Buscar

afinal, o que é direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Afinal, o que é direito?
José Erigutemberg Meneses de Lima – Economista e Acadêmico do Curso de Direito da FURB – 
Universidade Reginal de Blumenau
E-mail: jemlima@al.furb.br
Resumo: O artigo trata do problema relativo à definição do que o direito é. Em busca desse sentido, passa-se 
da origem e do significado da palavra e da exposição de outras considerações de cunho filosófico e jurídico 
sobre o tema para concluir com as expressões de Kant, Kelsen e Miguel Reale. A escolha recaiu nesses 
nomes em razão de se reconhecer nestas pessoas os precursores da positivação do direito, base do 
ordenamento jurídico brasileiro e suas obras estarem mais presentes nas bibliografias dos Cursos de Direito do 
país.
Sumário: 1. Introdução. 2. Sobre a palavra direito 3. A construção do direito. 4. O que o direito não é. 5. Afinal, 
o que é direito? 5.1. Considerações preliminares. 5.2. Definição de direito na visão de Kant. 5.3. Definição de 
direito na visão de Kelsen. 5.4. Definição de direito na visão de Miguel Reale. 6. Considerações Finais. 7. 
Referências bibliográficas.
Palavras-chave: Direito. Direito positivo. Tridimensionalidade do Direito. Justiça. Norma.
1. Introdução
Conta-se que certo professor de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), hoje 
ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, ministrava aula propedêutica sobre direito. Subitamente, 
interrompe a empolgante peroração, e dirige-se a um aluno. Pede-lhe o oferecimento de uma definição para o 
que é direito.
O aluno, em visível desconforto, atrapalha-se, pensa e defende-se com esta pérola de folhetim: “O 
direito é a auréola dourada sobre a qual se assenta a sociedade”. De imediato, o professor retruca 
enraivecido: “O senhor acaba de definir o penico, agora, por favor, defina o que é Direito!” [1]
Ora, sabe-se, e o mestre ainda mais conhece que a palavra direito se apresenta como paradigma de 
ambigüidades. Dentre as muitas questões, na esfera dos estudos jurídicos, que hajam provocado amplo e 
infecundo debate está o de oferecer definição ou conceito à simples pergunta: quid ius? - que coisa é o direito? 
Diversos significados podem ser colados como resposta à pergunta, pois o termo se aplica a várias realidades 
distintas, exigindo, por isso, não só uma única definição, mas tantas quantas forem necessárias para descrever 
as realidades a que se adéqua.
No Curso de Direito, aprende-se desde os semestres iniciais a jamais usar a modéstia do não sei. As 
frases, em diálogos epiléticos ou não, devem saltar da ponta da língua. Se versado fosse em jus sperniandi[2],
o aluno da cena, dando ouvido de mercador à recomendação de Nicolau de Cusa em Douta Ignorância de que 
Busca Textual - Digite aqui!
Chamada para 
artigos 
A Revista Sociologia Jurídica 
receberá até o dia 21/06/2013, 
colaborações inéditas de 
artigos para o Dossiê 
"Clássicos da Sociologia e o 
Direito", cujo objetivo seja 
discutir aspectos do Direito 
com algum tema relacionado 
às obras de Marx, Weber ou 
Durkheim"
Não serão avaliados trabalhos 
que não estejam em estrita 
conformidade com as normas 
para publicação (vide seção
Regras de publicação).
Em caso de dúvidas, entre em 
contato.
Sumários da Revista 
Sociologia Jurídica
Número 1
Número 2
Número 3
Número 4
Número 5
Número 6
Número 7
Número 8
Número 9
Número 10
Número 11
Número 12
Número 13
Número 14
Inicio Artigos e Textos História e Teoria do Direito Afinal, o que é direito?
Inicial Revista Sociologia Jurídica Artigos e Textos Biblioteca Boletins Informativos Notícias Contato
Página 1 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
o reconhecimento de que não se sabe é a mais fundamental forma de sabedoria, decerto acuaria o velho 
professor com argumentos e perguntas.
Praticando a nobre arte de espernear, o desditoso rapaz deveria, a respeito da questão, dizer: “Mestre, 
 direito é palavra polissêmica e vem sendo utilizada de formas variadas. Exaurir seu campo semântico é tarefa 
impossível de ser realizada em sala de aula. Mesmo assim, pode especificar o direito para o qual o senhor 
pede definição?” 
“Trata-se do direito natural? Se for, especifique se a resposta deve alcançar o direito natural de origem 
divina ou o direito natural escolástico? Deseja que discurse acerca do direito canônico, do direito alternativo, 
do direito achado nas ruas etc.?”
“Será que a pergunta guarda pertinência com o direito positivo? Devo falar sobre o direito público e 
direito privado? Se for, sobre qual dos ramos devo me pronunciar? Sobre o direito penal, constitucional, 
administrativo, tributário, processual? Sobre o direito civil, o comercial (este originado do direito civil) e do 
trabalho?”
Enveredando por outras disciplinas apartadas da ciência jurídica, o perguntado poderia indagar 
novamente: “O senhor se refere ao conjunto de cursos e disciplinas que constituem a formação dos bacharéis 
em direito? Ou deseja ouvir sobre a palavra dicionarizada que no Aurélio recebe diversas conotações? Quer 
que defina o substantivo masculino que significa aquilo que é justo e certo conforme a lei? No caso de 
advérbio, quer a significação de diretamente, direto? Se a palavra direito cuidar de um adjetivo, devo responder 
sobre o sentido de o que não é curvo, aprumado, ereto?”
Deixando-se de fora a gramática e o gracejo, percebe-se às claras que o tom professoral exigia 
 definição de Direito na acepção acadêmica e conceitual, comum no meio jurídico. Mas é de se ver que, 
mesmo situada no meio de único ambiente, dar a definição requerida torna-se tarefa das mais penosas, por 
encerrar gama variada de elementos e sentidos, dependendo da corrente a que esteja vinculado o doutrinador 
que conceitua.
Neste artigo, buscar-se-á oferecer algumas expressões que levem ao entendimento do que é direito, 
utilizando-se de definições suscitadas por Kant, Kelsen e Miguel Reale. Fique claro: não se busca atingir o 
eidos de direito. O seu conceito não é o objeto pretendido na pesquisa. Em tópico próprio se fará a distinção 
entre definição e conceito. Quem desejar aprofundar-se no tema deve reportar-se às obras de Maria Helena 
Diniz e Godofredo Telles Jr, relacionadas nas referências bibliográficas.
Com relação aos nomes, cabe informar que a preferência teve por base o reconhecimento dos autores 
como responsáveis pela construção da teoria do direito positivo e suas obras estarem mais presentes nas 
bibliografias dos cursos de direito.
A presença de Miguel Reale se justifica por ser o mestre paulista crítico donormativismo kelseniano, e 
assim ter aberto espaço para uma abordagem dialética, histórica e sociológica da norma jurídica, conhecida 
como tridimensionalidade do direito. Ressalve-se que muitos outros doutrinadores vinculados a diversas 
correntes de pensamento jurídico se debruçaram, também, sobre a tarefa difícil de definir o que o direito é, os 
quais, em face da delimitação do tema, não foram citados na presente monografia. 
2. Sobre a palavra direito
Antes de iniciar a investigação, cabe breve incursão sobre a história da origem do vocábulodireito,
reforçando o que faltou ao insinuado na parte introdutória. Em o fazendo, aponta-se, de certo modo, para a 
faceta gramatical da definição perquirida.
A palavra direito, para o mestre argentino Abelardo Levaggi, no uso atual, que foi introduzida no 
vocabulário jurídico pelo direito canônico, não era sequer conhecido pelos gregos e romanos. O direito dos 
romanos formou-se a partir dos mores que tinha como significação a conduta dos antepassados divinizados 
pela correção da conduta. A acepção atual deriva da lei mosaica, ondeo homem probo e integro se conduzia 
Página 2 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
pelo reto caminho (directum). A palavra com a novel conotação, antes de ser incorporada à linguagem erudita, 
serviu durante muito tempo para designar direito consuetudinário. [3] O termo evoluiu em português da forma 
directo a dereyto, até chegar à grafia atual.[4]
3. A construção do direito
Prossegue-se na investigação dizendo que, à semelhança de tudo o que existe no plano da racionalidade, 
o direito tem formação a partir de um ponto histórico, embora a régua do tempo tal não registre. Não há 
precisão com relação ao seu nascimento, mas é cediço que as normas jurídicas provêm da tradição oral, 
precedendo todas as cogitações filosóficas a respeito do direito.
No principio, a arte do bom e do justo era vista sob o prisma da inspiração divina, ou tinha como fonte a
natureza, tendo por objetivo a busca da justiça, através de regras cogentes que divergiam das regras éticas, 
morais e religiosas, tais como hoje as conhecemos. Os homens em grupo respeitavam códigos de conduta 
refreadores de práticas atentatórias, principalmente à vida, à segurança do grupo e aos raptos das mulheres. 
Os bens da vida de então.
As primeiras cogitações filosóficas que tratavam do direito surgiram apenas entre os séculos VI e V a.C., 
nas cidades grego-romanas, com Aristóteles, Sócrates e Platão. Inspiração para tal pode ter sido a legislação 
pré-existente, como as leis mosaicas[5], do século XIII a.C. e os códigos de Hammurabi[6] e de Manu[7], que 
datam respectivamente dos séculos XVII e. XIII a.C. 
A noção de direito foi se consolidando através dos séculos, mas nas sociedades da Antigüidade, tanto 
oriental, quanto ocidental, limitava-se a proteger a vida, a integridade física, a honra, a família e a propriedade 
privada, embora a proteção alcançasse a poucos integrantes do poder e seus protegidos. 
O pensamento religioso declinado no antigo testamento e posteriormente no cristianismo contribuiu para a 
evolução dos fundamentos do direito e, estabeleceu nova visão de mundo ao aliar os fundamentos das coisas 
sagradas com a prática consuetudinária.
O ápice desse estágio do direito ocorreu no período feudal, constituindo o que o historiador alemão Walter 
Theimer denominou pitorescamente de uma anarquia organizada. [8]O poder real da época se repartia entre 
nobres e seus vassalos, escalonados em barões, condes, marqueses e duques, cada um em seu próprio feudo 
ou território, sendo cada qual, a um tempo só, comandante militar, juiz e chefe de polícia, julgando e 
condenando segundo a sua vontade. Nesta fase, a concepção teocêntrica provocou mudanças significativas no 
direito, fazendo surgir o indivíduo com a afirmação de suas liberdades e das práticas do exercício de seus atos 
em função da lei.
Na idade moderna o estado concentrou todos os poderes da sociedade, passando a criar o direito com 
exclusividade, por meio da lei ou então pelo reconhecimento e controle das demais fontes do direito. A essa 
fase Bobbio chamou de processo de monopolização da produção jurídica por parte do Estado [9].
Já na Idade Contemporânea, o direito consolidado nos ditames de liberdade, igualdade e fraternidade, 
emergentes da Revolução Francesa, deu sustentação ao Estado Liberal, proclamando princípios como o da 
isonomia, da liberdade, da propriedade, reserva legal e outros que alcançaram os dias atuais.
No pequeno século XX, no dizer de Eric Hobsbawm, [10] por força dessa longa evolução histórica, o direito 
centrou-se na lei. Dá-se início à doutrina do positivismo jurídico que identifica o direito com a lei, em oposição à 
doutrina do direito natural, inspirada na revelação divina ou nos ditames da reta razão. 
4. O que o direito não é
Definidos a origem da palavra e o desenvolvimento do termo no âmbito da história, passa-se a comentar 
alguns equívocos inerentes à definição de direito. Esclareça-se: para bem se definir um objeto é preciso se 
eliminar as interferências que possam causar confusão ao entendimento.
Página 3 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
Pois bem. Ainda hoje algumas pessoas por crença religiosa podem ser levadas a pensar que os dogmas 
católicos impõem vinculação ao direito. A união entre a Igreja e o Estado é tese escrita na bula Unam Sanctam
de Bonifácio XIII, mas o que está dito lá, que estado deve se subordinar à Igreja, foi revogada em muitos 
países, há longo tempo. [11]
No Brasil, a separação entre a Igreja e o Estado foi efetivada em 7 de janeiro de 1890, pelo Decreto nº 
119-A, e constitucionalmente consagrada desde a Constituição de 1891. Até os fins do século XIX, o 
catolicismo foi a religião oficial do Estado e as demais religiões proibidas, em decorrência da norma do art. 5º 
da Constituição de 1824. O catolicismo era subvencionado pelo Estado e gozava de enormes privilégios.
A atual Constituição brasileira de 1988 proíbe, em seu art. 19, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios, de "estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento, 
ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a 
colaboração de interesse público". [12]Assim, a primeira coisa que o direito não é: uma série de proibições 
ligadas a contextos dos credos e das religiões.
A segunda coisa que o direito não é: um composto de regras a serem cumpridas naturalmente, 
espontaneamente com ou sem imposição do meio social. Isto é moral, não direito. E a idéia de que tudo que é 
direito é moral nem sempre prevalece, pois o direito pode tutelar o que for amoral.[13] Como exemplo, cite-se 
que alterações na legislação de trânsito, não afetam a moralidade. E pode o direito tutelar ainda é imoral. A 
divisão do lucro em valores idênticos em uma sociedade em que um dos sócios seja mais diligente do que o 
outro, exemplifica a situação. 
Por maior que seja o desejo para que o direito tutele só aquilo que é moral, sempre no direito restarão 
resíduos alheios à moralidade. Desta forma direito, moral e ética são parâmetros distintos a determinarem 
condutas socialmente corretas, porém, com características e formas de imposição diferentes.
É imperioso também não confundir direito com lei, palavra que às vezes é erroneamente utilizada para 
designá-lo. Nesta concepção lei é usada referindo-se apenas a uma das fontes de direito, ou seja, os atos de 
regulação emitidos por entidades como Legislativo e Executivo. Por este prisma, lei é apenas a positivação do 
direito, ou seja, sua disposição em compêndios, muitas vezes conhecidos como Códigos, sendo que, o maior 
deles em magnitude, é a Constituição Federal. Para Roberto Lyra Filho “o autêntico Direito não pode ser 
isolado em campos de concentração legislativa, pois indica os princípios e normas libertadores, considerando a 
lei um simples acidente no processo jurídico, e que pode, ou não, transportar as melhores conquistas”.[14] A 
terceira coisa, então, que o direito não é: lei.
É relevante, ainda, alertar que, na busca de uma definição, deve-se ter presente que direito muito 
menos significa norma jurídica. Nas palavras de Norberto Bobbio, "...pode-se falar em direito somente onde 
haja um complexo de normas formando um ordenamento, e, portanto, o direito não é norma, mas um conjunto 
coordenado de normas, sendo evidente que uma norma jurídica não se encontra jamais só, mas está ligada a 
outras normas com as quais forma um sistema normativo". [15] Tais palavras reforçam a afirmação de que 
direito e norma jurídica se dispartem.
Há flagrante equivocoquando se toma direito por justiça. A imbricação entre os dois conceitos aparece 
sob os mais variados contextos e, pelo menos, desde a Antiguidade greco-latina. Em A luta pelo direito,
Ihering, analisa o direito como sendo estado de sanidade do sentimento de justiça,[16] o que poderia levar à 
simplificação de confundir direito com justiça. A idéia não foi de restrição, talvez até ampliação, pois quis o 
autor aludir ao direito como justo. Ademais, a mesma obra contempla diversos outros pontos conceituais 
envolvendo a idéia de direito.
Para os fins deste estudo, justiça é, apenas, um dos elementos internos do direito, como os são a 
ordem, a segurança e certeza jurídica. Alguns doutrinadores vêm a justiça como a finalidade ou uma das 
finalidades do direito e para os normativistas não existe necessariamente uma relação entre direito e justiça. 
De qualquer modo, fique claro: embora haja aproximação e ou contraposição direito e justiça são coisas 
distintas. Esta é a quarta afirmação.
Página 4 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
A quinta formulação sobre o que o direito não é se refere a um princípio universal, ou seja, o direito, ao 
menos o direito positivo, não tem uma fonte única que serve de fundamento para todos os povos e que é 
imutável em todas as épocas e lugares. Direito é fenômeno cultural com tantas características quanto são as 
nuances culturais de uma determinada sociedade.
É verdade que a idéia da existência de um direito de caráter universal, revelado ao homem pela razão, 
imbuído de um sentimento natural do justo e do injusto, eticamente superior ao direito positivo, vem desde 
Sócrates e de Aristóteles, compondo a base do que se conhece por direito natural.
Cada Estado vale-se de um direito próprio ao seu país. Fala-se de direito brasileiro, direito português, 
direito chinês e outros. O leque dos direitos nacionais, no Ocidente, se agrupa em dois principais sistemas 
jurídicos: common law [17] no qual o costume prevalece sobre o direito escrito e os casos de direito (case law) 
são as principais fontes do direito e o sistema jurídico de civil law, adotado no Brasil. Neste sistema a 
legislação representa a principal fonte do direito e os tribunais fundamentam as sentenças nas disposições de 
códigos e leis, a partir dos quais se originam as soluções de cada caso.
A última afirmação do que o direito não é, diz respeito à lógica. Direito não é lógica, embora o 
equilíbrio interativo entre lógica e direito esteja fortemente presente em Kelsen. As idéias kelsesianas, por 
serem bastante precisas sobre a estrutura proposicional dos enunciados jurídicos, aproximaram o direito da 
lógica. O próprio Kelsen, porém, mais tarde afirmou que a norma, possuindo referências de conteúdo ligadas 
às condutas humanas, o que implica em juízos de ordem onto-axiológica, não somente lógica[18].
Perelman foi outro estudioso que se debruçou sobre o tema, ao tratar da existência ou inexistência de 
uma lógica jurídica. Como Kelsen, todavia, afirmou posteriormente que “(...) O curioso (...) é que os autores, 
cujas obras se intitulam lógica jurídica, negam expressamente a especificidade de semelhante disciplina, 
enquanto Levi e Engisch não hesitam em frisar a especificidade do raciocínio jurídico e a existência de uma 
lógica particular, a lógica jurídica”.[19]
Sobre o assunto, o jurista e filosofo Oliver Wendell Holmes Jr, fundamentando as concepções seminais 
para o realismo jurídico americano, propugna que o direito não se guia pela lógica, mas pela experiência. 
Obviamente, que sendo este autor norte-americano ele examina o direito à luz do sistema jurídico de seu povo 
(common law). Porém, sua posição sobre o que é o direito aplica-se, aos povos de quaisquer outros sistemas 
jurídicos. In verbis:
“A vida do direito não tem sido lógica: tem sido experiência. As necessidades sentidas em todas as épocas, as 
teorias morais e políticas que prevalecem, as intuições das políticas públicas, claras ou inconscientes, e até 
mesmo os preconceitos com os quais os juízes julgam, têm importância muito maior do que silogismos na 
determinação das regras pelas quais os homens devem ser governados. O direito incorpora a história do 
desenvolvimento de uma nação através dos séculos e não pode ser tratado como se compreendesse tão 
somente axiomas e corolários de livros de matemática. De modo a se saber o que é o direito, deve se saber o 
que ele tem sido e qual a tendência que há de se transformar. Deve se consultar alternativamente a história e 
as teorias jurídicas existentes.”[20]
5. Afinal o que é direito?
5.1. Considerações preliminares
Antes das tentativas de definir o que seja direito faz-se oportuno lembrar a distinção havida entre 
conceito e definição. Entenda-se por conceito a essência de algo ou de uma coisa. Isto é o que ensina 
Immanuel Kant, para quem “no conceito puro do entendimento a realidade é aquilo que corresponde a uma 
sensação em geral; é, portanto, aquilo cujo conceito indica em si mesmo um ser (no tempo).[21] O professor 
Godofredo Telles Jr, sobre definição diz que
“Definir é revelar o que é o definido é. E quando revelamos o que o definido é, revelamos os elementos 
necessários. Emprega-se aqui o adjetivo ‘necessário’ no seu sentido rigoroso. Numa definição só se podem 
mencionar elementos necessário do definido, elementos indefectíveis que não podem faltar. Elementos 
Página 5 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
contingentes, que ora existem, ora não existem, não têm condições para definir. Só os necessários são 
capazes de revelar a essência daquilo que estamos definindo”.[22]
No mesmo sentido, explicando o conceito de norma jurídica, Maria Helena Diniz ensina que se chega à 
essência conceitual através da intuição intelectual pura, depurada de elementos empíricos. Adiante observa a 
autora que apreendida essa essência é possível a formulação de um conceito universal, que não é o mote do 
trabalho. Seu fio é a busca de definições, em que pese encerrem diferentes conceitos de direito.[23]
Clarificando o entendimento, mediante um exemplo simples, se se imaginar o direito como um objeto, a 
forma externa é sua definição e o que contiver em seu bojo o conceito. Ou seja, aquele aluno encandeado pela 
pergunta inopinada com o vazio em sua mente, não pode imaginar a estrutura do que na palavra direito se 
escondia.
Esclarecida esta diferença, outra questão a ser levantada é alertar que as dificuldades encontradas 
para definir direito advêm da diversidade existente na própria Teoria Geral do Direito. Se forem cruzadas as 
múltiplas concepções teóricas existentes com as várias escolas do pensamento jurídico, ter-se-á uma gama 
incomensurável de conceitos e definições, que preenchem diversos tratados e manuais jurídicos. 
5.2. Definição de direito na visão de Kant
Definir não é conceito, já se sabe. E para o dicionarista Aurélio Buarque dar definição é enunciar os atributos 
essenciais e específicos de (uma coisa) de modo que a torne inconfundível com outra[24]. Nessa linha, à 
medida que se introduz uma definição se reportará à estrutura da frase para verificar os elementares da 
definição, e tentar assim descobrir no conteúdo das palavras a verdadeira figura ideada pelos pensadores. 
Algumas particularidades importantes serão relevadas. Inicie-se com a definição de Kant.
O leitor familiarizado com a obra de Kant percebe, facilmente, que tratados sobre política e direito, 
especificamente, não fizeram parte das preocupações do considerado maior filósofo da época moderna. Mas 
se extraem reflexões múltiplas das questões submetidasao crivo da análise kantiana, iniciada em 1781, com a 
primeira edição de Crítica da razão pura[25]e finda em 1797, com a Metafísica dos costumes[26].
Grosso modo pode-se dividir seu pensamento entre o conhecimento, suas possibilidades e limites e a 
ação humana, pois visível é sua preocupação com a moral, os costumes, o direito, o saber e a historia entre 
vários outros temas. O viés do conhecimento pode ser apreciado na Crítica da razão pura, que diretamente não 
interessa ao tema em análise. Serão, porém, revistas com brevidade algumas considerações de Metafísica dos 
costumes para delas se depreender o que é direito.
Pois bem. Em seu universo Kant julgou a moralidade como fenômeno a expressar um dever puro, do 
qual derivaram os preceitos de imperativo categórico e hipotético. Para ele, a ação praticada pelo individuo 
sendo boa em si mesma atende ao preceito categórico. Se, contudo, serve como meio para a consecução de 
determinado fim revela um preceito hipotético. Percebe-se, então, que cumpre uma ação moral quem não a faz 
comprometido com determinado fim, mas tão-somente por impulso interior. Tratando das leis da liberdade, que 
são aquelas que regulam a conduta humana e das leis da necessidade, reguladoras dos eventos naturais, Kant 
efetua a separação do âmbito moral do âmbito do direito.
Nas palavras de Kant, citado por Bobbio:
“A legislação que erige uma ação como dever, e o dever ao mesmo tempo como impulso, é moral. Aquela, pelo 
contrário, que não compreende esta última condição na lei, e que, conseqüentemente, admite também um 
impulso diferente da idéia do próprio dever, é jurídica”. (...) “O puro acordo ou desacordo de uma ação com 
relação à lei, sem respeito algum ao impulso da mesma, chama-se legalidade (conformidade com a lei) 
quando, ao invés, a idéia do dever derivada da lei é ao mesmo tempo impulso para a ação, temos a 
moralidade”. [27]
Página 6 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
É com base nessas ponderações aqui brevemente comentadas que Kant concebe o direito como algo 
presente nas relações externas entre os homens, encaminhando a meditação filosófica num sentido novo e 
original. Neste contexto, assevera que direito é:
"O conjunto de condições sob as quais o arbítrio de cada um pode conciliar-se com o arbítrio dos demais 
segundo uma lei universal da liberdade".[28]
Da definição acima, extrai-se ademais o princípio universal do direito. Veja-se: "Uma ação é conforme 
ao direito quando permite, ou cuja máxima permite, à liberdade do arbítrio de cada um coexistir com a 
liberdade de todos segundo uma lei universal". [29]
Percebe-se da estrutura fraseológica um grupo de palavras-chaves constituído porconjunto de 
condições, arbítrio e liberdade. O conjunto de condições significa para o autor que a pessoa deve ser honesta, 
não causar lesões ou dano a outrem e compartilhe de um estado que assegure a cada um a sua parte. O 
arbítrio refere-se ao querer consciente de que uma ação pode gerar uma conseqüência, sendo a liberdade a 
posse de um arbítrio próprio independente do de outrem. Ou seja, é o exercício externo desse arbítrio.
Em resumo, o conceito de direito formulado por Kant funda-se na norma legislada, ou seja, a norma 
prescrita para regular o modo de agir das pessoas, com vigência e eficácia em lugar e tempo predeterminado. 
No caso brasileiro, a origem da norma pode ser tanto o Congresso Nacional, quanto as câmaras estaduais e 
municipais. O conjunto de leis desta categoria pertence ao direito positivo. Nesta concepção o direito tem 
caráter abstrato, dirige-se a todos os membros da sociedade e traz implícito o sentido de dever.
Por fim é de se ver que da definição kantiana de direito, deriva sua lei universal, assim formulada por 
Kant: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei 
universal”, [30] remetendo a uma concepção jurídica tipicamente liberal, apoiada na liberdade individual, 
desvinculada de fins ou de valores. 
5.3. Definição de direito na visão de Kelsen
Hans Kelsen em várias de suas obras teceu críticas ao filósofo Immanuel Kant, principalmente com 
relação ao preceito da lei universal e da idéia de Kant do valor moral absoluto. Para Kelsen fosse tal verdadeiro 
qualquer agir mau poderia se tornar lei universal.
Por tal motivo, alguns estudiosos não vêem em Kelsen um jurista neokantiano, mas no início do século 
XX, por influência do neokantismo e dos pensadores do Círculo de Viena, Kelsen se propôs a elaborar uma 
nova teoria para o direito, apoiado nas reflexões de Grotius e Kant. Para Kelsen, direito deveria ser visto na 
unicidade de um sistema normativo, constituído por normas válidas e coercitivas, funcionando como um 
esquema de interpretação a conferir sentido jurídico aos atos humanos[31].
De sua obra Teoria pura do direito saiu o direito purificado, afastado do que fosse justo e injusto. A 
discussão sobre a justiça cabia à ética, ciência despreocupada com as normas jurídicas, mas comprometida 
com o certo e o errado, com o justo e o injusto. Em direito não interessa se uma norma é verdadeira ou falsa, 
boa ou má, mas tão-somente se ela é válida ou inválida, mediante o cotejo com a norma fundamental. O único 
juízo de valor admitido por Kelsen é a compatibilidade das condutas humanas às normas, e destas com as 
normas superiores.
A partir do entendimento de que direito é uma pluralidade de normas relacionadas entre si, 
 conceitualmente, Hans Kelsen, assim se expressou:
“o direito se constitui primordialmente como um sistema de normas coativas permeado por uma lógica interna 
de validade que legitima, a partir de uma norma fundamental, todas as outras normas que lhe integram” [32]
As elementares normas coativas, lógica interna de validade e norma fundamental da definição de 
Kelsen quer dizer que o direito se compõe de normas de ordem coativa, que tem validade se fundada numa 
norma fundamental. Em miúdos, a lei, componente do direito, para ter eficácia e vigência válidas, deve 
esposar-se na previsão do legislador originário que a estabeleceu na Constituição. 
Página 7 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
5.4. Definição de direito na visão de Miguel Reale
Essa definição que considerava o direito apenas uma técnica específica a ser aplicada como um 
silogismo sobre a organização social causou arrepios e protestos em muitos estudiosos. Miguel Reale 
discordou desse pressuposto, observando que o jurista diante do sistema de normas, deve pressentir a 
existência de algo subjacente a ele: fatos e valores. Não se podia, portanto, ao estudá-las, abstrair tais fatos e 
valores presentes. A partir dessa nova visão estabeleceu para o direito uma nova conceituação, sob os 
auspícios da tridimensionalidade do direito.
Em suma, o que propôs Miguel Reale foi uma alentada crítica à Teoria pura do direitode Hans 
Kelsen, que, como visto, concebia o direito apenas como norma. Pela importância do tema e para que não 
se altere a essência de seu pensamento, vai-se aqui evitar expressão indireta e transcrever ipsis litteris
trechos extraídos do l ivro Teor ia tr id imensional do d ire i to - s ituação atual :
“Kelsen estava, em 1940, no esplendor de sua primeira fase, porque ele teve três fases. Ele foi um jurista que 
mudou muito ao longo do tempo. Em 1940, era conhecido, sobretudo como o jurista da norma, do 
normativismo hierárquico, da pirâmide das normas jurídicas, conforme expunha em sua Teoria Pura do Direito 
(1ª edição).
Se se perguntasse a Kelsen o que é Direito, ele responderia: Direito é norma jurídica e não é nada mais do que 
norma.Muito bem, preferi dizer: não, a norma jurídica é a indicação de um caminho, porém, para percorrer um 
caminho, devo partir de determinado ponto e ser guiado por certa direção: o ponto de partida da norma é o 
fato, rumo a determinado valor. Desse modo, pela primeira vez, em meu livro Fundamentos do Direito eu 
comecei a elaborar a tridimensionalidade. Direito não é só norma, como quer Kelsen, Direito não é só fato 
como rezam os marxistas ou os economistas do Direito, porque Direito não é economia. Direito não é produção 
econômica, mas envolve a produção econômica e nela interfere; o Direito não é, principalmente valor, como 
pensam os adeptos do Direito Natural tomista, por exemplo, porque o Direito ao mesmo tempo é norma, é fato 
e é valor. E, pela primeira vez, na introdução do livro Teoria do Direito e do Estado, disse aquilo que 
generosamente um dos maiores discípulos de Kelsen, Josef Kunz, qualificou de "fórmula realeana": "o Direito é 
uma integração normativa de fatos segundo valores". Essa é a fórmula que Josef Kunz chamou de fórmula 
realeana. O Direito, repito, é uma integração normativa de fatos segundo valores.[33]
Esmiuçando o texto, conclui-se que, para Miguel Reale, o direito não se resumia nem a um dever, 
como visto em Kant, nem à norma jurídica, como afirmava Kelsen e nem a um fato isolado como queriam os 
marxistas, ou os economistas do direito. Em sua concepção, direito não era produto das relações econômicas, 
e como tal instrumento de dominação de classes. O direito, muito menos poderia ser vinculado a apenas valor, 
como pregam os adeptos do direito natural. Para Reale, ele é ao mesmo tempo fato, valor e norma, como se vê 
na definição extraída do texto supra e ampliada em suas Lições preliminares. Para Miguel Reale, Direito é
"a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de convivência, segundo uma integração 
normativa de fatos segundo valores".[34]
Do escrito depreende-se que o direito envolve pelo menos três aspectos e consiste no processo 
dialético de integração do fato, do valor e da norma. Mais especificamente, os três elementos dimensionais do 
direito estão sempre presentes na substância do jurídico. O elemento fato faz referência ao mundo da 
naturez e do ser, atuando como determinantes dos acontecimentos históricos. O elemento valor traduz o 
mundo ético ou da cultura, estando presentes a moral e os costumes. A norma como último elemento 
representa a ciência do direito e as normas de conduta desejável pelo e para o meio social.
Em outra parte do citado volume, o professor Miguel Reale, faz a seguinte observação, que 
pressupõe não seja a assertiva acima a que se reproduza como a síntese de seu pensamento sobre a 
definição de direito. Transcreve-se: “(...) após nova fase do direito moderno, cheguei a uma definição do 
direito, que pela primeira vez vou enunciar como homenagem aos jovens que me ouvem:
Página 8 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
"O direito é a concretização da idéia de justiça na pluridiversidade de seu dever-ser histórico, tendo a pessoa 
como fonte de todos os valores".[35]
6. Considerações Finais
Considerando o que acima se alinhavou, percebe-se ser tarefa quase impossível a elaboração de uma 
resposta adequada para esgotar a questão inicial: afinal, o que é direito?
É lógico que, se tal possibilidade houvesse o tema seria alvo de pacificação e não de constantes 
divergências entre doutrinadores e correntes jurídicas. No entanto, as definições coligidas, e aqui 
interpretadas, foram tentativas do estabelecimento didático da noção de direito. O objetivo de facilitar a 
compreensão, a fixação de conceitos e, claro, melhorar o entendimento do acadêmico de direito sobre o campo 
de sua escolha profissional, acredita-se ter sido alcançado. Por óbvio, com a ressalva de que sendo o direito 
fenômeno jurídico, qualquer definição é motivo de controvérsias, e se deve estar permanentemente em busca 
de outras formas expressivas para este indeterminado e complexo fenômeno que é o direito.
Mas espera-se que, a partir dessas reflexões, aqueles encontrados em situação idêntica à do aluno 
vexado na introdução do trabalho terão subsídio para respostar o sisudo professor que lhes solicitar a definição 
do que é direito.
E dará a resposta, consciente de que a pergunta pode embaraçar tanto o aprendiz, quanto o 
jurisconsulto afamado, da forma como embaraça o lógico, deparando-se com a pergunta: o que é a verdade?
7. Referências bibliográficas
BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Trad. Maria Celeste C. J. Santos. Brasília: Editora 
Universidade de Brasília. 6ª ed. 1995.
___________. Direito e estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. Alfredo Fait. 3ª ed. Brasília: Editora 
Universidade de Brasília. 1995.
BOER, N., A Bula Unam Sanctam de Bonifácio VIII sobre as Relações entre a Igreja e o Estado, in 
Pensamento Medieval, Org. José Antônio de C.R. de SOUZA. S. Paulo: Loyola. 1983.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro 1988. 25ª ed. São 
Paulo: Saraiva. 2000.
DICIONÁRIO Houaiss da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?
verbete=direito>. Acesso em: 17 out. 2007.
DINIZ, Maria Helena. Conceito de norma jurídica como problema de essência. São Paulo: Editora Saraiva. 
1999.
ENCICLOPÉDIA Jurídica Soibelman. Mundus júris. Histórias de promotores, delegados, serventuários. 
Disponível em: <http://jus.uol.com.br/legal/mundus.html>. Acesso em: 17 out. 2007.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª ed. Revista e 
atualizada. Curitiba: Editora Positivo. 2004.
HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: O breve século XX: 1914-1991. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1995
HOLMES JR., Oliver Wendell. The Common Law. New York: Dover, 1991.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Moosburger. Editora Nova Cultural, 
Coleção Os Pensadores. 1996.
__________. A metafísica dos costumes. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2003.
Página 9 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
KELSEN, Hans. Teoria geral das normas. Trad. José Florentino Duarte. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris 
Editor. 1986.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 6ª ed. Coimbra: Armênio Amado Editora. 1984.
LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. São Paulo: Brasiliense. Coleção Primeiros Passos, 62. 1999.
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 1994.
OLIVEIRA, Almir de. Curso de direitos humanos. São Paulo: Editora Forense. 2000.
PERELMAN, Chaïm. Ética e direito. Trad. Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes. 
1996.
REALE, Miguel. Teoria tridimensional do direito - situação atual. São Paulo: Saraiva, 1994.
TELLES JR. Godofredo. Introdução à ciência do direito. Postila. Facs. 2-3-4-5. 1972.
THEIMER, Walter. História das idéias políticas. Lisboa: Arcádia. 1970.
[1] Enciclopédia Jurídica Soibelman. Mundus júris. Histórias de promotores, delegados, serventuários. 
Disponível em: <http://jus.uol.com.br/legal/mundus.html>. Acesso em: 17.10.2007
[2] Jus Esperniandi ou jus enrolandi são gírias forenses que expressam o direito ao desespero, quando a 
emoção substitui a razão em pessoas que se defrontam com uma situação vexatória.
[3] LEVAGGI, Abelardo. Manual de Historia del Derecho Argentino. Parte General. Tomo I. 2. ed. Buenos Aires: 
Ediciones Depalma, 1998. p. 257/258
[4] Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?
verbete=direito>. Acessoem: 17 out. 2007.
[5] A lei mosaica, reunida nos primeiros livros da Bíblia sob o título de Pentateuco e atribuída a Moisés, é um 
conjunto de regras morais, sociais e religiosas de observação obrigatória para o povo de Israel.
[6] O Código de Hammurabi, em seus 282 parágrafos, trata de matéria de cunho processual, penal, 
patrimonial, obrigacional etc. É fonte da famosa regra de ouro do olho por olho, dente por dente, significando 
não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fosse feito a você.
[7] O Código de Manu trazia como pressuposto básico a proteção da propriedade privada, a honra pessoal, a 
vida, a integridade física das pessoas etc. Punia o adultério e admitia o divórcio.
[8] THEIMER, Walter. História das idéias políticas. Lisboa: Arcádia. 1970. passim.
[9] 1BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico – lições de filosofia do direito. Compilação de Nello Morra e 
tradução de Márcio Pugliesi, Edson Bini e Carlos E. Rodrigues. São Paulo: Ícone. 1995. p. 26 ss.
[10] HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: O breve século XX: 1914-1991. SANTARRITA, Marcos (trad.). 
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 15.
[11] BOER, N. A bula Unam Sanctam de Bonifácio VIII sobre as relações entre a igreja e o estado, in
Pensamento medieval, Org. José Antônio de C.R. de Souza. S. Paulo: Loyola. 1983. p.125/143
[12] BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro 1988. 25ª ed. São 
Paulo: Saraiva. 2000.
[13] No Ocidente, a divisão entre o direito canônico e o direito produzido pelo Estado é conhecida e 
reconhecida, entretanto em países muçulmanos e hindus, o direito se confunde, ainda, com o conjunto de 
regras do comportamento religioso e moral.
Página 10 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
[14] LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. São Paulo: Brasiliense. Coleção Primeiros Passos, 62. 1999. p.10.
[15] BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Trad. Maria Celeste C. J. Santos. Brasília: Editora 
Universidade de Brasília. 6ª ed. 1995. p. 21
[16]IHERING, Rudolf Von. A luta pelo direito. São Paulo: Martin Claret, 2006. p.53
[17] Common law versado para o português representa lei comum e constitui sistema jurídico oriundo da 
Inglaterra cuja principal característica é a valorização da jurisprudência em detrimento das leis estatutárias e 
codificadas como na civil law, ou direito romano-germânico, ao qual o sistema jurídico brasileiro se acha 
vinculado.
[18] KELSEN, Hans. Teoria geral das normas. Trad. José Florentino Duarte. Porto Alegre: Sergio Antonio 
Fabris Editor. 1986. passim.
[19] PERELMAN, Chaïm. Ética e direito. Trad. Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes. 
1996. p. 58
[20] HOLMES JR., Oliver Wendell. The Common Law. New York: Dover, 1991. p 1
[21] KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Moosburger. Editora Nova Cultural, 
Coleção Os Pensadores. 1996. p. 147
[22] TELLES JR. Godofredo. Introdução à ciência do direito. Postila. Facs. 2-3-4-5. 1972. p 101.
[23] DINIZ, Maria Helena. Conceito de norma jurídica como problema de essência. São Paulo: Editora Saraiva. 
1999. p. 55
[24] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª Ed. Revista e 
atualizada. Curitiba: Editora Positivo. 2004. p. 610
[25] KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Moosburger. Editora Nova Cultural, 
Coleção Os Pensadores. 1996. Passim.
[26] KANT, Immanuel. A metafísica dos costumes. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2003. Passim.
[27] BOBBIO, Norberto. Direito e estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. Alfredo Fait. 3ª ed. Brasília: 
Editora Universidade de Brasília. 1995. p. 394
[28] LEITE, Flamarion Tavares. O conceito de direito em Kant. São Paulo. Ed. Cone. s/d. p. 70.
[29] Ibdem. p.70
[30] KANT, Immanuel. Textos selecionados. Seleção de textos de Marilena de Souza Chauí. Trad. Tânia Maria 
Bernkopf, Paulo Quintela, Rubens Rodrigues Torres Filho. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural. 1984. p.129
[31] Os termos pirâmide e pirâmide hierárquica normativa não foram utilizados por Hans Kelsen em nenhuma 
de suas obras. Segundo alguns estudiosos, a demonstração geométrica da Pirâmide de Kelsen foi invenção de 
seu aluno Adolf Merkl.
[32] KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 6ª ed. Coimbra: Armênio Amado Editora, 1984, p. 57
[33] REALE, Miguel. Teoria tridimensional do direito - situação atual. São Paulo: Saraiva. 1994. p. 117/128
[34] REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 1993, p.67
[35] REALE, Miguel. Teoria tridimensional do direito, p. 117/128
Página 11 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...
Artigos e Textos Recentes
Sociologia jurídica contemporênea: 
um sabor de impertinência 
CRIME E SOBREVIVÊNCIA 
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: 
a busca por segurança no mundo 
atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 
2003[1].
LEMGRUBER, Julita. Cemitério 
dos vivos: análise sociológica de 
uma prisão de mulheres. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 1999.
ESPINOZA, Olga. A mulher 
encarcerada em face do poder 
punitivo. São Paulo: IBCCrim, 
2004.
CÂMARA, Heleusa Figueira. Além 
dos muros e das grades (discursos 
prisionais). São Paulo: EDUC, 
2001.
DELMAS-MARTY, Mireille. Três 
Desafios para um Direito Mundial. 
Trad. Fauzi Hassan Choukr. Rio de 
Janeiro: Lumen Juris, 2003. p. 205.
Publicações Impressas
BOAVENTURA, Bruno J. R. A 
DEFESA DA RACIONALIDADE 
DEMOCRÁTICA NAS 
ANTINOMIAS DO HOMEM E DO 
ESTADO
LOPES, Aline Caldeira. (DES) 
CAMINHOS DO 
RECONHECIMENTO 
QUILOMBOLA NA ILHA DA 
MARAMBAIA SOB A ÓTICA DOS 
DIREITOS HUMANOS
PAZELLO, Ricardo Prestes. O 
“PENSAMENTO BRASILEIRO” E 
O BACHARELISMO: UMA 
REVISÃO CONCEITUAL DO 
FENÔMENO BACHARELÍSTICO
MARTINS, Marcelo Barbosa. 
PROGRAMA DE ADOÇÃO NA 
COMARCA DE CAMPO GRANDE, 
MS
MELLO, Marcelo Pereira de. 
IMIGRAÇÃO, FLUÊNCIA E 
“CULTURA LEGAL”: UMA 
PERSPECTIVA ETNO-
FENOMENOLÓGICA
VILARDI, Leonardo Ostwald. A 
SUBCIDADANIA E A TITULAÇÃO 
DE TERRAS QUILOMBOLAS
AMORAS, Fernando Castro. A 
regularização do serviço de 
mototáxi em Macapá
Notícias
II Seminário de Atualidades 
Jurídicas e Novos Direitos
Curso NOVAS TESES DE 
DIREITO com 54% de desconto 
em site de compras coletivas!
Novo curso Voxonline no ar: 
Temas Acerca da Morte do Sujeito 
de Direito
02/05/2010 - Prorrogado as 
inscrições com preço reduzido 
para o I seminário..
I SEMINÁRIO DE ATUALIDADES 
JURÍDICAS E NOVOS DIREITOS
Sobre a Revista
Revista Sociologia Jurídica
ISSN: 1809 2721
Observação: 
Esta é uma publicação 
exclusivamente 
eletrônica. 
Desenvolvido por Sarau Virtual e Felipe B. Fert. VoxonlineMapa do Site
Página 12 de 12Afinal, o que é direito?
10/06/2013http://www.sociologiajuridica.net.br/lista-de-publicacoes-de-artigos-e-textos/66-historia-e...

Outros materiais