Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
t I I I \ A AVALlA<;fAO OFiCIAL DE L1VROS DIDATICOS DE GEOGRAFIA NO BRASIL : 0 PNLD 2005 (Sa a Sa SERIES) A NTONIO N IVALDO H ESPANHOL Universidade Estadual Paulista - UNESP Campus de Presidente Prudente 1. INTRODUc;AO o processo de avaliacao dos livros inscritos no Programa Nacional do Livro Didatico (PNLD) iniciou-se no ana de 1996. Desde entao, foram realizadas sete edicoes do programa, das quais quatro (PNLDs 1997,1998, 2000/01 e 2004) abrangeram livros destinados aos alunos de primeira a quarta serie e tres (PNLDs 1999, 2002 e 2005) abrangeram Iivros destinados aos alunos de quinta a oitava serie. A avallacao realizada nos PNLDs 1997, 1998, 1999 e 2000101 foi efetuada de maneira centralizada . A Secreta ria do Ensino Fundamental (SEF) vinculada ao Minlsterio da Educacao e Gultura (MEG) convidou docentes de universidades e do ensino fundamental para proceder a avaliacao das obras . Nos PNLD 2002 e 2005 (avaliacao de colecoes de 5a a s a serie) e no PNLD 2004 (avaliacao de colecoes de 1a a 4a serie) , a coordenacao do processo de avallacao ficou a cargo de algumas universidades publicas, sendo estabelecidos convenios com 0 MEG para tal fim. No caso das areas de Geografia e Hist6ria , a instituicao responsavel pela avaliacao foi a Universidade Estadual Paulista - UNESP. 0 trabalho de avaliacao foi coordenado pelas universidades conveniadas, sob a supervisao do membro da equipe tecnica do MEG vinculado a SEF/MEG e apoio de profissionais da SEF. A partir do PNLD 2002 a avaliacao passou a ser realizada por colecao e nao mais por livro, ou seja, a nao aprovacao de um dos volumes da colecao implicou a exclusao integral da obra do PNLD. No presente texto tratar-se-a da sistematica de trabalho adotada para a avaliacao tecnlca, cientffica e pedag6gica das colecoes no PNLD 2005. Alern disso, serao abordados os prlnclpios e criterios gerais norteadores da avaliacao nas cinco areas objeto da avaliacao (Cienclas, Geografia, Hist6ria, Lingua Portuguesa e Maternatica) e na area de Geografia especificamente. No ultimo item serao identificados os tltulos , editores e autores das colecoes aprovadas na area de Geografia no PNLD 2005. 73 - AN TONIO N IVALDO HESPANHOL 2. OPERACIONALIZACAO DO PROCESSO DE AVALIACAO As colecoes avaliadas no PNLD 2005 foram inscritas pelos editores no primeiro semestre de 2002. No segundo semestre do mesmo ano, todos os livros foram remetidos ao Instituto de Pesquisas Tecnoloqicas (IPT) da Universidade de Sao Paulo (USP). Alern de submeter 0 material (por amostragem) a testes de resistencla fislca, coube ao IPT averiguar se as colecoes estavam em consonancla com as exiqencias constantes no edital de convocacao , como a nao-identitlcacao do titulo. da editora e do(s) autor(es) nos exemplares descaracterizados, os quais sao utilizados pelos avaliadores durante 0 processo de analise. Uma vez efetuada a triagem do material pelo IPT, as colecoes condizentes com as exiqenc ias tecnicas do edital foram submetidas a pre- analise. Na pre-analise foi averiguado cada um dos tltulos apresentados, identificando-se as novas inscricoes , 0 material reinscrito, as mudanc;:as das obras ja inscritas em edlcoes anteriores do PNLD no que diz respeito ao titulo , autoria(s), editor(es) , etc. Verificou-se tarnbern se as colecoes excluidas em edicoes anteriores do PNLD haviam passado por reforrnulacoes significativas e apresentado a devida ficha de correcao . A pre-analise foi realizada nas dependencias da Secretaria do Ensino Fundamental (SEF/MEC) em Brasflia no rnes de abril de 2003 pelo coordenador e adjunto da area de Geografia, tecnicos da Secretaria do Ensino Fundamental do MEC e membro da equipe tecnica do MEC. Nos meses de abril e maio "de 2003, foi const itufda a equipe de avaliadores, considerando-se a titulacao acadernica, a vinculacao institucional e a experlencia efet iva de tais profissionais no terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental (5a a 8a series) . A equipe de avaliadores da area de Geografia foi composta por dezesseis docentes vinculados a oito lnstitulcoes publicas de ensino superior das cinco rnacrorreqioes do pais. Em junho de 2003, foi realizado 0 treinamento dos avaliadores, por meio do qual eles: a) tomaram conhecimento da sistematica de trabalho a ser adotada no PNLD 2005; b) opinaram sobre os quesitos contidos na ficha preliminar de avanacao: c) receberam orientacoes sobre 0 seu preenchimento, bem como sobre a elaboracao de pareceres tecnicos, pareceres de exclusao e resenhas . A ficha de avaliacao da area de Geografia foi constituida de 41 questoes, das quais 15 compuseram os criterios ellrninatorios e 26 os classlficatorlos. 0 avaliador respondeu negativa (Nao) ou positivamente (Sim) a cada uma das perguntas da ficha. Em caso de resposta positiva, 0 74 •I I I I I I i! " ! I ~ , I !dJz_·- A AVAUN;Ao OFICIAL DE liVROS DIDATICOS DE G EOGRAFIA NO B RASIL... ava li~do.r indicou uma das tres gradac;:oes (Regular, Bom ou Otirno), Uma vez indicada a rnencao, coube ao avaliador justifica-la por meio da apresentac;:ao de argumentos circunstanciados cientffica e/ou pedagogicamente. Cada uma das colecoes inscritas no PNLD 2005 foi analisada de maneira sirnultanea e independente por dois avaliadores. Para tanto os avalia~ores receberam exemplares descaracterizados dos volumes que compoem a colecao, ou seja, livros sem identifica c;:ao de titulo , autor e editora ou quaisquer outras lnformacoes que pudessem identificar a obra. A partir da analise do material , os avaliadores preencheram as fichas de avaliacao, remetendo-as ao coordenador e ao adjunto de area por via eletronlca. 0 coordenador e 0 adjunto de area, apes efetuarem as correcoos , observacoes e questionamentos sobre as respostas e apontamentos constantes nas fichas elaboradas pelo avaliador, enviaram- nas ao membro da equipe tecnica do MEC, que adicionou as suas correcoes, observacoss e consideracoes. Apes as leituras e correcoas do coordenador, do adjunto de area e do membro da equipe tecnlca do MEC as fichas foram devolvidas aos avaliadores com as tres correcoes, para que eles procedessem as reformulacoas e elaborassem a versao B da ficha. Quando foi necessario , efetuou-se uma nova rodada de avaliacao visando a . elaboracao da versao C da ficha. Apos 0 preenchimento da versao final da ficha, foram realizadas reunioes entre os avaliadores, coordenador e adjunto de area e membro da Comissao Tecnica com 0 objetivo de consolidar as fichas dos dois avaliadores . A consotidacao das duas fichas de avaliacao da obra e efetuada somente depois da reuniao dos dois avaliadores com 0 coordenador 0 adjunto e membro da equipe tecnica do MEC. Tal reuniao costuma ser relativamente rapida (2 a 3 horas) quando a obra e de boa qualidade , mas costuma ser bastante demorada (4 a 6 horas) quando a obra apresenta problemas e tende a exclusao . Nao se chegando ao consenso quanta a exclusao ou nao da obra, ela e submetida a analise por um terceiro avaliador. Somente ap6s ampla discussao e com base nos principios gerais · enos criterios elirninatorios e tomada a decisao quanto a aprovacao ou exclusao da obra. No PNLD 2005 0 trabalho foi concentrado em dois lotes, com oito colecoes em cada um. Assim , os dezesseis avaliadores e a coordenacao reallzararn duas reunioes conjuntas para a consolidac;:ao das fichas e a elaboracao das versoes preliminares dos pareceres tecnicos, pareceres de exclusao e resenhas, com cura cao de tres dias cada uma. 75 I\N I ' INI') N IVII I no III' SI' IINI IOI. Para as colecoes recomendadas, foram elaborados resenhas e parcceres tocnlcos e, pam as obras excluidas, somente a parecer de oxclusao. Os pareceres de exclusao nada mais S3 0 do que pareceres tecnlcos detalhados, nos quais devem constar as justificativas plausive is e indicacao clara dos problemas que levaram a exclusao da obra no PNLO.Posteriormente, a coordenacao , a adjunto de area e 0 membro da equipe tecnica do MEC compatibiliza ram as documentos finais, procedendo a reforrnulacao, cornplementacao e padronizacao da Iinguage m empregad a nos pareceres e resenhas. Uma vez conclu idos as trabalho s, as fichas conso lidadas, as resenhas, as pareceres tecnicos e de exclusao foram encaminhados a Secretaria do Ensino Fundamental SEF/MEC para apreciacao . A edicao final das resenhas foi precedida de leitura crltica realizada por profissiona l da area de cornun lcacao especializado em educacao, com 0 objetivo de hom ogeneizar e adaptar a Iinguagem empregada no texto ao perfi l dos professores do terceiro e quarto cic los do ensino fundamental. Ao lange de todo 0 processo de aval iacao, foi uti lizada planilha eletronica, na qua l cada um dos quesitos da ficha recebeu um peso. 0 emprego da planilha tornou 0 processo de avaliacao men os subjetivo e a atribuicao de notas propiciou a diferenciacao qualitativa das colecoes . Ta l proced imento facilitou 0 cotejo das caracteristicas das obras ao lange do processo de avaliacao e fac ilitou a visualizacao global das simetrias e assimetrias existentes nas rnencoes atr ibuidas pelos dois aval iadores na analise da mesma colecao. 3. PRINciPIOS GERAIS E CRITERIOS DE AVALIACAO Oesde 1995, quando da primeira edicao da aval iacao tecn ica, cientifica e pedag6gica dos Iivros didat icos adquiridos pelo FNOE/MEC (PNLO 1997), foram estabelecidos os principios e criterios de avaliacao comuns a todas as areas objeto da avaliacao. Tais principios e criterios tern sido aprimorados a cada edicao do PNL O. Constituiram-se crite rios eliminat6rios nas cinco areas objeto da aval iacao (LIngua Portuquesa/A lfabetizacao , Maternatica, Cienclas, Geografia e Hist6r ia) no PNLO 2005: 1) correcao dos conce itos e lnforrnacoes basicas: 2) correcao e pertinencla metodol6gicas; e 3) contribuicao para a construcao da cidadania. o nao atendimento de um ou mais dess es criter ios levou a nao- recomendacao da colecao ao PNLO 2005, implicando sua nao-aqu isicao pela Fundacao Nacional para 0 Oesenvolvimento da Educacao FNOE/MEC. 76 A AVALlIl r;.Ao O l le lllL DI: I.IVI(O:; 1)11 )1111 (;0 : ; I ll: CU.lGllllrill NU UlllI : ;II ... Alern dos criterios eliminat6rios comuns, Iora rn estabelecidos Ires cri~e ri?s classificat6rios tarn bern comuns cis cinco a reas : 1) estrulura editor ial: 2) aspectos visuais; e 3) manual do professor. . A pa ~t ir dos princi pios gerais e dos criterios comuns, cada uma das areas objeto da ava liacao, considerando as suas caracteristicas e especi ficidades, estabeleceu os seus respect ivos principi os e criterios eliminat6rios e c1assificat6rios. 3 .1 P RINCipl OS G ERAIS DA A VALlAr;Ao NA A REA DE G EOGRAFIA1 A Geografia estuda os fenornenos da natureza e da sociedade e sua distribuicao espacial. 0 objetivo da Geografia e compreender a dinarnlca espacial, que se desenvolve diacronlca e sincronicamente, produzindo, reproduzindo, organizando e transformando 0 espaco geografico nas escalas local, regional, nacional e mund ial. Esse obje tivo deve ser alcancado a partir de um corpo de conhecimentos baseados em conceitos como as de natureza, lugar, reqiao, terri t6rio, paisagem , tempo , espaco, cultura, sociedade e poder. o material didatico deve incorporar, coerentemente, as discussoes e in~v.ac;;oes na ar:~ de Geografia e estar atual izado em relacao aos avances . teorico-metodoloqlcos aceitos pela comunidade cientifica, e concernentes a corrente de pensamento geografico adotada, respeitando-se, no entanto, as opcoes do(s) autor(es) pelas diferentes correntes . o ens ino de Geografia deve atender as exiqencias do mundo conternporaneo, que pressupos a art iculacao entre as instanclas socia is econornicas, polit icas e cultura is. E necessario que 0 educando compreenda seu ambiente imediato , assim como as escalas espac iais mais amplas (regional, nacional e inlernacional), e refli ta sobre seu cotidiano articulado a essas escalas. Um Iivro didatico de Geografia deve, primeiro, preparar 0 aluno para atuar num mundo complexo, localizar-se nele, decodlfi ca-Io, compreender ~eu .sentido e significado; e, segundo, desenvolver seu espiri to critico, que irnplica a capacidade de problematizar a realid ade, propor solucoes e reconhecer sua complexidade. . ~o nivel fundamenta l, 0 estudo da Geografia deve voltar-se para a l~enlJflCayaO de variaveis como distancia, localizacao, sernelhancas e dlferencas, e para atividades que permilam apreender a totalidade ao articular formas, conteudos, processos e funcoes. Isso pressupoe Os sUbiten:, 3.1, 3.2 e 3.3 reproduzem 0 documento basico no qual se ap6ia a avaliac;:1io do PNLD e 0 edital de chamada para a inscric;:6es das obras no programa. 77 - i. ANI ONIO NI VALDO H ESPANII OL ultrapassar a mera descricao dos elementos con stitu intes do espaco geograf ico , busca ndo compreender a sua dinarnica. Como a espaco geograf ico e construido historicamente, a relacao ospaco-tempo deve ser trabalhada nao como uma enurneracao au descricao de fatos, mas como um processo de construcao socia l. E necessaria integra r a conhecimento do aluno na aquisicao de novas conh ecimentos, respeitando- se as suas possibilidades de elaboracao do pensam ento em cada faixa etaria. Deve-se partir das expe riencias que as alunos ja pass uem como sensa com um para , no processo de ens ino- aprendizagem, desenvolve-las como con hec imento sistematizado nas va rias esca las espaciais . Prior itariamente e de acordo com a maturidade dos alunos, devem ser estimulados processos cognitivos como cornpreensao, rnemorizacao, analise, sl ntese, interp retacao, observacao, identificacao, cornp aracao, criativ idade, prob lernatizacao e criticidade para formar um individuo com capacidade de resolve r problemas, enfrentar situacoes complexas e de exp or as suas ldeias. A Ca rtografia e indispensavel ao ensino da Geografia porque possibilita ao aluno entender a distri buicao, na superticie da Terra, dos fen6menos sociais e naturais e de suas relac;:6es . Ao mes mo tempo, a Cartografia permite ao educando se apropriar de uma tecn ica ind ispensavel para desenvolver habilidades de repre sentar e inte rpretar 0 espaco geografico. Nesse sentido, e importante que 0 livro didatico incorpore essa linguagem. A interdisciplinaridade deve, tarnb ern, ser privilegiada, de man eira que proporcione a compreensao integrada dos fen6meno s naturais e socia is e a lnter locucao com out ras discip linas. Tendo por base esses principios gerais, estabeleceram-se os criterios para avalia cao das colecoes na area de Geo grafi a. 3.2 C RITERJOS EUMINATORIOS 3.2.1 Coerencia e adequacao metodol6gicas o livro didatico deve apresentar cont eudos e ativi dad es que permitam a interac ao professor-aluno, a cornpreens ao dos sign ificados e a construcao do conhecimento escolar vinculado a prati ca social. E necessar io que haja compatibilidade entre a opca o te6rico- metodol6gica proposta e a adotada, tanto no que se refe re ao ensino como no que diz respeito a concepcao de Geog rafia. E indispensave l que haja coerencia entre objetivo s, conteudos, ativid ades e exe rcicios, favorecendo 0 78 A AVAlIN ; Ao O FICIAL DE:LrVROS DI DAr/COS DE GE OGRAriA NO ORASIL. ,. desen.v~lvfmento dos ~rocessos cognitivos basicos par meio da clara expo,slc;:ao dos conceuos, fenomenos e acontecimentos devidamente Iocallzados 3.2.2 Conceitos e informac;6es baslcos . As :olec;:o~s foram avaliadas quanto a cor recao dos conceitos e Informac;:oes. Sao considerados erros conceituais: relacoes espac;:o-temporais que nao permitam compreender a construcao hist6rica do espaco geograf ico ; idelas inad~quadas , lacun ares ou erroneas que nao permitam a compreen~a? das dinamicas e proce ssos constituintes dos espacos .fISICO e humano, as suas formas e as relacoesestabelecldas entre as elementos que os cornpoem; ideias inad~quadas, lacunares au erro neas que nao permitam a compreensao das relacoes entre sociedade e natureza. I ~du c;:ao ao erro , confusao conceitual e reducioni smos tarnbem se constituam em criterios eliminat6rios. Fin~lm ente, 0 Iivro didatico nao deve conter informac;:oes incorretas ou . desatuahzadas. 3.2.3 Construyao da cidadania . .~s ~ol ec;:oe~ n.ao podem canter preconceitos de origem, etnia, genero, r~hg/ao , Ideologla, idade ou quaisquer outras formas de dlscr lmmacao Nao so os textos, mas tarnbern as representac;:oes graficas como fotos rnapas tabe las, quadros ou . outros tipos de ilustracoes necessari~s par~ compreender os conteudos geograficos devem ser isentos de preconceitos e de propagand a. 3.3 CRITERIOS CLASSIFICATORIOS . ~s col~c;:oes nao se apresentam com 0 mesmo grau de exce lencia poi s ha d l fe~enclagoe.s qual itativas nos cont eudos , atividades, represent~goes cartograflcas. ou Ilustr.a?~es , manual do professor e projeto grafico-editoria l. Des sa maneira, os cntenos classificat6rios distinguem as diversas colecces : a Iingu~gem deve ser adequada ao estap lo de desenvo lv~mento cognitivo do a/uno e cont ribuir para 0 dese nvolvimsnto do vccabul arlo espe ci fico da Geog rafia e dos 79 - A N IONIO NIVAUlO H ES I'ANIIOL conhecimentos lingCli sticos do educando, evitando-se reducionismos e estere6lipos; o trabalho com di ferentes pontos de vista e importante para a formacao de conceitos, permitir a correta cornpreensao dos conteudos e estimular 0 exe rcfcio da cidadania; a problernatlzacao, nos textos e exercfcios, e importante para desenvolver 0 senso critico , estimular a curiosidade e a cria tividade do aluno ; os conteudos e conceitos devem ser aceitos pela comunidade cientif ica e trabalhados para atender a diferentes perfis socioecon6micos e regionais; as fontes e auto ria s dos dados e das classificacoes ulil izados devem ser indicadas corretamente. os textos complementa res devem ser de fontes cientificas reconh ecidas e atua lizadas, para que se ampli e 0 conhecimento de conceitos e conteudos: a inclusao criteriosa de glossario , referencias bibliograficas e de textos complementares pode valorizar a colecao. A Cartografia e importante instrumento para 0 ensino da Geografia, e sua concepcao e elaboracao devem estar adequadas ao fim a que se destina. As representacoes cartograficas (mapas, cartas e plantas), as ilustracoes (fotos , imagens, desenhos, blocodiagramas e croquis) e qraficos, tabelas ou quadros devem conter tit ulo, fonte de infor rnacao e data de elaboracao , alern de autoria, legenda, orientacao e escala que se fizerem necessaries. o projeto gratico-editorial deve conter 0 texto principal impressa em preto ; os titulos e subtitulos apresentados numa estrutura hierarquizada e os textos e ilustracoes dispostos de forma orga nizada , com ritmo e continuidade. o manual do professor tem grande irnportancia no processo de ensino-aprendi zagem e deve conter orientacoes para 0 docente exercer suas funcoes em sala da aula, ao dirigir sua acao pedag6gica e ter, como parametres, entre outros , a diversidade regional e a individualidade dos alunos. No manual, deve-se abordar e articular os conteudos do livro entre si e com outras areas do conhecimento e apresentar referencia l te6rico coerente com a abord agem do livro do aluno; conter bibliografia diversificada e indicacoes de leitura; sugerir as est rateqias para 0 desenvolvimento das atividades individuais e em grupo; e propor dife rentes formas de avaliacao . 80 A A VALlAt; i\ O O FICIAL DE L IVII O:; D IIlAII Co :: ilL Gi r )f, IIA I IA NO [lIl A' ,1I . .. 4. RESULTADOS DA AVALlAQAO NA AR EA DE GEOGRAFIA Foram inscritas dezessete colec oes na area de Geografia. Apenas uma delas foi desc lassificada pelo IPT por nao atender aos requisitos tecnicos exigidos no edita!. En tr e as dezesseis col ecoes ava liadas, cinco (31%) foram nao- recomendadas, em virtude de apresentar problemas constantes nos criterlos elirninatorios, e onze (69%) foram reeomendadas, conforme se verifiea no Grafico 1. GRAFICO 1 • PNLD 2005 - GEOGRAFIA RES ULTADO DA AVALlAQAo ffi EXCLU ioAS ['Jil APROVAOAS No Quadro 1 estao indicados os codiqos, ti tulos, editores e autor(es) das coleco es recomendadas no PNLD 2005. A partir dos itens eonstan tes na ficha de avaliacao foi atribufda nota a cada uma das cole coes ava liadas. Para compor a referida nota, fo ram estabelecidos pesos difereneiados aos itens da ficha, confo rme se ressaltou anteriormente. Os tres prime iros itens da ficha, eonstitufdos por 15 quest6es elirninatorias, perfi zeram 55% do tot al da nota. Os demais cinco itens da ficha, compostos por 26 quest6es class ificatorlas, perfizeram 45% da nota. 81 - AN TONI O N IVALDO H ESPANHOL A A VII UA(; AO O FICIII L DE L IVROS D IDATICOS DE G EOGRAFIA NO BRII SIL. .. 10 0 9 11 80 iii 7 0 ot 0 60 ;5 :J 5 0 ot ::;; 4 0 '"o ~ 3 0 en i'! 20o z 1 0 C OL Ec;:Ao 2 A media normalizada loi obtida pela equacao: mn = mc.1OO/mmax, onde: mn = media normalizada; mc = media obtida pela cotecao e mmax = maior media obtid a. CO LE C;:OES - MEDIA GL OB AL 5 00 65 5 0 0 645 00 5650 0 12 500 7 7 5 0 1345 0 0 7 5 5 0 1285 01 1 9 5 0 1 3 3 5 00 111 Considerando-se OS quesitos avaliados, sete cole coes cumpriram OS requisitos de qualidade exigidos e asseguram a possibilid ade de se realizar um trabalho dldatico correto e eficaz pelo professor. As sete colecoes estao apresentadas no qrafico com as medias normalizadas que variam de 90,8 a 100,0 pontos . As obras que ap resentaram 0 melhor de sempenho na avatiacao global foram as Colecoes Construindo a Geografia (n° 50.065) e Link do Especo (n° 50.064). Quatro colecoes atenderam aos criterios mfnimos de qualidade, mas apresentarn algumas Ilrnitacoes. Sao obras que podem subsidiar um trabalho adequado, desde que 0 professor consulte obras para revisao e compl emente a proposta. As quatro colecoes estao apresentadas no qrafico com med ias normalizadas que variam de 71,8 e 85 ,6 pontos. Ent re as quatro obras com desempenhos menos satisfat6rios, as que receberam a GRAFICO 2 MEDIA GLOBAL NORMALIZADA DAS COLE<;OES - PNLD 2005 - GEOGRAFIA A parti r do conju nto das notas das colecoes, foi elaborada a media normalizada" , tomando-se como referencia a colecao que obteve a maior nota. Verifica-se no Grat ico 2 a media normalizada das colecoes da area de Geografia aprovadas no PNLD 2005. QUADRO 1 COLE<;~ES DE ~EOGRAFIA RECOMENDADAS NO PNLD 2005, POR CODIGO, TITULO, EDITO RA E AUT OR(ES) Fonte. Fundac;:ao Nacional para 0 Desenvolvirnento da Educac;:ao - Mini sterio da Educacao (FNDE/MEC). COOlGO TiTULO EDITORA AUTOR(ES) 50065 CONSTRUINDO A GEOGRAFIA: EDITORAMODERNA REGINACELIA CORREADEARAUJO; UMAJANELAPARA0 MUNDO LTDA. WAGNER COSTA RIBEIRO;RAULBORGESGUIMARAES 50018 CONSTRUINDO 0 ESPAyO EDITORA AT1CA IGORANTONIO GOMESMOREIRAHUMANO LTDA. 50056 GEOGRAFIA EDITORAMODERNA MELHEMADASLTDA. QUINTETO SONIA MARIAVANZELLA CASTELLAR; 50119 GEOGRAFIA EDITORIAL VALTERMAESTRODE OLIVEIRA; LTDA. ERDNA PERUGINENAHUM SARAIVA S1A ELlANALABI LUCCI;50134 GEOGRAFIA L1VREIROS EDITORES ANSELMO LAZARO BRANCO GEOGRAFIA:CIENCIA DO SARAIVA S/A DIAMANTINO ALVESC.PEREIRA:50133 ESPAyO L1VREIROS DOUGLAS SANTOS;EDITORES MARCOS BERNARDINO DE CARVALHO 50012 GEOGRAFIACRiTICA EDITORA ATICA JOSEWILLIAMVESENTINI'LTDA. VANIA RUBIA FARIASVLACH 50075 GEOGRAFIA·ESPAYO EDITORASCIPIONE TITO MARCIOGARAVELLO'GEOGRAFICOEFENOMENOS LTDA. HEllOCARLOSGARCIA • ROGERIOMARTINEZ; LEVON BOLIGIAN: GEqGRAFIAESPAyOE SARAIVAS/A MARIA EUGENIA BELLUSCI 50128 LIVREIROS CAVALCANTE;VIVENCIA EDITORES ANGELOBELLUSCI CAVALCANTE;ANDRESSATURCATEL ALVES BOLIGIAN; WANESSA PIRESGARCIA EDITORAMODERNA DENISE ROCKENBACH; 50064 SERlE LINK 00 ESPAyO GLORIAALVES;LTDA.VANDERLICUSTODIO; ELlA MARQUETI 50077 TRILHAS DAGEOGRAFIA EDITORASCIPIONE EUSTAQUIODESENE;LTDA. JoAo CARLOS MOREIRA - - . . . . Os itens compostos por ques tOes elimin at6ri as foram: a) coerencia e a~e~uagao metodol6gicas; b) correcao dos conceitos e inforrnacoes basicos: e c) construcao da cidad ania. Os itens compostos por questoes c1assificat6rias foram: a) aspectos gerais; b) atividades; c) ilustracoes: d) manual do professor; e e) proje to qrafico-editonal. 82 83 - : I I tI , ihIii r I I i II II ! ,i'I,. !;I, I, r, L AN TONIO NIVALDO H ESPANHOL menor pontuacao, foram as colecoes Construindo a Espar:;o Human o (n? 50.018) e Geografia: Cienci« do Especo (n? 50.133). 5. CONSIDERA<;OES FINAlS A cada edicao do PNLD tem se constatado a melhoria da qualidade tecnica, cient ifica e pedag6gica dos livros inscritos pelos editores. 0 processo de avaliacao vem exercendo papel importante nessa melhoria de qualidade das obras e criando as condico es para 0 surgimento de novos titulos e autores. Os autores e, principalmente, os editores, estao incorpo rando as exiqencias do PNLD e, pouco a pouco, reconhecendo que 0 processo de avaliacao e realizado por equipes qualificadas e com base em criterios transparentes. Cabe ao governo brasileiro zelar pela qualidade tecnica, cientifica e pedag6g ica dos rnilhoes de livros que compra e distribui gratuitamente aos alunos e professores das escolas publicas do pais . A avaliacao realizada por equipes independentes do MEC e de extrema lrnportancia para 0 aprimoramento da qualidade do material e a transparencia da avaliacao das obras. Ao manter 0 processo de avaliacao dos livros didaticos 0 governo federal garante a aquisicao de obras de qualidade para ser distribufdas aos alunos das escolas publicas do pals, As colecoes aprovadas no PNLD, embora apresentem perfis distintos e nfvel de qualidade heteroqeneo, sao coerentes te6rica e rnetodoloqlcarnente, estao isentas de preconceitos e nao apresentam erros conceituais. Obras de melhor qualidade facilitam 0 trabalho do professor e contribuem para a efetivacao do processo ensino- aprendizagem . BIBLIOGRAFIA BATISTA , Antonio Augusto Gomes. Recomendecoes para uma politica publica de livros aideticce . Brasilia: Ministerio da Educacao, Secreta ria de Educacao Fundamental, 2002. BRASIL, MINISTERIO DA EDUCA<;Ao, Fundacao Nacional para 0 Desenvolvimento da Educacao. Guias do PNLD 2005 - Volume 3 - completo - Hist6ria e Geografia. Brasilia : FNDE/MEC, 2004. Disponivel em: <http://www.fnde.gov.br/guiasvirtuais/pnld2005>. Acesso em: 02 abr. 2004. CALLAI , Helena Copetti. 0 ensino da Geografia e a nova realidade. Boletim Gaucho de Geografia, Porto Alegre, n. 24, p. 67-72, 1998. 84 ~. " A A VAUAQAO OFI CIAL DE lIVROS D IDATICOS DE G EOGRAFIA NO B RASIL... CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). A Geografia na sala de aula. Sao Paulo: Contexto, 1999. p. 92-108. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. (orgs.). Geografia em sala de aula. Praticas e reflexoes. Porto Alegre: AGB, s.d. p. 65-74. SPOSITO , Eliseu Saverio, A escola e 0 ensino da Geografia: elementos para uma discussao, Faz c iencie, Francisco Beltrao, n. 1, p. 9-18, 1998. 85 -
Compartilhar