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CCA 063 Princípios de Tecnologia de Alimentos Docente: Daniele de Vasconcellos Santos Batista ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE (APPCC) APPCC Técnica usada na análise de potenciais perigos das operações, identificando onde estes podem ocorrer e decidindo as medidas de controle em TODA a cadeia de produção. Prevenir Reduzir Eliminar Aplicação do sistema Relembrando... Perigos físicos: São os materiais considerados corpos estranhos e que não deveriam estar presentes nos alimentos. • Ossos e espinhas; • Fragmentos de vidro • Fragmentos de madeira • Adornos • Metais • Fio de cabelo... Relembrando... Perigos biológicos: Envolve todos os micro-organismos patogênicos, bem como as toxinas produzidas por eles. Também se enquadram os organismos de maior porte que são vetores de doenças. Relembrando... Perigos químico: São as substâncias que causam danos a saúde do consumidor. Estão presentes na matéria-prima ou entram em contato com o alimento por contaminação cruzada. Agrotóxicos Metais pesados Antibióticos Conservantes Agentes de limpeza Um breve histórico... • Década de 60: Programa Espacial Americano. • Voos tripulados para o espaço; • Garantia de alimentos seguros sem a dependência exclusiva de análises de amostragem dos produtos. • Início da década de 80: Recomendação do sistema pela Academia Nacional de Ciência dos EUA. • Década de 90: Comissão Codex Alimentarius publicou um guia para aplicação do sistema APPCC. • Alguns países importadores começaram a exigir a implantação do sistema. • Em 1993 os Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicam portarias recomendando o uso do sistema. Vantagens da aplicação do APPCC Reduz os riscos durante o processamento e armazenamento do produto; Oferece um alto nível de segurança aos alimentos; Contribui com a redução dos custos; Diminui os riscos de problemas a saúde dos consumidores, por contaminação alimentar Contribui para a consolidação da imagem e credibilidade da empresa. Termos utilizados pelo sistema APPCC • Perigo Qualquer agente nocivo, ou condição do alimento inaceitável, que pode causar algum efeito adverso a saúde ou perda da qualidade do produto. • Risco É a probabilidade de ocorrência de um perigo à saúde pública ou qualidade do produto. • Ponto de Controle Crítico (PCC) Qualquer ponto, operação, procedimento ou etapa do processamento onde se aplicam medidas preventivas de controle, com o objetivo de reduzir ou eliminar os perigos. Programas de pré-requisito da APPCC Armazenamento adequado Controle de pragas Instalações específicas Aplicação das BPF Matéria-prima de qualidade 1- O programa deve ser autorizado pela diretoria da empresa e comunicado a todos os funcionários. 2- Deve ser formada a equipe de monitoramento e capacitação. 3- Fazer um check-list para identificar as principais falhas do processo de produção. 4- Descrever as características dos produtos (uso esperado): padrões microbiológicos, físico-químicos, organolépticos. Implantação do sistema APPCC Exemplo de descrição e uso esperado do produto Produto: Queijo minas frescal. Características físico-químicas: • pH: 5,3 – 5,5 • Aa: > 0,98 Características da embalagem: Plástica de polietileno. Temperatura de armazenamento: 10ºC Prazo de validade: 2 meses. 5- Elaborar um diagrama de fluxo para especificar: • as condições de infraestrutura do estabelecimento, • o estado de conservação dos equipamentos • as condições de trabalho dos funcionários; 6- Promover capacitação periódica dos colaboradores. 7- Responsabilidade e comprometimento. Implantação do sistema APPCC Princípios APPCC Princípio Um: Análise dos Perigos Princípio Dois: Determinar Pontos Críticos de Controle Princípio Três: Estabelecer limites críticos Princípio Quatro: Monitorar os Pontos Críticos de Controle Princípio Cinco: Adotar Ação Corretiva Princípio Seis: Comprovar se o Sistema Funciona Princípio Sete: Manter Registro e Documentação Processo de identificação e avaliação dos potenciais perigos em cada etapa do processamento e armazenamento dos alimentos para determinar quais farão parte do plano APPCC : Princípio um – Análise dos perigos A probabilidade de ocorrência do perigo e os efeitos adversos à saúde; A capacidade de multiplicação e sobrevivência dos micro-organismos; A contaminação dos alimentos por toxinas, agentes químicos ou físicos. Princípio um – Análise dos perigos Para o estudo do perigo é muito importante conhecer de maneira detalhada o fluxograma de produção. Colheita Transporte Recepção Higienização Corte Embalagem Estocagem e Distribuição Fruta minimamente processada Perigos físico e biológico Perigo químico Perigo físico Perigos químico e biológico Perigo biológico Pasteurização Red. Temperatura Adição cultura Fermentação Envase Estocagem e Distribuição Processamento de iogurte Perigo biológico e químico Perigo biológico Perigo físico Perigo biológico (Tratamento térmico) Resfrigeração Princípio dois – Determinação dos Pontos Criticos de Controle (PCCs) Etapa do sistema em que se pode intervir para prevenir, controlar ou eliminar o desenvolvimento dos perigos físicos, químicos e microbiológicos. A criação da árvore decisória facilita a aplicação do APPCC. Ex: Problema: Iogurte estragado. Suspeita 1: Falha durante o aquecimento do leite. Suspeita 2: Refrigeração inadequada do produto. Suspeita 3: Embalagem mal higienizada. Não existe limite máximo para o número de PCC. * Prossiga para o próximo perigo identificado. Modelo de árvore decisória para identificação do PCC Princípio três – Estabelecer limites críticos Limites críticos são valores máximos ou mínimos de parâmetros biológicos, químicos ou físicos que assegurem o controle do perigo estabelecido. Os limites críticos são estabelecidos para cada medida preventiva monitorada dos PCCs. O estabelecimento dos limites críticos deve estar baseado na: Legislação Literatura científica Normas internas da empresa. Os limites críticos devem estar associados a medidas como temperatura, tempo, pressão, atividade de água, acidez, pH, resíduos de antibióticos, e outros. Princípio três – Estabelecer limites críticos • T ºC min permitida: 72 ºC • T ºC max permitida: 75 ºC • Tempo de pasteurização mínimo: 15 segundos • Tempo de pasteurização máximo: 20 segundos Qualquer desvio nos limites estipulados é indicativo de falhas. Limites críticos aceitáveis. Princípio quatro – Monitoramento das PCCs Utilizado para avaliar se os limites críticos estão sendo atingidos. A indústria de alimentos deve definir: • Como o PCC será monitorado. • Quais setores deverão ser monitorados. • Qual a periodicidade de avaliação do PCC. • Quem será responsável pelo monitoramento. Medição do pH e temperatura. Formas de verificação do sistema Análises físico-químicas Análise sensorial Observação visual Atenção! • É importante estabelecer a frequência e o plano de amostragem que será executado durante o monitoramento. • Quanto maior o tempo entre um monitoramento e outro, mais tempo a empresa levará para detectar a falha e corrigi-la. Princípio cinco – Adotar ações corretivas Etapa que visa corrigir a falha imediatamente após a identificação. Seu objetivo principal é eliminar o perigo. Questionamentos frequentes: • O que fazer com o alimento que não atingiu a qualidade, estabelecida pelos limites máximos e mínimos de controle?• Por que o PCC não resultou na qualidade do produto? • Como readequar o PCC? A equipe de monitoramento pode realizar a ação corretiva? Princípio cinco – Adotar ações corretivas Durante a ação de monitoramento detectou-se presenças de fragmentos de vidros em molhos de tomates na etapa de envase. Qual (is) medida(s) preventiva(s) vocês recomendariam para solucionar o problema? Princípio cinco – Adotar ações corretivas a) Trocar o tipo de embalagem. b) Recalibrar o equipamento (velocidade de envase) c) Reprocessar o produto. d) Descartar o produto. Princípio seis – Verificar se o sistema funciona Etapa que verifica se o sistema está funcionando corretamente, se é efetivo no controle dos perigos identificados. Também verifica se o produto está em conformidade com a exigência da legislação. • Avaliação de amostras do produto; • Auditorias; • Revisões do plano; • Testes microbiológicos; • Avaliação dos registros; • Revisão dos limites críticos. Procedimentos de verificação do sistema Princípio sete – Registros e documentações Os procedimentos do sistema devem estar documentados, assim como os registros das atividades de monitoramento dos PCCs, das ações corretivas relacionadas aos desvios ou até mesmo das modificações feitas no sistema, para acompanhamentos futuros. Recomenda-se arquivar os documentos no prazo de validade do produto. Limitações da APPCC • Custo inicial de implantação; • Falsa sensação de segurança dos alimentos; • Resistência de alguns manipuladores de alimentos. Exemplo: Identificação do perigo e aplicação do controle em indústria de biscoito. Fonte: Figueiredo & Costa Neto. Implantação do HACCP na Indústria de Alimentos. Revista Gestão e Produção, v.8, n. 1, p. 100-111, abr, 2001. BOA SEMANA!
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