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DIREITO CONSTITUCIONAL PROFESSOR BRENNO VINHAS TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Artigos 1º ao 4º da Constituição Federal: Art. 1º - Fundamentos da República Art. 2º - Separação dos Poderes Art. 3º - Objetivos da República Art. 4º - Relações internacionais. *Como costuma cair nas provas? Duas maneiras: primeiro e mais importante, o examinador mistura os objetivos, com os fundamentos, com os poderes ou com as relações internacionais; segunda: o examinador troca ou inventa determinadas palavras. Primeiramente vamos ao que dispõe o artigo 1º caput da Constituição Federal: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Agora vamos analisar detalhadamente as informações contidas no artigo 1º caput da Constituição Federal, para somente depois prosseguirmos para o estudo dos incisos, vejamos: Art. 1º caput – A República (Forma de Governo) Federativa (Federação = forma de Estado) do Brasil. FORMA DE GOVERNO: Republicana, forma esta em que o governante é escolhido pelo povo, para que cumpra um mandato por um período determinado, vejamos as principais diferenças entre as mais conhecidas formas de Governo: REPÚBLICA MONARQUIA CUIDAR DA COISA PÚBLICA INTERESSE PARTICULAR ELEITO HEREDITÁRIO TEMPORÁRIO VITALÍCIO RESPONSABILIDADE IRRESPONSABILIDADE IGUALDADE FORMAL PRIVILÉGIOS Obs.: Segundo a Constituição Federal, a forma de governo não é uma cláusula pétrea. Segundo o STF é clausula pétrea implícita. FORMA DE ESTADO: Federação: Forma de Estado: União de vários estados, cada qual com uma parcela de autonomia para legislar, administrar (estudaremos essas autonomias mais a frente) – É UMA CLÁUSULA PÉTREA Complexa: Poder político descentralizado existe a distribuição de competências/poderes entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios – Pessoas Jurídicas de Direito Público INTERNO. FORMAS DA FEDERAÇÃO: CENTRÍFUGA: De dentro para fora; POR DESAGRAGAÇÃO: Um poder uno se divide em vários; TRICOTÔMICA: Divisão em 3 níveis políticos (geral, regional e local). PERGUNTA: A União possui personalidade jurídica para as relações internacionais? Obs.: NÃO. Cuidado com essa pegadinha clássica de prova!!! Como vimos, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios são pessoas jurídicas de Direito Público INTERNO, somente a República Federativa do Brasil possui personalidade jurídica externa (internacional). PERGUNTA: Qual ente possui soberania: a) União; b) Estados; c) Distrito Federal; d) Municípios; e) n.d.a. Resposta: “E” – A soberania é atributo da República Federativa do Brasil. Cuidado: Quem exerce a soberania nome do Brasil é a União, mas a União não possui soberania nem personalidade jurídica externa/internacional. Não existe hierarquia ou subordinação entre os entes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), e sim autonomia. Autonomia: Auto-organização = Constituição Federal; Constituição Estadual; Lei Orgânica; Auto-Governo = Cada ente federativo escolhe seus próprios governantes e representantes; Auto-Administração = Recursos financeiros próprios, autonomia orçamentária; Auto-Legislação = Autonomia para legislar (estudaremos a fundo mais tarde as competências para cada ente). Princípio da predominância do interesse: Cada ente federativo atuará naquilo que for de seu interesse predominante (estudaremos mais para frente): União = Geral Estados = Regional; Municípios = Local; Distrito Federal = Híbrido, hora de Estado, hora de município. Obs.: O Distrito Federal não é considerado um estado e nem um município, nem mesmo a capital federal, a capital federal do Brasil é Brasília. Distrito Federal é simplesmente um Ente Federativo chamado Distrito Federal, tem a função de albergar a capital federal, é itinerante. Quem cuida do Distrito Federal não é o Presidente da República, e sim um Governador. Obs.: Brasília não é um município, a Constituição Federal veda a divisão do Distrito Federal em Municípios, Brasília possui natureza jurídica de Capital Federal. Quem cuida de Brasília não é o Presidente da República e sim o Governador do Distrito Federal. REGIME POLÍTICO/REGIME DE GOVERNO: O Brasil é um Estado DEMOCRÁTICO de Direito: Estado de direito é um estado regido pelo princípio da legalidade (art. 5º, II da CF), o estado somente pode fazer aquilo que a lei determina, enquanto as pessoas podem fazer aquilo que as leis não proíbem. DEMOCRACIA: a palavra democracia vem de dois radicais grego, demo (povo) cracia (poder), portanto, é o poder que emana do povo. Formas de democracia: Democracia direta: “Povo decide”; (Plebiscito, Referendo, Iniciativa Popular e Ação Popular) Democracia indireta/representativa: o povo toma suas decisões por meio de representantes eleitos; Democracia semi-direta (Brasil): é uma democracia indireta, com algumas hipóteses de democracia direta, (plebiscito e referendo) art. 1º, Parágrafo Único da CF. * Plebiscito – Convocado e aplicado ANTES da criação do ato legislativo ou administrativo; visa a aprovação de uma lei a ser criada; * Referendo – Convocado e aplicado DEPOIS da criação do ato legislativo ou administrativo, por meio do qual o cidadão pode ratificar ou rejeitar a proposta de lei; visa a aprovação de uma lei já criada; INICIATIVA POPULAR: 1% do eleitorado nacional distribuído em 5 estados diferentes com 3/10 por cento dos eleitores em cada. SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISTA: Chefe de Estado (relações internacionais); Chefe de Governo (relações internas); Chefe da Administração Pública da União. Agora, passado o estudo sobre o caput do artigo 1º da Constituição Federal, vamos ao estudo dos incisos referentes ao respectivo artigo: ATENÇÃO MEMORIZAR!!! Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: MACETE MNEMÔNICO : SO CI DI VA PLU I - SOBERANIA: independência no plano externo (internacional) – poder de coordenação, isonomia em relação com os demais países; supremacia no interno (nacional) – poder de subordinação; II - CIDADANIA: possibilidade de se interferir nas decisões políticas do estado (voto, plebiscito, iniciativa popular); Lato Sensu: todas manifestações populares que interfiram nas decisões políticas; Estrito Sensu: exercício/titularidade dos direitos políticos, quem está em gozo dos direitos políticos. III - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: Princípio de maior grau axiológico (valor) de nosso sistema jurídico, é uma correia de ligação entre todas as normas fundamentais de nossa constituição, é uma norma de eficácia irradiante (emana por todo sistema) é a somatória de todos os direitos fundamentais aplicadas ao ser humano (ex.: direito a vida, a igualdade, a honra, a propriedade, etc.); IV - VALOR SOCIAL DO TRABALHO e da LIVRE INICIATIVA: “2 princípios no mesmo inciso”; Valor social do trabalho: Valorização e o respeito às normasreferentes às relações trabalhistas; Livre iniciativa: “Liberdade assistida” – Liberdade de criar, empreender, empregar, trabalhar. V - PLURALISMO POLÍTICO: NÃO É SINÔNIMO DE PLURALISMO PARTIDÁRIO, e sim de pluralismo de idéias políticas (ex.; partidos socialistas, liberais, conservadores).. NÃO CAI, DESPENCA!!! Para finalizar, vamos reiterar e memorizar: FORMA DE GOVERNO: REPUBLICANA; SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISTA; FORMA DE ESTADO: FEDERAÇÃO; REGIME POLÍTICO: DEMOCRÁTICO. Memorize, as provas costumam trocar os conceitos, dizendo, por exemplo, que a forma de governo do Brasil é presidencialista!!! PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES/ TRIPARTIÇÃO Art. 2º Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (tripartição de poderes – teoria criada pelo filósofo francês Montesquieu). É CLÁUSULA PÉTREA. Independência: um poder não se subordina ao outro; Harmonia: Os poderes devem ser harmônicos entre si. * Atenção: Recentemente, o STF considerou que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) é constitucional, não se trata de um controle externo do poder judiciário, é um controle interno do judiciário, art. 92 da CF) * Obs.: O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal, compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução. PERGUNTA Por serem independentes entre si um poder da União não pode exercer controle sobre outro poder? Os Três poderes exercem funções típicas e funções atípicas (tema clássico de provas que abordarei e aprofundarei na aula presencial), funções essas que derivadas do chamado “sistema de freios e contrapesos” (checks and balances) que revela um mecanismo de interferência entre os três poderes, um controle exercido entre o Legislativo, Executivo e o Judiciário, portanto pode um poder exercer controle sobre outro poder! a) Funções típicas = exercício de funções originárias do Poder; b) Funções atípicas = exercício de funções derivadas de outro Poder. FUNÇÃO TÍPICA = LEGISLAR E CONTROLE FISCAL LEGISLATIVO FUNÇÃO ATÍPICA = ADMINISTRAR E JULGAR FUNÇÃO TÍPICA = ADMINISTRAR EXECUTIVO FUNÇÃO ATÍPICA = LEGISLAR E JULGAR FUNÇÃO TÍPICA = JURISDICIONAL/JULGAR JUDICIÁRIO FUNÇÃO ATÍPICA = LEGISLAR E ADMINISTRAR SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS - checks and balances. OBJETIVOS DA REPÚBLICA (METAS) – EFICÁCIA LIMITADA NORMAS PROGRAMÁTICAS Art. 3º Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Construir uma sociedade livre, justa e solidária; Garantir o desenvolvimento nacional (desenvolvimento social, cultural, econômico); Erradicar1 a pobreza e marginalização; Reduzir as desigualdades sociais e regionais; Promover o bem de todos acabando com a discriminação. PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Art. 4º Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. a) Independência nacional – aspecto exterior da soberania; b) Prevalência dos Direitos Humanos – havendo conflito, prevalece os direitos humanos sobre interesses econômicos, políticos, etc.; c) Autodeterminação dos povos – cada povo faz o que bem entender e o Brasil deve respeitar; d) Não-intervenção – Brasil é contra a intervenção em outro país; e) Igualdade entre estados – todo país deve ter mesmo tratamento independente da condição econômica; f) Defesa da paz – guerra somente para assegurar a paz (o presidente declara a guerra com a anuência do Congresso Nacional); g) Solução pacífica de conflitos; 1 Significado de erradicar é, entre outros, EXTERMINAR; h) Repúdio ao terrorismo e racismo; i) Cooperação para humanidade – solidariedade no plano internacional (cooperação dos povos pelo progresso da humanidade); j) Concessão de asilo político – para os que forem perseguidos politicamente em seu país, o Brasil concederá asilo político, nunca para crimes de direito penal comum. k) Criação de comunidade latino-americana – O Brasil tentará criar uma comunidade latino-americana de nações (O MERCOSUL é uma integração na América do sul, e não da América latina). Professor Brenno Vinhas https://www.facebook.com/Professor-Brenno- Vinhas-559322664254252/ Professor Brenno Vinhas brennovinhas@hotmail.com
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