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Cautelares e urgencia unip

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MODULO 1
AS TUTELAS DE URGÊNCIA NO CPC 1973
 
        Era previsto no Código Processual Civil de 1973 a possibilidade em havendo situação de risco ao provimento final em decorrência da demora, a concessão de medidas de urgência. Assim, por mais eficaz que seja o processo de conhecimento ou execução, sempre haverá um lapso até que a tutela seja concedida; as tutelas de urgência surgem para evitar danos muitas vezes irreparáveis.
        Duas são as medidas possíveis, a tutela cautelar e a antecipada, em ambas o objetivo é declinar os riscos. Sendo que na primeira, serão tomadas medidas para afastar tal perigo, enquanto que na segunda, o direito será de forma provisória antecipado ao autor.
 
1ª. Parte
PROCESSO CAUTELAR: TUTELA CAUTELAR
 
        A partir da reforma do CPC –1973 – a cautelar ganhou autonomia como forma de prestação jurisdicional. O Código Processual emprega algumas expressões ao regular as cautelares. Vejamos:
 
Ação Cautelar: Expressão utilizada referindo-se ao direito de requerer um provimento acautelatório;
 
Processo Cautelar: Processo é o instrumento cautelar e é formado pelo procedimento;
 
Procedimento Cautelar: A expressão designa em que Livro a matéria está regulada;
 
Medida Cautelar: É o provimento jurisdicional de natureza cautelar. É o ato do julgador, sendo uma decisão interlocutória ou uma sentença. Tais medidas estão inseridas no processo cautelar, porém podemos encontrá-las dentro do processo de conhecimento ou do processo de execução.
 
 
CARACTERÍSTICAS:
 
Podemos mencionar algumas características particulares do processo cautelar, como veremos a seguir:
 
Instrumentalidade: Também conhecido como instrumento do instrumento ou instrumentalidade ao quadrado, o processo cautelar é utilizado para garantir a eficácia e utilidade do processo principal.
 
Preventividade: O principal papel do processo é resguardar direitos e evitar danos ou riscos de danos; assim se o dano ocorreu não há mais função para a utilização desse processo.
 
Provisoriedade: As cautelares produzirão efeitos até que não exista mais possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação.
 
Autonomia: O processo cautelar tem vida própria, por exemplo, o objeto não será o mesmo da ação principal. Aqui o requerente deverá utilizar requisitos diferentes daqueles da ação principal. Não podemos negar que a existência do processo cautelar pressupõe sempre a existência de um processo principal, mas a sua finalidade e o seu procedimento são autônomos.
 
Urgência: Aqui encontramos a necessidade de afastarmos de imediato. Havendo periculum in mora e ofumus boni juris, o julgador deverá conceder a medida.
 
Fungibilidade: O juiz, ainda que seja outra a medida postulada, poderá conceder a medida cautelar que lhe pareça mais adequada para satisfazer o direito do requerente.
 
 
CLASSIFICAÇÃO:
 
Em um primeiro momento podemos fazer a classificação quanto ao momento de propositura da cautelar, assim temos:
 
Preparatórias: São as propostas antes da ação principal. Em regra, a ação principal deverá ser proposta em 30 dias após a execução da tutela cautelar, sendo que esse prazo tem caráter decadencial, ou seja, não sendo proposta nesse prazo, é cessada a eficácia da cautelar.
 
Incidentais: Como o próprio nome diz, surge em uma circunstância acidental, durante o curso do processo principal.
 
Temos também em uma segunda classificação o seguinte tratamento:
 
Inominadas: São aquelas fundadas no Poder Geral de Cautela do juiz, ou seja, havendo risco ou ameaça de lesão, e preenchendo os requisitos mínimos (periculum in mora e fumus boni juris) o juiz pode conceder a tutela cautelar.
 
Típicas: São as pré-determinadas pelo CPC/73; já estão estabelecidas pela lei, que por sua vez relaciona os requisitos e hipóteses para sua concessão. Sendo assim, se subdividem em:
 
Assecuratórias de bens: Para assegurar o bem objeto da demanda.
 
Assecuratórias de pessoas: Tem como objetivo de evitar que alguma das partes pereça no decorrer da demanda.
 
Assecuratórias de provas: Fito de preservar provas, garantindo assim uma melhor sentença.
 
De natureza não-cautelar: Estão inseridas no Livro das Cautelares, mas não há nenhum provimento jurisdicional cautelar.
 
PODER GERAL DE CAUTELA
 
        Como citamos acima o juiz poderá utilizar-se de um poder geral de cautela, isto é, seria impossível a lei prever todas as hipóteses que haveria necessidade de proteção cautelar; assim o juiz poderá, através desse poder, conceder providências que cautelares mesmo não previstas de forma expressa.
        Mesmo assim o julgador deve atentar para algumas limitações; ou seja, deve sopesar entre as partes, direitos e deveres, sem que haja um desequilíbrio entre privações e vantagens.
        Em um segundo momento o juiz deverá levar em conta requisitos específicos, quais sejam: Periculum in morae Fumus Boni Juris.
        No primeiro deve-se levar em conta que com o aguardo do julgamento final do processo principal poderá ocorrer danos irreparáveis ou de difícil reparação, ou havendo um risco iminente ou em ultima analise um risco concreto, descartando-se meras suposições. Já no segundo o juiz observará se há uma grande possibilidade da demanda ao final ser procedente, ou seja, a aparência do bom direito.
 
 
LIMINAR
 
        A liminar poderá ser concedida desde que, conforme entendimentos tanto doutrinários quanto a jurisprudencial estejam presentes os seguintes requisitos:
        Risco de ineficácia da medida pela citação do requerido: Com a citação do requerido, este por sua vez poderá praticar algum ato que torne a medida cautelar inexeqüível, ou ainda pela urgência do pedido não há tempo hábil para citação e resposta do requerido. Aqui temos a liminar inaudita altera parte.
        Possibilidade de existência do direito: Conforme o CPC a liminar será concedida diretamente ou após a audiência de justificação. Temos aqui a obtenção pelo juiz de elementos para formar sua convicção, muito próximo ao requisito para a concessão da própria medida cautelar, o chamado fumus boni juris.
        A concessão da liminar no processo cautelar tem como principal ponto de argumentação que sua providência é de suma importância, a ponto de não poder aguardar a conclusão da ação cautelar.
 
2ª. parte
TUTELAS ANTECIPADAS
 
 
CONCEITO:
 
        É a possibilidade do juiz conceder, total ou parcialmente, de forma antecipada, aquilo que está sendo pedido, ainda que com caráter provisório.
 
 
CABIMENTO DA MEDIDA: 
 
        Somente é possível obter-se a antecipação da tutela no processo de conhecimento, isto é, no procedimento comum (sumário, ordinário), procedimento especial, no procedimento dos JECs, e também no procedimento monitório, após sua conversão em ordinário.
       
        Não cabe a antecipação de tutela nos processos de:
Execução tendo em vista que o titular do direito já tem os meios suficientes para torná-lo efetivo.
Cautelares porque neles o que se busca é a proteção de um direito, que será objeto de discussão no processo principal, não tendo, por conseguinte, caráter de satisfatividade.
Nas ações que tem tutela própria, como por exemplo: nas ações possessórias de força nova (art. 928) e, nas ações de alimentos regidas pela lei 5478 (art. 4°).
 
REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À CONCESSÃO DA MEDIDA:
Requerimento da parte (não se concede tutela de ofício),
Prova inequívoca da verossimilhança do alegado (equivale ao fumus boni juris).
Reversibilidade do provimento jurisdicional.
Além disso, o autor deverá demonstrar a possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação e, o eventual abuso de direito da parte contrária.
 
 
REVERSIBILIDADE DA MEDIDA: 
 
        Não será concedida a tutela se houver perigo de que o provimento seja irreversível. Não se trata de reversibilidade de ordem econômica, mas sim com relação ao provimento. Nas ações sobre o estado das pessoas não cabe a tutela, como por exemplo: nas ações de separação ou divórcio, investigaçãode paternidade, anulação do casamento, etc.
 
 
ABUSO DE DIREITO: 
 
        Quando a parte interpõe petições pedindo providências impertinentes tais como provas desnecessárias ou quando retarda em cumprir as determinações judiciais, ou ainda, quando provoca incidentes descabidos, o juiz poderá antecipar os efeitos da sentença.
 
 
PARTE INCONTROVERSA: 
 
        O juiz também concederá a tutela no que diz respeito à parte incontroversa do pedido. Por exemplo: o credor ajuíza uma ação cobrando um débito e o réu apenas impugna parte do pedido, o juiz poderá conceder a antecipação da parte não impugnada (art. 273, § 6°).
 
 
MOMENTO DA CONCESSÃO: 
Na propositura da ação: Pode ser concedida liminarmente, se postulada na petição inicial, sem o conhecimento da parte contrária (ab initio), ou somente após a oitiva da parte contrária em audiência de justificação.
No curso do processo: Pode ser que a medida de urgência somente surja no curso do processo. Se isto ocorrer, o juiz poderá concedê-la, até mesmo junto com a sentença final.
Na existência de recurso: Pode ser concedida a tutela pelo Tribunal (relator) em processo que esteja pendente de julgamento.
 
 
CONFIRMAÇÃO/REVOGAÇÃO DA MEDIDA: 
 
        A confirmação da tutela virá com o julgamento que acolha a pretensão do autor e, neste caso, mesmo a interposição de apelação pela parte contrária, não se suspenderá seus efeitos. Se a sentença for desfavorável ao autor, a tutela estará, automaticamente, revogada. Ela também poderá ser revogada ou modificada pelo juiz, no curso do processo, em decisão fundamentada, sempre que haja fatos novos que justifiquem a alteração.
 
 
RECURSO CABÍVEL SERÁ SEMPRE O AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
Contra a medida concessiva, o réu poderá pedir ao relator que atribua ao agravo o efeito suspensivo.
Se for negado o pedido, o autor poderá pedir seja atribuído efeito ativo e o tribunal poderá conceder a liminar negada pelo juiz (art. 527, III).
 
 
 
FUNGIBILIDADE DAS TUTELAS CAUTELAR E ANTECIPADA: 
A importância da fungibilidade prevista no § 7° do art. 273 tem a ver com o princípio de que o juiz fica adstrito ao pedido, ou seja, qualquer decisão que não o observe o pedido, poderá ser caracterizada como extra ou ultra petita. Pela inovação, este perigo está afastado tendo em vista que o juiz pode decidir entre as tutelas de urgência a que lhe pareça mais apropriada a proteger o direito da parte.
Outros exemplos: Nas ações possessórias o juiz pode conceder uma medida por outra (art. 920), assim como a interposição de um determinado recursos pode ser processado como outro se atingir as finalidades às quais se presta. Da mesma forma nas cautelares.
 
 
 
EXECUÇÃO DAS TUTELAS: 
 
Executa-se com qualquer execução de sentença, isto é, através do cumprimento de sentença regulado nos arts. 475-J e seguintes do CPC/73.
 
 
Exercício 1: 
  
1)    Medida Cautelar significa:
A) 
  
Expressão utilizada referindo-se ao direito de requerer um provimento acautelatório;
B) 
É o instrumento cautelar e é formado pelo procedimento;
C) 
  
A expressão designa em que Livro a matéria está regulada;
D) 
  
É o provimento jurisdicional de natureza cautelar. É o ato do julgador, sendo uma decisão interlocutória ou uma sentença.
E) 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários: 
D) É o provimento jurisdicional de natureza cautelar. É o ato do julgador, sendo uma decisão interlocutória ou uma sentença. Tais medidas estão inseridas no processo cautelar, porém podemos encontrálas dentro do processo de conhecimento ou do processo de execução.
Exercício 2: 
São características das medidas cauterales, exceto:
A) 
Instrumentalidade
B) 
Fungibilidade
C) 
Autonomia
D) 
Extraterritorialidade
E) 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários: 
D) Instrumentalidade: Também conhecido como instrumento do instrumento ou instrumentalidade ao quadrado, o processo cautelar é utilizado para garantir a eficácia e utilidade do processo principal. Preventividade: O principal papel do processo é resguardar direitos e evitar danos ou riscos de danos; assim se o dano ocorreu não há maisfunção para a utilização desse processo. Provisoriedade: As cautelares produzirão efeitos até que não exista mais possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação. Autonomia: O processo cautelar tem vida própria, por exemplo, o objeto não será o mesmo da ação principal. Aqui o requerente deverá utilizar requisitos diferentes daqueles da ação principal. Não podemos negar que a existência do processo cautelar pressupõe sempre a existência de um processo principal, mas a sua finalidade e o seu procedimento são autônomos. Urgência: Aqui encontramos a necessidade de afastarmos de imediato. Havendo periculum in mora e o fumus boni juris, o julgador deverá conceder a medida. Fungibilidade :O juiz, ainda que seja outra a medida postulada, poderá conceder a medida cautelar que lhe pareça mais adequada para satisfazer o direito do requerente. portanto nao tendo a caracteristica de extraterritorialidade na medida cautelar
Exercício 3: 
As medidas cautelares assecuratórias de bens são uma subdivisão das:
A) 
Inominadas
B) 
Típicas
C) 
Incidentais
D) 
Preparatórias
E) 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários: 
B) Típicas: São as pré determinadas pelo CPC; já estão estabelecidas pela lei, que por sua vez relaciona os requisitos e hipóteses para sua concessão. Sendo assim, se subdividem em: Assecuratórias de bens: Para assegurar o bem objeto da demanda. Assecuratórias de pessoas: Tem como objetivo de evitar que alguma das partes pereça no decorrer da demanda. Assecuratórias de provas: Fito de preservar provas, garantindo assim uma melhor sentença. De natureza não- cautelar: Estão inseridas no Livro das Cautelares, mas não há nenhum provimento jurisdicional cautelar.
Exercício 4: 
A finalidade do processo cautelar é:
A) 
Evitar que a parte sofra injusto prejuízo pela execução indevida. 
B) 
 Evitar o periculum in mora e o fumus boni iuri.
C) 
 Evitar dano irreparável, em face da demora, a um direito a ser reconhecido no processo principal.
D) 
 Garantir a realização da produção antecipada de provas.
E) 
NDA
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários: 
C) Para que não haja a estabilização da tutela antecipada concedida de forma antecedente, basta que o réu interponha agravo de instrumento no Tribunal respectivo.
Exercício 5: 
A respeito das disposições gerais sobre as medidas cautelares, assinale a afirmativa incorreta.
 
A) 
É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz.
 
B) 
Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.
 
C) 
Havendo suspensão do processo, a medida cautelar também será suspensa.
 
D) 
Cessa a eficácia da medida cautelar, se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito.
 
E) 
O indeferimento da medida cautelar não obsta a que a parte intente a ação, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários: 
C) Art. 296, Parágrafo único do Novo CPC Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
Exercício 6: 
As ações cautelares consistem em providências que conservem e assegurem tanto bens, quanto provas e pessoas, eliminando a ameaça de perigo, seja atual ou iminente, e irreparável. Assinale a alternativa INCORRETA:
 
A) 
A ação cautelar pode ser típica ou atípica.
 
B) 
Admite-se a propositura de cautelar de modo preparatório.
 
C) 
A cautelar incidental será distribuída de forma independente.
 
D) 
As medidas cautelares podem, a qualquer tempo, ser revogadas oumodificadas.
 
E) 
No procedimento das medidas cautelares não caberá a reconvenção.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários: 
D) Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo
C) As Medidas Cautelares podem ser típicas, por exemplo, aquelas que o Código de Processo Civil nos artigos 852 a 854, e poderão também ser atípicas, ou seja, aquelas que não foram especificamente previstas na lei, mas que, por uma ou outra razão, justificam medidas provisórias imediatas.
MODULO 2
DA TUTELA PROVISÓRIA NO CPC 2015[1]
 
 
         Vamos neste módulo estudar a importância e o conceito das tutelas provisórias.
        Elas existem para atenuar os malefícios do tempo do processo. O ideal seria obter desde logo a tutela definitiva que contivesse um juízo de certeza. Porém, “é inconcebível um processo que não se alongue no tempo”[2] principalmente respeitando todas as garantias do devido processo legal.
        O decurso do tempo processual traz prejuízos econômicos e morais às partes; afronta os princípios da efetividade e da celeridade processuais; contribui para a insegurança jurídica e pode ocasionar, inclusive, o perecimento do direito pleiteado, com o consequente fracasso do acesso à justiça.
        Diante de efeitos tão danosos, é imprescindível uma solução, mesmo que paliativa, a qual consiste numa tutela provisória, que não resolve definitivamente a lide, mas atende, em parte, à efetividade da justiça, porque pode desde logo ser executada, ou seja, realizada no mundo dos fatos.
           Podemos conceituar tutela provisória como sendo uma decisão jurisdicional com as seguintes características:
inaptidão para tornar-se imutável e indiscutível;
representativa de cognição não exauriente/
com eficácia imediata;
revogável e modificável;
tem sempre como referência e correspondente tutela definitiva;
atende aos princípios processuais constitucionais da efetividade e da celeridade em prejuízo da segurança jurídica.
        As tutelas provisórias nunca fazem coisa julgada, ou seja, são inaptas para se tornar imutáveis e indiscutíveis. Já as tutelas definitivas, ao transitar em julgado, adquirem imunidade contra decisões posteriores.
   A coisa julgada é imutável porque não pode ser modificada por decisão posterior. Consequentemente, a propositura de mesma lide em outro processo fica vedada. Além de imutável, ela é indiscutível porque impede que se aprecie a mesma questão em outro processo futuro entre as mesmas partes.      
        Já a tutela provisória não transita em julgado, de modo que pode ser modificada ou revogada por decisão posterior (ver CPC, art. 296), além de também ser rediscutida no mesmo processo ou em outro processo futuro entre as mesmas partes. Uma vez extinto o processo na qual ela foi concedida, a tutela provisória não impede a reapreciação da mesma lide em outro processo entre as mesmas partes.
        Como já dissemos, o objetivo maior das tutelas provisórias consiste em atender à efetividade e à celeridade processuais, de forma que se abre mão de um juízo de certeza em prol da efetividade e celeridade. Um juízo de certeza jurídica somente pode ser obtido após a produção integral de provas, obedecido o contraditório, a ampla defesa, efetivado todo o procedimento legal, enfim, respeitadas todas as garantias do devido processo legal.
          De acordo com Kazuo Watanabe, uma decisão definitiva está fundamentada em uma cognição plena e exauriente. Plena porque significa que o juiz examinou toda a extensão do debate das partes, e exauriente porque foi observado o maior grau de profundidade possível. A decisão proferida com base em cognição plena e exauriente propicia um juízo com o mais elevado índice de segurança em relação à certeza do direito controvertido. Por isso, o Estado confere a essa decisão a autoridade da coisa julgada.
        Ainda segundo o mesmo autor, diferentemente acontece com as decisões provisórias que estão fundamentadas em cognição sumária, não exauriente. Elas advêm de um juízo superficial e não aprofundado que se baseia na probabilidade do direito alegado pelo requerente. Para o autor, “entre a perfeição e a celeridade, o legislador procurou privilegiar este último, mas em contrapartida deixou de conferir a autoridade de coisa julgada material ao conteúdo declaratório assentado em cognição sumária”.[3]
        Por outro lado, as tutelas provisórias têm pronta eficácia. A grande vantagem das tutelas provisórias consiste na sua executoriedade imediata. Uma vez concedida, a decisão pode ser realizada no mundo dos fatos desde logo, mesmo na pendência de recurso.
       De forma geral, as tutelas provisórias são executadas provisoriamente (ver CPC, art.297, parágrafo único).
        As tutelas provisórias podem ser revogadas ou modificadas, de ofício ou a requerimento da parte, em qualquer momento processual, enquanto houver a busca para encontrar a solução definitiva para o direito em litígio (vide art. 296 do CPC).
       As tutelas provisórias sempre estão relacionadas à tutela definitiva, que chamamos de principal. Afinal elas só existem porque a tutela principal exige o cumprimento minucioso de todo o procedimento traçado pela lei, com obediência ao contraditório e à ampla defesa, tarefa que demanda tempo, fator inimigo da efetividade e que pode trazer prejuízos às partes.
         Em regra, as tutelas provisórias têm como objetivo direto preservar a utilidade da futura tutela definitiva ou evitar que o próprio direito objeto da ação pereça completamente antes da decisão final. Em ambos os casos, para obter a tutela provisória é imprescindível demonstrar a probabilidade de obter a solução definitiva para a lide. Logo, só é possível pensar em tutela provisória se tivermos em mente qual seria a tutela definitiva correspondente.
        Por último, para que se compreenda em profundidade a natureza das tutelas provisórias é preciso identificar o conflito entre princípios constitucionais que o juízo no caso concreto tem sempre que enfrentar antes de conceder ou negar a tutela provisória.
        A concessão da tutela provisória sempre significa atender ao princípio da efetividade e da celeridade processuais, em prejuízo do princípio da segurança jurídica, conforme passamos a explicar.
       Já vimos que as medidas provisórias advêm de uma cognição superficial, não obstante, poderem ser executadas imediatamente, mesmo na pendência de recurso. De forma que se torna possível executar sem que se tenha certeza jurídica sobre o direito litigado.
          Executar sem certeza vai de encontro ao princípio da segurança jurídica, expressado no artigo 5º, inciso LIV, da Constituição, segundo o qual “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
           Apenas outro princípio do mesmo quilate pode justificar essa invasão da esfera jurídica de alguém sem o completo devido processo legal. Trata-se do princípio da efetividade da jurisdição, garantia decorrente da inafastabilidade da jurisdição, pois o direito de acesso à justiça compreende não apenas obter a solução jurídica ao caso concreto levado à juízo, mas igualmente o direito de ter realizado no mundo dos fatos a solução jurídica obtida.
          Ensina Teori Albino Zavascki que “a forma para viabilizar a convivência entre a segurança jurídica e efetividade da jurisdição é a outorga de medidas de caráter provisório, que sejam aptas a superar as situações de risco de perecimento de qualquer um desses direitos”.
           Não obstante, nem todas as tutelas provisórias envolvem situações de perigo, de risco ao direito em litígio. É o caso das tutelas de evidência previstas no artigo 311 do CPC a ser estudado mais adiante.
           O pressuposto das tutelas provisórias consiste em “circunstâncias de fato” que configurem um risco ou, pelo menos, um embaraço ao princípio da efetividade da jurisdição, quegarante a entrega da tutela jurisdicional em tempo e em condições adequadas à preservação do bem da vida.
           Nas tutelas provisórias de urgência a circunstância de fato deve significar um perigo, uma ameaça de perecimento do objeto do processo ou uma ameaça à utilidade/efetividade da decisão definitiva final do processo.
           Já o embaraço ao princípio da efetividade e da celeridade prescinde da situação de perigo, mas configura um entrave à prestação da tutela jurisdicional em prazo razoável e com a celeridade e presteza exigidas pelo inciso LXXVII do art. 5º da Constituição Federal.
         De qualquer modo, quando o julgador é chamado a decidir provisoriamente, ele deve enfrentar o dilema de decidir qual das garantias constitucionais fundamentais sairá vencedora em prejuízo da outra: segurança jurídica ou efetividade (e celeridade) da tutela jurisdicional? Trata-se, portanto, de um conflito de normas de segundo grau, para o qual não há solução preconcebida, cabendo ao juiz elaborar no caso concreto a regra conformadora entre os princípios que se afrontam.[4]
 
 
[1] Texto da Profa. Marcia Cardoso Simões In: MELO, Nehemias Domingos de. Novo CPC Anotado, Comentado e Comprado, 2ª. ed. Araçariguama: Rumo legal, 2016, p. 257/262.
[2] CARNEIRO, Athos Gusmão. Da antecipação de tutela – exposição didática.  7ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2010, p. 1.
[3] WATANABE, Kazuo. Da cognição do processo civil.  São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 108.
[4] Sobre o confronto entre princípios processuais constitucionais, vide: Teori Albino Zavascki. Antecipação da tutela, 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 60/70.
 
Exercício 1: 
As tutelas provisórias existem para atenuar os malefícios da demora no tramite processual. Dentre os prejuízos da demora, podemos destacar:
 
A) 
prejuízos econômicos e morais às partes;
 
B) 
afronta os princípios da efetividade e da celeridade processuais;
 
C) 
contribui para a insegurança jurídica;
 
D) 
o perecimento do direito pleiteado.
 
E) 
todas estão corretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários: 
E) O decurso do tempo processual traz prejuízos econômicos e morais às partes; afronta os princípios da efetividade e da celeridade processuais; contribui para a insegurança jurídica e pode ocasionar, inclusive, o perecimento do direito pleiteado, com o consequente fracasso do acesso à justiça.
Exercício 2: 
Tendo em vista o momento em que pode ser concedida a tutela provisória, leia as propositura abaixo e assinale a alternativa correta:
 
A) 
Ela pode ser concedida liminarmente no despacho inicial.
 
B) 
Pode ser concedida no saneamento do processo
 
C) 
Na sentença para suprimir uma possível suspensão dos seus efeitos.
 
D) 
Na fase recursal que tanto serve para dar imediata eficácia a decisão prolatada na sentença, ou ao contrário, dar imediata suspensão a decisão.
 
E) 
Todas as alternativas são corretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários: 
E) art. 300, § 2 - A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia do NCPC
Exercício 3: 
Considere os enunciados seguintes, relativos à tutela antecipada:
I) Nem sempre a tutela provisória tem como motivo a urgência, pois pode ser concedida quando houver abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu.
II) O Ministério Público pode requerer as antecipações tutelares, quer atue como parte, quer atue como fiscal da lei no processo civil, pois tem os mesmos poderes e os mesmos ônus que as partes.
III) Negada a tutela antecipada, por decisão fundamentada, desta não caberá recurso mas o processo terá seguimento regular.
IV. Quando a citação do réu puder tornar ineficaz a medida antecipatória da tutela, ou quando a urgência indicar a necessidade de sua concessão imediata, poderá o juiz fazê-lo sem oitiva da parte contrária, diferindo o contraditório para momento posterior do procedimento.
Estão corretos
 
A) 
I, II e IV, apenas.
 
B) 
I, II, III e IV.
 
C) 
I, III e IV, apenas.
 
D) 
II, III e IV, apenas.
 
E) 
I e IV, apenas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários: 
A) ASSERTIVA I: CORRETA Art. 273 do CPC: O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) I haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) II fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. ASSERTIVA II: CORRETA Art. 81 do CPC: O Ministério Público exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei, cabendo-lhe, no processo, os mesmos poderes e ônus que às partes. ASSERTIVA III: ERRADA CABE AGRAVO DE INSTRUMENTO Art. 522 do CPC: Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento.
Exercício 4: 
Sobre as medidas provisórias de urgência (antecipadas ou cautelares), é correto afirmar:
 
A) 
Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, o juiz deverá indeferir a inicial.
 
B) 
será sempre antecedente ao processo principal pois não se admite este tipo de medida em processo já em andamento.
 
 
C) 
Interposto recurso se houver necessidade de pleitear qualquer medida provisória, deverão ser requeridas, em regra, diretamente ao tribunal.
 
D) 
Se a medida provisória for de caráter antecedente a parte deverá propor a ação principal no prazo de 30 (trinta) dias contados da data do ajuizamento da ação.
 
E) 
Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar deixa de ter eficácia durante o período de suspensão do processo.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários: 
C) Para que não haja a estabilização da tutela antecipada concedida de forma antecedente, basta que o réu interponha agravo de instrumento no Tribunal respectivo.
Exercício 5: 
No caso de tutela de urgência de natureza antecipada, a mesma não será concedida:
 
A) 
Quando houver fundado receio de dano irreparável.
 
B) 
Estando presente o fumus bonis iuri e o periculum in mora.
 
C) 
houver perigo de irreversibilidade do provimento.
 
D) 
o autor requerer providência de natureza cautelar.
 
E) 
ficar caracterizado o abuso do direito de defesa.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários: 
C) A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Exercício 6: 
O juiz poderá conceder medidas provisórias que julgar adequadas:
 
A) 
somente depois de ouvida a parte contrária e ficar caracterizado o abuso de direito de defesa.
 
B) 
apenas quando existir prova inequívoca do direito alegado pela parte e houver fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
 
C) 
desde que elas encontrem previsão específica na lei processual e haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação para quem as requer.
 
D) 
quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
 
E) 
sempre que o autor as requerer e o réu, citado, ficar revel.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários: 
D) A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. art. 300 do Novo CPC
MÓDULO 3
O JUIZ E O PODER GERAL DE CAUTELA
 
 
CONCEITO:É a possibilidade de o juiz determinar as medidas que entenda adequadas para a efetivação da tutela provisória, seja de urgência, seja de evidência (art. 297, do CPC).
        Também chamado de poder cautelar inominado ou atípico, constitui-se na possibilidade do Juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave ou de difícil reparação.
        Apenas para efeito histórico é preciso destacar que esse poder geral de cautela atribuído aos juízes já estava previsto no CPC/73 (art. 798), bem como no CPC/39 (art. 675).
        Na lição de Alexandre Câmara, o poder geral de cautela é, portanto, um poder atribuído ao Estado-juiz, destinado a autorizar a concessão de medidas cautelares atípicas, assim compreendidas as medidas cautelares que não estão descritas em lei, toda vez que nenhuma medida cautelar típica se mostrar adequada para assegurar, no caso concreto, a efetividade do processo principal. Trata-se de poder que deve ser exercido de forma subsidiária, pois que se destina a completar o sistema, evitando que fiquem carentes de proteção aquelas situações para as quais não se previu qualquer medida cautelar típica.[1]
 
CONCESSÃO EX OFFICIO:
 
        Em nome do interesse da justiça e do regular andamento do processo, pode o juiz determinar as medidas cautelares sem a provocação das partes. Este procedimento está autorizado pelo que dispõe o art. 297 do CPC, e é reforçado outros dispositivos do Código como, por exemplo, os arts.   2°, 7°, 139 e 370.
         As medidas que o juiz considerar adequada para a efetiva da tutela provisória, poderá determinar independentemente de qualquer provocação das partes. Afinal o magistrado tem a função de tornar efetiva as medidas determinada pelo Estado-juiz, seguindo o modelo constitucional do processo que, dentre tantos princípios, destaca-se o da celeridade e da efetividade.
REQUISITOS PARA CONCESSÃO:
 
a) interesse na solução eficaz da lide.
b) Fundado receio de dano grave ou de difícil reparação, em face da demora.
 
MEDIDAS ATÍPICAS:
 
        É importante destacar que o juiz pode determinar as medidas que entenda necessárias para a efetivação da tutela provisória deferida, tais como aquelas expressamente previstas art. 301 do CPC (arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem) ou mesmo qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
        Nesse sentido, o juiz pode determinar medidas inominadas como, por exemplo:
a) Sustação de protesto
b) Suspensão provisória de deliberações sociais.
c) Proibição de dispor (menor que o arresto e do seqüestro).
d) Exclusão de nome dos bancos de dados de consumo.
e) Suspensão de cobranças enquanto vai ser discutido o débito.
f) Proibição de corte e supressão do fornecimento de energia, água, gás, etc.
g) Garantir participação em concursos, freqüentar aulas, etc.
h) Assegurar internações e cirurgias negadas por planos de saúde.
 
        Tais medidas além de estarem, contidas dentro do que preceitua o art. 297, encontra respaldo também no que consta no art. 139, IV, do CPC, verbis: “determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária”.
 
 
LIMITES DA ATUAÇÃO DO JUIZ:
 
        Construída a acepção conceitual do poder geral de cautela, necessário faz-se identificar os limites dentro dos quais pode ele ser legitimamente ser exercido.
        Advirta-se que a liberdade do juiz não é plena, ou seja, não é um poder discrionário, porquanto sua atuação deverá se pautar por dois limites objetivos:
a) Determinar as medidas no limite das necessidades;
b) Não antecipar a decisão sobre o direito material que será objeto de julgamento final.
 
 
MOTIVAÇÃO DA DECISÃO:
 
        Há um princípio processual constitucional da motivação das decisões jurisdicionais, expresso no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, que dispõe: “Todos os julgamento dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões,(...)”.
        O princípio da motivação das decisões judiciais é tradição em nosso ordenamento, pois já estava presente nas Ordenações Filipinas, no Livro III, Título LXVI, n. 7, legislação que regeu nosso processo civil até pouco depois da proclamação da República. Logo em seguida o Decreto 763 de 1890 estabeleceu que cada Estado deveria elaborar seu próprio código processual, sendo que em 1905 iniciou-se o movimento de codificações estaduais.
        O princípio da motivação das decisões judiciais está intimamente relacionado ao nosso sistema de valoração das provas produzidas no processo e à liberdade de julgar dos magistrados. Sabemos que impera o princípio do livre convencimento motivado do juiz, segundo o qual o juiz tem liberdade de avaliar e valorar as provas produzidas durante o processo, além de poder formar uma convicção “pessoal” sobre a resolução da lide.
        Trata-se de uma convicção pessoal, mas submetida aos ditames de nosso ordenamento jurídico. Tudo deve se passar como se o magistrado tivesse alcançado conhecer a vontade da lei para o caso concreto. Ao elaborar sua fundamentação ele deve demonstrar que chegou à solução de maneira imparcial, com o raciocínio submetido à lógica, aos princípios e ao conhecimento jurídico-científico. 
        A motivação expressa das decisões jurisdicionais é instrumento imprescindível para saber se houve imparcialidade, se o julgador realmente conheceu a lide, se ele apreciou e considerou os argumentos das partes, enfim se as garantias constitucionais foram respeitadas.
        Entendemos que ao corroborar o princípio da motivação das decisões judiciais neste ponto do código, o legislador quis senão limitar pelo menos alertar para a adstrição o poder do juiz de conceder revogar, modificar, ou conceder as tutelas provisórias aos princípios constitucionais, cujo cumprimento pode ser controlado mediante a análise da motivação das decisões a respeito das tutelas provisórias.
        Mais especificamente em relação à modificação ou revogação de decisão já proferida o Juízo deve indicar com elementos que constam dos autos que os motivos da mudança de seu entendimento, tudo nos termos do que dispõe o art. 298, do CPC.
 
 
MOMENTO PARA O EXERCÍCIO DO PODER GERAL DE CAUTELA
 
        Enquanto não houver o transito em julgado, é possível em qualquer processo que o magistrado possa exercer o poder geral de cautela (ver especialmente o art. 139, IV).
        Mesmo estando o processo nos tribunais, nada obsta que o magistrado possa determinar as medidas úteis e necessárias para a efetivação do direito, tendo em vista que a urgência pode ter surgido somente nesta fase processual.
  
[1] CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil – Volume III. 16. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 49.
Exercício 1: 
No processo cautelar, além dos procedimentos cautelares específicos, pode o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação. Essa possibilidade traduz o
 
 
A) 
princípio da imposição normativa do juízo.
 
B) 
princípio da instrumentalidade processual.
 
C) 
poder de coerção jurisdicional.
 
D) 
poder de antecipação tutelar do provimento jurisdicional pelo juiz.
 
E) 
poder geral de cautela do juiz.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários: 
E) Poder geral de cautela do juiz (art. 798/799 do CPC) Conceito: É o poder supletivo e integrativo de eficácia global da atividade jurisdicional – fundado no art. 5º, XXXV, CF –, através do qual o legislador confia ao juiz o poder de conceder medidas cautelares não previstas em lei, desde que presentes os requisitos gerais das cautelares (fumusboni iures e periculum in mora). O poder geral de cautela do juiz é o BERÇO DAS CAUTELARES ATÍPICAS OU INOMINADAS (aquelas que não têm previsão na lei). O poder geral de cautela do juiz também pode ser empregado para a concessão de Tutelas satisfativas autônomas (TSAs) não tuteláveis por outros procedimentos previstos em lei (Ex: transfusão de sangue).
Exercício 2: 
Sobre as cautelares, assinale a alternativa CORRETA.
 
 
A) 
Se o autor formular pedido de antecipação de tutela, não pode o juiz recebê-lo como medida cautelar, tendo em vista que o juiz não pode julgar fora do pedido, e neste caso, não há fungibilidade.
 
B) 
As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa e, quando preparatórias, ao juiz competente, para conhecer da ação principal. 
 
C) 
Além dos procedimentos cautelares específicos, não pode o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
 
D) 
Na ação cautelar de produção antecipada de provas, o processo não será nulo se o requerido for citado após a realização da perícia.
 
E) 
NDA
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários: 
B) CPC/ 73, Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal. Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.
Exercício 3: 
Ainda sobre o pode geral de cautela, leia as proposituras abaixo e assinale no quadro a resposta correta:
I) A lei atribui ao juiz o poder de determinar toda e qualquer medida útil para que o processo se desenvolva sem que cause prejuízo ao direito do autor.
II) Trata-se de poder que deve ser exercido de forma subsidiária, pois que se destina a completar o sistema, evitando que fiquem carentes de proteção aquelas situações para as quais não se previu qualquer medida cautelar típica.
III) Não pode ser ex officio tendo em vista os princípios constitucionais do devido processo legal e do contraditório.
 
 
A) 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta.                                                                                                                                                                                                                                                                                  
 
D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários: 
B) I e III estao incorretas, a I esta incorreta pois nao se pode tomar qualquer medida e a III e que pode ser sim feito por ex officio
Exercício 4: 
Requerida pelo autor antecipação dos efeitos da tutela pretendida, na petição inicial, se a providência pleiteada for de natureza cautelar, o juiz
 
 
A) 
não conhecerá desse pedido.
 
B) 
suspenderá o processo e determinará que, em dez dias, o autor promova ação cautelar incidente, para que possa conhecer do pedido.
 
C) 
poderá, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental no processo ajuizado, tenfo em vista a fungibilidade das medidas.
 
D) 
indeferirá, de plano, para que não ocorra julgamento extra petita.
 
E) 
deverá marcar prazo de dez dias para o autor emendá-la, sob pena de indeferimento da petição inicial.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários: 
C) Novo CPC/2015: Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Exercício 5: 
Dentre as medidas atípicas que o juiz pode adotar, independente de requerimento das partes, podemos destacar:
I) Assustar cheques.
II) Suspender cobranças de débito já reconhecido judicialmente.
III) Assegurar internações e cirurgias negadas por planos de saúde.
 
 
A) 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta.                                                                                                                                                                                                                                                                              
 
D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários: 
C) A I e II estão incorretas, pois não pode ser sustado o cheque e nem tão pouco ser suspender uma cobrança, ainda mais que já esteja paga.
Exercício 6: 
Tendo em vista o momento processual no qual pode se manifestar o poder geral de cautela, se pode afirmar:
I) Enquanto não houver o transito em julgado, é possível em qualquer processo que o magistrado possa exercer o poder geral de cautela.
II) Mesmo estando o processo nos tribunais, nada obsta que o magistrado possa determinar as medidas úteis e necessárias para a efetivação do direito, tendo em vista que a urgência pode ter surgido somente nesta fase processual.
III) Esta atuação do juiz pode até ocorrer fora dos autos do processo, tendo em vista que o juiz os princípios da celeridade e da razoável duração do processo.
 
 
A) 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta.                                                                                                                                                                                                                                                                                 
 
D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários: 
D) A III esta incorreta, pois jamais o juiz poderá atuar fora do tribunais. As I e II estão corretas de acordo com o Código de Processo Civil 2015.
MÓDULO 4
CONDIÇÕES GERAIS PARA OBTENÇÃO DAS TUTELAS PROVISÓRIAS
 
 
Art. 294.  A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único.  A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
_____________________________________________________________
Sem correspondente no Código de Processo de Civil de 1973.
        ___________________________________________________
 
COMENTÁRIOS
 
O presente artigo inaugura o livro do Novo CPC, que regulamenta as tutelas provisórias, e apresenta as espécies desse tipo de tutela jurisdicional de acordo com duas classificações.
Primeiro, o Código classifica as tutelas provisórias pelo critério de existência de situação de perigo, quais sejam, em tutelas provisórias de urgência ou de evidência. Atentem para o fato de que a tutela provisória é gênero do qual são espécies a tutela de urgência e a tutela de evidência.
O segundo critério classificatório diz respeito ao momento processual escolhido pelo autor para requerer a medida. A tutela provisória terá caráter antecedente quando for requerida antes do requerimento da tutela definitiva. Neste caso, é a tutela provisória que primeiro estabelece a relação processual na qual serão veiculados os dois pedidos, de tutela provisória e de tutela definitiva. Já na tutela provisória de caráter incidente o pedido para concessão da decisão provisória é requerido depoisou na mesma petição do pedido de tutela definitiva, de modo que o autor inicia a relação processual com o pedido de tutela definitiva. Aliás, desde o início do processo ele já estruturou a petição inicial com todos os fatos e fundamentos necessários para a propositura da ação principal. O pedido de tutela provisória pode compor a petição inicial ou ser requerido durante o andamento do processo.
Atenção para não confundir os termos “antecedente,” que se refere a classificação de acordo com o momento processual de requerimento da medida, com “antecipada” ou “antecipatória,” cujos termos se referem à espécie de tutela de urgência que será estudada mais adiante.
           Ainda no que se refere à primeira classificação, existe uma subdivisão das tutelas provisórias de urgência em tutelas cautelares e antecipadas. Essa distinção é muito importante porque cada uma delas protege diretamente um bem jurídico diferente e também porque o código regulamenta essas espécies de forma diferente. As tutelas provisórias de urgência cautelares obedecem às disposições específicas dos artigos 305/310. Já as tutelas de urgência antecipadas têm seu regramento específico dispostos nos artigos 303/304.
           Não obstante a importância da diferenciação entre cautelares e antecipadas, o código não traz seus conceitos, de modo que cabe a doutrina definir e diferenciar essas tutelas. Sobre o assunto remetemos o leitor aos comentários do art. 300, a seguir.
           Por último, é importante ressaltar que, pela própria redação do parágrafo único do presente artigo, não é possível requerer a tutela provisória de evidência de forma antecedente. A razão dessa afirmação está no próprio conceito de tutela de evidência, que virá explicitado nos comentários do artigo 311.
           O quadro a seguir ilustra a classificação de acordo com o critério de existência de urgência na concessão da tutela provisória.
  
 
 
Art. 295.  A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
_____________________________________________________________
Sem correspondente no Código de Processo de Civil de 1973.
        ___________________________________________________
 
COMENTÁRIOS
 
        O artigo em análise está inserido nas disposições gerais das tutelas provisórias, na medida em que ele determina a ausência de custas para todas as espécies de tutelas provisórias de caráter incidental. Portanto o dispositivo deve ser aplicado tanto para tutelas provisórias de urgência (cautelares ou antecipatórias), como para as de evidência.
        Em harmonia com o presente dispositivo, temos os artigos 308, e o parágrafo 3º do artigo 303, ambos do Novo CPC. Todos eles dispõem no sentido de que a tutela provisória e a tutela definitiva compõem a mesma prestação de serviço jurisdicional e por isso não deve haver cobrança duplicada pelo requerimento do pedido provisório e do definitivo, independentemente da ordem na qual foram requeridos.
        Apenas em uma hipótese não expressada pelo Novo CPC antevemos a possibilidade de nova cobrança de custas pela prestação jurisdicional. Trata-se da hipótese na qual houve estabilização de tutela na forma do art. 304 e uma das partes ajuíza pedido de tutela definitiva referente à tutela que já está estabilizada. Neste caso haverá o desarquivamento dos autos anteriores para instruir a petição inicial (Ver Novo CPC, art. 304, § 4º).
        Ainda em relação ao dispositivo ora estudado, ressaltamos sua natureza tributária e apontamos para uma questão que pode ensejar debate doutrinário: teria o presente Código – lei federal ordinária - competência para regular a cobrança ou não de custas na Justiça Comum Estadual?[1]
 
 
 
 
Art. 296.  A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único.  Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
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Corresponde ao antigo CPC:
Art. 273.(...)
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
        ___________________________________________________
 
COMENTÁRIOS
 
Eficácia é a qualidade de produzir o efeito desejado, significa ter força executiva, haja vista que a “eficácia” das tutelas provisórias decorre de sua aptidão para ser realizada no mundo dos fatos imediatamente.
        As tutelas provisórias, uma vez executadas, têm preservados no mundo real os efeitos que produziram até que uma decisão definitiva sobrevenha. Portanto, depois da concessão da tutela provisória, o processo deve continuar em busca da decisão definitiva até ser extinto.
        A extinção do processo pode-se dar com ou sem resolução de mérito, conforme os artigos 487 e 485 do Novo CPC, respectivamente. Quando a decisão final resolve o mérito, ela pode confirmar ou revogar a tutela provisória que fora concedida. De qualquer forma, o que prevalecerá são os efeitos do provimento jurisdicional definitivo.
        Se a extinção do processo foi sem resolução de mérito, também haverá cessação dos efeitos da tutela provisória. Esse é o comando da primeira parte do caput do artigo comentado. Sendo assim, a tutela provisória conserva sua eficácia enquanto durar o processo no qual foi concedida.
        Todavia, o artigo 303 do Novo CPC excepciona essa regra. O dispositivo em referência possibilita a estabilização da tutela provisória antecipada. Neste caso, assim que a medida é efetivada, o processo extingue-se sem que haja a cessação dos efeitos da medida provisória concedida. Além de continuar ativa, a tutela antecipatória estabilizada não pode ser revogada ou modificada no processo em que foi concedida, uma vez ele não estará mais em curso.
Qualquer alteração deverá ser requerida em novo processo que tenha como objetivo a tutela definitiva correspondente (sobre a estabilização da tutela antecipada provisória remetemos o autor à leitura dos comentários relativos aos artigos 303 e 304).
A segunda parte do caput do artigo estudado afirma que a qualquer tempo, na pendência do processo, a medida provisória pode ser revogada ou modificada. Trata-se de disposição harmônica com a natureza das tutelas provisórias, pois todas advêm de cognição não exauriente, insuficiente, portanto, para formar coisa julgada.
Em outras palavras, o que é provisório se baseia em cognição não exauriente, não atende à garantia da segurança jurídica, por isso deve durar apenas o tempo necessário e indispensável à obtenção da certeza jurídica exarada pela decisão definitiva final (aquela da qual não cabe mais recurso e pode ser definitivamente executada). Portanto, pelo menos em princípio, após a concessão da tutela provisória o processo deve continuar até chegar a um juízo de certeza. Quanto mais o processo avança o conhecimento a respeito do litígio, vai se ampliando e se aprofundando, de forma que o juízo vai adquirindo mais conhecimento sobre o litígio. Fatos supervenientes podem também acontecer e influenciar o processo. Durante esse caminho a medida provisória concedida vai aos poucos sendo corroborada ou confrontada, sendo adequado que o magistrado possa revogar ou modificar a tutela provisória requerida em conformidade com o andamento do processo, em nome da boa prestação jurisdicional.
São muitas as situações processuais que justificam a revogação ou modificação da tutela provisória. Caso a tutela provisória tenha sido concedida liminarmente, inaudita altera parte, a contestação do réu pode ser motivo suficiente para a cassação da medida.
Haveria limites para o poder do juiz de revogar ou modificar a medida provisória anteriormente concedida, sem que houvesse ao menos requerimento da parte prejudicada?
Existem posições doutrinárias que defendem a necessidade de requerimento da parte prejudicada, mas a posição majoritária defende a revogabilidade e modificabilidade de ofício.[2] Acreditamosque o limite a esse poder do juízo está na fundamentação da decisão. Não seria, por acaso, que logo a seguir, no artigo. 298 que vem a seguir, o legislador enfatiza o princípio da motivação das decisões judiciais dispondo: “na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso”. Na motivação da decisão o Juízo deve indicar quais acontecimentos processuais fundamentam a revogação ou modificação da medida provisória.
Ressaltamos que o dispositivo em comento tem aplicação para as tutelas cautelares, as tutelas antecipadas incidentais sem requerimento de estabilização e também, as tutelas de evidência (aquelas não fundamentadas na urgência).
Quanto às tutelas antecipadas que visam a estabilização, entendemos que extinto o processo no qual a medida foi concedida e alcançada a estabilização, a tutela somente poderá ser revogada ou modificada no bojo do processo posterior que busca a tutela definitiva, a ser eventualmente instaurado antes do prazo de dois anos, regulado pelo parágrafo 5º do artigo 304 do Novo CPC.
        Ainda não se pode esquecer de comentar a hipótese na qual tenha havido recurso contra a medida provisória e ela tenha sido mantida pelo Tribunal. Neste caso, como ao juiz de primeiro grau é vedado revogar acórdão, a revogação ou modificação da medida estaria vedada ao juízo por decisão interlocutória. Apenas por ocasião da sentença estaria o magistrado autorizado a revogar ou confirmar a medida provisória[3].
 
 
 
 
Art. 297.  O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único.  A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
_____________________________________________________________
Corresponde ao antigo CPC:
Art. 798 poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas,
Art. 273 (...)
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.
        ___________________________________________________
 
COMENTÁRIOS
 
     Efetivar a tutela provisória significa executá-la. Nesse sentido, o parágrafo único do dispositivo determina que sejam seguidas na execução as normas referentes ao cumprimento provisório de sentença, de maneira que somos remetidos às disposições constantes nos artigos 513 e seguintes do Novo CPC.
        Podemos concluir da leitura do presente dispositivo que a execução das tutelas antecipadas se faz, em regra, na mesma forma do cumprimento de sentença ainda não transitada em julgado, visto que o parágrafo único manda observar as regras da execução provisória e não definitiva. Sobre a distinção entre essas espécies de execução remetemos o leitor à leitura dos comentários referentes aos artigos 513 e seguintes, especialmente do artigo 520, que regulamenta o cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo.
Ressaltamos que as tutelas provisórias podem determinar execuções por quantia certa, para entrega de coisa certa, de obrigações de fazer ou não fazer, ou seja, “todas as medidas adequadas para a efetivação da tutela provisória”.
Em harmonia com o dispositivo ora estudado está o artigo 301 do Novo CPC que confirma serem as tutelas provisórias cautelares efetiváveis por quaisquer medidas idôneas que assegurem o direito. O artigo, inclusive, traz os seguintes exemplos de medidas cautelares: arresto, sequestro, arrolamento de bens e registro de protesto contra alienação de bem.
Segundo o artigo 519 do novel codex, as técnicas de liquidação também se aplicam às tutelas provisórias.
        Nos casos de estabilização da tutela antecipada encampamos o entendimento de Heitor Vitor Mendonça Sica[4], para quem a tutela estabilizada enseja execução definitiva, assim que seja extinto o processo nos termos do § 1º do artigo 304 do presente Código. Afinal, não faria sentido criar a estabilização e impor-lhe as restrições do provimento provisório de sentença como a exigência de caução para levantar quantia depositada em dinheiro, ou para alienação de propriedade e transferência de posse. Não podemos esquecer que, nesses casos, quando o executado deixou de recorrer tinha ciência da consequente estabilização de tutela, o que equivale a uma concordância tácita, não com o mérito da tutela, mas com todos os seus efeitos.
               
 
 
Art. 298.  Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
_____________________________________________________________
Corresponde ao antigo CPC:
Art. 273 (...)
§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.  
        ___________________________________________________
 
COMENTÁRIOS
 
        A norma em cometo corrobora o princípio processual constitucional da motivação das decisões jurisdicionais, expresso no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, que dispõe: “Todos os julgamento dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões,(...)”.
        O princípio da motivação das decisões judiciais é tradição em nosso ordenamento, pois já estava presente nas Ordenações Filipinas, no Livro III, Título LXVI, n. 7, legislação que regeu nosso processo civil até pouco depois da proclamação da República. Logo em seguida o Decreto 763 de 1890 estabeleceu que cada Estado deveria elaborar seu próprio código processual, sendo que em 1905 iniciou-se o movimento de codificações estaduais.
Nessa época, os Códigos Processuais do Estado do Maranhão, da Bahia, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais de São Paulo de do Distrito Federal, expressamente preceituavam o dever do juiz de motivar suas decisões.[5]
        A reunificação do processo civil brasileiro somente se efetivou com o Código de Processo Civil de 1939.
        O princípio da motivação das decisões judiciais está intimamente relacionado ao nosso sistema de valoração das provas produzidas no processo e à liberdade de julgar dos magistrados. Sabemos que impera o princípio do livre convencimento motivado do juiz, segundo o qual o juiz tem liberdade de avaliar e valorar as provas produzidas durante o processo, além de poder formar uma convicção “pessoal” sobre a resolução da lide.
Trata-se de uma convicção pessoal, mas submetida aos ditames de nosso ordenamento jurídico. Tudo deve se passar como se o magistrado tivesse alcançado conhecer a vontade da lei para o caso concreto. Ao elaborar sua fundamentação ele deve demonstrar que chegou à solução de maneira imparcial, com o raciocínio submetido à lógica, aos princípios e ao conhecimento jurídico-científico. 
A motivação expressa das decisões jurisdicionais é instrumento imprescindível para saber se houve imparcialidade, se o julgador realmente conheceu a lide, se ele apreciou e considerou os argumentos das partes, enfim se as garantias constitucionais foram respeitadas.[6]
        Entendemos que ao corroborar o princípio da motivação das decisões judiciais neste ponto do código, o legislador quis senão limitar pelo menos alertar para a adstrição o poder do juiz de conceder revogar, modificar, ou conceder as tutelas provisórias aos princípios constitucionais, cujo cumprimento pode ser controlado mediante a análise da motivação das decisões a respeito das tutelas provisórias.
        Mais especificamente em relação à modificação ou revogação de decisão já proferida o Juízo deve indicar com elementos que constam dos autos que os motivos da mudança de seu entendimento.
 
 
 
 
Art. 299.  A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único.  Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requeridaao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.
_____________________________________________________________
Corresponde ao antigo CPC:
Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal.
Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal. 
        ___________________________________________________
 
COMENTÁRIOS
 
        Trata-se de regra de fixação de competência para julgamento das tutelas de urgência antecedentes. Segundo o dispositivo, as tutelas provisórias de caráter antecedente devem ser requeridas ao Juízo competente para apreciar o pedido principal. Coerentemente, as tutelas provisórias incidentais também devem ser julgadas pelo juiz natural do pedido principal. As normas relativas à competência estão dispostas nos artigos 44 a 53 do Novo CPC, aos quais remetemos o leitor.
        O parágrafo único do presente artigo diz respeito à competência para julgar o pedido de tutela provisória em nível de tribunal. Isso pode acontecer quando a causa é de competência originária do tribunal, de forma que o juiz de primeiro grau não participa do julgamento da lide ou quando, estando a causa em nível recursal, surge a necessidade ou a conveniência de uma das partes requerer o pedido de tutela provisória. Neste caso, o presente dispositivo determina que a parte faça o pedido diretamente ao órgão do tribunal competente para julgar o mérito do recurso.
        É importante distinguir duas situações: a primeira refere-se à situação interposição de recurso contra a decisão que julgou o pedido de tutela provisória. Concedida ou denegada a medida pelo juiz de primeiro grau, cabe agravo de instrumento que devolve o mérito da tutela provisória ao órgão recursal competente para manter, cassar ou modificar a medida. Nessa hipótese o pedido de tutela provisória foi feito em primeiro grau e a decisão do juiz está sendo combatida pelo recurso.
        Mas é perfeitamente possível que a parte não tenha feito ainda qualquer pedido de tutela provisória ao juízo de primeiro grau. É possível que apenas quando a causa estiver em nível recursal surja a necessidade de uma tutela provisória. Neste caso o pedido de tutela provisória deve ser requerido diretamente ao órgão de segundo grau. Isso independe da espécie de tutela provisória requerida, seja de urgência (cautelares e antecipatórias), seja de evidência, o pedido deve ser feito diretamente no órgão ad quem.
        A concessão de tutelas provisórias em nível recursal é feita principalmente pelo manejo do efeito suspensivo dos recursos. O efeito suspensivo é aquele que retira da decisão recorrida a aptidão para ser executada. Quando um recurso contra qualquer decisão é recebido com efeito suspensivo isso significa a decisão que está sendo combatida pelo recurso não terá eficácia enquanto o recurso não for julgado. O inciso II do artigo 932 do presente Código concede ao relator do recurso poderes para “apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal”. De forma que o relator está autorizado a atribuir efeito suspensivo a recurso que por regra não o tenha (efeito suspensivo ope judicis) e também a cassar o efeito suspensivo dos recursos que como regra o tenham. São exemplos de dispositivos legais que concedem esse poder ao relator: § 3º do art. 1.012; § 1º do art. 1.026; § 5º do art. 1.029, aos quais remetemos o leitor.
 
 
 
 
  
[1] Cassio Scarpinela Bueno.Novo Código de Processo Civil Anotado, p. 215.
[2] Eduardo Alvim, Comentários, art. 807,  p. 1260; Câmara, v.  3, p.31; contra apud Lacerda.
[3] ALVIM, Arruda; ALVIM, Eduardo Arruda; ASSIS, Araken. Comentários ao código de processo civil.  Rio de Janeiro: GZ ed. 2012, p. 1260.
[4] SICA, Heitor Vitor Mendonça. Primeiras impressões sobre a “estabilização da tutela antecipada” IN: Revista do Advogado, n.126, maio 2015, p. 120.
[5] Nery, princípios, p.216. c.c. Arruda Alvim, Manual,, p. 57.
[6] NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do processo civil na Constituição Federal.  8ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 216; c.c. ALVIM, Arruda Manual de Direito Processual Civil, 11ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 57, v.1.
 
Exercício 1: 
Quando o Código de Processo Civil classifica as tutelas provisórias tomando como critério de existência de situação de perigo, as dividem em:
I) Tutelas provisórias de urgência e de evidência.
II) Tutelas provisórias de urgência e de aparência.
III) Tutelas provisórias de evidência e de urgência.
 
 
A) 
 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta.                                                                                                                                                                                                                                                                                
 
D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários: 
A) Questão com erro quanto ao item III) pois as tutelas provisórias sao evidencia e urgencia nao importando a ordem. no entanto devido a questao de ordem o Item I esta correto. Primeiro, o Código classifica as tutelas provisórias pelo critério de existência de situação de perigo, quais sejam, em tutelas provisórias de urgência ou de evidência. Atentem para o fato de que a tutela provisória é gênero do qual são espécies a tutela de urgência e a tutela de evidência.
Exercício 2: 
Na classificação das tutelas provisórias quando se trata do momento processual em que ela é requerida, temos:
I) A tutela provisória terá caráter antecedente quando for requerida antes do requerimento da tutela definitiva, isto é, funcionará como medida preparatória que depois será complementada pelo pedido principal que será feito por aditamento.
II) Poderá ser incidental quando o pedido de tutela for requerido na petição, juntamente com o pedido da tutela definitiva.
III) A tutela de caráter incidental também poderá ser requerida no curso do processo quando alguma situação de urgência assim justifica.
 
 
A) 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta                                                                                                                                                                                                                                                                                 
 
D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários: 
E) A tutela provisória terá caráter antecedente quando for requerida antes do requerimento da tutela definitiva. Neste caso, é a tutela provisória que primeiro estabelece a relação processual na qual serão veiculados os dois pedidos, de tutela provisória e de tutela definitiva. Já na tutela provisória de caráter incidente o pedido para concessão da decisão provisória é requerido depois ou na mesma petição do pedido de tutela definitiva, de modo que o autor inicia a relação processual com o pedido de tutela definitiva. Aliás, desde o início do processo ele já estruturou a petição inicial com todos os fatos e fundamentos necessários para a propositura da ação principal. O pedido de tutela provisória pode compor a petição inicial ou ser requerido durante o andamento do processo
Exercício 3: 
Ainda no que se refere à classificação das tutelas provisórias de urgência, elas se subdividem em:
I) Tutelas provisórias de urgência cautelares e antecipadas.
II) Tutelas de urgência evidente e não evidente
III) Tutelas provisórias de evidência cautelar e antecipada.
 
 
A) 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta.D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários: 
A) Essa distinção é muito importante porque cada uma delas protege diretamente um bem jurídico diferente e também porque o código regulamenta essas espécies de forma diferente. As tutelas provisórias de urgência cautelares obedecem às disposições específicas dos artigos 305/310. Já as tutelas de urgência antecipadas têm seu regramento específico dispostos nos artigos 303/304.
Exercício 4: 
Com relação à decisão do juiz nas tutelas provisórias que concede a medida liminarmente, qual é analise que ele faz para conceder a medida?
I) Sumária, isto é, superficial é aquela aplicada na tutela provisória, onde somente são analisadas as provas e alegações do autor, com o propósito de dar mais celeridade ao processo.
II) Exauriente tendo em vista que a tutela provisória vai gerar os mesmos efeitos que a tutela definitiva, razão porque o juiz deverá fazer um profundado exame das alegações e das provas do autor e do réu, com o propósito de dar um juízo de certeza.
III) Excludente pois nestes casos o juiz terá decidido inaudita altera parte e ao fazer isso terão excluído do réu o direito ao contraditório.
 
 
A) 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta.                                                                                                                                                                                                                                                                                   
 
D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários: 
B) Baseia em cognição não exauriente, não atende à garantia da segurança jurídica, por isso deve durar apenas o tempo necessário e indispensável à obtenção da certeza jurídica exarada pela decisão definitiva final (aquela da qual não cabe mais recurso e pode ser definitivamente executada). Portanto, pelo menos em princípio, após a concessão da tutela provisória o processo deve continuar até chegar a um juízo de certeza
C) São muitas as situações processuais que justificam a revogação ou modificação da tutela provisória. Caso a tutela provisória tenha sido concedida liminarmente, inaudita altera parte, a contestação do réu pode ser motivo suficiente para a cassação da medida.
E) Baseia em cognição não exauriente, não atende à garantia da segurança jurídica, por isso deve durar apenas o tempo necessário e indispensável à obtenção da certeza jurídica exarada pela decisão definitiva final (aquela da qual não cabe mais recurso e pode ser definitivamente executada). Portanto, pelo menos em princípio, após a concessão da tutela provisória o processo deve continuar até chegar a um juízo de certeza
A) Eficácia é a qualidade de produzir o efeito desejado, significa ter força executiva, haja vista que a “eficácia” das tutelas provisórias decorre de sua aptidão para ser realizada no mundo dos fatos imediatamente
D) Eficácia é a qualidade de produzir o efeito desejado, significa ter força executiva, haja vista que a “eficácia” das tutelas provisórias decorre de sua aptidão para ser realizada no mundo dos fatos imediatamente
Exercício 5: 
Quais são as características comuns das tutelas provisórias de urgência?
 
A) 
referibilidade, isto é, deve o autor indicar qual a tutela definitiva pretendida;
 
B) 
provisoriedade, quer dizer, pode ser alterada pelo juiz, no caso de novos fatos ou novas provas;
 
C) 
fungibilidade, significando dizer que se o autor requerer erroneamente, o juiz está autorizado a conceder a medida correta;
 
D) 
reversibidade, quer dizer, pode ser revogada a qualquer momento.
 
E) 
todas estão corretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários: 
B) O legislador reconheceu a fungibilidade entre as tutelas provisórias no parágrafo único do artigo 305 do NCPC.
C) O legislador reconheceu a fungibilidade entre as tutelas provisórias no parágrafo único do artigo 305 do NCPC.
E) O legislador reconheceu a fungibilidade entre as tutelas provisórias no parágrafo único do artigo 305 do NCPC.
Exercício 6: 
Com a revogação da tutela provisória de urgência, quais são as conseqüências para o autor?
I) A principal consequência é o surgimento da responsabilidade civil e objetiva, devendo o autor indenizar o réu nos prejuízos que este sofreu com a indevida concessão da tutela de urgência, independente de culpa.
II) A indenização será nos mesmos autos onde foi concedida a medida.
III) Tal revogação possui eficácia erga omnes, isto é, contra todos inclusive o juiz que concedeu a medida.
 
 
A) 
Somente (I) está correta.
 
B) 
Somente (II) está correta.
 
C) 
Somente (III) está correta.                                                                                                                                                                                                                                                                                   
 
D) 
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E) 
Todas estão corretas
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

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