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Perguntas e respostas de 2013

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Discuta, a partir do artigo de Carlos Walter Porto Gonçalves e José Estébanez, o percurso teórico-metodológico da Geografia. Indique porque os autores consideram falso o debate que opõe “determinismo” e “possibilismo” na Geografia. Utilize também, em sua argumentação, os 
demais textos trabalhados no curso.
José Estébanez, apresentando-nos o Modelo de Kuhn nos propõe um percurso teórico-metodológico através do qual os paradigmas, realizações temporariamente aceitas pela comunidade científica, são substituídos a medida que surgem anomalias que alteram a prática científica, implicando em uma crise que torna-se predecessora de um novo paradigma. Estébanez, entretanto defende que a Geografia apresenta mudanças graduais de ênfase, não mudanças inescrupulosas e completas de paradigma, como uma leitura mais imediata de Kuhn pode nos levar a crer. Carlos Porto Gonçalves sugere ainda que existem diversas “visões” da Geografia, apresentando diferentes perspectivas do ponto de vista teórico-metodológico que em nada esclarecem a natureza da crise pela qual a geografia passava em sua época, uma vez que negligenciavam o caráter de continuidade da história, não abrindo espaço para analisar as mudanças científicas consonantes com os contextos histórico-sociais nos quais se inserem.
Hartshone afirma, por exemplo, que a geografia adquire suas bases e delimita seu objeto pelas crises e rupturas, compondo um grupo de teóricos que consideram negativas as heterodoxias na ciência e que a geografia não mudou muito desde o século XIX. Esse grupo propõe um desenvolvimento linear a cronológico da geografia, não estabelecendo muitas relações entre a filosofia e a sociedade. Já o segundo grupo proposto por Estébanez, sugere que a geografia esteja submetida a revoluções que questionam e eliminam conceitos tradicionalmente aceitos, propondo algumas poucas rupturas, de acordo com os autores que integram essa perspectiva analítica.
Estébanez critica ambos os grupos, por suas incompletudes, vazios epistemológicos e deformações, uma vez que ignoram a filosofia em relação direta com o contexto social. Seja a leitura nacionalista europeia do primeiro ou o enfoque simplista e esquemático do segundo grupo, podemos notar a insuficiência do positivismo lógico no pensamento geográfico, presente inclusive no maniqueísmo que sustenta a discussão entre Possibilismo e Determinismo, tema que durante muito tempo esteve na pauta principal das discussões geográficas.
Essa discussão não apresenta nexo segundo esses autores (Estébanez e Gonçalves) justamente porque um modelo não fez críticas ao anterior, muito pelo contrário. Enquanto o Determinismo surge para atender os interesses das classes dominantes, deixando de explicar as realidades históricas (o que implicou em uma crise) e naturalizando os problemas a partir de uma Geografia Colonial, o Possibilismo vem com uma reação de superação ao meio-geográfico, a partir dos gêneros de vida de La Blache, por exemplo, estudando mais profundamente as relações entre o homem (ser genérico) e o meio (a ser explorado). Nesse sentido, a reação possibilista preparou o terreno para a expansão do capital ao segmentar as relações sociais do homem em regiões, deslocando assim a análise do espaço de seu movimento real, não representando de forma alguma um contrarrevolução ao Determinismo Geográfico. Estébanez ainda propõe que o Possibilismo e o Determinismo sejam paradigmas diferentes que coexistem
e se influenciam mutuamente. Vale ressaltar que o uso dessas analogias e causalidades não se identificam em nada como uma análise científica, uma vez que se pautam em elementos arbitrários que fazem referência a coincidências. Portanto, como bem afirma Milton Santos, essa dualidade apenas retardou a evolução da geografia.
Discuta o conceito de “ideologia” em sua “acepção clássica” tecendo um paralelo com a seguinte afirmação de Milton Santos em “Por uma Geografia Nova”: “De fato, a geografia, foi “desde os seus começos” mais uma ideologia que uma filosofia e isso não se deu apenas na Alemanha mas um pouco no mundo inteiro...”Utilize também os textos de Escolar e Estebanez. (Aponte trechos do texto).
A geografia, ao constituir-se enquanto ciência efetiva se mostrou muito mais como um agregado de ideias necessárias para a reprodução do status quo do que, de fato, uma filosofia dotada de neutralidade, como muitos de seus fundadores defendiam. A construção dos arcabouços teóricos e metodológicos dessa ciência se pautou em um processo que visava à justificação de processos históricos que centralizavam os interesses das classes dominantes.
Marcelo Escolar propõe dois principais objetivos da institucionalização da geografia. O primeiro, relacionado à promoção de um nacionalismo que, na França foi positivo em dois aspectos: ao finalizar os conflitos internos promovidos especialmente pelo proletariado parisiense e fomentar o ódio contra os inimigos de guerra da França ao longo do século XIX. O segundo estava ligado ao fim do internacionalismo marxista que propunha a união dos proletários do mundo, uma ameaça à então classe burguesa.
As políticas neocolonialistas compuseram outra realidade amplamente justificada pelos saberes geográficos, de modo que, como o próprio Milton Santos afirma, uma geografia colonial se ergueu como instrumento de conquista territorial, tendo em Mackinder, por exemplo, um de seus mais emblemáticos ícones. Nesse sentido, uma série de conceitos que caminhavam na mesma direção, como os relacionados ao determinismo, a categoria de região e gênero de vida, colocaram a geografia a serviço da colonização. Podemos citar como exemplo a construção da categoria de território que, pautada na identificação solo-povo, atuou como força aglutinadora no processo de formação dos Estados nacionais. Com o neocolonialismo, de acordo com Estébanez, ferramentas geográficas como a cartografia e a estatística passaram às mãos do Estado, responsável por concretizar os objetivos ideológicos dessa disciplina, relacionados ao vetor da ideologia nacional, difusora do conhecimento das colônias europeias. 
Logo, notamos que a geografia atua ao longo de toda sua institucionalização como um instrumento da classe dominante ligado ao expansionismo colonial europeu, de modo que o crescimento das sociedades geográficas se apoiavam no apoio econômico dos governos que, por sua vez, se apoiavam nas construções científicas da geografia para manterem suas políticas de expansão. A geografia surge, em suas diferentes apropriações epistemológicas, com o propósito de responder às demandas políticas e econômicas do capitalismo da época. A supressão de várias culturas em detrimento da elevação de uma (a europeia) se tornava, portanto, uma implicação iminente desse contexto de institucionalização paralelo (porém vinculado) à formação dos Estados nacionais.
Teça uma reflexão sobre a institucionalização da Geografia fazendo um paralelo entre os textos 
de Marcelo Escolar, José Estebanez e Milton Santos (aponte trechos dos textos)
José Estebanez fala da geografia como instrumento do governo para fazer excursões às colônias e da cartografia para conhecer o lugar. A geografia passa a fazer parte do ensino primário e médio e faz-se necessário elaborar um esquema educativo. Outra questão é o nacionalismo, que busca formas românticas de justificar a unidade nacional burguesa por meio de instrumentos geográficos e históricos. “Para tanto, a Geografia durante a segunda metade do século XIX, se desenvolve como ciência a serviço dos interesses do governo e da burguesia capitalista europeia que outorgou generoso apoio através dos Ministérios de Instrução Pública à Geografia”. 
A Geografia tem o papel de difundir o conhecimento sobre as colônias, apresentando-as como prolongamento da pátria a fim de favorecer e impulsionar a emigração e colonização da África, Oceania e América. Outro instrumento foi a criação de Sociedades Geográficas que fortaleceram o expansionismo colonial e proporcionaram expedições, avançoscartográficos, instalações de laboratórios cartográficos, etc.
Discuta o pensamento dos geógrafos anarquistas, mostrando a presença da dialética em seus pressupostos. Aponte trechos dos textos de Reclus e Kropotkin
Reclus se vale das noções de “espaço produzido” e processo, para assim conduzir sua perspectiva rumo a “dialética existente nas relações entre a sociedade e a natureza e à necessidade de constante reformulação do conhecimento científico, para dominar e entender o espaço em que vivemos”. Em L'homme et la Terre, disse que a geografia é dinâmica, se constrói e ' se refaz todos os dias, a cada
instante ela se modifica pela ação do homem'.
A determinação é a mudança permanente. O relativismo temporal e da situação geográfica é um nexo explicativo para ser entendido a questão dos processos e do grau de desenvolvimento da sociedade, como fator modificador da realidade.
A segunda categoria de fatos correlaciona com a dialética da sociedade, pois concebe as contradições e conflitos entre os indivíduos e entre as classes sociais.
O segundo fato coletivo, consequência necessária do desdobramento dos corpos sociais, é que o equilíbrio rompido de indivíduo a indivíduo, de classe a classe, oscila constantemente em torno do seu eixo de repouso: a violação da justiça sempre clama vingança. Daí, incessantes oscilações.
Isso estaria ligado a utilização do poder em proveito próprio. A vingança é também descrita como a força mais remota ligada aos conflitos humanos que passam de geração em geração. Associada ao domínio do poder de força autoritária, causam as guerras civis e estrangeiras, os massacres, “numa
confusão contínua” conduzindo os acontecimentos ao “caos” e as “revoluções” (id. p. 39-40).
“Um terceiro grupo de fatos”, está ligado aos esforços individuais. 
“É na pessoa humana, elemento primário da sociedade, que é preciso procurar o choque impulsivo do meio, destinado a se traduzir em ações voluntárias para difundir ideias e participar nas obras que modificarão o feitio das nações. O equilíbrio das sociedades só é instável por causa do distúrbio
imposto aos indivíduos em sua franca expansão. A sociedade livre se estabelece pela liberdade alcançada, no seu desenvolvimento completo, a cada pessoa humana, primeira célula fundamental, que agrega em seguida e se associa, como lhe agrada, às outras células da mutável humanidade. É na proporção direta dessa liberdade e desse desenvolvimento inicial só indivíduo
que as sociedades ganham em valor e nobreza: é do homem que nasce a vontade criadora que constrói e reconstrói o mundo (id. p. 40)
Discuta o conceito de região na obra de Hettner e sua importância para a geografia.
Hettner trabalha com a referência unitária no conceito de região, categoria universal da geografia, conceito capaz de oferecer uma visão de unidade de espaço à pluralidade de aspectos físicos e humanos, e de assim forjar a síntese do mundo, que é a identidade metodológica da interação entre a geografia sistemática, parte da geografia encarregada de realizar a análise dos fenômenos no seu plano tópico, e a geografia regional, a verdadeira geografia, e que serve da primeira, ao tempo que impõe-lhe a necessária unidade sintética.
Discuta a concepção de natureza no mundo moderno e na geografia, a partir do texto de Rui Moreira. (aponte trechos do texto)
Natureza é o conjunto de corpos ordenados pelas leis da matemática, fenômenos naturais, corpos da percepção sensível. Uma totalidade fragmentária que só ganha unidade pelas ligações físico-matemáticas. Falar da Natureza é grupar, enumerar e classificar os dados da percepção, vg, relevo, rochas, climas, vegetação, rios, etc. Descrever os movimentos mecânicos de seus corpos, bem como as coisas vivas que estabelecem equilíbrio ambiental no movimento das coisas inorgânicas. 
No mundo moderno o espaço é categoria que ocupa matéria na reprodução do capital. Isso é uma transformação da idéia de natureza onde o espaço e o trabalho era algo sagrado.
Taussig fala que o trabalho é o holocausto moral. O mundo moderno dessacralização o trabalho e a natureza que nas sociedade tradicionais era vista como portadora de mistério e ensejava rituais.
Na sociedade moderna é um recurso, o recurso natural a ser transformado. Agricultura transforma a natureza.
Na geografia, a visão das sociedades da antiguidade a natureza era não atomística ou relacional, não havia terra senhor. A terra era o meio de produção, valor de uso e de utilização direta, enquanto na sociedade moderna é parte do capital para reproduzir mais capital (visão marxista) para gerar valor de troca maior e forma de expressão de riqueza.
Discuta os pressupostos de geografia tradicional no Brasil, tecendo uma relação com o período histórico, utilize as obras de Campos e Monbeig. (Aponte techos do texto).
Os pressupostos da Geografia tradicional eram de uma ciência “aparentemente neutra, técnica e ausente de discurso ético” (Campos, página 324), sem o conflito social, divisão de classe e a ação do capital. 
Campos sustenta o elitismo na produção acadêmica que dominava os quadros universitários, que eram constituídos por “filhos da oliquarquia rural e burguesa urbana e conservadora” que possuía de forma bem fincada a ideologia aristocrática das classes dominantes do período pré-Vargas. Camponeses e operários não eram preocupações teórico-metodológicas pois “não eram considerados sujeitos da história”. Para Aroldo a Geografia era a ciência que estuda a repartição à superfície terreste dos fenômenos físicos, biológicos e humanos, as causas destas repartições e as relações locais destes fenômenos (Martonne), a saber, Geografia Humana, Biogeografia e Geografia física. O homem de Aroldo não passa fome, não faz guerras e não mora em uma sociedade dividida em classes sociais. A ciência não estava corrompida pela política.
A grosso modo a professora segue a linha de Rui Campos que defende a visão Marxista da Geografia onde se apregoa a luta de classes, o conflito e a culpa dos ricos pelos pobres existirem.
As obras de Pierre Monbeig e Aroldo de Azevedo não tratam de problemas sociais ou pobreza. Elas tratam de fatos com objetividade e positivismo, sem o lado crítico anarco-marxista que domina a ciência após os anos 1970 com a instalação do Regime Militar no país. Percebe-se uma análise de viés neutro, quando pensamos na problemática social, uma vez que os autores se apreendem em uma descrição muito mais territorial, por definição, do que à analises consequenciais das mesmas. O que se percebe é a herança europeia fortemente presente, e, por vezes, marcante nas teses dos autores que aparentam certo preconceito.
Diz-se que Pierre Monbeig em seu contrato com a USP não poderia tratar de questões sociais. Em sua tese de doutorado “Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo” ele conta o avanço pioneiro da perspectiva civilizadora europeia, avanço do homem branco sobre os indígenas selvagens. Fica clara essa perspectiva, quando Monbeig, em um dos vários trechos que descrevem as dificuldades dos avanços pioneiros, cita em seu texto (p.131) “Ficavam os índios à espreita dos desbravadores, aproveitando-se da desatenção destes para atacá-los, apoderar-se de suas armas e utensílios, carregando tudo que podiam encontrar em suas pobres casas”. O autor descreve muito bem sua visão de processo histórico, que retrata, ao decorrer dos anos, a diminuição das populações indígenas, e como ele próprio diz (p.132) “a marcha pioneira moderna acabou a obra de destruição dos índios”. 
Manoel Correia de Andrade fala que a “Geografia institucionalizada na década de 30 sendo ensinada nas Universidades e praticada no IBGE, então criado. Nas universidades ensionou-se sobretudo a geografia da escola francesa que, formulada em função da defesa dos interesses coloniais franceses, tinha uma visão eurocêntrica do mundo e encarava o mundo tropical apenas como uma área de exploração. Por isso, dizia-se socialmente neutra e diminuía os compromissos políticosda Geografia que vinham desde a civilização grega. Alguns geógrafos franceses, como Pierre Monbeig, Pierre Deffontaines, Francis Ruellan, Jean Tricart e Michel Rochefort, se identificaram de tal forma com a problemática brasileira que venceram as raízes de sua formação lablachiana e deram uma contribuição positiva à nossa geografia. Restou porém o preconceito dos nossos mestres contra a posição mais forte em assuntos que demandassem posicionamento político.” (ANDRADE, 1993, P.30).
A neutralidade científica diz Larissa Bombardi (p. 6) “coadunado com o liberalismo e com a consolidação da burguesia paulista.”
Sílvio Bray conceitua Monbeig como representante do historicismo clássico, como olhar centrado no desenvolvimento, no moderno, o que de outra forma significou que não lograva fazer uma análise centrada nas questões reais que estavam por trás da sociedade em que vivia. Assim, viu o índio brasileiro com um olhar repleto de preconceitos. (BRAY, 1983, p. 84). Ele olha a frente expansionista como movimento único e sem contradições a partir do homem branco, vindo da capital. O grupo indígena, apesar de verdadeiros pioneiros por aproveitarem primeiro o solo, é algo a ser superado pelo moderno (p.129) “Eram estes de todo separados do movimento de expansão, economicamente. Todavia, foram eles os verdadeiros pioneiros, se nos ativermos ao sentido mais restrito da palavra, pois que foram os primeiros a queimar a mata e a aproveitar o solo.”
Discuta o surgimento da chamada New Geography a partir dos textos de Capel e Andrade. (aponte os trechos).
Para Andrade, o surgimento da nova geografia está relacionado com momento econômico do mundo pós-segunda guerra mundial. O capitalismo surgia como modelo econômico ideal; o consumo precisava continuar acelerado e não podia parar daí a necessidade de ciências que mascarassem a realidade. "... o chamado progresso provocou a formação de escolas nas várias ciências sociais que procuraram abstrair as consequências negativas deste crescimento e projetar apenas a vantajosa, utilizando para isto modelos matemáticos- estatísticos."
Segundo o texto de Horácio Capel a "new geography" surgiu devido a uma sobreposição do pensamento historicista pelo pensamento positivista, o neopositivismo para sermos mais precisos, aquele que passa a produção científica baseada em leis gerais - objetivas e diretas - um estudo quantitativo da realidade. Mostramos por: "La aparicion de tendencias neopositivistas en las ciencias sociales supume um rechazo de los planteamientos historicistas..." e também por "... esta nueva geografia implica la desvalorizacion del estudo de regiones como tarea principal de la investigacion geografica." 
Teça uma reflexão sobre a chamada geografia crítica, tendo em consideração o momento histórico em que foi gestada. Utilize textos: Rui Moreira, Carlos Walter e Lacoste. (Aponte trechos do texto)
A geografia crítica se desenvolve em um momento-mundo no qual uma série de revisões a valores e ideias vigentes se impõem nas diferentes áreas do conhecimento. Movimentos como Maio de 1968, os reclames à Guerra do Vietnã e a eclosão e expansão do movimento feminista são expressões dessa realidade de questionamentos. Estes não ficaram alheios à Geografia em crise de então, haja vista que o conhecimento científico produzido sempre sofre alguma influência de seu momento histórico (GONÇALVES, 2002), dando origem a uma nova vertente do pensamento geográfico, pautada na dialética marxista visando superar tanto a lógica da geografia tradicional como a da geografia teórico-quantitativista.
Nesse sentido, a geografia passa por um momento de efervescência, tendo em figuras como Lacoste, Henry Lefebvre e Pierre George, pioneiros de um novo movimento científico: a Geografia Crítica. As bases essenciais da renovação da geografia, segundo Rui Moreira, estão na falta de clareza de seus fundamentos epistemológicos; no fracasso unitário, expresso na divisão dicotômica homem-natureza; na falsa neutralidade neopositivista pregada pela geografia; na fragilidade do discurso teórico metodológico; na propensão ao isolamento interdisciplinar; no envolvimento classista, evidente na oposição entre geografia dos professores e dos militares (LACOSTE, 1989); no sentido político (militante) negligenciado e na desatualização semiológica das representações cartográficas.
A renovação da geografia tinha uma proposta diferenciada para o ensino dessa disciplina, especialmente nas escolas, de modo a tornar o método de ensino-aprendizagem em um processo que estimulasse a inteligência e o espírito crítico, ao invés da memorização de conceitos, cópias cartográficas e etc. Yves Lacoste, em sua emblemática obra Geografia, isso serve antes de mais nada para fazer a Guerra, ressalta a importância dessa reforma educacional, visando acima de tudo desmistificar o paradigma de que a Geografia não tem função prática nenhuma, pressuposto ideológico, segundo ele, utilizado pelos membros dos aparelhos estatais e militares para mascarar a verdadeira utilidade prática dos conhecimentos relativos ao espaço de modo a manter estruturas de poder que subjugam as massas.
É curioso ressaltar que a renovação da geografia no Brasil é inaugurada no ensino secundário, especialmente nos cursinhos da época, uma vez que só a partir deles os geógrafos partidários da proposta crítica poderiam fugir da repressão do Estado contra os que não seguiam ao “livro negro” que impunha as normas metodológicas do ensino de geografia nas escolas.
Aponte e discuta dos conceitos fundamentais da geografia atual, particularmente a partir das obras de Santos, Carlos Walter e Ab’Saber, mostrando a conexão com a geografia clássica (autores como Ratzel, La Blache, Humboldt e Ritter, por exemplo). (Aponte trechos do texto).
RESPOSTA PARCIAL
Ab’Saber foi o mais conhecido geógrafo do Brasil, se dedicando à Geografia Física. Em seu texto, fala sobre a importância do trabalho de campo a partir de suas experiências e da vivencia dos lugares quando criança, no início da profissão e durante sua vida acadêmica e de pesquisa de campo. Aborda com grande profundidade a questão dos biomas (conceito biológico) que tem diversas especificidades para o Geógrafo e diferentes formas de amplitude.
Saber sustenta a importância de estudos de campo para a compreensão da realidade geográfica. Este trabalho de campo deve ter uma metodologia. O primeiro passo é ter um mapa da região e em seguida realizar estudos analíticos dos dados observados. O trabalho de campo deve ser feito em equipes para que se evitem imprevistos. Por fim ele minimiza a importância da sala de aula para dar valor a todo tipo de excursão e pede que os alunos jamais esqueçam o trabalho de campo, bem preparado, planejado, com mapas e, agora, com imagens de satélite. 
	
Para Aroldo de Azevedo a Geografia era a ciência que estuda a repartição à superfície terrestre dos fenômenos físicos, biológicos e humanos, as causas destas repartições e as relações locais destes fenômenos (Emmanuel de Martonne), a saber, Geografia Humana, Biogeografia e Geografia Humana. A fome, a guerra e a divisão social em classes não existem na idealização de Aroldo de Azevedo e, segundo sua leitura, a ciência não se encontra corrompida pela política.
Manoel Correia de Andrade fala que a “Geografia é institucionalizada na década de 30 sendo ensinada nas Universidades e praticada no IBGE, então criado. Nas universidades ensinou-se sobretudo a geografia da escola francesa que, formulada em função da defesa dos interesses coloniais franceses, tinha uma visão eurocêntrica do mundo e encarava o mundo tropical apenas como uma área de exploração. Por isso, dizia-se socialmente neutra e diminuía os compromissos políticos da Geografia que vinham desde a civilização grega. Alguns geógrafos franceses, como Pierre Monbeig, Pierre Deffontaines, Francis Ruellan, Jean Tricart e Michel Rochefort, se identificaram de tal forma com a problemática brasileira que venceram as raízes de sua formação lablachianae deram uma contribuição positiva à nossa geografia. Restou porém o preconceito dos nossos mestres contra a posição mais forte em assuntos que demandassem posicionamento político.” (ANDRADE, 1993, P.30).

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