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Reabilitação Cardíaca PRONTO AMEM SENHOR

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Reabilitação Cardíaca
Fase I, Fase II, Fase III
Conceito
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entendemos por reabilitação cardiovascular, como o conjunto de atividades que são necessárias para dar às pessoas com doença cardiovascular, uma condição mental, física e social boa, assim, permitindo que essa pessoa, através do seu próprio esforço, ocupe uma posição normal dentro da sociedade, sendo assim, ativa e produtiva.
Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular, 2014
Dados epidemiológicos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis pela maior taxa de morbidade e mortalidade mundial. No Brasil, estima-se que a taxa de mortalidade para essas doenças seja de 61,9/1 milhão de habitantes, tendo destaque como principais fatores de risco a hipertensão arterial, a dislipidemia, o diabetes mellitus, o sedentarismo, a obesidade e o tabagismo
Foi observada uma redução em torno de 20% a 25% no risco de morte nos pacientes pós-infarto do miocárdio que estavam em programa de reabilitação cardiovascular, quando comparados aos pacientes submetidos a tratamento convencional, não utilizando exercício.
Einstein. 2013;11(3):278-84
Pacientes indicados para reabilitação cardiovascular:
Infarto agudo do miocárdio (IAM)
Síndrome coronariana aguda (SCA) 
Cirurgia de revascularização miocárdica
Angioplastia coronária 
Angina estável 
Reparação ou troca valvular
Transplante cardíaco ou cardiopulmonar
Insuficiência cardíaca crônica
Doença vascular periférica
Doença coronária assintomática
Pacientes com alto risco de doença cardiovascular
(SARMENTO, 2009)
Fases da reabilitação cardíaca
Fase I – Hospitalar
Fase II – Ambulatorial
Fase III – Ambulatorial (Manutenção precoce)
Fase IV – Manutenção tardia (Não supervisionada)
Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular, 2014
Fase I
A fase I da reabilitação cardíaca é a fase hospitalar, sendo ela tanto pré-operatório, quanto pós-operatório.
Essa fase tem início desde as primeiras 48 horas após o ocorrido, até a alta do paciente.
(SARMENTO, 2009)
Fase I
Pelo fato do paciente ficar muito deitado, o objetivo da reabilitação cardíaca do tipo I é minimizar os efeitos negativos que esse repouso pode trazer, promovendo assim:
Posicionamento adequado no leito
Prevenir a perda de capacidade física
Evitar algum tipo de complicação respiratória
Melhorar as condições físicas e psicológicas
possíveis
(SARMENTO, 2009)
Principais efeitos prejudiciais do repouso prolongado
Trombose Venosa profunda
Tromboembolismo pulmonar
Diminuição dos volumes e das capacidades pulmonares
Diminuição da massa muscular
Diminuição da capacidade funcional
Aumento da depressão e ansiedade
(SARMENTO, 2009.)
Tratamento na fase I
Os exercícios a serem realizados nessa fase são leves e de baixa intensidade, com o objetivo da movimentação precoce, já que o paciente estará de repouso no leito por muito tempo.
O aparecimento de alguns sinais e sintomas indica a interrupção do exercício, tais como: palidez, náuseas, dispnéia, fadiga, cianose, 20 bpm acima da freqüência cardíaca de repouso e pressão sistólica 20 mmhg acima dos níveis de repouso e ainda o índice de percepção de esforço de Borg.
(REGENGA, 2000; FRONTERA; DAWSON; SLOVIK, 2001)
Atividades realizadas na fase I
Atividades de baixa intensidade e leve
Exercícios que durem no máximo 20 à 30 minutos (2x ao dia)
Exercícios ativo-assistidos
Exercícios ativos livres de MMII MMSS (flexão e extensão de joelho e quadril)
Exercícios passivos
Exercícios respiratórios
Não tem como generalizar os exercícios, pois não serão os mesmos para todos os pacientes. É preciso avaliar cada caso caso e determinar quais exercícios poderão ser realizados individualmente.
(SARMENTO, 2009)
Atividades realizadas na fase I
Alguns exercícios feitos no 1º dia:
Paciente deitado:
Exercícios respiratórios diafragmáticos
Exercícios ativo-assistidos de cintura, cotovelo e joelhos
Exercícios ativos de extremidades 
(Regenga, 2000)
Atividades realizadas na fase I
2º dia: Sentar o paciente. Exercícios ativos de extremidades. Exercícios respiratórios diafragmáticos.
3º dia: Paciente em pé: deambulação pelo quarto/corredor, alongamento ativo de MMII (quadríceps, adutores, tríceps sural)
4º dia: Paciente em pé: Exercícios ativos de MMSS (movimentos diagonais e circundação); Exercícios ativo de MMII (flexo-extensão, abdução/adução), deambulação.
(Regenga, 2000)
Atividades realizadas na fase I
5º dia: Alongamento ativo de MMSS e MMII, rotação de tronco e pescoço, deambulação;
6º dia: Descer escadas lentamente e retornar de elevador (um andar), instruções para continuidade dos exercícios em casa.
7º dia: Continuação do dia 6.
Descer e subir escadas lentamente
(um andar).
(Regenga, 2000)
Fase II
Deve-se iniciar imediatamente após a alta hospitalar, tendo como objetivos continuar o programa de reabilitação com segurança, aumentar a capacidade física e avaliar as respostas cardiovasculares ao esforço, ensinando técnicas de automonitoração e aumentando o conhecimento do paciente sobre a sua doença, preparando o mesmo para o retorno de suas atividades 
Tem duração prevista de 3 a 6 meses.
(POLLOCK et al., 2003)
Fase II
A fase II costuma ser ministrada no hospital, porém pode ser realizada em casa. E mesmo envolvidos no programa em casa, os pacientes devem comparecer sim ao hospital, periodicamente, sempre sendo orientados pelos seus médicos.
A importância dessa fase está na progressão de um nível baixo de treinamento, menos restrito e moderado de atividade física.
(POLLOCK et al., 2003)
Atividades realizadas na fase II
Na prescrição do exercício de Fase II, são necessários princípios que consiga alcançar o desenvolvimento da capacidade funcional, como intensidade, freqüência, duração, modalidade ou treinamento e taxa de progressão, para o paciente cardiopata.
O treinamento de resistência é enfatizado na fase II, uma vez que a importância está na melhora da força muscular e resistência para melhor retorno do paciente a um estilo de vida ativo.
(POLLOCK et al., 2003)
Atividades realizadas na fase II
Quanto à freqüência e duração do treinamento, deverão ocorrer três sessões supervisionadas de exercício em um programa pós-alta e quatro sessões adicionais em casa a cada semana.
As sessões relacionadas são de curta duração (15 a 20 minutos cada uma), mas dependendo da progressão do
 paciente diante das atividades, alguns
 necessitam de uma sessão extra, outros não.
Atividades realizadas na fase II
Acompanhar:
FC: medida antes do aquecimento a cada 2 minutos, durante o condicionamento com carga, último minuto do relaxamento;
PA: medida no repouso, final do condicionamento e ao final da sessão;
ESCALA DE BORG: medida na fase de condicionamento e final.
Parar o exercício no caso de: palpitação, dispnéia, tontura...
Exercícios realizados (fase ii)
AQUECIMENTO
Alongamento estático: MMSS + MMII + Coluna lombo-sacra;
Exercícios respiratórios;
Caminhada de 3 a 5 minutos;
Exercícios aeróbicos de baixa intensidade
(POLLOCK et al., 2003)
Exercícios realizados (fase ii)
CONDICIONAMENTO
Exercícios aeróbicos: são aqueles que envolvem grandes grupos ou massas musculares, com duração entre 20 e 40min, capazes de elevar o consumo de oxigênio várias vezes acima do nível de repouso. Ex: caminhar, correr, pedalar e nadar.
O treino aeróbico melhora significativamente o funcionamento do coração, pulmões e todo o sistema cardiovascular contribuindo para uma entrega de oxigênio mais rápida por todo o corpo.
Exercícios resistidos.
FRONTERA; DAWSON; SLOVIK, 2001; REGENGA, 2000
Exercícios realizados (fase ii)
RELAXAMENTO
Exercícios respiratórios
Alongamento estático: aquele em que a pessoa estende a musculatura
determinada e a matem por um período de tempo
Exercícios leves
(POLLOCK et al., 2003).
FASE III
Pode ou não ser em seqüência das anteriores, mas sendo importante se iniciar o quanto antes.
Nesta fase temos como principal objetivo a melhora da condição física, visando sempre o bem estar do paciente e como medida preventiva também.
(CARVALHO, 2016)
Exercícios realizados (fase III)
Nesta fase são feitos exercícios com todo o acompanhamento de um educador físico e/ou fisioterapeuta, podendo esses exercícios ser executados tanto em clínicas, academias como em casa, lembrando sempre de uma possível supervisão.
Esse programa inclui exercício aeróbico (corrida, bicicleta ergométrica), para fortalecimento muscular e para um ganho na ADM/flexibilidade, além de exercícios para equilíbrio, coordenação motora e postura.
(ARAUJO, 2004).
Exercícios realizados (fase III)
3 vezes por semana, obedecendo à seqüência de aquecimento – estímulo – desaquecimento.
O tempo de cada sessão varia de 30min para até no máximo 2 horas, de acordo com programa e resultados desejados a curto, médio e longo prazo.
Tem duração indefinida, mas geralmente é de 6 à 24 meses.
(ARAUJO, 2004).
CASO CLÍNICO
Paciente F.B.B.; sexo masculino, 55 anos, residente em Goiânia-GO, aposentado, procurou uma unidade de emergência, relatando dor torácica retroesternal em aperto no dia 05/05/2017, de início súbito, de grande intensidade e com duração de mais ou menos 30 minutos e que desaparece. A dor ocorreu em repouso. Além disso, relatou irradiação dessa dor pelo membro superior direito. Nega tabagismo e alcoolismo. Relatou ter diabetes mellitus controlado e hipertensão arterial, ambos tratados com medicamentos, mas vez ou outra esquece de tomar os remédios, e história familiar de pai falecido de infarto agudo do miocárdio.
Caso clínico
Nos exames:
Na ausculta cardíaca os ruídos estão abafados, sendo a quarta bulha um achado freqüente. A terceira bulha relaciona-se com a gravidade da disfunção ventricular.
PA: 140x100mmHG, sem febre.
Eletrocardiograma: apresentou supradesnivelamento do segmento ST-T maior que 1 mm.
Qual o possível diagnostico para esse paciente?
Tratamento nesse caso
Reabilitação fase I: Segue a estratégia de mobilização precoce, minimizando os efeitos deletérios, colocando o paciente sentado e em pé algumas vezes durante o dia, realizando movimentação passiva das articulações.
Reabilitação fase II: Os exercícios aqui escolhidos são determinados com base na capacidade funcional útil. Recomenda-se a caminhada com velocidade compatível com a capacidade funcional útil e com duração gradativamente crescente, começando de 10 a 15min e podendo chegar até a 1h, de forma que a intensidade do esforço não exceda 70 a 80% da capacidade funcional útil.
Reabilitação fase III: A prescrição de exercício nessa fase, segue os mesmos critérios observados na fase II. São feitos treinos aeróbicos (caminhada, bicicleta) e de flexibilidade e relaxamento.
CONCLUSÃO
A reabilitação cardíaca promove uma grande e
 importante melhora na qualidade de vida de
pacientes cardiopatas, trazendo diversos benefícios aos mesmos. 
É eficaz e diminui a mortalidade total relacionada à doenças cardiovasculares, e além disso, diminui o número de internações hospitales e melhora a qualidade de vida do paciente. 
Portanto, é de grande importância a inclusão da reabilitação no tratamento de quase todas as doenças cardiovasculares, dando ênfase que a mesma deve ser sempre conduzia por profissionais capacitados e com experiências. E vale ressaltar a importância do fisioterapeuta na equipe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, C. Normatização dos Equipamentos e Técnicas
da Reabilitação Cardiovascular Supervisionada. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Volume 83, Nº 5, Novembro 2004.
CARVALHO, Tales. Diretriz de reabilitação cardiopulmonar e metabólica: aspectos práticos e responsabilidades. Arq. Bras. Cardiol. vol.86 no.1 São Paulo Jan. 2006.
HERDY, AH et al. Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol. 2014, vol.103, n.2, supl.1, Agosto 2014.
POLLOCK, et al. Doença cardíaca e reabilitação.3.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2003.
REGENGA, M. M. Reabilitação em Cardiologia: da unidade de terapia intensiva à reabilitação. São Paulo: Roca, 2000
SARMENTO G.J.V. O ABC da fisioterapia respiratória, Ed. Manole, 2009.

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