rolo. 
 A codificação deve ser planejada com objetivo de recuperar a informação o mais 
rápido possível. O tipo de codificação vai variar de acordo com os equipamentos de entrada e 
de saída utilizados.Existem vários tipos de codificação atualmente em uso, que são as 
manuais e automatizadas. 
 
6.2.1 - Codificação manual 
 
 É aquela cujo acesso à informação é feito de forma manual e simplificada, sem o 
auxílio mecânico ou automático. As mais conhecidas são “flash” e odômetro. 
- Codificação por “flash” - A codificação manual mais usada é o “flash”. O termo “flash” é 
uma expressão norte-americana e comumente usada por nós na sua forma original. Significa 
clarão, brilho súbito e repentino. É própria para microfilmes em rolo e seus derivados, que 
contenham informações possíveis de serem classificadas em grandes lotes, ordenados de 
forma seqüencial lógica. 
 O método consiste em separar grupos de documentos microfilmados mediante um 
espaçamento em branco (sem imagens) no filme e a colocação de fichas identificadoras dos 
grupos nesses intervalos assim formados. 
 A medida em que o filme passa na tela do leitor de microfilme, os espaços 
transparentes criados entre cada grupo causarão um brilho repentino semelhante ao “flash” de 
uma câmara fotográfica. Imediatamente após verificar esse brilho, o pesquisador verá a ficha 
de identificação do grupo, devendo então reduzir a velocidade de avanço do filme de tal 
forma que possa identificar o documento que deseja dentro do grupo. 
 Existe um aperfeiçoamento da codificação por “flash” que consiste em colocar no 
lugar determinado para o espaçamento (flash) uma folha de papel com listras negras no 
sentido horizontal do filme. Essas folhas devem ser microfilmadas antes de cada grupo de 
 
documentos. Quando o filme correr, ao passarem as folhas listradas a tela do leitor ficará 
alternadamente iluminada e escura. 
 
- Codificação por odômetro: codificar pelo método do odômetro significa identificar o 
documento com um código numérico que exprime o número de unidades-padrão de 
comprimento de filme que são percorridos até chegarmos ao documento desejado. 
 A codificação por odômetro não se presta para codificação individual de documentos 
mas para grupo de 10 ou 15 documentos. O método requer que o aparelho leitor esteja 
equipado com odômetro. A codificação por odômetro impõe a utilização de um índice 
externo. Para efetuar a consulta, o pesquisador verifica no índice em que rolo e qual código de 
odômetro indicativo do documento que procura. Coloca o rolo de filme no visor, zera o 
odômetro e em seguida aciona o avanço do filme até que o mostrador do odômetro indique o 
código indicado no índice referente ao documento desejado. A codificação por odômetro pode 
também ter o rolo inserido em cartucho. 
 
6.2.2 - Codificação automática 
 
 É aquela gerada ou destinada à recuperação da informação por meios automáticos. 
Temos codificação por controle de imagem e binária. 
- Codificação por Blips (controle de imagem): este método consiste em se produzir durante 
a microfilmagem, pequenas marcas retangulares (Blips) sob a imagem de cada documento. 
Essas pequenas marcas são geradas automaticamente através de dispositivos integrantes do 
próprio equipamento de microfilmagem. 
- Codificação binária (código de barras): este sistema associa a técnica da microfilmagem à 
tecnologia dos mini-computadores. Consiste em se produzir um filme pelo método de 
controle de imagem (Blips), sendo que todas as informações, que identificam cada 
documento, são códigos em binário gravados em discos magnéticos.Um mini-computador 
comanda todo o acesso aos discos magnéticos (memória do sistema) através de um terminal 
vídeo, cujo teclado representa o elo de ligação entre o sistema e o operador. 
 
 
6.3 - LEITORES (OU VISORES) 
 
 As unidades de saída são os equipamentos empregados para acesso ou recuperação dos 
documentos microfilmados através da ampliação (ou magnificação) da imagem, são 
denominados leitores ou visores de microfilme. 
 O leitor é um aparelho constituído basicamente de um dispositivo para o transporte de 
microfilme, um suporte contendo a parte ótica composta das lentes para ampliação da imagem 
e de seu mecanismo de ajuste, uma lâmpada, um jogo de espelhos para reflexão da imagem 
ampliada pelas lentes e um visor (ou tela) destinado a receber projetadas as imagens dos 
espelhos. 
 Os leitores diferenciam-se em muitos aspectos já que foram idealizados para utilização 
em diferentes métodos de consultas e recuperação da informação. Há leitores dotados de 
lentes fixas, outros que permitem uma ampla compatibilidade através da fácil permuta de 
lentes ou através de uma aproximação ou afastamento do ponto de foco (zoom). Existem 
aparelhos dotados de dispositivo para giro de imagem caso contrário só admitem um único 
posicionamento dos fotogramas no filme. 
 De acordo com a forma de acesso à informação a que se destinam, as unidades de 
saída classificam-se em leitores para simples consulta e leitores copiadores agrupados, por 
outro lado, de conformidade com as microformas básicas específicas que adotam (leitores 
para rolos,para jaquetas, para microfichas e mistos). 
 
 Os leitores copiadores são equipamentos que produzem cópias em papel da imagem 
projetada na tela e a obtenção das cópias podem ser pelos processos fotográfico e/ ou 
eletrostático. 
 
7 - CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO 
 
 O filme é um produto extremamente perecível mas que se conservará por um longo 
tempo se nas etapas de produção, armazenamento e controle for submetido a procedimentos 
técnicos perfeitos. 
 É certo que a longevidade dos filmes e o rigor das condições recomendadas estão 
estritamente ligados às necessidades dos prazos de retenção dos filmes, considerando-se que 
os registros fotográficos podem constituir interesse para uso por prazo médio, ou para efeito 
de arquivos permanentes, de durabilidade ou permanência máxima. 
 Portanto, quanto mais longa for a vida útil desejada do filme, maiores e mais rigorosos 
serão os cuidados e as condições recomendadas. Um dos mais importantes fatores que afetam 
a longevidade do filme é a existência, na etapa de processamento, de químicos residuais 
acima das especificações recomendadas. 
 Outros fatores inimigos do filme são a poeira, o calor e a umidade. O fungo, que então 
se forma, situa-se na emulsão e depois no suporte, formando zonas negras, verdes ou cinza 
escuro, consumindo a imagem, destruindo a emulsão. No entanto, se o filme for conservado 
em ambiente muito seco, a emulsão perde a umidade e sua elasticidade fica reduzida. 
 Os locais devem reunir requisitos de ar puro, isenção de poeira e gases nocivos. A 
revisão e limpeza dos filmes deverá ser feita periodicamente, de 6 em 6 meses. 
 
7.1 - PARÂMETROS RECOMENDADOS 
 
a) umidade relativa do ar 
- matrizes de segurança: 45% 
- películas para consulta (diazo): 55% 
- variações aceitáveis + ou - 5% 
 
b) temperatura média 
- matrizes de segurança: 15% 
- películas para consulta: 18º a 21ºC 
- microfichas: 21º a 24ºC 
- variações aceitáveis: + ou - 3ºC 
 
c) mobiliário 
- para as matrizes de segurança: depósitos de segurança, isolado do prédio onde estão as 
outras microformas; 
- para as películas de consulta: utilização de arquivos específicos para microfilmes 
(Micromex). 
 
d) embalagens 
- os rolos devem ser em carretéis de plásticos acondicionados em caixas plásticas ou de 
papelão com pH neutro. 
 
 
 
 
 
 
 
8 – LEGISLAÇÃO SOBRE MICROFILMAGEM 
 
LEI Nº 5.433, DE 8 DE MAIO DE 1968: Regula a microfilmagem de documentos oficiais e 
dá outras providências. 
 O Presidente da República. 
 Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 Art. 1° É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos 
particulares e oficiais arquivados, estes de órgãos federais, estaduais e municipais. 
 § 1°. Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os traslados e as 
cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos em juízos ou 
fora dele. 
 § 2°. Os documentos microfilmados poderão, a critério da autoridade competente, ser 
eliminados por incineração, destruição mecânica ou por outro processo adequado que 
assegure a sua desintegração. 
 § 3°. A incineração dos documentos microfilmados ou sua transferência para outro local 
far-se-á mediante lavratura de termo, por autoridade competente, em livro próprio. 
 § 4°. Os filmes negativos resultantes de microfilmagem ficarão arquivados na repartição 
detentora do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto. 
 § 5°. A eliminação ou transferência para outro local dos documentos microfilmados far-se-
á mediante lavratura de termo em livro próprio pela autoridade competente. 
 § 6°. Os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser 
eliminados antes de ser arquivados. 
 §7° Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, poderão excepcionalmente 
ser microfilmados documentos ainda não arquivados desde que autorizados por autoridade 
competente. 
 Art. 2°. Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser 
arquivados em local diverso da repartição detentora dos mesmos. 
 Art. 3°. O Poder Executivo regulamentará, no prazo de 90 (noventa) dias, a presente Lei, 
indicando as autoridades competentes, nas esferas federais, estaduais e municipais para a 
autenticação de traslados e certidões originais de microfilmagem de documentos oficiais. 
 §1°. O decreto de regulamentação determinará, igualmente, quais os cartórios e órgãos 
públicos capacitados para efetuarem a microfilmagem de documentos particulares bem como 
os requisitos que a microfilmagem realizada, por aqueles cartórios e órgãos públicos devem 
preencher para serem autenticados, a fim de produzirem efeitos jurídicos em juízos ou fora 
dele, quer os microfilmes, quer os seus traslados e certidões originarias. 
 §2°. Prescreverá também o decreto as condições que os cartórios competentes terão de 
cumprir para autenticação de reproduções realizados por particulares, para produzir efeitos 
jurídicos com a terceiros. 
 Art. 4°. É dispensável o reconhecimento da firma da autoridade que autenticar os 
documentos oficiais arquivados, para efeito de microfilmagem e os traslados e certidões 
originais de microfilmes. 
 Art. 5°. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 Art. 6°. Revogam-se as disposições em contrário. 
 Brasília, 8 de maio de 1968; 147° da Independência e 80° da República. 
A. COSTA E SILVA - Luís Antonio da Gama e Silva 
Diário Oficial da União, de 10 de maio de 1968. 
 
 
 
 
 
 
 
DECRETO Nº 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996 - Regulamenta a Lei n° 5433, de 8 de 
maio de 1968, que regula a microfilmagem de documentos oficiais, e dá outras providências. 
 O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da 
Constituição e tendo em vista o disposto no art. 3° da Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968 
 Decreta: 
 Art.1. A microfilmagem, em todo território nacional, autorizada pela Lei nº 5.433, de 8 
de maio de 1968, abrange a dos documentos oficiais ou públicos, de qualquer espécie e em 
qualquer suporte, produzidos e recebidos pelos órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário e 
Legislativo, da Administração Indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, bem como a dos documentos particulares ou privados, de pessoas físicas ou 
jurídicas. 
 Art. 2°. A emissão de cópias, traslados e certidões extraídas de microfilmes, bem assim a 
autenticação desses documentos, para que possam produzir efeitos legais, em juízo ou fora 
dele, é regulada por este Decreto. 
 Art. 3°. Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do processo de 
reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, 
em diferentes graus de redução. 
 Art. 4°. A microfilmagem será feita em equipamentos que garantam a fiel reprodução 
das informações, sendo permitida a utilização de qualquer microforma. 
 Parágrafo único. Em se tratando da utilização de microfichas, além dos procedimentos 
previstos neste Decreto, tanto a original como a cópia terão, na sua parte superior, área 
reservada a titulação, a identificação e a numeração seqüencial legíveis com a vista 
desarmada, bem como fotogramas destinados à indexação. 
 Art. 5°. A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sempre em filme original, com 
o mínimo de 180 linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e qualidade de 
imagem e de reprodução. 
 § 1°. Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de filme cópia, do filme 
original. 
 § 2°. Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis de qualquer tipo, tanto para a 
confecção do original como para a extração de cópias. 
 § 3°. O armazenamentodo filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme 
cópia. 
 Art. 6°. Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer grau de redução, garantida a 
legibilidade e a qualidade de reprodução. 
 Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo tamanho ultrapasse a dimensão 
máxima do campo fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem poderá ser feita por 
etapas, sendo obrigatória a repetição de uma parte da imagem anterior na imagem 
subseqüente, de modo que se possa identificar, por superposição, a continuidade entre as 
seções adjacentes microfilmadas. 
 Art. 7º. Na microfilmagem de documentos cada série será sempre precedida de imagem 
de abertura, com os seguintes elementos: 
 I - identificação do detentor dos documentos a serem microfilmados; 
 II - número do microfilme, se for o caso; 
 III - local e a data da microfilmagem; 
 IV - registro no Ministério da Justiça; 
 V - ordenação, identificação e resumo da série de documentos a serem microfilmados; 
 VI - menção, quando for o caso, de que a série de documentos a serem microfilmados é 
continuação da série contida em microfilme anterior; 
 VII - identificação do equipamento utilizado, da unidade filmada e do grau de redução; 
 VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se for o caso, e assinatura do detentor 
dos documentos a serem microfilmados; 
 IX - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, 
 
cartório ou empresa executora da microfilmagem. 
 Art. 8° No final da microfilmagem de cada série será sempre reproduzida a imagem de 
encerramento, imediatamente após o último documento, com os seguintes elementos: 
 I - identificação do detentor dos documentos microfilmados; 
 II - informações complementares relativas ao item V do artigo 6 deste Decreto; 
 III - termo de encerramento atestando a fiel observância às disposições do presente 
Decreto; 
 IV - menção, quando for o caso, de que a série de documentos microfilmados continua 
em microfilme posterior; 
 V - nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, 
cartório ou empresa executora da microfilmagem. 
 Art. 9° Os documentos da mesma série ou seqüência, eventualmente omitidos quando da 
microfilmagem, ou aqueles cujas imagens não apresentarem legibilidade, por falha de 
operação ou por problema técnico, serão reproduzidos posteriormente, não sendo permitido 
corte ou inserção no filme original. 
 § 1° A microfilmagem destes documentos será precedida de uma imagem de observação, 
com os seguintes elementos: 
 a) identificação do microfilme, local e data; 
 b) descrição das irregularidades constatadas; 
 c) nome por extenso, qualificação funcional e assinatura do responsável pela unidade, 
cartório ou empresa executora da microfilmagem. 
 § 2° É obrigatório fazer indexação remissiva para recuperar as informações e assegurar a 
localização dos documentos. 
 § 3° Caso a complementação não satisfaça os padrões de qualidade exigidos, a 
microfilmagem dessa série de documentos deverá ser repetida integralmente. 
 Art. 10°. Para o processamento dos filmes serão utilizados equipamentos e técnicas que 
assegurem ao filme alto poder de definição, densidade uniforme e durabilidade. 
 Art. 11. Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a critério da autoridade 
competente, ser microfilmados, não sendo permitida a sua eliminação até a definição de sua 
destinação final. 
 Art. 12. A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á por meios que 
garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a 
revisão e a extração de filme cópia. 
 Parágrafo único. A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá ocorrer se a 
mesma estiver prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada pela autoridade 
competente na esfera de atuação do mesmo e respeitado o disposto no art. 9° da Lei n° 8.159, 
de 8 de janeiro de 1991. 
 Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda permanente, não 
poderão ser eliminados após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo público de 
sua esfera de atuação ou preservados pelo próprio órgão detentor. 
 Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em filme de documentos 
microfilmados, para produzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, terão que ser 
autenticados pela autoridade competente detentora do filme original. 
 § 1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de microfilmes de documentos privados, 
deverá ser emitido termo próprio, no qual deverá constar que o filme que o acompanha é 
cópia fiel do filme original, cuja autenticação far-se-á nos cartórios que satisfizerem os 
requisitos especificados no artigo seguinte. 
 § 2° Em se tratando de cópia em papel, extraída de microfilmes de documentos privados, 
a autenticação far-se-á por meio de carimbo aposto, em cada folha, nos cartórios que 
satisfizerem os requisitos especificados no artigo seguinte. 
 § 3° A cópia em papel, de que trata o parágrafo anterior, poderá ser extraída utilizando-
se qualquer meio de reprodução, desde que seja assegurada a sua fidelidade e qualidade de 
 
leitura. 
 Art. 15. A microfilmagem de documentos poderá ser feita por empresas e cartórios 
habilitados nos termos deste Decreto. 
 Parágrafo único. Para exercer a atividade de microfilmagem de documentos, as empresas 
e cartórios, a que se refere este artigo, além da legislação a que estão sujeitos, deverão 
requerer registro no Ministério da Justiça e sujeitar-se à fiscalização que por este será exercida 
quanto ao cumprimento do disposto no presente Decreto. 
 Art. 16 As empresas e os cartórios, que se dedicarem à microfilmagem de documentos de 
terceiros, fornecerão, obrigatoriamente, um documento de garantia, declarando: 
 I - que a microfilmagem foi executada de acordo com o disposto neste Decreto; 
 II - que se responsabilizam pelo padrão de qualidade do serviço executado; 
 III - que o usuário passa a ser responsável pelo manuseio e conservação das 
microformas. 
 Art. 17. Os microfilmes e filmes cópia, produzidos no exterior, somente terão valor 
legal, em juízo ou fora dele, quando: 
 I - autenticados por autoridade estrangeira competente; 
 II - tiverem reconhecida pela autoridade consular brasileira a firma da autoridade 
estrangeira que os houver autenticado; 
 III - forem acompanhados de tradução oficial. 
 Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópia resultantes da microfilmagem de 
documentos sujeitos à fiscalização, ou necessários à prestação de contas, deverão ser 
mantidos pelos prazos de prescrição a que estariam sujeitos os seus respectivos originais. 
 Art. 19. As infrações, às normas deste Decreto, por parte dos cartórios e empresas 
registrados no Ministério da Justiça sujeitarão o infrator, observada a gravidade do fato, às 
penalidades de advertência ou suspensão do registro, sem prejuízo das sanções penais e civis 
cabíveis. 
 Parágrafo único. No caso de reincidência por falta grave, o registro será cassado 
definitivamente. 
 Art. 20. O Ministério da Justiça expedirá as instruções que se fizerem necessárias ao 
cumprimento deste Decreto. 
 Art. 21. Revoga-se o decreto n° 64.398, de 24 de abril de 1969. 
 Art. 20. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 Brasília, 30 de janeiro de 1996, 175° da Independência e 108° da República 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - Milton Seligman 
Diário Oficial da União, de 31 de janeiro de 1996. 
 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA - ARQUIVO

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