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1 ESCOLA TÉCNICA MUNICIPAL DE SETE LAGOAS Autorização de Funcionamento: Portaria n.º 287/80 – MG 04/07/80 Av. Prefeito Alberto Moura, 1.111 – C D I - CEP:35702-216 Enfermagem Médica – II módulo Claudielena Barbosa Gimenez Infarto agudo do Miocárdio – IAM Infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos (células musculares cardíacas), causada por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. A maior parte dos eventos é causada por rotura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis, inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. O tratamento do infarto é baseado no rápido diagnóstico, na desobstrução imediata da coronária envolvida, manutenção do fluxo obtido, profilaxia da embolização distal e reversão de suas complicações potencialmente fatais (arritmias, falência cardíaca e distúrbios mecânicos). Diagnóstico O diagnóstico é feito com base no quadro clínico, nas alterações eletrocardiográficas e na elevação dos marcadores bioquímicos de necrose. Tendo em vista que os sintomas são extremamente variados e que a elevação dos marcadores inicias e cerca de seis horas após o início da dor, o principal instrumento diagnóstico e determinante da conduta é o eletrocardiograma. Ele deverá apresentar o supradesnível do segmento ST ou o bloqueio agudo de ramo esquerdo, critérios suficientes para desencadear a tentativa imediata de reperfusão em um paciente com história sugestiva. 2 Quadro clínico Os sintomas típicos são caracterizados por dor precordial em aperto à esquerda, para o membro superior esquerdo, de grande intensidade e prolongada (maior do que 20 minutos), que não melhora ou apenas tem alívio parcial com repouso ou nitratos sublinguais. A irradiação para mandíbula, membro superior direito, dorso, ombros e epigástrio também é possível. Em pacientes diabéticos, idosos ou no período pós- operatório, o infarto pode ocorrer na ausência de dor, mas com náuseas, mal-estar, dispnéia, taquicardia ou até confusão mental. Exames subsidiários 1) Eletrocardiograma: é o exame mais importante no diagnóstico do IAM. Deve ser feito seriadamente nas primeiras 24 horas e diariamente após o primeiro dia. 2) Ecocardiograma: é um exame de baixo custo, não invasivo, que pode ser feito à beira do leito. Pode detectar disfunção segmentar do ventrículo, auxiliando no diagnóstico. Além disso, na evolução do IAM quantifica a função cardíaca, evidencia envolvimento do ventrículo direito e diagnostica complicações mecânicas valvares e miocárdicas, além de possíveis trombos nos átrios e ventrículos. Auxilia na exclusão de diagnósticos diferenciais como a dissecção de aorta (ECO transesofágico, preferencialmente), derrame pericárdico ou embolia pulmonar maciça. 3) Marcadores de necrose Deve-se proceder coleta de CKMB, mas ela não é necessária para a indicação de reperfusão imediata, já que inicia sua elevação após algumas horas do início dos sintomas. O pico costuma ocorrer nas primeiras 24 horas e correlaciona-se com a extensão do infarto A dosagem de troponina não é obrigatória e não deve ser seriada. Essas proteínas são consideradas como os marcadores mais sensíveis e específicos para a detecção de necrose miocárdica, elevando-se após 6-12 horas do início dos sintomas. Creatinoquinase Total (CPK) É uma enzima utilizada como diagnóstico de primeira escolha do infarto agudo do miocárdio, porém tem baixa especificidade para avaliar dano miocárdio . Tratamento O tratamento baseia-se na internação do paciente com suspeita de IAM e o tratamento é conduzido dentro dos seguintes objetivos: 3 1) Uso de medicamentos e outros a) Fornecimento de O2 b) controle da dor e da ansiedade, com uso de morfina c) uso de antiplaquetários como AAS, clopidogrel d) uso de heparina (anticoagulante venoso) e) uso de nitratos (isossorbida monocordil) f) uso de betabloqueadores g) bloqueadores dos canais de cálcio h) estatinas 2) Terapias de reperfusão a) Uso de fibrinolíticos de infusão venosa b) Angiosplastia com ou sem implantação de stent 4 c) Cirurgia de revascularização (No coração com pontes de safena ou mamária, nas pernas com vasos da mesma perna e nas carótidas com materiais específicos). Após a cirurgia o paciente permanece cerca de 2 dias em uma CTI cardíaca com frequência cardíaca e pressão arterial monitorizadas de forma contínua. Logo que o paciente acorda o tubo da anestesia para respiração é retirado. São administrados medicamentos na veia para o controle da dor e, se necessário para a pressão. 5 Assistência de enfermagem Assistência de enfermagem no IAM é de grande importância, devendo a equipe de enfermagem estar atento: • Instalar ECG com 12 derivações, • Instalar e manter acesso venoso de grande calibre, • As alterações eletrocardiográficas; • Verificar DDVV, principalmente Pressão arterial; • Frequência cardíaca e queixas de dor precordial; • Manter no paciente a oxigênioterapia e um acesso venoso calibroso. Assistência de enfermagem durante a angioplastia: Durante a angioplastia o enfermeiro deverá retirar próteses dentária; Investigar história de alergias; Preparar a via de acesso, realizar a assepsia, dispor os campos cirúrgicos e preparar o instrumental cirúrgico; Normalmente o procedimento é realizado por via Radial ou Femoral; Fornecer todo material necessário durante o procedimento. Checar e administrar anticoagulante quando solicitado; Estar atento às intercorrências que podem acontecer, tais como, taquicardia ventricular, parada cardiorespiratória, bradicardia, hipotensão entre outros. Assistência de enfermagem após angioplastia Orientar o paciente quanto ao repouso, cuidados com o curativo e dieta; Quando o procedimento for realizado pela via radial deve-se retirar o introdutor assim que finalizado o procedimento e realizar curativo compressivo mantendo- o por duas horas. Em seguida desapertá-lo e verificar perfusão e pulso; Quando o procedimento for realizado por via femoral, o introdutor será retirado após cinco horas, o paciente deve ser orintado quanto ao repouso e manter restrição do membro durante esse período; Após cinco horas, retirar o introdutor e manter compressão manual por aproximadamente vinte minutos para hemostasia, logo após, realizar curativo compressivo em região inguinal, orientando o paciente à retirá-lo no dia seguinte. A assistência de enfermagem no atendimento ao paciente com infarto agudo do miocárdio requer atenção e principalmente ter conhecimento para lidar com os diversos tipos de situações que poderá enfrentar, para que o paciente seja bem assistido e que isso contribua para sua recuperação. 6 Aterosclerose de carótida A estenose aterosclerótica da artéria carótida é definida como o depósito de gordura na parede da artéria carótida interna no bulbo carotídeo levando a um estreitamento da luz da artéria. A estenose pode ser graduada de acordo com a luz do vaso residual em: Leve: <50% Moderada: 50-60% Grave ou Crítica: >70% Os vasos intracranianos também são importantes localizações de estenoses por aterosclerose, as estenoses intracranianaslocalizam-se mais comumente no segmento cavernoso da artéria carótida interna e as bifurcações vasculares. Sintomas Quando uma estenose da artéria carótida interna torna-se crítica, o quadro clínico mais comum é o Ataque Isquêmico Transitório (AIT), entidade no qual episódios de déf icit motor (paralisia de membros) se alternam com períodos de assintomáticos. Como exemplo podemos citar a perda de força nas mãos quando objetos caem destas. A amaurose fugaz é a perda momentânea do campo visual (perda da visão) do mesmo lado da estenose da carótida, o borramento visual também pode ser relacionado à estenose da carótida interna. Outros sintomas relacionados à estenose da artéria carótida é a síncope (desmaio) e até mesmo um AVC isquêmico (derrame) quando um trombo é desprendido de uma placa ulcerada (que se rompeu) da carótida e migra até ocluir uma artéria intracraniana (no cérebro) levando à uma paralisia definitiva de membros do lado oposto á estenose da artéria carótida. Diagnóstico O diagnóstico pode ser feito levando em consideração os sintomas e quadro clínico apresentado pelo paciente. Os métodos de imagem são os métodos de escolha para a procura de uma estenose de carótida, como a ultrassonografia cervical (ecodoppler de carótidas), a angio- tomografia e a angioressonância cervical e do crânio, sendo a arteriografia por cateterismo a referência e a meta a atingir para os demais métodos não-invasivos. Tratamento A partir da década de 90 a angioplastia da artéria carótida começou a ser realizada por alguns centros médicos europeus e americanos, com a angioplastia e colocação de stent na estenose da artéria carótida. 7 A partir do início do século XXI, vários estudos mundiais comprovaram a eficácia do tratamento endovascular (angioplastia com stent) na estenose da artéria carótida interna, concomitantemente houve um grande avanço no arsenal tecnológico, fatos estes que confirmam e colocam a angioplastia e colocação de stent como método de primeira escolha no tratamento da estenose carotideana.
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