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305
DOI: 10.5935/2359-4802.20150044
Internacional Journal of Cardiovascular Sciences. 2015;28(4):305-312
Correspondência: Ana Rosa da Cunha Machado
Rua do Bispo, 83 – Rio Comprido – 20261-063 – Rio de Janeiro, RJ – Brasil
E-mail: anarosacunha@gmail.com
Quantidade de Sódio em Refeições de Unidade Hospitalar no Rio de Janeiro
Sodium Amount in Hospital Meals in Rio de Janeiro
Cristina Schmidt de Souza1, Elenice Ribeiro Veras1, Odete Delmária dos Santos1, 
Luana Limoeiro Ferrão2, Ana Rosa da Cunha Machado2
1Universidade Estácio de Sá – Curso de Graduação em Nutrição – Rio de Janeiro, RJ – Brasil
2Universidade Estácio de Sá – Faculdade de Nutrição – Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Fundamentos: No tratamento de hipertensos que estejam hospitalizados, o uso de medicamentos deve ser 
combinado à terapia não medicamentosa. Em relação à alimentação, o sódio contribui para o aumento da pressão 
arterial e é amplamente utilizado na preparação de produtos industrializados e nas refeições servidas aos pacientes. 
Estas devem estar de acordo com as diretrizes para hipertensão, visto que a internação se destina à promoção e 
recuperação da saúde. 
Objetivos: Analisar a quantidade de sódio oferecida a pacientes hospitalizados, inclusive hipertensos, nas refeições 
de uma unidade hospitalar e propor cardápios ajustados, se necessário.
Métodos: A partir da observação dos cardápios oferecidos em sete dias, a quantidade de sódio foi contabilizada 
considerando o porcionamento dos alimentos por medidas caseiras e comparando com a tabela de composição 
dos alimentos. Posteriormente, foram propostos dois cardápios em que a quantidade de sódio não ultrapassasse 
a recomendação de 2 000 mg/dia. 
Resultados: Considerando a recomendação diária de sódio de 2 000 mg para hipertensos, encontrou-se média de 
3475±174 mg nas refeições, superior em 73,0% ao preconizado. Os cardápios ajustados apresentaram adequação 
em comparação ao realizado pela unidade hospitalar, sendo um com redução de 66,0% (1 682 mg) e outro com 
redução de 47,0% (1 994 mg). 
Conclusões: Observou-se que a unidade hospitalar estudada ofereceu quantidades excedentes de sódio nas 
refeições dos pacientes, inclusive para os que apresentavam hipertensão. Intervenções simples, como a retirada 
de produtos industrializados e o controle no sal de adição, permitiram uma redução expressiva da quantidade 
de sódio em relação ao cardápio oferecido pela Unidade hospitalar.
Palavras-chave: Cloreto de sódio na dieta; Hipertensão; Serviço hospitalar de nutrição; Sódio na dieta
Resumo
Background: In the treatment of hospitalized hypertensive patients, the use of drugs should be combined with drug therapy. As for 
food, sodium contributes to increased blood pressure and is widely used in the preparation of processed products and the meals served 
to the patients. These meals should follow the guidelines for hypertension, since hospital stay is designed to promote and restore health. 
Objectives: To analyze the amount of sodium offered to hospitalized patients, including hypertensive patients, in the meals of a 
hospital and propose adjusted menus if necessary.
Methods: By observing the menus offered over seven days, the amount of sodium was assessed considering the food servings by 
cooking measurements and comparing with the food composition table. Subsequently, two menus have been proposed in which the 
amount of sodium did not exceed the recommendation of 2 000 mg/day. 
Results: Considering the daily sodium amount of 2 000 mg recommended for hypertensive patients, 3475±174 mg was found in 
the meals, which is 73.0% higher than the recommended amount. The adjusted menus were appropriate compared to that adopted 
by the hospital, with a reduction of 66.0% (1 682 mg) and another one with reduction of 47.0% (1 994 mg). 
Conclusions: It was observed that the hospital studied offered excess amounts of sodium in the patients’ meals, including those 
with hypertension. Simple interventions such as the removal of processed foods and control of added salt allowed a significant 
reduction in the amount of sodium considering the menu offered by the hospital.
Keywords: Sodium chloride, dietary; Hypertension; Food service, hospital; Sodium, dietary
Abstract (Full texts in English - www.onlineijcs.org)
Artigo recebido em 16/06/2015, aceito em 26/08/2015, revisado em 23/09/2015.
ARTIGO ORIGINAL
306
Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição 
clínica multifatorial, associada a alterações funcionais e 
estruturais de órgãos-alvo. Por esse motivo, é um dos 
principais fatores que ocasionam óbito entre o grupo de 
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Caracteriza-se 
quando um indivíduo apresenta níveis constantes de 
pressão arterial sistólica (PAS) ≥140 mmHg ou pressão 
arterial diastólica (PAD) ≥90 mmHg1,2.
A HAS pode estar relacionada a fatores como 
hereditariedade, sexo, idade e etnia, entretanto também 
é possível relacionar ao tabagismo, sedentarismo, 
obesidade, estresse, dislipidemia e dieta inadequada3.
No ano de 2006, a estimativa de 
hipertensos no Brasil foi aproximadamente 
17 milhões de indivíduos. Já no ano de 
2011, atingiu mais de 30 milhões4, 
tornando-se assim, um dos principais 
agravos à saúde no Brasil, aumentando 
os custos médicos e sociais5. Convém 
ressaltar que a doença cardiovascular 
(DCV) se apresenta como a principal 
causa de morte no Brasil, em indivíduos 
a partir de 40 anos de idade6.
O tratamento não medicamentoso é de 
fundamental importância para o controle 
da HAS e deve ser combinado ao tratamento 
medicamentoso, possibilitando manter controlados os 
níveis de PA com doses reduzidas de medicamentos7.
Para auxílio ao tratamento medicamentoso, a mudança 
no estilo de vida se faz necessária e consiste na prática 
de atividade física, redução do peso corporal, redução 
da ingestão de álcool e mudanças na alimentação, como 
adoção de dieta hipocalórica com o objetivo de perda 
de peso e redução na ingestão de sal ou cloreto de 
sódio8.
O sódio é um mineral essencial ao organismo, responsável, 
por exemplo, pelo controle do volume do fluido 
extracelular e do plasma. Cerca de 10% do sódio ingerido 
encontra-se presente no conteúdo natural dos alimentos, 
e o restante na adição de sal aos alimentos9.
A quantidade de cloreto de sódio ou sal de cozinha 
considerada máxima para ingestão alimentar diária de 
um indivíduo saudável é de 5 g, correspondente a 2 g de 
sódio, mas estatísticas mostram que o consumo médio 
do brasileiro corresponde ao dobro dessa recomendação10. 
A recomendação de sódio para indivíduos hipertensos 
é normossódica, ou seja, a mesma indicada para 
indivíduos saudáveis5.
Apesar de fundamental para a saúde humana, quando 
em excesso, o sódio é prejudicial à saúde. Alguns estudos 
demonstram relação direta entre o consumo elevado de 
sal e a HAS11. Adicionado ao preparo das refeições, 
levado à mesa e adicionado em produtos industrializados, 
o cloreto de sódio é extensivamente utilizado na 
alimentação, pois apresenta função de melhorar a cor, a 
textura e principalmente o sabor12.
O acesso a uma alimentação adequada, mediante 
alimentos seguros e saudáveis é um direito humano 
fundamental, resultando na qualidade de vida do 
indivíduo, tanto no ambiente familiar quanto no 
ambiente hospitalar, principalmente13. Esta última tem 
a finalidade de garantir o aporte necessário de 
nutrientes visando a manter adequado ou recuperar o 
estado nutricional do paciente durante o período de 
internação14. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar 
a quantidade de sódio oferecida em cardápios 
previamente padronizados, recomendados para 
pacientes internados em uma unidade hospitalar da 
rede particular de saúde do estado do Rio de Janeiro, 
aptos a receberem uma dieta normal, propondo ajustes 
caso necessário.
Métodos
Trata-se de estudoexploratório, realizado com técnica 
de observação direta do porcionamento dos alimentos 
pelo período de uma semana, no mês de março de 2015, 
oferecidos aos pacientes internados em uma unidade 
hospitalar particular localizada na cidade do Rio de 
Janeiro.
Os alimentos foram contabilizados com medidas caseiras 
para quantificar o teor de sódio das refeições que compõe 
a dieta normal servida aos pacientes.
A dieta denominada normal é composta por cinco 
refeições: desjejum, almoço, lanche, jantar e ceia, 
oferecida a todos os pacientes aptos a essa consistência, 
inclusive os hipertensos.
Optou-se pela determinação da quantidade do sódio 
presente em cada refeição contemplando as preparações, 
o sal de adição e os produtos industrializados, uma vez 
que não foi considerada a ingestão dos pacientes.
Souza et al. 
Quantidade de Sódio em Refeições Hospitalares
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(4):305-312
Artigo Original
ABREVIATURAS E 
ACRÔNIMOS
• DCNT – doenças crônicas 
não transmissíveis 
• DCR – doença crônica 
renal
• HAS – hipertensão arterial 
sistêmica
• PA – pressão arterial
• PAD – pressão arterial 
diastólica
• PAS – pressão arterial 
sistólica
307
Foram utilizadas a Tabela para Avaliação de Consumo 
Alimentar em Medidas Caseiras15, a Tabela de Composição 
dos Alimentos16, a Tabela de Equivalentes, Medidas 
Caseiras e Composição Química dos Alimentos17 e Fichas 
de preparação de cardápio unificado18 para analisar a 
presença do sódio intrínseco nos alimentos diante da 
quantidade servida. Dos alimentos não incluídos nas 
tabelas, foram utilizadas informações nutricionais 
apresentadas no rótulo dos produtos. Foram incluídos 
na contabilização do sódio total diário, os sachês de sal 
oferecidos aos pacientes nas refeições.
Os valores diários de sódio em todas as refeições foram 
comparados com a recomendação diária contida na 
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão5, e expressos em 
médias±desvios-padrão e percentuais.
Resultados
A quantidade de sódio encontrada nas refeições 
oferecidas ao longo de uma semana é apresentada na 
Tabela 1. Observa-se pequena variação da quantidade 
total de sódio nos sete dias da semana, bem como nas 
quantidades servidas em cada uma das refeições. 
Destaca-se pouca diferença na quantidade de sódio total 
no desjejum (que se manteve constante em todos os dias, 
por serem servidos os mesmos alimentos) e no lanche. A 
ceia foi a refeição que apresentou a maior diferença de 
sódio durante uma semana de observação.
Segundo o relato das cozinheiras, não há qualquer adição 
de sal ou temperos industrializados nas receitas, somente 
temperos como alho, cebola e ervas frescas, que não 
foram contabilizados por conter uma quantidade ínfima 
de sódio.
A contabilização do sódio encontrada no extrato de 
tomate não foi verificada no presente estudo, visto que 
as cozinheiras da unidade hospitalar não conseguiram 
especificar a quantidade utilizada em medidas caseiras, 
pois o utilizam segundo as suas experiências 
profissionais.
Observa-se um excesso de sódio nas refeições de até 
90,0% em relação à recomendação de 2 000 mg, 
constatando-se que a maior quantidade de sódio diária 
era oferecida nas grandes refeições (almoço e jantar) e no 
desjejum (Tabela 2).
Verificou-se, uma quantidade média diária de 3 475±171 mg, 
o que corresponde a uma média de 73,0±9,0% excedente 
em relação ao recomendado pela VI Diretrizes Brasileiras 
de Hipertensão5, para pacientes hipertensos (2 000 mg 
de sódio/dia).
Tabela 1
Quantidade de sódio (mg) encontrada em cada refeição oferecida durante sete dias na unidade hospitalar estudada
Dias semana Desjejum Na (mg) Almoço Na (mg) Lanche Na (mg) Jantar Na (mg) Ceia Na (mg) Total Na (mg)
Dia 1 1 054 968 180 1 360 244 3 806
Dia 2 1 054 935 180 1 125 66 3 360
Dia 3 1 054 984 180 934 244 3 396
Dia 4 1 054 1 352 118 891 66 3 481
Dia 5 1 054 1 027 180 1 090 2 3 353
Dia 6 1 054 1 399 180 812 244 3 589
Dia 7 1 054 1 102 180 934 66 3 336
Média 1 054 1 027 153 1 018 133 3 475
Souza et al. 
Quantidade de Sódio em Refeições Hospitalares 
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(4):305-312
Artigo Original
308
O Quadro 1 reproduz um dos cardápios oferecidos na 
Unidade. Foi escolhido por ser o que apresentou a maior 
quantidade de sódio total e excedente à recomendação 
das diretrizes. Nota-se que o desjejum apresenta grande 
quantidade de produtos ultraprocessados, como por 
exemplo, biscoito, torrada, cream cheese e blanquet, 
contribuindo para o aumento da quantidade total de 
sódio servida.
Em relação ao almoço e ao jantar, a quantidade excedente 
de sódio pode ser atribuída aos dois sachês de sal que 
acompanham as refeições, o que resulta em aumento de 
800 mg de sódio tanto no almoço como no jantar. Já o 
lanche e a ceia, apresentam quantidade inferior ao 
restante do dia, apesar de ainda possuir produtos 
industrializados na sua composição.
A finalidade principal da unidade hospitalar é a 
recuperação da saúde do paciente, daí a importância da 
dieta alimentar que precisa ser entendida como parte do 
seu tratamento. Portanto, mudanças no cardápio e na 
forma de preparo das refeições devem ser consideradas, 
tendo em vista a redução do sódio oferecido aos pacientes 
da unidade. Diante da necessidade de ajuste do cardápio, 
foi possível propor alterações para a redução de sódio 
oferecida na unidade hospitalar, além da utilização do 
sal de ervas citado.
A seguir, seguem dois cardápios propostos para a 
redução do sódio diário oferecido pela Unidade. O 
primeiro contém medidas simples para a redução da 
quantidade de sódio, como a redução e/ou eliminação 
de produtos, principalmente os ultraprocessados e a 
redução da oferta de sal de adição no almoço e no jantar. 
O segundo foi elaborado com alguns conceitos da 
gastronomia hospitalar, não abrangendo todas as 
mudanças que a gastronomia hospitalar prioriza, 
porém sugerindo pequenas alterações no preparo, 
apresentação e inclusão de outros ingredientes e 
alimentos não utilizados atualmente na Unidade, mas 
possíveis de serem incluídas nos cardápios de unidades 
hospitalares.
Os dois cardápios propostos seriam substitutos do 
cardápio referente ao dia 1, cujo teor excedente de sódio 
foi o mais significativo (Quadro 2). Nos dois cardápios 
apresentados, foi possível observar uma redução 
significativa na quantidade de sódio, mostrando ser 
possível seguir a recomendação diária desse mineral, 
mesmo em unidade hospitalar.
Tabela 2
Quantidade de sódio (%) oferecido diariamente na unidade hospitalar em relação a VI Diretrizes Brasileiras de 
Hipertensão5
Dias Recomendação diária de sódio (mg) 
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão5
Encontrado na Unidade hospitalar
Na (mg)
Excedente %
1
2 000
3 806 90
2 3 360 68
3 3 396 69
4 3 481 74
5 3 353 67
6 3 589 79
7 3 336 66
Média 3 475 73
Souza et al. 
Quantidade de Sódio em Refeições Hospitalares
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(4):305-312
Artigo Original
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Quadro 1
Cardápio oferecido pela Unidade com 3 806 mg de sódio (Dia 1)
Refeição Alimentos Medida caseira Na (mg) Total de Na (mg)
Desjejum
Café 200 mL 2
1 054
Leite 200 mL 128
Suco de laranja 200 mL 0
Pão francês 1 ud 324
Torrada 1 ud (15 g) 80
Biscoito salgado 2 ud 8,5 g cada (17 g) 76
Biscoito doce 1 ud 58
Queijo processado 1 ud 18 g 123
Margarina 10 g 8
Geleia de goiaba 15 g 0
Queijo Minas 1 ud G (40 g) 12
Blanquet 2 ud 235
Mamão 1 fatia média 6
Açúcar 4 sachês de 5 g cada 2
Almoço
Grão de bico à campanha 2 c S 50 g 2
968
Quibe de forno 1 fatia média (100 g) 40
Cenoura em palito 2 c S 50 g 4
Quiabo 2 c S 80 g 1
Arroz 2 c S 50 g 1
Feijão 1 Co M 140 g 3
Sal 2 sachês (2 g) 800
Azeite1 sachê 4 mL 0
Sobremesa: gelatina 1 copo de 50 mL 117
Lanche
Leite batido com abacate, mamão e banana 200 mL 64
180Biscoito salgado 3 ud 114
Açúcar 3 sachês 2
Jantar
Empadão de frango 1 fatia média (110 g) 557
1 360
Couve-flor 1 ramo médio (60 mg) 1
Purê de batata baroa 2 c S (70 mg) 1
Arroz 2 c S (50 g) 1
Sal 2 sachês 800
Azeite 1 sachê 0
Ceia
Iogurte desnatado 2 potes 170 g cada (340 g) 242
244
Açúcar 3 ud 2
COL S – colher de sopa; Ud – unidade; CO M – concha média
Souza et al. 
Quantidade de Sódio em Refeições Hospitalares 
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(4):305-312
Artigo Original
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Discussão
O presente estudo revela apenas a quantidade de sódio 
oferecida pela unidade hospitalar nos cardápios 
previamente padronizados e não a ingestão dos pacientes. 
Esse fator não foi considerado, já que não foi possível 
obter o sódio urinário de 24 horas para avaliar a ingestão 
de sal pelos pacientes. 
A partir do cálculo do teor de sódio dos cardápios, 
observou-se que os dados obtidos neste estudo vão de 
encontro às recomendações da VI Diretrizes Brasileiras 
de Hipertensão5, que determinam 2 000 mg de sódio ao 
dia (2 g), ou 5 g de cloreto de sal ou sal de cozinha para 
pacientes hipertensos.
Uma estratégia a ser utilizada para o controle da pressão 
arterial (PA) é a redução voluntária do conteúdo de sódio 
e da ingestão de alimentos processados, principalmente 
no ambiente hospitalar19.
Um grande número de ensaios clínicos randomizados 
evidencia de forma positiva a influência do sódio 
proveniente da dieta na PA20. Essa forte relação do sódio 
Quadro 2
Cardápios propostos visando à redução de sódio, com mudanças simples e com conceitos de gastronomia hospitalar.
Cardápio da Unidade
Cardápios propostos
Mudanças simples Gastronomia hospitalar
Desjejum: Café, leite, suco, 
pão, torrada, biscoito salgado, 
biscoito doce, manteiga, queijo 
processado, geleia de goiaba, 
queijo Minas, blanquet, mamão, 
açúcar. 
Na total: 1 054 mg
Desjejum: Café, leite, suco de laranja, 
pão integral total 15 grãos, biscoito doce, 
manteiga com sal, geleia de goiaba, 
queijo Minas, mamão, açúcar.
Na total: 341mg
Desjejum: Café, leite, suco de laranja, bolo 
de grãos funcionais, goiabada, queijo 
Minas, creme de papaia com geleia de 
frutas vermelhas, açúcar.
Na total: 342 mg
Almoço: Grão de bico à 
campanha, quibe de forno, 
cenoura em palito, quiabo, 
arroz, feijão, sal (2 sachês), 
azeite. Sobremesa: gelatina
Na total: 968 mg
Almoço: Grão de bico à campanha, 
quibe de forno, cenoura em palito, 
quiabo, arroz, feijão, sal (1 sachê), azeite. 
Sobremesa: gelatina
Na total: 570 mg
Almoço: Grão de bico com azeite, frango 
ensopado com quiabo, polenta, arroz, sal 
(1 sachê), suco de melancia com gengibre e 
linhaça, açúcar. Banana assada. 
Na total: 451 mg
Lanche: Vitamina de fruta, 
biscoito salgado, açúcar.
Na total: 180 mg
Lanche: Vitamina de fruta, biscoito 
salgado, açúcar. 
Na total: 180 mg
Lanche: Leite com fruta e aveia, biscoito de 
Nuts, açúcar. 
Na total: 110 mg
Jantar: Empadão de frango, 
couve-flor, purê de batata 
baroa, arroz, sal (2 sachês), 
azeite. 
Na total: 1 360 mg
Jantar: Carne assada, couve-flor, purê de 
batata baroa, arroz, sal (1 sachê), azeite.
Na total: 469 mg
Jantar: Sopa, tiras de carne acebolada, 
seleta de legumes com girassol, arroz, sal 
(1 sachê), azeite, suco de abacaxi, açúcar, 
salada de frutas. 
Na total: 467 mg
Ceia: Iogurte desnatado, açúcar. 
Na total: 244 mg
Ceia: Iogurte desnatado, açúcar. 
Na total: 122 mg
Ceia: Iogurte desnatado com chia, chá de 
camomila, queijo Minas, açúcar. 
Na total: 131 mg
Sódio total do dia: 3 806 mg Sódio total do dia: 1 682 mg Sódio total do dia: 1 501 mg
Redução de aproximadamente 56,0% de 
Na em relação ao cardápio da Unidade. 
Redução de aproximadamente 61,0% de Na 
em relação ao cardápio da Unidade
Souza et al. 
Quantidade de Sódio em Refeições Hospitalares
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(4):305-312
Artigo Original
311
derivado da alimentação com a PA também é demonstrada 
em meta-análise de 37 estudos randomizados21. Em 2011, 
meta-análise foi publicada mostrando que a redução da 
ingestão diária em hipertensos de pelo menos 3,1 g ao 
dia de cloreto de sódio pode levar a uma redução de 
4,5 mmHg na PAS e 2-3 mmHg na PAD22. Outros estudos 
mostram que a redução na ingestão de sódio na dieta 
resulta na redução dos níveis pressóricos, principalmente 
em indivíduos hipertensos23.
A baixa ingestão de sódio pode reduzir a necessidade de 
medicação em hipertensos devido à hipotensão 
sintomática durante as fases de ingestão reduzida de sal. 
Por outro lado, em dietas com alto teor de sódio, é 
possível que mesmo em uso de medicação anti-
hipertensiva, os pacientes apresentem um rápido 
aumento da PA24.
O estudo Low salt CKD25 avaliou os efeitos da restrição 
de sódio em pacientes com doença renal crônica já 
estabelecida sobre a PA, fatores de risco para a progressão 
da DRC e fatores de risco cardiovascular. Os resultados 
do estudo mostraram uma redução dos níveis pressóricos 
e uma redução significativa na proteinúria e albuminúria, 
além de evidenciar também a relação entre a ingestão 
excessiva de sódio com o efeito tóxico que ocorre 
diretamente sobre os vasos sanguíneos25.
Sendo assim, a redução do consumo de sódio é um fator 
importante para a prevenção, controle e agravos da 
hipertensão, apresentando uma relação positiva entre 
custo e efetividade26.
De uma forma geral, e principalmente para hipertensos, 
são recomendadas medidas como reduzir o sal adicionado 
aos alimentos, evitar o saleiro à mesa e reduzir ou 
eliminar o uso de alimentos ultraprocessados como 
enlatados, embutidos, conservas, molhos e temperos 
prontos27.
No ano de 2014, o Ministério da Saúde lançou o mais 
recente Guia Alimentar Para População Brasileira28, 
valorizando a ingestão de alimentos in natura em relação 
aos alimentos processados e, principalmente, aos 
ultraprocessados, o que resultaria em redução significativa 
da ingestão de sódio na alimentação diária28.
Além disso, visando à redução de casos de doença crônica 
e seus agravos, outra medida tomada pelo Governo foi 
a implantação do Plano de Ações Estratégicas para o 
Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis 
(DCNT) no Brasil 2011-202227, do Ministério da Saúde, 
que consiste na redução do teor de sal e açúcar dos 
alimentos processados através de acordo com a indústria 
alimentícia29.
Outra estratégia para redução de sódio seria a utilização 
do sal de ervas na preparação das refeições, abolindo o 
sal de adição, reduzindo assim para 1 600 mg de sódio/
dia. O sal de ervas consiste em uma mistura de quatro 
porções iguais de ervas e sal (alecrim, manjericão, 
orégano e sal), usado para mascarar a redução do sal e 
podendo ser utilizado em qualquer preparação30, de 
modo a obter uma redução de aproximadamente 73,0% 
do teor de sódio das refeições31.
Sendo assim, uma forma de obter êxito na mudança seria 
aliar a dietoterapia à gastronomia no serviço de 
alimentação, visando à recuperação e prevenção de 
doenças e promovendo uma alimentação saudável. A 
gastronomia hospitalar recebe atenção especial, pelo 
desejo de melhorar a qualidade do atendimento aliando 
a dietoterapia e as restrições dos pacientes a refeições 
mais interessantes e saborosas31.
Conclusões
Observou-se que a unidade hospitalar estudada ofereceu 
quantidades excedentes de sódio nas refeições dos seus 
pacientes, inclusive para os que apresentavam 
hipertensão. Intervenções simples, como a retirada de 
produtos industrializados e o controle no sal de adição, 
permitiram uma redução expressiva da quantidade de 
sódio em relação ao cardápio oferecido pela Unidade 
hospitalar.
Potencial Conflito deInteresses
Declaro não haver conflitos de interesses pertinentes.
Fontes de Financiamento
O presente estudo não teve fontes de financiamento externas. 
Vinculação Acadêmica
O presente estudo não está vinculado a qualquer programa de 
pós-graduação.
Souza et al. 
Quantidade de Sódio em Refeições Hospitalares 
Int J Cardiovasc Sci. 2015;28(4):305-312
Artigo Original
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