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Classificação das Constituições Resumo 3

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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
A doutrina, no intuito de classificar as Constituições, apresenta variados critérios tipológicos, alguns meramente formais, outros pretensamente substanciais.
Classificação quando à origem
Democrática – Igualmente denominada promulgada, popular ou votada, esta Constituição tem seu texto construído por intermédio da participação do povo, de modo direito ou indireto (por meio de representantes eleitos). Homenageia o Princípio Democrático na medida em que confirma a soberania popular, demonstrando que Governo legítimo é aquele que se constrói afirmando a vontade e os interesses de seus governados.
Outorgada – Considera-se outorgada (ou imposta, ditatorial, autocrática e carta constitucional) a Constituição que é construída e estabelecida sem qualquer resquício de participação popular, sendo imposta aos nacionais como resultado de um ato unilateral do governante. O povo não participa do seu processo de formação, seque indiretamente.
Cesarista – Similarmente à outorgada, a Constituição intitulada cesarista tem seu texto elaborado sem a participação do povo. No entanto, e diferentemente daquela, para entrar em vigor dependerá de aprovação popular que a ratifique depois de pronta.
Dualista (ou convencionadas) – Também intituladas pactuadas, as Constituições dualistas – absolutamente antiquadas em face do constitucionalismo contemporâneo – são formadas por textos constitucionais que nascem do instável compromisso (ou pacto) entre forças opositoras, no caso entre o monarca e o poder Legislativo (representante popular), de forma que o texto constitucional se constitua alicerçado simultaneamente em dois princípios antagônicos: o monárquico e o democrático.
Classificação quanto á estabilidade (mutabilidade ou processo de modificação)
Imutável – Reconhecida também pelos termos “granítica”, “intocável” e “permanente”, é uma Constituição dotada de uma fantasiosa pretensão à eternidade. Não permite qualquer mudança de seu texto, pois não prevê procedimento de reforma, e baseia-se na crença de que não há órgão constituído com legitimidade suficiente para efetivar alterações num texto criado por uma “entidade suprema e superior” (normalmente divina). Atualmente está completamente em desuso e é apenas uma reminiscência histórica, porquanto inimaginável na atualidade um documento constitucional que ignore, em absoluto, os influxos sociais e político.
Transitoriamente imutável – Visando preservar a redação original de seu texto nos primeiros anos de vigência, determinadas Constituições impedem a reforma de seus dispositivos por certo período. Foi o que fez a Constituição Imperial de 1824, que estabeleceu, no art.174 que seu texto somente poderia ser modificado após 4 anos de sua vigência.
Fixa – Igualmente intitulada silenciosa, já que não há em seu texto o procedimento de modificação de seus dispositivos, reconhece a possibilidade de seu texto sofrer reforma, porém apenas pelo órgão que a criou (poder constituinte originário). Hoje tidas por relíquias históricas, podem se exemplificadas pelo Estatuto do Reino da Sardenha de 1848 (que depois vem a ser a Constituição da Itália) e a Constituição Espanhola de 1876.
Rígida – A alteração desta Constituição é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e solene do que aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas, infraconstitucionais. Tais regras diferenciadas e rigorosas são estabelecidas pela própria Constituição e tornam a alteração do texto constitucional mais complicada do que a feitura das leis comuns. 
Flexível – Contrapõe-se à rígida, uma vez que pode ser modificado por intermédio de um procedimento legislativo comum, ordinário, não requerendo qualquer processo específico para sua alteração.
 Semirrígida – Estamos diante de uma Constituição semirrígida, também conhecida como semiflexível, quando o mesmo documento constitucional pode ser modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma esteja para ser alterada. Neste tipo de Constituição, alguns artigos do texto (os que abrigam os preceitos mais importantes) compõem a parte rígida, de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento diferenciado e rigoroso, enquanto os demais (que compõe a parte flexível) se alteram seguindo processo menos complexo, menos dificultoso).
Classificação quanto á forma
Escrita – Escrita é a Constituição na qual todos os dispositivos são escritos e estão inseridos de modo sistemático em um único documento, de forma codificada, por isso diz-se que sua fonte normativa é única. A elaboração do texto pelo órgão constituinte se dá num momento único, “de um jato”, conforme o magistério da doutrina.
Não escrita – É aquela Constituição na qual as normas e princípios encontram-se em fontes normativas diversas, todas de natureza constitucional e de mesmo patamar hierárquico, sem qualquer precedência de uma sobre as demais. Contrariamente às Constituições escritas, onde todas as normas podem ser encontradas em um único documento, nas Constituições não escritas, em razão de as fontes normativas constitucionais serem múltiplas, as normas estão esparsas e podem ser encontradas tanto nos costumes e na jurisprudência dos Tribunais, como nos acordos, convenções e também nas leis. Atenção para um pequeno equívoco corriqueiro, que deve ser evitado: a Constituição não escrita não possui somente normas não escritas. Ao contrario, é formada pela junção destas com os textos escritos! Como por exemplo, além das Constituições de Israel e da Nova Zelândia, podemos mencionar a Constituição Inglesa.
Classificação quanto ao modo de elaboração
Dogmática – Também denominada ortodoxa, traduz-se num documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa, historicamente determinada, por órgão competente para tanto. Retrata os valores e os princípios orientadores da sociedade naquele específico período de produção e os insere em seu texto, fazendo com que ganhem a força jurídica de dispositivos cogentes, de observância obrigatória. 
Histórica – Sempre não escrita, é uma Constituição que se constrói aos poucos, em um lento processo de filtragem e absorção de ideias por vezes contraditórios; não se forma de uma só vez como as dogmáticas.
Classificação quanto à extensão
Analítica
Concisa
Classificação quanto ao conteúdo
Material 
Formal
Quanto à finalidade
Garantia
Balanço
Dirigente
Quanto à ideologia
Eclética (ou heterogênea) – O convívio harmônico entre várias ideologias é a marca central de seu texto. Nesta tipologia constitucional, por não haver uma única força política prevalente, o texto constitucional é produto de uma composição variada de acordos heterogêneos, que denota pluralidade de ideologias (muitas vezes colidentes) e sinaliza a ocorrência de possíveis duelos (judiciais, legislativos e administrativos) entre os diversos grupos políticos, a serem pacificados pelos operadores jurídicos.
Ortodoxa – Esta Constituição é construída tendo por base um pensamento único. Que afasta o pluralismo na medida em que descarta qualquer possibilidade de convivência entre diferentes grupos políticos e distintas teorias. Só há espaço para uma exclusiva ideologia, não há espaço para conciliação de doutrinas opostas. São exemplos a Constituição da China, de 1982, e da extinta União Soviética, de 1977.
Quanto ao conteúdo ideológico (ou quanto ao objeto) 
Liberal – Tendo como exemplos clássicos a Constituição dos EUA, de 1787 e a Francesa, de 1791, Constituições liberais são aquelas que correspondem às já mencionadas Constituição-garantia. Visam, pois, delimitar o exercício do poder estatal, assegurar liberdades individuais, oponíveis ao Estado, e as garantias que assegurem a realização dos direitos por parte dos indivíduos. São Constituições que veem o Estado circunscrito às funções de repressão e proteção, despossuído de políticas de desenvolvimento social e econômico. 
Social – Típicas de um constitucionalismo pós-liberal, as Constituições sociais passam a consagrar em seus textos não sódireitos relacionados à liberdade, mas também prerrogativas de cunho social, cultural e econômico. A atuação do Estado deixa de ser meramente negativa, como era nas Constituições liberais, para se tornar positiva, na medida em que fica claro que as políticas estatais são eficientes vetores para o alcance de uma igualdade material. 
A Constituição da República de 1988 possui as principais características:
Democrática, pois seu texto foi construído com efetiva participação popular;
Rígida, já que a alteração de seu texto é possível e exige a observância de um processo legislativo mais solene e complexo do que aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas, infraconstitucionais;
Escrita, uma vez que todos os dispositivos são escritos e estão inseridos de modo sistemático em um único documento;
Dogmática, isto é, elaborada em ocasião certa, historicamente datada, por órgão com competência para tanto;
Formal, de modo que constitucionais sejam todas as normas inseridas no texto da Constituição, independentemente de tratarem , ou não, de temas materialmente tidos por constitucionais;
Analítica, por ter sido produzida de modo a detalhar desnecessariamente assuntos dos quais não depende a estruturação do Estado;
Dirigente, porque arquitetura programas (objetivos) a serem perseguidos pelos poderes públicos e pela sociedade;
Nominativa, pois apesar de ainda não reproduzir com plena congruência a realidade política e social do Estado, ao menos anseia alcançar este estágio;
Eclética, pois nela convivem várias ideologias;
Orgânica, por estar organizada em uma estrutura documental única
Principiológica, pois nela os princípios são as normas que preponderam.

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