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A EVOLUÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1

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A EVOLUÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
Prof. Frederico Gustavo Fleischer 
Publicado em 10/02/2006 - 14:58:22 
 
 
A EVOLUÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - O Primeiro capítulo 
de uma longa discussão. 
 
 Existe hoje questionamento acerca de real existência de um Direito 
Internacional Público, seria este “conjunto de normas” suficientemente 
reais para serem considerados um ramo do Direito? Tal indagação se 
mostra justa quando analisamos as características básicas do D.I.P. 
(Direito Internacional Público). 
 Dentre as características responsáveis por tais polêmicas podemos 
citar a falta de centralismo na sociedade internacional onde, de certa 
forma, no aspecto jurídico, predomina uma completa horizontalidade 
entre os sujeitos, além da subjetividade sistêmica, voluntariedade da 
jurisdição e do sistema precário de sanções. 
 Realmente não há como negar tais características ao DIP, onde, 
principalmente o sistema precário de sanções pode ser observado 
cotidianamente, seja em seu aspecto processual (considerar a 
culpabilidade do sujeito) seja na própria aplicação de uma possível 
sanção. 
 Tal precariedade pode ser claramente notada quando analisamos a 
tão debatida invasão ao Iraque, onde vários crimes de guerra foram 
cometidos e provados através de documentos inquestionáveis, como 
foram as fotos dos soldados americanos junto a iraquianos rebaixados a 
souvenires. 
 Porque os EUA não foram condenados por tais atos? Encontramos 
assim novamente o problema da jurisdição voluntária que nos lembra que 
a potência norte-americana não reconhece o tratado de Roma e, 
consequentemente, o Tribunal Penal Internacional. 
 Oras, mas estaria aí um problema do DIP ou da organização 
político/social que impede que o DIP se imponha e acaba influenciando 
aqueles que elaboram o próprio Direito, quais sejam os seres humanos 
cheios de falhas e corruptíveis? Afinal se a jurisdição é voluntária qual a 
justificativa de um embargo contra Cuba? Teria ela aceitado tal 
jurisdição? Realmente acredito que não. 
 A justificativa no caso de Cuba pode ser dada pela alegação de que 
o desrespeito aos direitos humanos pelo governo de Fidel Castro seria de 
interesse universal. Nesse caso qual a vantagem dos cubanos sobre os 
Iraquianos? 
 Será que o Irã será punido com o mesmo rigor de Cuba ou mesmo 
do Iraque ou o preço do petróleo falará mais alto? Em termos de força 
política vimos que a “industria da guerra” também tem 
representatividade, qual prevalecerá? 
 Após esta análise podemos ver que na verdade o que ocorre é 
realmente um desnivelamento econômico, social e bélico o que acaba por 
criar um “poder paralelo” que impede a ação das normativas 
internacionais, resultado da descentralização, ou seja, falta de algo que 
se aproxime de um “Estado Mundial”. 
 A primeira vista o tema pode parecer uma excelente sugestão para 
filmes de ficção científica, mas qual seria a primeira reação de um ser que 
não tivesse sequer sido atingido pelo “contrato social” ao ser apresentado 
ao projeto dos Estados atuais? O que eles diriam sobre nossa codificação 
das Leis? O que diria Abraham Lincoln se alguém lhe previsse a Liga das 
Nações? Ou, em tempos mais recentes, será que no lançamento da Liga 
das Nações algum dos representantes imaginaria que as Nações Unidas 
(ONU) alcançariam a magnitude e poderio atuais? 
 Como vimos os ramos do Direito hoje consolidados também tiveram 
que passar por um amplo período de criação, adaptação e objetivação 
para que chegassem ao que são hoje, onde continuam cheios de falhas e 
defeitos muitas vezes insanáveis. Neste sentido afirmo sem nenhum 
temor que o Direito Internacional Público de sua raiz mais primitiva aos 
dias de hoje tem evoluído com uma rapidez e eficiência nunca antes 
presenciado, o que me faz alertar aos que não acreditam no Direito das 
Gentes: aguardem, este será o Direito a marcar um futuro breve...

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