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Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 1 DISPNEIA Fisiopatologia - Receptores de Distensão: Musc. Lisa bronquica Necessita de 800mL de volume corrente para serem ativados - Receptores Irritativos: Epit. Das vias aéreas Mediado por neurocininas (Neurocinina A e Subst. P) Hiperventilação, contração da musculatura lisa brônquica, ↑ das secreções brônquicas e formação de edema - Receptores J: Interstício (justacapilar) Fibras não mielinizadas vagais Estimulados em congestão pulmonar ou microembolismo Idosos: ↑ estimulação Conceitos Ritmo respiratório: Hiperpneia (↑amplitude), Taquipneia (↑freq. resp.) Trepopneia: Dispneia em decúbito lateral Derrame pleural unilateral ou Paralisia diafragmática unilateral. Platipneia: Dispneia em posição ortostática Pericardite ou Shunts direito-esquerdos Ortopneia: Dispneia em decúbito horizontal Insuf. Cardíaca Esq. Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 2 Dispneia Paroxística Noturna: Paciente tem seu sono interrompido por uma dramática sensação de falta de ar, levando-o a se sentar ou levantar Insuf. Cardíaca Esq. ou Asma Asma cardíaca (termo inapropriado): Chiado no peito e a presença de sibilos em pacientes com Insuf. Cardíaca Esq. e sintomas de dispnéia. Geralmente, achados em pacientes com ortopnéia e dispnéia paroxística noturna. Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 3 Exame Físico: Inspeção - Presença de estase venosa (turgência jugular) sugere insuficiência cardíaca direita. - Diâmetro anteroposterior torácico aumentado é sugestivo de DPOC. - Desvio da traqueia com relação à linha média para o lado patológico com Atelectasia - Desvio contralateral com Pneumotórax ou Derrame Pleural de grande volume Palpação - Ictus cordis ↑ ou desviado sugestivo de Miocardiopatia dilatada; - Frêmito toracovocal ↑, que pode ser um sinal de Consolidação Pulmonar (infecção ou neoplasia). Percussão Macicez pode indicar consolidação pulmonar, derrame pleural *Exame do abdome Presença de visceromegalias podem levar a quadros de ascite e ocasionar dispneia Insuficiência hepática ou renal Refluxo hepatojugular é indicativa de Insuf. Cardiaca *Exame das extremidades Edema e sinais sugestivos de trombose venosa profunda (TVP). * Presença de baqueteamento digital é indicativa de Doença Respiratória Crônica. Classificação Aguda (<30 dias) x Crônica (>30 dias) Causas Respiratórias, Cardíacas 2/3 dos casos Transtornos psicogênicos e estados causadores de ↑ DC (débito cardíaco) Causas cardíacas: Insuficiência Cardíaca Esquerda Doença Coronariana Isquêmica Doenças Valvulares Síndrome do Marca-Passo Causas pulmonares: Asma DPOC Bronquite Bronquiolite (crianças) Doenças Intersticiais Neoplasias (Carcinoma Brônquico e Metástases) Causas diversas: Doença do Refluxo Gastroesofágico Transtorno de Ansiedade e Síndrome de Hiperventilação Obesidade Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 4 Gravidez Hipertireoidismo Hipertensão Arterial Sistêmica Anemia Descondicionamento Físico Fisiopatologia Cardíaca - Dispneia desencadeada por esforço que decorre da ↑ da pressão capilar pulmonar Hipertensão Pulmonar * Disfunção ventricular Esq. ↑ pressão em átrio E ↑ pressão hidrostática Transudação Edema pulmonar * Alterações fibróticas do intersticio - ↓ Complacência pulmonar e estímulo dos receptores J Pulmonar - Doenças obstrutivas de vias aéreas tanto proximais quanto distais - Doenças com comprometimento dos alvéolos pulmonares - Obstrução vascular * Estase venosa em pacientes acamados, lesão da parede vascular após traumas, vasculites ou estados de hipercoagulabilidade primários (↓ proteínas de coagulação), ou secundárias ao uso de drogas (anticoncepcionais orais). - Alterações de caixa torácica ou de musculatura respiratória Exames Complementares - Hemograma Infecção e anemia - Dosagem D-Dímero Investigação de quadros tromboembolicos - Radiografia de tórax PA/perfil, RM, TC - TSH e T4 livre Hipertireoidismo - Glicemia Distúrbio Metabólico e/ou seguimento de DM - Gasometria Arterial (principalmente se Dispneia Aguda) - ECG, Eco e marcadores de infarto Causa Cardíaca - Provas de Função Respiratória * Espirometria e Mensuração dos volumes pulmonares Diferenciar o distúrbio ventilatório obstrutivo do restritivo, quantificar a hiperinsuflação, classificar a gravidade da obstrução e sua resposta ao broncodilatador Asma Obstrução aguda de vias aéreas proximais - ↑ Freq. respiratória, utilização da musculatura acessória respiratória, tiragem supraclavicular e intercostal, cianótico, com sudorese intensa, estridor laríngeo e roncos DPOC com características de bronquite crônica ou bronquiectasias - Tosse crônica com expectoração produtiva > 3 meses consecutivos (em geral, > 2 anos) Enfisema pulmonar - Dispneia progressiva chegando a dispneia de repouso com ↓ expectoração e tosse. Por alterar as propriedades de viscoelasticidade pulmonar, ocorre ↓ da complacência pulmonar Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 5 DERRAME PLEURAL Líquido pleural é líquido intersticial da microcirculação sistêmica pleural (5-10mL) - Límpido e incolor que vai de 0,1 a 0,2 ml/kg de peso corporal - Cerca de 1,0 a 1,5 g/dl de proteínas e 1500 células/mm3 (monócitos, linfócitos, macrófagos, células mesoteliais e polimorfonucleares) Fisiopatologia 1. Aumentar o fluxo de líquido ao espaço pleural a) ↑ da pressão hidrostática, na microcirculação sistêmica; ICC b) ↓ da pressão oncótica, plasmática; Síndrome Nefrótica c) ↑ da permeabilidade capilar, pleural (processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico); d) ↓ da pressão no espaço pleural Colapso pulmonar 2. Dificuldade de saída de líquido do espaço pleural (↓drenagem linfática pleural ou mediastinal) - Basicamente relacionados à redução da função linfática pleural 3. Passagem de líquido da cavidade abdominal para o espaço pleural através de pertuitos, na superfície do diafragma, ou através da vasta circulação linfática existente entre o abdome e o tórax Cirrose hepática com ascite Quadro Clínico - Dor pleurítica (pontada) * Acometimento da pleura parietal, geralmente por processos inflamatórios, e é caracteristicamente do tipo ventilatoriodependente. - Dispneia * Sempre que há dor, por causa da limitação imposta aos movimentos ventilatórios, ou quando há derrame pleural volumoso, por perda de área pulmonar, ventilatória. - Tosse Seca * Relacionada ao estímulo de receptores da tosse, nas vias aéreas torcidas, pelo deslocamento mecânico das mesmas. Exame Físico - Abolição do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular e macicez/submacicez à percussão. Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 6 - Podem estar presentes também: * Assimetria do tórax; ↓ da expansibilidade do hemitórax comprometido; abaulamentos intercostais expiratórios; submacicez ou macicez sobre a coluna vertebral adjacente ao derrame, (sinal de Signorelli); sopro respiratório e ausculta da voz anasalada, chamada egofonia percebida no limite superior do derrame Exames Complementares Raio X - Confirmar a presença e a extensão do derrame, informar sobre a sua natureza livre na cavidade pleural ou loculado, bem como sobre a ocorrência ou não de outros envolvimentos torácicos (pulmonar, cardíaco ou mediastinal) associados - Velamento homogêneo, hipotransparente, localizado inferiormente no hemitórax, obliterando o ângulo do seio costofrênico e desenhando a curva de Damoiseau- Pode haver desvio do mediastino (ou a sua ausência) para o lado oposto, que é proporcional ao volume do derrame, bem como à ocorrência simultânea de atelectasia homolateral Formas atípicas * Derrame infra-pulmonar ou subpulmonar: Grandes volumes de líquido podem se manter sob os pulmões, sem se estender para o seio costofrênico ou para as porções laterais do espaço pleural; *Derrame loculado: Líquido pleural pode manter-se encapsulado em qualquer ponto dos campos pleuropulmonares, o que ocorre mais comumente no hemotórax e no empiema (acúmulo de pus); * Loculação entre as cissuras (tumor fantasma): Líquido pleural pode manter-se encapsulado na cissura horizontal ou oblíqua, formando uma imagem compatível com uma massa na projeção em PA, mas, em geral, com conformação elíptica na projeção lateral USG - ↑ sensibilidade na detecção de derrames pleurais, mesmo os pequenos, e pode quantificar seu volume. - Permite identificar septações, espessamentos da pleura e a presença de grumos de fibrina no líquido pleural Sugestivo de exsudato. - Capacidade de distinguir lesões líquidas de sólidas - Permite a diferenciação entre derrame loculado, espessamento pleural ou lesões sólidas, que podem estar localizadas no pulmão, na pleura ou mesmo externamente a ela - Confirmar derrames septados ou subpulmonares Tomografia - Casos duvidosos - Espessamento pleural em toda circunferência torácica, espessamento nodular e envolvimento da pleura mediastinal são dados que sugerem Derrame Neoplásico; - Áreas com ↑ coeficiente de atenuação no derrame pleural sugerem hemotórax; - Hiper-realce da pleura após a injeção de contraste é sugestivo de exsudato, principalmente de causa infecciosa Procedimentos Diagnósticos 1) Punção do espaço pleural (toracocentese) - Pelo menos, 300 mL de líquido no derrame Incidência de Lawrell (decúbito lateral) > 10mm de espessura - Retirar uma amostra do líquido e nele dosar as Proteínas e a Desidrogenase Lática (DHL) Classificar em duas categorias: os exsudatos e os transudatos; DHL pleural > 2/3 do limite superior plasmático > 200UI/I Gradiente prot. sérica – prot. pleural > 3,1g/dL Transudato Colesterol pleural < 45 mg/dL Transudato Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 7 Em uso de diuréticos: Os critérios para exsudatos são alcançados por pequenas margens e o gradiente entre albumina sérica e pleural é maior que 1,2 g/dl. Contraindicações: - Não existem contra-indicações absolutas - Alterações na coagulação (principal) * Ideal: Plaquetas > 75.000; Atividade de Protrombina > 50% e Creatinina < 6 mg/dl * Não há ↑ no risco de sangramento se o tempo de protrombina ou o tempo de tromboplastina parcial não forem maiores que 2x o normal - Presença de lesões de pele (queimaduras por radioterapia, herpes zoster ou piodermite) - Pacientes em ventilação mecânica podem desenvolver pneumotórax em 6% a 10% dos casos 2) Exames laboratoriais, (bioquímicos, citológicos e bacteriológicos) se exsudato Glicose < 60 mg/dL Infeccioso, tuberculoso, neoplásico, artrite reumatoide, ruptura esofagiana * Empiema pleural e artrite reumatoide <30mg/dL Amilase no líq. pleural: Derrame causado por pancreatite (derrame à esquerda), ruptura de esôfago e nos neoplásicos (aumentada) *Isoenzima tipo pancreática Pancreatite *Isoenzima tipo salivar Ruptura de esôfago e neoplasias Triglicerídeos: Solicitado quando o líquido pleural é turvo, espesso e esbranquiçado, com aspecto semelhante a leite condensado, visualizado por ocasião da punção. * > 110 mg/dl Quilotórax (acumulo de linfa no espaço pleural) Requer TC Adenosina deaminase (ADA): Enzima que participa dos processos de metabolização das purinas, liberando amônia *Elucidação dos derrames por tuberculose Níveis inconfundivelmente altos: > 45 U/L (>60U/L) Neutrófilos: ↑ quando etiologia é infecciosa ou inflamatória (derrames parapneumônicos, nos empiemas pleurais, nas primeiras 2 semanas de evolução da TB pleural e numa fase inicial do derrame por artrite reumatoide) Linfócitos: Linfocitose (pelo menos 65% de linfócitos). > 85% costuma estar presente na TB pleural, nos linfomas e, ocasionalmente, nas neoplasias brônquicas. Células neoplásicas: Líquido pleural torna-se um sítio de células malignas, quando existe neoplasia pleural primária ou metastática Diagnóstico etiológico feito através da pesquisa de céls. neoplásicas no derrame pH: ↓ (<7,2) Mesmo da ↓ glicose + hemotórax e acidemia sistêmica Citometria/Leucometria: > 10.000/mm³ Pneumonia bacteriana, pancreatite aguda e pleurite lúpica > 50.000/mm³ Quase exclusividade dos Derrames Parapneumônicos Complicados < 5.000/mm³ Tuberculose e malignidade *Polimorfonucleares (neutrófilos segmentados): Pneumonia bacteriana (derrame pneumônico), fase precoce da TB pleural, embolia pulmonar, pancreatite aguda *Mononucleares (linfócitos, monócitos): Predominam na TB pleural, derrame neoplásico colagenoses e artrite reumatoide *Eosinófilos: > 10% do total Hidropneumotórax, sangue no líq. pleural. (mais comuns) Reação inflamatória da pleura com o ar e sangue é predominantemente eosinofílica Neoplasia, reação a medicamentos, infarto pulmonar, infecções fúngicas, parasitoses (menos comuns) 3) Punção biópsia da pleura - Quando o estudo de 3 amostras sucessivas de exsudato (colhidas em diferentes ocasiões) não leva ao diagnóstico - Essa punção biópsia pode ser conduzida já de início, se houver forte suspeita de tratar-se de tuberculose da pleura. Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 8 Exsudato Pleural Prot. do líquido pleura/prot. plasmática > 0,5 e LDH do líquido pleural/LDH plasmático > 0,6 - Causas: Pneumonia bacteriana, Neoplasias, Tuberculose, Colagenose, Septicemia, Pancreatite, Embolia pulmonar Transudato Pleural Ausência de proteínas e LDH pH normal. Níveis de glicose = ao sangue - Causas: ICC, Cirrose com ascite, Síndrome nefrótica, Diálise peritoneal, Atelectasia aguda, Obstrução de Veia Cava Superior Causas 1. Derrame Pleural Neoplásico - Mais comum em > 60 anos - Exsudato seroso ou francamente hemorrágico, que pode ser bastante volumoso, às vezes, maciço, e se refaz com relativa facilidade, após punção. - ↑ metástases pleurais e, menos frequentemente, por neoplasia primária da pleura. - Principais neoplasias causadoras: CA broncogênico (adenocarcinoma mais comum), CA mama, linfoma, CA gástrico, CA de ovário - Característica sugestiva de derrame pleural neoplásico é a ausência de desvio do mediastino em um derrame volumoso - Níveis de pH e glicose do líquido pleural ↓ com o passar do tempo (pH < 7,30 e glicose < 60 mg/dl), enquanto a amilase pode estar ↑ Marcadores tumorais no líquido pleural: • Antígeno carcinoembrionário (CEA) – carcinoma de células escamosas, carcinomas embrionários e adenocarcinomas de diferentes órgãos; • CA-125 – adenocarcinoma de ovário; • CYFRA-21 – marcador tumoral de tecido epitelial, incluindo mesotelioma. - Tratamento: * Drenagem do líquido até obter-se esvaziamento da cavidade pleural, o que quase sempre exige a colocação de dreno torácico fluindo por vários dias. * Pleurodese química: Promover aderência das superfícies pleurais (parietal e visceral) pós irritação, provocada por injeção de um agente químico (doxiclina, minociclina ou a bleomicina, ou de talco) dentro da cavidade pleural. Evitar recidivas 2. Derrame Pleural Tuberculoso - Geralmente um exsudato seroso, amarelo citrino (nunca francamente hemorrágico), com níveis protéicos altos (em torno de 4,5 g/dl), linfocitose > 85%, unilateral na maioria das vezes. - A baciloscopia dolíquido é positiva em somente 5% dos casos - Mais frequente nos adultos jovens (<40 anos) - Sintomas: febre, dor pleurítica unilateral e dispneia, tosse seca. Sintomas gerais, tais como, adinamia, anorexia, perda de peso, também podem estar presentes - Tratamento * Idêntico ao da pulmonar (isoniazida, rifampicina e pirazinamida) * Não necessita esvaziamento por toracocentese, a menos que seja excessivamente volumoso e, portanto, torne-se necessário produzir alívio da dispnéia e do desconforto. 3. Derrame Pleural por Pneumonia (Parapneumônico) - Simples ou Estéril Decorrente de exsudato inflamatório pela proximidade do foco pneumônico com a pleural visceral (não há patógeno na pleural) - Complicado ou Contaminado Decorrente da inolucação bacteriana na pleura *Todo derrame parapneumônico complicado deve ser drenado, pois não respondem apenas ao antibiótico e evoluem para empiema pleural (acúmulo de pus) - Quadro inflamatório pulmonar ↑ permeabilidade capilar com extravasamento de líquido para o interstício pulmonar ↑ gradiente de pressão entre este e o espaço pleural Deslocamento do líquido Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 9 - Quando de pequeno volume, não é obrigatório fazer punção e retirada de líquido para exame *Geralmente um exsudato seroso, contendo ↓ neutrófilos, pH e glicose normais e não ocorrem bactérias. - Quando é moderadamente volumoso ou se aumenta de volume, torna-se obrigatória a punção e o exame do líquido * Fase fibrinopurulenta (passagem de bactérias para o espaço pleural com ↑ dos neutrófilos e de fibrina, loculação do derrame e ↓ do pH e da glicose) Toracostomia e colocação de dreno torácico. - Tratamento * Indicações para toracostomia: Positividade para bactérias no líquido, a presença de pus na cavidade pleural, dosagem de glicose < 40 mg/dl e pH < 7,0, no líquido pleural. * Se o pH entre 7,0-7,2 e a amilase > 1000, é indicado Toracocenteses Seriadas. 4. Derrame na Embolia Pulmonar - Pode ser um exsudato ou um transudato, hemorrágico ou não, com níveis altos de DHL - Na presença de infarto pulmonar, o derrame é quase sempre hemorrágico; costuma ser de pequeno ou de médio volume e não necessita de tratamento específico. - Quando de grande volume ou quando interferir com a mecânica respiratória, produzindo dispnéia, deve ser Drenado 5. Derrame na Pancreatite - Na maioria das vezes, um exsudato seroso, podendo, ocasionalmente, ser hemorrágico, com ↑ quantidade de amilase. - Localiza-se mais comumente à esquerda e tem evolução crônica. - É frequente o antecedente de alcoolismo e a ocorrência de dor abdominal alta - Fisiopatologia a) Formação de pseudocisto pancreático com trajeto fistuloso para o espaço pleural; b) Passagem passiva de líquido do abdome para o espaço pleural, facilitada pela ação das enzimas pancreáticas em contato com o diafragma; c) Passagem de líquido abdominal para o retroperitônio e daí para o mediastino posterior, de onde pode se estender para o espaço pleural bilateral; d) Passagem de líquido ascítico para a cavidade pleural através da rica comunicação linfática existente entre o abdome e o tórax ou através de orifícios diafragmáticos. - Tratamento *Abordagem específica da pancreatite, a drenagem do derrame por toracocenteses repetidas ou mesmo por toracostomia. 6. Transudatos Pleurais - Ocorrem em virtude de ↑ pressão hidrostática vascular (ICC) ou da ↓ pressão oncótica, exercida pelas proteínas plasmáticas (síndrome nefrótica, na cirrose hepática, na desnutrição e na enteropatia perdedora de proteínas). - Tratamento * Tratamento da causa e remoção por toracocentese para alívio respiratório. 7. ICC - Dispnéia progressiva, podendo evoluir até ortopnéia e dispnéia paroxística noturna, nictúria, edema de membros inferiores, turgência de jugular, presença de 3ª bulha e estertores crepitantes à ausculta pulmonar. - A ausculta pulmonar pode estar mascarada pela presença do próprio derrame, com abolição do murmúrio vesicular na região correspondente. - Na radiografia de tórax, além do derrame pleural, evidencia-se aumento da área cardíaca e sinais de congestão pulmonar Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 10 8. Derrame na Tromboembolia Pulmonar Fisiopatologia -Transudato: Hipertensão pulmonar gerada pela tromboembolia Falência cardíaca direita, com ↑ na pressão hidrostática dos capilares pleurais Transudação do líquido para o espaço pleural - Exsudato: Mediadores inflamatórios liberados pelos trombos ricos em plaquetas alteram a permeabilidade de capilares pulmonares e da pleura visceral Extravasamento de líquido para o interstício pulmonar e para o espaço pleural ↑ pressão no interstício pulmonar Deslocamento do líquido para o espaço pleural TOSSE Classificação Aguda: até 3 semanas - Via Aérea Superior: Infecções virais (Resfriado comum) - Via Aérea Inferior: Traqueobronquites agudas (viral em 90% dos casos) - Sinusite aguda, exposição a alérgenos e irritantes, exacerbação de doenças crônicas (asma e DPOC) Subaguda: 3-8 semanas - Tosse Pós-infecciosa Sem causa, história de infecção de vias aéreas nas últimas 3 semanas Crônica: > 8 semanas Fisiopatologia: - Localização dos receptores da tosse * Toda a árvore respiratória, no esôfago, no estômago e no ouvido externo (reflexo de Arnold). * ↑ nº da laringe até a carina e nos brônquios * Cavidade Nasal e os Seios Maxilares, Faringe, Pleura, Pericárdio, Diafragma * Não estão presentes nos alvéolos e no parênquima pulmonar - Mecanismos químicos (gases), mecânicos (secreções, corpos estranhos), térmicos (ar frio, mudanças bruscas de temperatura) e inflamatórios (asma, fibrose cística) Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 11 - Receptores rapidamente adaptáveis são ativados por substâncias como tromboxane, leucotrieno C4, histamina, taquicininas, metacolina e também pelo esforço inspiratório e expiratório com a glote fechada Principais benefícios: - Eliminação das secreções das vias aéreas pelo ↑ da pressão positiva pleural, o que determina compressão das vias aéreas de pequeno calibre, e através da produção de ↑ velocidade do fluxo nas vias aéreas; - Proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos; - O mais efetivo mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar, como acontece na mucoviscidose, asma e discinesia ciliar; - Proteção contra arritmias potencialmente fatais (ao originar aumento de pressão intratorácica) Causas Tosse aguda: - Vias aéreas superiores: Infecções virais * Resfriado comum Tosse, sintomas nasais (rinorréia mucosa ou hialina, espirros, obstrução nasal e drenagem pós-nasal de secreções), concomitantes a lacrimejamento, irritação da garganta, ausculta pulmonar normal, com ou sem febre Há gotejamento nasal posterior e ↑ da sensibilidade dos receptores aferentes das vias aéreas inflamadas - Vias aéreas inferiores: * Traqueobronquites Agudas Diagnóstico provável: Infecção respiratória aguda manifestada predominantemente por tosse, com ou sem expectoração, que pode ou não ser purulenta, com duração < 3 semanas, e sem evidência clínica e/ou radiológica de resfriado comum, sinusite, exacerbação da DPOC ou crise de asma - Outras causas comuns: *Sinusites agudas Suspeita de rinossinusite bacteriana deve ocorrer quando os sintomas de uma virose das vias aéreas superiores pioram após o 5º dia ou persistem por mais de 10 dias 2 ou mais sinais maiores ou de 1 sinal maior + 2 menores são ↑ sugestivos de sinusite aguda OBS: Sinais maiores: cefaleia, dor ou pressão facial, obstrução ou congestãonasal, secreção nasal ou pós-nasal purulenta, hiposmia ou anosmia, e secreção nasal ou pós-nasal purulenta ao exame. Sinais menores: febre, halitose, odontalgia, otalgia ou pressão nos ouvidos e tosse Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 12 *Gripe Febre ↑, calafrios, prostração, fadiga, mialgia, cefaleia, sintomas de vias aéreas superiores e inferiores, com destaque para tosse e coriza, e sintomas oculares como lacrimejamento, fotofobia e hiperemia das conjuntivas Difícil diferenciar da sinusite bacteriana aguda e pneumonia, principalmente quando há rinorreia e/ ou expectoração purulenta Se dúvida, realizar hemograma, dosagem de proteína-C e exames de imagens para esclarecimento do diagnóstico - Exposição a alérgenos e irritantes (medicações – IECA e β-bloq.) - Exacerbações de doenças crônicas (asma, DPOC e rinossinusites) *DPOC Exacerbações da DPOC devidas a traqueobronquites bacterianas caracterizam-se pela piora da dispnéia, mudança do aspecto do escarro para purulento e ↑ do volume da expectoração Tratamento da exacerbação infecciosa da DPOC inclui o uso de broncodilatadores, corticosteróides, O² e antibióticos Tosse Crônica “Tríade patogênica da tosse crônica" 90% dos pacientes apresentam, pelo menos, 1 dos sintomas * Gotejamento pós-nasal (GPN) Rinite e Sinusite Tratamento: - Rinite alérgica: Medidas de higiene ambiental para evitar o contato com alérgenos associadas a administração de anti-histamínicos orais que podem inicialmente ser associados a descongestionantes e esteróides tópicos nasais. - Sinusite crônica sem presença de nível hidroaéreo nos exames de imagem: Solução salina nasal + instilação de corticosteróides tópicos. Com presença de nível hidroaéreo ou velamento do seio paranasal: Antibióticos que podem ser utilizados 3-4 semanas nas rinossinusites crônicas. * Asma (hiperresponsividade brônquica - HRB) Características principais: Improdutiva e normalmente não é acompanhada de outros sintomas, podendo piorar após exposição a irritantes e alérgenos e não tem alterações no exame físico RX e espirometria com broncodilatador são normais Tratamento: β2-agonistas e corticosteróides inalatórios em ↓ doses *Refluxo Gastroesofágico (RGE) Sintoma principal: Pirose que pode ser exacerbada pelo decúbito e pelas refeições e de maneira atípica se manifesta pela asma, dor de garganta, laringite crônica e dor torácica atípica. Endoscopia digestiva alta é útil no diagnóstico da esofagite que é consequência do RGE e a presença de hérnia de hiato sugere indiretamente a existência de refluxo ↓ sensibilidade Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 13 Diagnóstico (melhor método): pHmetria esofágica prolongada que permite a determinação da frequência e duração dos episódios de refluxo e da relação temporal entre esses episódios e os de tosse Tratamento: - Medidas conservadoras (evitar café, ↓ alimentos em cada refeição e não se alimentar pelo menos 2h antes de dormir). - A elevação da cabeceira da cama pode auxiliar no controle dos sintomas, assim como a perda de peso em indivíduos obesos. - Inibidores da bomba de prótons geralmente são efetivos e os pró- cinéticos associados aos bloqueadores de H2 podem ser uma alternativa nos casos menos intensos. - Bronquite crônica Sintoma principal: Tosse e está relacionada na sua grande maioria à inalação de fumaças, especialmente a relacionada ao hábito tabágico. RX tórax + espirometria auxiliam no diagnóstico Tratamento: - Ipratrópio (↓tosse e produção de secreções). - β2-agonistas de curta ação ou de ação prolongada, associados ou não ao ipratrópio, podem, em casos selecionados, contribuir para o bom controle da tosse. - Antibióticos são utilizados somente em alguns casos de exacerbação - Carcinoma, sarcoidose, falência ventricular esquerda, aspiração do conteúdo do divertículo de Zenker, bronquectasia - Tosse crônica induzida por IECA Não apresenta relação com a dose do medicamento e tipicamente é seca, com sensação de irritação na orofaringe Tratamento: Retirada/suspensão do medicamento Sinais de Alarme (Adultos): - Gravemente doentes (febre, taquipneia e/ou confusão ou sonolência) - Dispneia grave, taquipneia - Hemoptise Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 14 - Dor torácica ao respirar, hipotensão Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 15 ASMA - Obstrução recorrente e reversível das vias aéreas, com crises de sibilos, falta de ar e, muitas vezes, tosse noturna. As crises graves causam hipoxemia e colocam a vida em risco. • Características essenciais: - Inflamação das vias aéreas, que causa - Hiperresponsividade brônquica, que, por sua vez, resulta em - Obstrução recorrente reversível das vias aéreas. Classificação Diagnóstico - Sugerido por 1 ou mais sintomas, como dispneia, tosse crônica, sibilância, opressão ou desconforto torácico, sobretudo à noite ou nas primeiras horas da manhã - Espirometria (antes e após o uso de broncodilatador), testes de broncoprovocação e medidas seriadas de PFE Espirometria 1. Prova Broncodilatadora Positiva: Resposta ao broncodilatador é considerada significativa e indicativa de asma quando o VEF1 ↑, pelo menos: • 200 mL e 12% de seu valor pré-broncodilatador OU • 200 mL de seu valor pré-broncodilatador e 7% do valor previsto Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 16 2. Teste Provocativo Positivo: Usa-se ↓ [ ] de agentes broncoconstritores (metacolina, histamina ou carbacol) Positivo: ↓ > 20% na VEF1 3. PEF/PFE (Peak Flow/Pico de Fluxo Expiratório) Variação > 20 % em 2-3 semanas OU ↑ PEF>15% após inalação de broncodilatador ou um curso de corticoide oral (2-3 semanas) Tratamento Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 17 CÂNCER DE PULMÃO Principais tumores Carcinomas Broncogênicos (95% dos casos) - Adenocarcinoma - Carcinoma de Pequenas Células * Tumor central e hilar e tende a estenosar os brônquios por compressão extrínseca * Mais maligno - Carcinoma de Céls. Escamosas * Hilo ou próximo a ele. Geralmente, origina-se no brônquio central e tem crescimento endobronquico - Carcinoma de grandes células Fatores de Risco - Tabagismo - Exposição ocupacional - Predisposição genética - Exposição às radiações ionizantes, ao asbesto e a outras fibras minerais, à sílica, ao cromo, ao níquel, ao arsênico, aos hidrocarbonetos policíclicos Classificação (OMS) Carcinoma de Pequenas Células - Carcinoma indiferenciado de pequenas células Carcinoma de Não-Pequenas Células - Carcinoma espinocelular - Adenocarcinoma - Carcinoma indiferenciado de grandes células OBS: Outros tipos histológicos incluem tumores mistos, tumores carcinóides, mesoteliomas, sarcomas. Síndrome Paraneoplásica - Manifestações patológicas, clínicas ou biológicas associadas a qualquer neoplasia de uma maneira geral, mas que não se relacionam diretamente com o tumor principal. - Estão ligadas a mecanismos hormonais, humorais, tóxicodegenerativos e dismetabólicos. - Associadas ao câncer do pulmão: Mais comum delas, a síndrome de Cushing. Outras menos frequentes são a hipercalcemia não metastática e a síndrome da secreção inadequada do hormônio antidiurético (ADH) - Osteoartropatia hipertrófica é caracterizada por baqueteamento digital, proliferação periostal dos ossos longos e artrite Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 18 - Podem ser causadas por: 1. Produção de substâncias pelas células tumorais responsáveis por efeitos sistémicos2. ↓ de substâncias habitualmente presentes no organismo, que leva ao aparecimento de sintomas 3. Resposta imunitária do hospedeiro ao tumor. Classificação Endocrinológico Síndrome da secreção ectópica de hormona adrenocorticotrópica (ACTH) Síndrome de Cushing *Mais comum: Carcinoma de pequenas células do pulmão Síndrome da Secreção Inapropriada de Hormona Antidiurética – SIADH ADH Hiponatremia Hipoglicemia Liberação ectópica de insulina * Tumores primários do fígado, linfomas e tumores do mesênquima Hipercalcemia maligna ↑ PTH Hematológicos Eritrose Produção inapropriada de EPO * Carcinoma de células renais, hepatocarcinoma, hemangiomas, hemangioblastoma do cerebelo, sarcomas, tumores ginecológicos e tumores da supra-renal Granulocitose Produção de fatores de crescimento pelas células tumorais *Linfoma de Hodgkin, tumores gástricos, do pulmão, pâncreas e cerebrais são alguns dos mais frequentes Granulocitopenia e anemia Trombocitose, tromboflebite e trombose venosa profunda Produção de trombopoietina e IL-6 pelas células tumorais Renais Tumores mais frequentemente associados são estômago, pulmão e cólon Proteinúria nefrótica, hipertensão e hematúria microscópica * Deposição de complexos imunes mediada pelo tumor nos glomérulos ativa o complemento e leva à lesão epitelial, com consequente proteinúria Dermatológicos Neurológicos Quadro Clínico Tosse, hemoptise, dispneia e sibilo Lesões endobrônquicas Febre e os calafrios podem estar presentes Metástases extrapulmonares para câncer de pulmão ocorrem mais frequentemente para o fígado, suprarrenais, ossos e cérebro Efeitos Metastáticos - Disseminação intratorácica * Sinais e sintomas secundários ao envolvimento do nervo frênico (paralisia diafragmática) ou do nervo laríngeo recorrente (rouquidão); do plexo braquial (dor no ombro); dos grandes vasos (veia cava superior – síndrome da veia cava superior); de outras estruturas tais como esôfago (disfagia); pericárdio (derrame pericárdico); coração (arritmias), duto torácico (quilotórax); gânglio estrelado (síndrome de Horner). - Tumores de Pancoast localizam-se posteriormente no ápice dos lobos superiores, junto ao plexo braquial * Síndrome de Pancoast * A maioria dos tumores de Pancoast é do tipo escamoso, de crescimento lento e raramente produz metástases a distância *Dor, alteração na temperatura cutânea e atrofia muscular do ombro e das porções do membro superior secundária ao comprometimento nervoso, síndrome de Horner, destruição óssea, a atrofia de músculos da mão OBS: Síndrome de Horner Enoftalmia unilateral, ptose palpebral, miose e anidrose da face e do membro superior - Síndrome da Veia Cava Superior Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 19 * Obstrução ao fluxo sangüíneo na veia cava superior. * Sintomas mais comuns são: sensação de aumento de volume da cabeça e dispneia * Sinais clínicos: Dilatação de veias do pescoço, circulação colateral na parede torácica anterior, edema facial e, em extremidades superiores, “facies” pletórica. * Carcinoma broncogênico é a causa de 65-80% dos casos - Metástases extratorácicas * ↑freq.: Carcinoma indiferenciado de pequenas células e no adenocarcinoma e nos tumores pouco diferenciados * A disseminação hematogênica é mais frequente para o SNC (cefaléia, náusea, vômito, alteração do nível de consciência, crise convulsiva, fraqueza e depressão), ossos, fígado e adrenais - Fígado: Inicialmente, assintomáticos. ↑ do volume do fígado, nódulos hepáticos palpáveis podem estar presentes. Alterações bioquímicas (↑TGO e TGP) * Anorexia, dor epigástrica e hepatomegalia multinodular. A icterícia e a ascite são comuns. * Estágios mais avançados da doença - Óssea: Indicadores clínicos de metástases é a dor torácica, a sensibilidade óssea e a ↑ dos níveis de fosfatase alcalina ou Ca++ sérico * 80%: Esqueleto axial (coluna, a bacia, as costelas e os fêmures). * Clínica: Dor, fratura patológica, hipercalcemia, déficit neurológico e imobilidade - Adrenais * Maioria das vezes, assintomático * TC de abdômen superior deve ser realizada de rotina em todo paciente com CA do pulmão Diagnóstico Exames de Imagem (Raio X, TC, RM) Sugerem a invasão mediastinal pelo tumor. São eles: · Contato do tumor com o mediastino numa extensão > 3 cm; · Contato do tumor com a circunferência da aorta > 90º; · Perda do plano de gordura entre o tumor em seu contato com o mediastino. - Todos são sinais de irressecabilidade Citologia do Escarro - Método não invasivo de muita utilidade na definição diagnóstica - Seu rendimento depende da existência de expectoração, do tamanho e localização do tumor e da experiência do citopatologista - Coleta do material deve ser feita pela manhã, em dias consecutivos - Diferenciação entre carcinoma de pequenas células e do grupo carcinoma não pequenas células Broncofibroscopia - Técnica definitiva para diagnóstico - Permite a visualização da lesão, quer seja em traqueia, quer em brônquios, como também colher material em forma de lavado broncoalveolar, escovado brônquico e biópsias brônquicas e transbrônquicas - Alterações endoscopicamente visíveis devem ser lavadas, escovadas e biopsiadas. - A biópsia transbrônquica está indicada nas lesões submucosas e naquelas que causam compressão extrínseca Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 20 - Mais de 70% dos tumores pulmonares são de localização central e a combinação lavado + escovado + biópsia brônquica (3 a 5 fragmentos) estabelece o diagnóstico em mais de 90% dos casos Punção Aspirativa Percutânea com Agulha Fina - Utilizada na abordagem diagnóstica das lesões pulmonares periféricas, nas lesões pleurais e nas da parede torácica - Guiada pela fluoroscopia, também é útil no diagnóstico das metástases hepáticas, ósseas e adrenais Mediastinoscopia - Cervical e anterior têm sido utilizadas tradicionalmente para o diagnóstico do câncer do pulmão e, principalmente, para o estadiamento mediastinal. - Indicada nos pacientes portadores de carcinoma do pulmão de não-pequenas células, candidatos à cirurgia, nos quais a TC do tórax identificou, no mediastino, linfonodos > 1 cm no seu menor diâmetro. Estadiamento Baseia-se na avaliação do tamanho, da localização e do grau de invasão do tumor primário, bem como na identificação da possível presença de doença loco-regional ou metastática. Tumor (T), Linfonodos (N), Presença ou não de metástases a distância (M) Conduta Investigação de metástases à distância em pacientes com câncer do pulmão é a seguinte: · A investigação de rotina dos doentes assintomáticos limita-se à solicitação de: - Hemograma, eletrólitos, cálcio, fosfatase alcalina e gama GT. · Cintilografia óssea e/ou RX estão indicadas nos pacientes que tenham dor óssea e/ou fosfatase alcalina ↑ · A USG hepática está indicada nos pacientes com gama GT ↑ · A TC de crânio e/ou RM do crânio estão indicadas para aqueles pacientes com sintomas ou sinais sugestivos de metástase cerebral. - Ao realizar TC tórax, deve-se sempre realizar a tomografia do andar superior do abdome para se avaliar o fígado e as adrenais. - Adrenais > 3 cm devem ser exploradas com Punção Aspirativa com Agulha Fina. Tratamento Cirúrgico - No câncer do pulmão não-pequenas células (CNPCP), é o método mais eficiente para o controle do tumor, desde que ele seja completamente ressecável e a morbimortalidade do procedimento seja baixa Radioterapia Radioterapia pré-operatória · Tumor de Pancoast: incluir no campo de irradiação o tumor primitivo, o mediastino e a fossa supraclavicular do lado da lesão. Pós-operatória· Doença residual Resumo do Caso Clínico 1 – CM1 Karen Cunha – MD7 21 · T3 com invasão da parede ou pericárdio · N2 Radioterapia exclusiva radical · Tumores irressecáveis · Tumores inoperávies Radioterapia paliativa · Metástases à distância · Recidivas locorregionais após cirurgia Condições especiais · Metástases cerebrais · Atelectasias · Síndrome de veia cava superior
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