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Ítalo Romano Eduardo - Segurado Especial

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 1
ALTERAÇÕES DECORRENTES DA LEI Nº 11.718, DE 20/06/2008 
 
A Lei nº 11.718, de 20 de junho de 2008, inseriu uma série de alterações na legislação previdenciária, destacando-se 
em particular as relativas ao enquadramento perante o Regime Geral de Previdência Social do segurado especial e 
do produtor rural pessoa física. 
 
A citada lei instituiu entre outras novidades: 
 
• possibilidade para o segurado especial contratar empregados e contribuintes individuais; 
• cria para o segurado especial a obrigação de arrecadar as contribuições dos trabalhadores ao seu serviço 
inclusive do contribuinte individual que lhe preste serviço; 
• vinculação da área produtiva ao conceito de módulo fiscal; 
• permissão ao segurado especial para auferir renda através de outras atividades, relativamente a situações 
arroladas na lei, sem haver a descaracterização do seu enquadramento; 
• permissão ao segurado especial para participar de determinadas atividades econômicas, previstas na lei, 
sem haver a descaracterização do seu enquadramento; 
• estipula os casos que implicam na exclusão do segurado da categoria de especial. 
 
Estudaremos nos próximos tópicos com mais detalhes todas as inovações trazidas pelo mencionado diploma legal. 
 
A) CONCEITO DE SEGURADO ESPECIAL COM AS ALTERAÇÕES DA LEI Nº: 11.718/2008 
 
O conceito de segurado especial foi expandido pela Lei nº 11.718/2008, pois até então a definição para este 
segurado era a seguinte: “o produtor, o parceiro, o meeiro, e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e seus 
assemelhados, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem o 
auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis 
anos de idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo.” 
 
Com a Lei nº 11.718/2008, o segurado especial é conceituado como a pessoa física residente no imóvel rural ou em 
aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com 
o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, esteja na condição de: 
 
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário 
ou arrendatário rurais, que explore atividade: 
 
1. agropecuária em área de até (04) quatro módulos fiscais; 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2
o
 
da Lei n
o
 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; 
 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e 
 
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do 
segurado enquadrado nas situações mencionadas anteriormente, que, comprovadamente, trabalhem com o 
grupo familiar respectivo. 
 
6(*85$'2�(63(&,$/
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 2
Observe que a pessoa na condição de assentada foi incluída entre os passíveis de enquadramento no rol dos 
segurados especiais, desde que, obviamente, obedeça às exigências legais. 
 
NOTA: O Decreto nº 6.722, de 30/12/2008 que altera o Regulamento da Previdência social em seu artigo 9º, 
parágrafo 20, explicita a maneira pela qual a legislação previdenciária enquadra o aglomerado urbano onde 
reside o segurado especial como próximo ao imóvel rural onde desenvolve a atividade, isso ocorre em duas 
situações: 
 
• Residência no mesmo município de situação do imóvel onde desenvolve a atividade rural; ou 
• Residência em município contíguo ao que desenvolve sua atividade rural. 
 
Vamos reler esse conceito previsto na nova lei de forma resumida na tabela a seguir: 
 
ENQUADRAMENTO COMO SEGURADO ESPECIAL APÓS A LEI Nº 11.718/2008 
CONDIÇÃO ATIVIDADE EXPLORADA EXTENSÃO DO 
ENQUADRAMENTO 
Produtor, que seja: 
proprietário, usufrutuário, 
possuidor, assentado, 
parceiro ou meeiro 
outorgados, comodatário 
ou arrendatário rurais. 
Agropecuária - em área de até quatro módulos 
fiscais. 
Ao cônjuge ou companheiro, 
bem como filho maior de 16 
anos de idade ou a este 
equiparado, do segurado 
enquadrado nas situações 
mencionadas anteriormente, 
que, comprovadamente, 
trabalhem com o grupo 
familiar respectivo. 
Seringueiro ou extrativista vegetal - que exerça 
suas atividades nos termos da Lei n
o
 9.985, de 18 
de julho de 2000, e faça dessas atividades o 
principal meio de vida. 
Pescador artesanal ou 
assemelhado. 
que faça da pesca profissão habitual ou principal 
meio de vida. 
 
B) CONCEITO DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA COM AS ALTERAÇÕES DA LEI Nº: 11.718/2008 
 
Antes de qualquer comentário, é importante lembrar que o produtor rural pessoa física é um segurado obrigatório 
do RGPS na categoria de contribuinte individual. O conceito de produtor rural pessoa física sofreu uma alteração 
fundamental relativamente à contratação de empregados com a Lei nº 11.718/2008. Anteriormente, a lei novel, 
este tipo de segurado tinha como característica inerente a sua atividade a obrigatoriedade de utilização de 
empregados. Com o referido diploma legal, a exigência para que o produtor rural pessoa física explore sua atividade 
com o auxílio de empregados foi flexibilizada em função da quantidade de módulos fiscais utilizada. 
 
Assim, o novo conceito do contribuinte individual produtor rural pessoa física, é o proprietário ou não de imóvel 
rural que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área 
superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade 
pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos. 
 
Outra novidade é a extensão do enquadramento na condição de contribuinte individual ao cônjuge ou companheiro 
do produtor que participe da atividade rural por este explorada. A lei não faz menção aos filhos do produtor rural – 
contribuinte individual. Assim, os filhos maiores de 16 anos que trabalhem ou participem da atividade rural dos pais, 
ou serão enquadrados como segurados empregados ou como contribuintes individuais. 
 
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 3
Em relação ao tamanho da área explorada, cabe observar que se a exploração da atividade agropecuária ocorrer 
numa área inferior a quatro módulos fiscais sem a contratação de empregados ou quando esta ocorrer, sendo a 
mesma de forma temporária, respeitando-se o limite legal de 120 pessoas/ano em período de safra, este indivíduo 
tem os pré-requisitos para enquadrar-se como segurado especial. 
 
Veja essas informações resumidamente na tabela a seguir: 
 
ATIVIDADE ÁREA EXPLORADA CONTRATAÇÃO DE 
EMPREGADOS 
CATEGORIA DO SEGURADO 
 
 
Agropecuária 
Área > 4 módulos fiscais Independe Contribuinte Individual 
 
Área ≤ 4 módulos fiscais 
Obrigatória Contribuinte Individual 
Sem empregados ou 
limite de 120 pessoas/ano 
 
Segurado Especial 
 
C) ATIVIDADE AGROPECUÁRIA E MÓDULO FISCAL 
 
Para o segurado especial que exerce atividade agropecuária, sua área de exploração fica limitada a quatro módulos 
fiscais. A Lei nº 4.504/64 traz o conceito de módulo fiscal que trataremos resumidamente aseguir. 
 
A área do módulo fiscal é definida de forma específica para cada município, é expressa em hectares e é determinada 
levando-se em conta os seguintes fatores: 
 
• tipo de exploração predominante no Município, como, por exemplo: hortifrutigranjeira, cultura 
permanente, cultura temporária, pecuária, florestal; 
• a renda obtida no tipo de exploração predominante; 
• outras explorações existentes no Município que, embora não predominantes, sejam expressivas em 
função da renda ou da área utilizada. 
O número de módulos fiscais de um imóvel rural será obtido dividindo-se sua área aproveitável total pelo módulo 
fiscal do Município, sendo que área aproveitável do imóvel rural constitui a que for passível de exploração agrícola, 
pecuária ou florestal: 
 
 
Em relação ao segurado especial que explora atividade agropecuária, podemos resumir da seguinte forma: 
 
ATIVIDADE LIMITAÇÃO DA 
ÁREA EXPLORADA 
RELAÇÃO DO SEGURADO COM A 
PROPRIEDADE EXPLORADA 
 
Agropecuária 
 
até 4 módulos fiscais 
proprietário, usufrutuário, possuidor, 
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, 
comodatário ou arrendatário rurais. 
 
Nº DE MÓDULOS FISCAIS = ÁREA APROVEITÁVEL 
 ÁREA DO MÓDULO FISCAL DO MUNICÍPIO 
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 4
D) ATIVIDADE DE SERINGUEIRO OU EXTRATIVISMO VEGETAL 
 
Para esse tipo de atividade não existe limitação de área para exploração. A Lei nº 9.985/2000 traz o conceito de 
extrativismo que transcrevemos a seguir: “sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo 
sustentável, de recursos naturais renováveis.” 
 
O uso sustentável relaciona-se à exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos 
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável, ou seja, o 
extrativismo leva em consideração à conservação do meio-ambiente. 
 
Em relação ao segurado especial que explora essa atividade, podemos resumir da seguinte forma: 
 
ATIVIDADE LIMITAÇÃO DA 
ÁREA EXPLORADA 
RELAÇÃO DO SEGURADO COM A 
PROPRIEDADE EXPLORADA 
 
Extrativismo vegetal 
Extração de látex em seringal 
 
Sem limitação 
proprietário, usufrutuário, possuidor, 
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, 
comodatário ou arrendatário rurais. 
 
E) PESCA ARTESANAL 
 
O pescador artesanal, conforme o art. 9º, parágrafo 14 do Decreto nº 3.048/99, é aquele que, individualmente ou 
em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que: 
 
• não utilize embarcação (por exemplo, aquele que pesca de vara ou rede na beira do rio ou mar); 
• utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bruta, ainda que com auxílio de parceiro; 
• na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilize embarcação de até dez toneladas de 
arqueação bruta. 
 
São equiparados a pescador artesanal o mariscador, o caranguejeiro, o eviscerador (limpador de pescado), o 
observador de cardumes, o pescador de tartarugas e o catador de algas, conforme dispõe o art. 10, parágrafo 6º da 
IN MPS/SRP nº. 03/2005. 
 
Em relação a este segurado especial podemos dizer resumidamente: 
 
ATIVIDADE LIMITAÇÃO DA EMBARCAÇÃO RELAÇÃO DO SEGURADO COM A EMBARCAÇÃO 
UTILIZADA 
 
Pesca 
Artesanal 
Sem embarcação ----------- 
arqueação bruta ≤ 6 toneladas • Proprietário. 
• Admitido o auxílio de parceiro. 
 
6 < arqueação bruta ≤ 10 toneladas 
• Somente como parceiro outorgado. 
• O parceiro outorgante/proprietário 
é enquadrado como contribuinte 
individual. 
 
Arqueação bruta é a expressão da capacidade total da embarcação constante da respectiva certificação fornecida 
por órgão competente. 
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 5
 
F) CONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS POR SEGURADO ESPECIAL 
 
Uma importante alteração trazida pela Lei nº 11.718, de 20 de junho de 2008, refere-se à permissão para 
contratação de empregados por parte do segurado especial. A Constituição Federal, já autorizava essa contratação, 
desde que os empregados não fossem permanentes, entretanto o regulamento da previdência social proibia esta 
possibilidade expressamente. Compare os textos de cada diploma legal: 
 
Constituição Federal 
(art. 195, parágrafo 8º) 
Decreto nº 3.048 - texto antes 
da Lei nº 11.718 
(art. 9º, parágrafo 5º e 6º) 
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário 
rurais e o pescador artesanal, bem como os 
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades 
em regime de economia familiar, sem empregados 
permanentes, contribuirão para a seguridade social 
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o 
resultado da comercialização da produção e farão jus 
aos benefícios nos termos da lei. 
VII - como segurado especial - o produtor, o parceiro, 
o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador 
artesanal e seus assemelhados, que exerçam suas 
atividades, individualmente ou em regime de 
economia familiar, com ou sem auxílio eventual de 
terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou 
companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de 
idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem 
comprovadamente com o grupo familiar respectivo. 
§ 5º Entende-se como regime de economia familiar a 
atividade em que o trabalho dos membros da família 
é indispensável à própria subsistência e é exercido 
em condições de mútua dependência e colaboração, 
sem utilização de empregado. § 6º Entende-se 
como auxílio eventual de terceiros o que é exercido 
ocasionalmente, em condições de mútua 
colaboração, não existindo subordinação nem 
remuneração. 
 
 * grifo nosso 
 
A autorização para a contratação de empregados vem para cumprir um mandamento constitucional, entretanto 
como podemos observar pela leitura da nossa Carta Magna, a atividade desempenhada pelo empregado contratado 
não deverá ser permanente. 
 
De que forma fica configurado que o empregado não é permanente? Nesse caso, a própria Lei nº 11.718/2008, 
delimita esta questão, determinando que é considerada contratação de trabalhador rural por pequeno prazo, o 
exercício de atividade remunerada em épocas de safra, à razão de no máximo 120 pessoas por dia no ano civil, em 
períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. Veremos no próximo 
tópico como essa razão funciona. 
 
G) REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR 
 
O segurado especial deverá exercer suas atividades individualmente ou em regime de economia familiar. O regime 
de economia familiar é aquele em que a atividade laboral dos membros da família é indispensável à própria 
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 6
subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua 
dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. Com o advento da lei 11.718/2008, fica 
permitida a contratação de empregados temporariamente. 
 
Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos 
ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. 
 
O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhadores 
eventuais, em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou 
intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. 
 
O grupo familiar deverá respeitar não somente a relação dias/ano mencionada, como também as quantidades de 
horas de trabalho equivalentes por dia e por semana, à razão de oito horas/dia e quarenta e quatro horas/semana.Assim, o segurado especial poderá contratar no ano civil um empregado por até 120 dias, ou 2 empregados no 
máximo por 60 dias, 4 empregados por até 30 dias ou até mesmo 120 empregados durante apenas um único dia. 
Veja outros exemplos de possibilidades: 
 
TABELA EXEMPLIFICATIVA 
Quantidade 
de empregados 
Quantidade 
de dias 
6 20 
10 12 
12 10 
20 6 
 
A relação utilizada, portanto é: 
 
 
Quantidade de empregados x nº dias ≤≤≤≤ 120 
 
Até esse ponto podemos extrair os seguintes requisitos cumulativos que devem acompanhar a contratação de 
empregados por parte do segurado especial: 
 
• ser por prazo determinado; 
• durante o período de safra; 
• não poderá ultrapassar a razão de 120 pessoas/dia no ano civil; 
• não poderá ultrapassar ao equivalente à 8 horas/dia e 44 horas/semana. 
 
 
 
 
H) ATIVIDADES QUE NÃO DESCARACTERIZAM A CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL 
A Lei 11.718/2008 arrola as atividades que podem ser desempenhadas por segurado especial sem que ocorra a 
descaracterização desta categoria, constituindo uma lista exaustiva, e não exemplificativa. A descaracterização 
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 7
abrangerá unicamente o membro do grupo familiar que não se enquadre nas exigências previstas na lei. Entenda 
essas situações através da tabela a seguir: 
ATIVIDADE PERMITIDA CONDIÇÕES 
Outorga de imóvel rural • por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato 
de até 50% de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 módulos 
fiscais; 
• desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva 
atividade, individualmente ou em regime de economia familiar. 
Turismo, inclusive hospedagem • na propriedade rural; 
• por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano. 
Participação em plano de 
previdência complementar 
• instituído por entidade classista a que seja associado; 
• em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em 
regime de economia familiar. 
Programa assistencial oficial de 
governo 
• ser beneficiário; ou 
• ou fazer parte de grupo familiar em que algum componente seja 
beneficiário. 
Beneficiamento ou industrialização 
artesanal 
• utilizado pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade. 
• considera-se processo de beneficiamento ou industrialização 
artesanal aquele realizado diretamente pelo próprio produtor rural 
pessoa física, desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto 
Sobre Produtos Industrializados – IPI. 
Associação • em cooperativa agropecuária. 
 
 
I) FONTES DE RENDIMENTO QUE NÃO DESCARACTERIZAM A CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL 
 
Como regra geral, não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra atividade e fonte de 
rendimento, entretanto a lei nº 11.718/2008 admite a percepção dos seguintes tipos de renda: 
 
 
 
ATIVIDADES OU RENDAS PERMITIDAS 
ORIGEM DA RENDA CONDIÇÕES 
Benefício de pensão por morte, 
auxílio-acidente ou auxílio-reclusão 
• valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da 
Previdência Social (salário-mínimo). 
Benefício previdenciário pela 
participação em plano de 
previdência complementar 
• instituído por entidade classista a que seja associado; 
• em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em 
regime de economia familiar. 
Exercício de atividade remunerada 
em período de entressafra ou do 
defeso** 
• não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no 
ano civil; 
• deverão ser recolhidas as contribuições devidas em relação ao 
exercício das atividades. 
Exercício de mandato eletivo de 
dirigente sindical 
• de organização da categoria de trabalhadores rurais 
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 8
Dirigente de cooperativa rural • constituída exclusivamente por segurados especiais; 
• deverão ser recolhidas as contribuições devidas em relação ao 
exercício das atividades. 
Exercício de mandato de vereador • no município onde desenvolve a atividade rural. 
Parceria ou meação outorgada • por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato; 
• de até 50% de imóvel rural em área não superior a 4 módulos fiscais; 
• desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva 
atividade. 
Atividade artesanal • desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo 
familiar; 
• pode ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda 
mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de 
prestação continuada da Previdência Social. 
Atividade artística • valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da 
Previdência Social. 
** Defeso é a ação de proteção às espécies. O objetivo básico de definição de períodos de defeso de reprodução é 
possibilitar que os peixes possam se reproduzir e repor/renovar os estoques pescáveis para os anos seguintes. Nesse 
sentido, é necessário entender a biologia e ecologia das espécies consideradas, para que se tenha um uso 
sustentável, conciliando os interesses econômicos, sociais e ambientais. O respeito ao defeso é crucial para a 
conservação dos estoques pesqueiros. A pesca no período da proibição contribui para a diminuição da população das 
espécies protegidas. 
 
J) DATA DA EXCLUSÃO DO SEGURADO DA CATEGORIA DE ESPECIAL 
 
Em caso de desobediência aos requisitos legais para integrar a categoria de segurado especial, vejamos a seguir a 
partir de qual momento ocorre efetivamente sua descaracterização. 
 
DATA DA EXCLUSÃO OCORRÊNCIA 
 
 
 
A CONTAR DO PRIMEIRO 
DIA DO MÊS 
Não respeitar as condições para o exercício das atividades de 
agropecuária, extrativismo vegetal e de látex, bem como pesca artesanal. 
Outorgar mais de 50% do imóvel rural ou o outorgante ou outorgado 
deixarem de exercer a respectiva atividade 
Se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do 
Regime Geral de Previdência Social, ressalvado quando do exercício das 
atividades admitidas pela lei 
Se tornar segurado obrigatório de outro regime previdenciário ** 
 
A CONTAR DO 
PRIMEIRO DIA DO MÊS 
SUBSEQÜENTE 
Quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: 
• utilização de trabalhadores; 
• dias em atividade remunerada em período de entressafra ou defeso; 
• dias de hospedagem. 
** Situação bastante interessante. O art. 10, § 2º do Decreto 3.038/99 determina que caso o servidor ou o militar 
amparados por regime próprio de previdência venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades 
abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas 
atividades. Isso não se aplica no caso do segurado especial. Ainda que o servidor tenha uma pequena propriedade 
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 9
(inferior a 4 módulos fiscais) e exerça atividade em regime de economia familiar, o mesmo não será enquadrado 
como segurado especial. 
 
A partir da data da exclusão o segurado deixará de ser tratado como especial e passará a ser enquadrado como 
contribuinte individual. 
 
 
 
L) CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL 
 
A categoria de segurado especial é intitulada dessa forma em função do tratamento favorecido da legislação em 
relação às demais categorias de segurados. As diferenças mais marcantes são evidenciadas na forma de 
contribuição e na carência para o gozo de benefícios previdenciários, conforme comentaremos a seguir: 
 
• Contribuição: o segurado especial não contribui sobre a base de cálculo salário-de-contribuição, sua 
contribuição tem como base de cálculo a receita bruta da comercialização da produção rural, além disso a 
alíquotaincidente é de 2,10%, acrescida de 0,20%, sendo que esta última é destinada especificamente ao 
SENAR; 
 
• Carência: não é contada com base no número de contribuições, e sim levando em conta o número de 
meses de efetivo exercício da atividade rural/pesqueira comprovada. Portanto, esse segurado faz jus a 
benefícios previdenciários mesmo não recolhendo contribuições, já que basta comprovar o exercício de 
atividade, ainda que de forma descontínua, durante o período mínimo de meses correspondentes à 
carência do benefício requerido. Entretanto, o benefício será limitado ao valor de apenas um salário-
mínimo. 
 
 
M) AMPLIAÇÃO DOS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIAS 
 
As contribuições previdenciárias relativas ao segurado especial e ao produtor rural pessoa física têm como base de 
cálculo a receita bruta da comercialização da produção rural. A Lei nº 11.718/2008 flexibilizou as proibições até 
então existentes para o enquadramento do segurado especial abrindo várias possibilidades para que o mesmo 
possa auferir rendas provenientes da exploração de atividades econômicas relacionadas à sua atividade 
agropecuária, pesqueira ou extrativista, entretanto em contrapartida incluiu as respectivas receitas brutas advindas 
dessas novas atividades arroladas, como fatos geradores de contribuição previdenciária, segundo as mesmas 
alíquotas aplicadas à comercialização da produção rural. 
SEGURADO 
ESPECIAL 
Desobediência a 
qualquer requisito ou 
limite previsto na lei 
CONTRIBUINTE 
INDIVIDUAL 
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 10
 
O prazo para recolhimento, recentemente alterado pela MP 447/2008, da contribuição previdenciária relativa aos 
novos fatos geradores é o mesmo que do exigido para a receita bruta da comercialização da produção rural, que é o 
dia 20 do mês seguinte ou primeiro dia útil anterior quando no dia 20 não houver expediente bancário. 
 
N) CRIAÇÃO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 
 
 No caso do segurado especial repassar sua produção para a empresa ou cooperativa adquirente, consumidora ou 
consignatária da produção estas ficam obrigadas a fornecer ao segurado especial, cópia do documento fiscal de 
entrada da mercadoria, para fins de comprovação da operação e da respectiva contribuição previdenciária. 
 
Quando o segurado especial tiver comercializado sua produção do ano anterior exclusivamente com empresa 
adquirente, consignatária ou cooperativa, tal fato deverá ser comunicado formalmente à Previdência Social pelo 
respectivo grupo familiar. 
 
Quando o grupo familiar a que o segurado especial estiver vinculado não tiver obtido, no ano, por qualquer motivo, 
receita proveniente de comercialização de produção deverá comunicar a ocorrência à Previdência Social. 
 
Resumo: 
 
PESSOA OBRIGADA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
EMPRESA OU COOPERATIVA ADQUIRENTE, 
CONSUMIDORA OU CONSIGNATÁRIA DA 
PRODUÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL 
Fornecer ao segurado especial, cópia do documento fiscal de 
entrada da mercadoria, para fins de comprovação da 
operação e da respectiva contribuição previdenciária. 
 
 
 
SEGURADO ESPECIAL 
GRUPO FAMILIAR 
Comunicar formalmente à Previdência Social, no caso de ter 
comercializado sua produção do ano anterior exclusivamente 
com empresa adquirente, consignatária ou cooperativa. 
Comunicar a ocorrência à Previdência Social, quando no 
decorrer do ano, não tiver obtido receita proveniente de 
comercialização de produção 
SEGURADO ESPECIAL 
GRUPO FAMILIAR 
Se cadastrar perante a SRFB e à Previdência Social, bem como 
manter o cadastro desses órgãos atualizado. 
RECEITAS DA COMERCIALIZAÇÃO 
 
• da produção obtida em razão de contrato de parceria ou 
meação de parte do imóvel rural; 
• comercialização de artigos de artesanato; 
• de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de 
produtos comercializados no imóvel rural, desde que em 
atividades turística e de entretenimento desenvolvidas no 
próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação, recepção, 
recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de 
visitação e serviços especiais; 
• do valor de mercado da produção rural dada em pagamento 
ou que tiver sido trocada por outra, qualquer que seja o motivo 
ou finalidade; 
• de atividade artística. 
ALÍQUOTA 
2,10% + 
0,20% 
incidente 
 
sobre 
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O) MATRÍCULA PERANTE A SRFB 
 
A matrícula atribuída pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ao produtor rural pessoa física ou ao segurado 
especial é o documento de inscrição do contribuinte, em substituição à inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa 
Jurídica – CNPJ, a ser apresentado em suas relações com o Poder Público, inclusive para licenciamento sanitário de 
produtos de origem animal ou vegetal submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização artesanal, 
com as instituições financeiras, para fins de contratação de operações de crédito, e com os adquirentes de sua 
produção ou fornecedores de sementes, insumos, ferramentas e demais implementos agrícolas. 
 
Sendo que essa matrícula não se aplica ao licenciamento sanitário de produtos sujeitos à incidência de Imposto 
sobre Produtos Industrializados ou ao contribuinte cuja inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ 
seja obrigatória. 
 
P) INSCRIÇÃO DO SEGURADO ESPECIAL 
 
O Ministério da Previdência Social desenvolverá programa de cadastramento dos segurados especiais, incluindo 
atualização cadastral periódica, podendo para tanto firmar convênio com órgãos federais, estaduais ou do Distrito 
Federal e dos Municípios, bem como com entidades de classe, em especial as respectivas confederações ou 
federações. Sendo que não poderá resultar nenhum ônus para os segurados, sejam eles filiados ou não às entidades 
conveniadas. 
 
A inscrição do segurado especial será feita de forma a vinculá-lo ao seu respectivo grupo familiar e conterá, além 
das informações pessoais, a identificação da propriedade em que desenvolve a atividade e a que título, se nela 
reside ou o Município onde reside e, quando for o caso, a identificação e inscrição da pessoa responsável pela 
unidade familiar. 
 
O segurado especial integrante de grupo familiar que não seja proprietário ou dono do imóvel rural em que 
desenvolve sua atividade deverá informar, no ato da inscrição, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro 
outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado. 
 
Simultaneamente com a inscrição do segurado especial, será atribuído ao grupo familiar número de Cadastro 
Específico do INSS – CEI, para fins de recolhimento das contribuições previdenciárias. 
 
 
Q) COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL 
 
A comprovação do exercício de atividade rural será feita, alternativamente, por meio de: 
 
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; 
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; 
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de 
sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo INSS; 
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de 
produtores em regime de economia familiar; 
V – bloco de notas do produtor rural; 
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do 
nome do segurado como vendedor; 
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VII – documentos fiscais relativos à entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou 
outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante; 
VIII – comprovantes de recolhimentode contribuição à Previdência Social decorrente da comercialização da 
produção; 
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de 
produção rural; ou 
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA. 
 
 
 
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