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Universidade Federal de Roraima Centro de Ciências Administrativas e Econômicas Departamento de Ciências Econômicas Prof. MSc. Oton de Lira Carneiro INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE Universidade Federal de Roraima INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE BOA VISTA - RR 2014 Prof. MSc. Oton de Lira Carneiro 1 Conceitos ........................................................................................7 2 Objetivo ......................................................................................... 8 3 Finalidade ..................................................................................... 8 4 Campo de Aplicação .................................................................... 11 5 Áreas de Atuação ......................................................................... 11 6 Usuários ........................................................................................ 13 7 Técnicas Contáveis ...................................................................... 13 8 Princípios e Covenções Contábeis ............................................ 14 9 Sociedade ..................................................................................... 16 10 Regime de Competência Contábil ............................................ 19 11 Balanço Patrimonial ................................................................... 21 Bibliografia ..................................................................................... 29 Créditos ......................................................................................... 30 SUMÁRIO A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do Patrimônio da empresa. A principal finalidade da Contabilidade é fornecer informações sobre o Patrimônio, informações essas de ordem econômica e financeira, que facilitam assim as tomadas de decisões, tanto por parte dos administradores ou proprietários, como também por parte daqueles que pretendem inves�r na empresa. Para fornecer tais informações, a Contabilidade precisa registrar as movimentações per�nentes aos elementos patrimoniais que por sua vez são realizadas através da escrituração, sendo esta uma das técnicas da Contabilidade para registrar, em livros próprios, os fatos que provocam modificações no Patrimônio da empresa. O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as en�dades econômico-administra�vas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias etc. Seu objeto de estudo é o Patrimônio dessas en�dades. INTRODUÇÃO 1 CONCEITOS A Contabilidade é uma ciência econômica u�lizada como instrumento de informação, através da qual passa a se conhecer a estrutura econômico-financeira das en�dades (aziendas). Ela u�liza metodologia própria para resumir e acumular os dados relacionados com o patrimônio das en�dades. 1.1 Aziendas Tem um conceito mais amplo que en�dades. Compreende também os entes sem fins lucra�vos, inclusive o complexo de bens, direitos e obrigações de uma pessoa natural, de um governo. Vários são os conceitos de Contabilidade, atribuindo-se lhe, invariavelmente, o condão de ciência. Outrora, quando ainda não sedimentados os princípios que a regem, chamavam-na inclusive de arte. Entretanto, hoje, ela deve ser entendida como ciência, como bem esclarece a RESOLUÇÃO CFC Nº 774, de 16 de dezembro de 1994. Tal Resolução fundamenta-se em considerar a Contabilidade como Ciência Social por possuir objeto próprio – o Patrimônio das En�dades - e consiste em conhecimentos ob�dos por metodologia racional, com as condições de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualita�vo semelhante às demais ciências socais. Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das en�dades, mediante o registro, a demonstração exposi�va e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (Hilário Franco) A Contabilidade é a ciência que estuda e pra�ca as funções de orientação, de controle e de registro rela�vos à administração econômica. (1º Congresso Brasileiro de Contabilidade) REGISTRO ⇒ Forma pela qual se u�liza a Contabilidade para evidenciar as mo�vações e ocorrências de fatos que proporcionam alterações nos elementos patrimoniais. Estes registros servem de orientações, proporcionando o melhor controle do patrimônio e suas variações. CONTROLE ⇒ A função controle é de suma importância, haja vista a necessidade da salva guarda de a�vos, principalmente em se tratando de en�dades comerciais, que estão em constante compe�ção para conquista de mercado. O controle visa, também, ao acompanhamento do planejamento, pois não bastam bons planos se no CONTABILIDADE 5 momento da execução abandonam-se todos os critérios cien�ficos empregados na sua elaboração, sendo necessário um controle rigoroso para a sua eficaz execução. ORIENTAÇÃO ⇒ Através dos relatórios contábeis é comunicada a situação da en�dade que, u�lizados adequadamente, servirão de parâmetros (orientação) para um criterioso e adequado planejamento, bem como verificar e acompanhar se o que foi planejado está sendo executado, e se as metas traçadas estão sendo a�ngidas. Poder-se-ia dizer que temos aí toda a essência da Contabilidade, isto é, os meios e os fins, pois o fim da Contabilidade, como já foi no�ciado, é a prestação de informações úteis, e, estas, só serão possíveis mediante registros e controles permanentes que possam evidenciar as mutações patrimoniais, tanto as qualita�vas, quanto as quan�ta�vas. 2 OBJETO O objeto da Contabilidade é o PATRIMÔNIO das AZIENDAS (en�dades), sejam elas com ou sem fins lucra�vos, Por Patrimônio entende-se o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma en�dade, ou seja, os elementos e/ou meios necessários à existência e à consecução das suas finalidades. 3 FINALIDADE "o obje�vo da contabilidade repousa mais na construção de um 'arquivo básico de informação contábil, ' que possa ser u�lizado, de forma flexível, por vários �pos de usuários, cada um com ênfases diferentes neste ou naquele �po de informação, neste ou naquele princípio de avaliação, porém extraídos todos os informes do arquivo básico ou 'data-base' estabelecido pela contabilidade, embora alguns requerendo 'tratamento' prévio especial da Contabilidade Gerencial”. (Sérgio de Iudícibus). Assim, podemos dizer que a finalidade/obje�vo da Contabilidade é fornecer informações de cunho econômico-administra�vo aos mais diversos usuários. Por isso, essas informações devem ser as mais amplas possíveis, evidenciando todos os aspectos relevantes, tanto quan�ta�vos quanto qualita�vos, que possam interferir no patrimônio das en�dades (aziendas). Através do controle do patrimônio (FUNÇÃO ADMINISTRATIVA) e apuração do rédito (ou resultado) das aziendas (FUNÇÃO ECONÔMICA), presta informações às pessoas que tenham interesse em avaliar a situação patrimonial e o desempenho destas en�dades. Podemos citar também como finalidades (obje�vos) da Contabilidade: - conhecer as fontes de financiamento e as aplicações de recursos existentes; - permi�r que os fatos ocorridos sejam corretamente interpretados, tenha eles 6 afetado qualita�va ou quan�ta�vamente o patrimônio; - auxiliar na tomada de decisões. Caracterís�cas Qualita�vas das Demonstrações Contábeis As caracterís�cas qualita�vas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro principais caracterís�cas qualita�vas são: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade. CompreensibilidadeUma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, a�vidades econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as informações com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância para as necessidades de tomada de decisão pelos usuários não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, inclusive sob o pretexto de que seria di�cil para certos usuários as entenderem. Relevância Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores. As funções de previsão e confirmação das informações são inter- relacionadas. Por exemplo, informações sobre o nível atual e a estrutura dos a�vos têm valor para os usuários na tenta�va de prever a capacidade que a en�dade tenha de aproveitar oportunidades e a sua capacidade de reagir a situações adversas. As mesmas informações têm o papel de confirmar as previsões passadas sobre, por exemplo, a forma na qual a en�dade seria estruturada ou o resultado de operações planejadas. Confiabilidade Para ser ú�l, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar. Uma informação pode ser relevante, mas a tal ponto não confiável em sua 7 natureza ou divulgação que o seu reconhecimento pode potencialmente distorcer as demonstrações contábeis. Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar. Comparabilidade Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma en�dade ao longo do tempo, a fim de iden�ficar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes en�dades a fim de avaliar, em termos rela�vos, a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira. Conseqüentemente, a mensuração e apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela en�dade, ao longo dos diversos períodos, e também por en�dades diferentes. Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações Tempes�vidade Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da en�dade necessita ponderar os méritos rela�vos entre a tempes�vidade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a en�dade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca u�lidade para os usuários que tenham �do necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para a�ngir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em iden�ficar qual a melhor forma para sa�sfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários. Equilíbrio entre Custo e Bene�cio � O equilíbrio entre o custo e o bene�cio é uma limitação de ordem prá�ca, ao invés de uma caracterís�ca qualita�va. Os bene�cios decorrentes da informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e bene�cios é, entretanto, em essência, um exercício de julgamento. Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem os bene�cios. Os bene�cios podem também ser aproveitados por outros usuários, além daqueles 8 para os quais as informações foram preparadas. 4 CAMPO DE APLICAÇÃO São as aziendas. En�dades dotadas de patrimônio vulnerável a alterações devido os fatos contábeis. Podendo assim a contabilidade atuar registrando tais fatos proporcionando controle a acompanhamento das en�dades principalmente no tocante as decisões. Classificação das en�dades Quanto aos fins: Sociais – São aquelas que u�lizam seu patrimônio para a�ngir finalidades puramente sociais. Econômico-sociais – São aquelas que procuram ampliar seu patrimônio para crescimento e bene�cio da própria ins�tuição. Econômicas – São empresas cujo fim precípuo é a consecução de lucros, para bene�cio dos sócios ou �tulares. Quanto à condição do sujeito � Públicas – São órgãos, sob o domínio direto ou indireto do Estado. Pertencem a cole�vidade, quer como ministérios e secretárias, quer como fundações, autarquias, etc. � Privadas – São aquelas en�dades cujos proprietários são indivíduos ou grupos de pessoas. Tipificação das en�dades Firma Individual Quando a empresa possui um só proprietário, diz-se que é Firma Individual. A forma jurídica de Firma Individual confunde, numa só, a pessoa civil e o �tular da empresa. Os bens e os direitos da pessoa civil, incorporados ou não ao patrimônio da Firma Individual, respondem por todas as suas obrigações. Sociedades Mercan�s Se a empresa pertencer a duas ou mais pessoas, assumirá a forma jurídica de Sociedade Mercan�l ou Comercial, podendo ser de capital aberto (recorre ao mercado de capitais - Bolsa de Valores) ou fechado (grupo definido de pessoas). 5 ÁREAS DE ATUAÇÃO GERAL Fiscal Auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do qual 9 depende todo o planejamento tributário da en�dade. Pública É o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a Contabilidade pública registrar as transações em função deles, atuando como instrumento de acompanhamento dos mesmos. A Lei nº4.320/64, cons�tuindo-se na carta magna da legislação financeira do País, estatui normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços públicos. Gerencial Auxilia a administração na o�mização dos recursos disponíveis na en�dade, através de um controle adequado do patrimônio. Financeira Elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar informações aos usuários externos. Auditoria Compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, obje�vando mensurar a exa�dão destes registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Perícia Contábil Elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre organizações com problemas financeiros causados por erros administra�vos. ESPECÍFICO Análise Econômica e Financeira de Projetos Elabora análises, através dos relatórios contábeis, que devem demonstrar a exata situação patrimonial de uma en�dade. Ambiental Informa o impacto do funcionamento da en�dade no meio ambiente, avaliando os possíveis riscos que suas a�vidades podem causar na qualidade de vida local. Atuarial Especializada na Contabilidade de empresas de previdência privada e em fundos de pensão. Social Informa sobre a influência do funcionamento da en�dade na sociedade, sua contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais. Agribusiness Atua em empresascom a�vidade agrícola de beneficiamento 10 6 USUÁRIOS Pessoas �sicas, pessoas jurídicas de direito público e privado, com ousem fins lucra�vos, internos e externos. As pessoas que tem interesse nas informações contábeis podem ser divididas em dois grupos: O grupo do público interno e o grupo do público externo. O grupo do público interno – são os administradores e os acionistas ou sócios controladores. O grupo do público externo – são os acionistas ou sócios não controladores, bancos, fornecedores, governo etc. Os Sócios de empresa Principalmente os que não par�cipam da administração direta, para que possam saber como esta sendo administrada, e quanto a sua lucra�vidade. Os gestores de empresa Para acompanhamento e desempenho da situação financeira da empresa. Ins�tuições Financeiras públicas e privadas Para analise de operações de créditos junto a seus clientes, possibilita a este usuário verificar a capacidade de endividamento eo grau de risco que estes clientes (pessoas jurídicas e pessoas �sicas) oferecem a ins�tuição. Poder Público (Governo Federal, Estadual e Municipal) - para tomada de decisões de polí�cas tributárias, permite aos gestores conhecer a necessidade de elevar ou reduzir a carga tributária de forma que seja mais justa para o contribuinte. Os inves�dores Imaginemos que um inves�dor se interesse em comprar ações de uma determinada empresa, quer inves�r, obje�vando obter um retorno financeiro através de lucros, em uma analise poderá saber se essa empresa deu lucro nos anos anteriores e assim prever se dará lucro no futuro. Podemos dizer que uma grande parte dos interessados na contabilidade está incluída nessa lista, os obje�vos de cada um desses interessados podem diferenciar de varias maneiras. Não só os usuários acima mencionados se u�lizam dos relatórios que a Contabilidade fornece outras pessoas, órgãos e empresas também a u�lizam como ferramenta, pois o Balanço Patrimonial é como se fosse uma fotografia da empresa num determinado momento, com a leitura dele você consegue extrair informações a respeito da situação patrimonial de uma empresa. 7 TÉCNICAS CONTÁBEIS 11 Para a perfeita aplicação das funções de registrar, controlar e orientar, a Contabilidade se vale de técnicas, que são os conhecimentos prá�cos da ciência contábil. Técnica contábil é, portanto, a aplicação prá�ca da ciência CONTABILIDADE que são expressas em número de quatro: escrituração, demonstrações contábeis, análise de balanço e auditoria. ESCRITURAÇÃO: É o registro dos fatos (pelo método das par�das dobradas) que influenciam o patrimônio de uma en�dade e deve ser feito em ordem cronológica (dia, mês e ano) e em grupos de fatos homogêneos de modo que possam iden�ficar um determinado componente patrimonial. Deve-se observar, sempre, por ocasião dos registros, os princípios fundamentais de contabilidade, pois só assim, estaremos diante da Contabilidade concebida cien�ficamente. Por per�nente, ressalte-se que a técnica é gênero da qual o método é espécie. Assim, a técnica é a escrituração que é posta em prá�ca pelo método das par�das dobradas. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS : São os relatórios, organizados sinte�camente, onde e resumem as informações contábeis de forma metódica, atendendo cada um a uma finalidade específica. As demonstrações contábeis, segundo a Lei n.º 6.404/1976 (Lei das S/As), são o balanço patrimonial, demonstra�vo do resultado do exercício, demonstra�vo dos lucros ou prejuízos acumulados e demonstra�vo das origens e aplicações de recursos. AUDITORIA: É a técnica contábil que tem por obje�vo a verificação ou revisão de registros, demonstrações e procedimentos adotados para a escrituração, visando avaliar a adequação e a veracidade das situações memorizadas e expostas. É, hoje, um exame sistemá�co, racional, organizado metodologicamente, para produzir opiniões sobre as situações patrimoniais, financeiras, de resultado, de produ�vidade, de risco, de legalidade, de economicidade, de eficácia, em suma, de todos os aspectos da vida patrimonial, essa definição é da autoria de Antônio Lopes de Sá. ANÁLISE DE BALANÇO: É técnica que se u�liza de métodos e processos cien�ficos (esta�s�cos) na decomposição, comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações contábeis, para a obtenção de informações analí�cas. Veja-se que a análise não se limita ao Balanço Patrimonial, estendendo-se às outras demonstrações contábeis. 8 PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS (Resolução C.F.C. nº 750, de 29/12/93) � As observações dos Princípios Fundamentais de Contabilidade são obrigatórias no exercício da profissão e cons�tui condição de legi�midade das Normas brasileira de Contabilidade. Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a situações concretas, a essência deve prevalecer sobre os aspectos 12 formais. � Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias rela�vas à Ciência da Contabilidade consoante o entendimento predominante nos universos cien�fico profissional de nosso país. PRINCÍPIO DA ENTIDADE � O Princípio da En�dade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, bem como expressa a necessidade da diferenciação de um patrimônio par�cular do patrimônio da en�dade. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE � A con�nuidade ou não da en�dade, bem como sua vida estabelecida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quan�ta�vas e qualita�vas. A observância deste Princípio é indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência, por efeito de se relacionar diretamente à quan�ficação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de cons�tuir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE � Este princípio refere-se simultaneamente, à tempes�vidade, à integridade do registro das mutações patrimoniais, determinando que este seja feito no tempo certo e com a extensão correta. PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR NOMINAL � Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão man�dos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurem agregações ou decomposições no interior da en�dade. PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA � Os efeitos da alteração do poder aquisi�vo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal 13 dos valores dos componentes patrimoniais. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA � As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independemente de recebimento ou pagamento. Este princípio determina quando as alterações no a�vo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da Oportunidade. PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA � O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes A�vo, e do maior para o Passivo, sempre que se apresentem alterna�vas igualmente válidas para a quan�ficação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. Este Princípio somente se aplica às mutações posteriores, cons�tuindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência. 9 SOCIEDADE É o acordo consensual entre duas ou mais pessoas que se obrigam a conjugar esforços ou recursos para a consecução de um fim comum. TIPOS DE SOCIEDADESAs sociedades legalmente cons�tuídas podem ser assim, divididas: a) Sociedades Anônimas; b) Sociedade em Comandita Simples; c) Sociedade de Capital e Indústria; d) Sociedade em Conta de Par�cipação; e) Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada; f) Sociedade em Comandita por Ação; g) Coopera�vas; e h) Sociedade em Nome Cole�vo. Sociedades Anônimas É uma sociedade de capital, tendo seus �tulos representa�vos da 14 par�cipação societária livremente negociável, por conseguinte, o ingresso de quem quer que seja, no quadro de acionistas, não pode ser impedido por nenhum dos acionistas. � O capital deste �po societário é fracionado em unidades representado por ações e, portanto, seus sócios são chamados de acionistas e respondem pelas obrigações sociais até o limite do que falta para a integralização das suas ações de que sejam �tulares. � As sociedades anônimas estão, assim, classificadas em abertas ou fechadas, dependendo se elas foram ou não admi�das à negociação na Bolsa ou no mercado de balcão, os valores mobiliários de sua emissão. Sociedade em Comandita Simples � � É o �po societário em que um ou alguns dos sócios, denominados “Comanditados”, têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais, e outros, os sócios “Comanditários”, respondem limitadamente por estas obrigações. Somente os sócios comanditados podem exercer a gerência, e o nome comercial da sociedade só poderá valer-se de seus nomes civis. Sociedade de Capital e Indústria � É o resultado da convergência de vontade de sócios de duas categorias: o capitalista, cuja formação do capital social dá-se através dos recursos materiais, como bens, dinheiro ou crédito, respondendo ilimitadamente pelas obrigações da sociedade; o sócio de indústria, que entra com o trabalho e não tem, sequer, responsabilidade subsidiária e nem responde pelas obrigações da empresa, ficando a gerência da sociedade, bem como a u�lização do nome civil na composição da firma social, somente com o sócio, capitalista. Sociedade em Conta de Par�cipação � É quando duas ou mais pessoas se associam para em empreendimento comum, ficando um ou mais sócios em posição ostensiva e outro ou outros em posição oculta. � A sociedade em conta de par�cipação não tem personalidade jurídica e não assume em seu nome nenhuma obrigação. � Os sócios ostensivos responder ilimitadamente pelas obrigações que, em nome próprio, assumirem para o desenvolvimento do empreendimento comum, enquanto os sócios ocultos não respondem senão perante os ostensivos e na forma de que houver sido pactuado, ou seja, limitada ou ilimitadamente, de acordo com o 15 contrato firmado entre eles. � Os sócios ocultos não mantêm qualquer relação jurídica com os credores por obrigações decorrentes do empreendimento comum. Estes credores devem demandar o sócio ou sócio ostensivo, os quais, em regresso, e nas condições do contrato, poderão voltar-se contra os ocultos. � Nesse �po societário não é permi�do o registro de seu contrato, podem cons�tuir-se por instrumentos públicos ou par�culares, não possuem firma ou denominação social e sua existência produz efeito apenas entre os sócios. Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada � É quando os sócios respondem limitadamente ao montante do capital social da empresa. � A realização do capital poderá ocorrer de três formas: em dinheiro integralmente, em bens, direitos ou em bens, direitos e obrigações. � Esta sociedade possui firma ou denominação social, sendo que ao ser designada por firma, o nome de um ou alguns sócios, deve aparecer seguidos da expressão limitada por extenso ou abreviada. Na falência dessa sociedade, os sócios respondem solidariamente pelas quotas não integralizadas pelos demais sócios que compõem a sociedade. Sociedade em Comandita por Ação � A sociedade em comandita por ações é caracterizada pelo seu capital estar dividido por ações e reger-se pelas normas rela�vas às companhias ou sociedade anônimas. Ela poderá comerciar sob firma ou razão social, da qual só farão parte os nomes dos sócios diretores ou gerentes, sendo que responderão ilimitadamente e serão solidariamente responsáveis pelas obrigações sociais, os que, por seus nomes, figurarem na firma ou razão social. � Nessa sociedade, somente o sócio ou acionista tem qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e, como diretor ou gerente, responder subsidiária, mas ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da sociedade. Coopera�vas � As coopera�vas são sociedades de pessoas com uma forma jurídica própria e de natureza civil, sem fins lucra�vos, não sujeitas à falência, organizada para a prestação de serviços ou exercício de outras a�vidades de interesse comuns dos associados. Suas caracterís�cas são: 16 - Capital variável; - Número mínimo de sete e sem limite para o máximo de associados; - Possui um estatuto que es�pula o nº máximo de quotas-parte a cada associado; - As quotas-parte só podem ser transferidas para outro associado; - O quórum para as assembleias é de acordo com o número de associados presentes, tendo, os cooperados, voto singular; - Os lucros ou sobras das realizações são distribuídos aos associados proporcional às operações efetuadas pelos associados à sociedade; - O fundo de reserva não pode ser par�lhado entre os associados, mesmo em caso de liquidação da sociedade; - As sociedades coopera�vas têm área de ação determinada. Sociedade em Nome Cole�vo � É o �po societário em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Qualquer um deles pode exercer a gerência e ter o seu nome civil aproveitado na composição do nome comercial. � Na sociedade em nome cole�vo, a firma social assinada por qualquer dos sócios-gerentes, que no instrumento do contrato for autorizado para usar dela, obriga todos os sócios solidariamente para com terceiros e a estes para com a sociedade, ainda mesmo que seja em negócio par�cular seu ou de terceiros; com exceção somente dos casos em que a firma social for empregada em transações estranhas aos negócios designados no contrato. � Não podem fazer parte da firma social nomes de pessoas que não sejam sócios comerciantes. 10 REGIME DE COMPETÊNCIA CONTÁBIL O reconhecimento das receitas e gastos é um dos aspectos básicos da contabilidade que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informações financeiras. O regime de competência é um princípio contábil, que deve ser, na prá�ca, estendido a qualquer alteração patrimonial, independentemente de sua natureza e origem. Sob o método de competência, os efeitos financeiros das transações e eventos são reconhecidos nos períodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos. Isto permite que as transações sejam registradas nos livros contábeis e sejam apresentadas nas demonstrações financeiras do período no qual os bens (ou 17 serviços) foram entregues ou executados (ou recebidos). É apresentada assim uma associação entre as receitas e os gastos necessários para gerá-las. As demonstrações financeiras preparadas sob o método de competência informam aos usuários não somente a respeito das transações passadas, que envolvem pagamentos e recebimentos de dinheiro, mas também das obrigações a serem pagas no futuro e dos recursos que representam dinheiro a ser recebido no futuro. Portanto, proporcionam o �po de informações sobre transações passadas e outros eventos, que são de grande relevância aos usuários na tomada de decisões econômicas. As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamentequando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competência como único parâmetro válido, portanto, de u�lização compulsória no meio empresarial. RECONHECIMENTO DAS RECEITAS As receitas consideram-se realizadas: 1. Nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efe�vá-lo, quer pela inves�dura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; 2 – Quando da ex�nção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o mo�vo, sem o desaparecimento concomitante de um a�vo de valor igual ou maior; 3 - Pela geração natural de novos a�vos independentemente da intervenção de terceiros; 4 – No recebimento efe�vo de doações e subvenções. RECONHECIMENTO DOS GASTOS Consideram-se incorridas os gastos: 1 – Quando deixar de exis�r o correspondente valor a�vo, por transferência de sua propriedade para terceiro; 2 – Pela diminuição ou ex�nção do valor econômico de um a�vo; 3 – Pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente a�vo. 18 REGIME DE CAIXA Sob o regime de caixa, os recebimentos e os pagamentos são reconhecidos unicamente quando se recebe ou se paga mediante dinheiro ou equivalente. Este método é frequentemente usado para a preparação de demonstrações financeiras de en�dades públicas. Isto é devido ao fato de que o obje�vo principal da contabilidade governamental é iden�ficar os propósitos e fins para os quais se tenham recebido e u�lizados os recursos, e para manter o controle orçamentário da citada a�vidade. Alguns aspectos da legislação fiscal permitem a u�lização do regime de caixa, para fins tributários. Porém, de modo algum o regime de competência pode ser subs�tuído pelo regime de caixa numa en�dade empresarial, pois se estaria violando um princípio contábil. Se a legislação fiscal permite que determinadas operações sejam tributadas pelo regime de caixa, isto não significa que a contabilidade deva, obrigatoriamente, seguir seus ditames. Existem livros fiscais (como o Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR), que permitem os ajustes necessários e controles de tal tributação, á margem da contabilidade. O que não se pode nem se deve é submeter a contabilidade a uma distorção, apenas para cumprir a necessidade de informação de um único organismo, como é o caso do fisco. 11 BALANÇO PATRIMONIAL � O Balanço apresenta a posição patrimonial de uma empresa em um dado momento. A informação fornecida por esse demonstra�vo é está�ca, contudo são relevantes no sen�do de indicar tendências que podem ser extraídas de seus diversos grupos de conta. � O Balanço compõe-se em 2 partes: a�vo e passivo. O a�vo representa os bens e direitos e o passivo demonstra as obrigações e o patrimônio líquido da empresa. Cada uma dessas partes apresenta as suas diversas contas classificadas em grupos. � No a�vo relaciona-se todas as aplicações de recursos, efetuados pela empresa. Esse recursos poderão estar distribuídos em a�vos circulantes, assim denominados por apresentarem uma alta rotação como: valores em caixa, valores a receber a curto prazo e etc.; em a�vos realizáveis a longo prazo; e em a�vos classificados como permanentes, como: prédios terrenos, máquinas, equipamentos etc. � O passivo iden�fica a origem de todos os recursos que são inves�dos no a�vo. Este recurso pode ser próprio ( o patrimônio líquido ) ou de terceiros ( passivo exigível ). Os recursos de Terceiros podem ser a curta ou a longo prazo, respec�vamente, por 19 passivo circulante e exigível a longo prazo. O patrimônio líquido compõe-se também de capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros e prejuízos acumulados. � A�vo Circulante � No a�vo circulante estão alocadas todas as contas de liquidez imediata, ou que se convertem em dinheiro a curto prazo. � Podendo ser, direitos conversíveis em valores disponíveis durante o exercício seguinte aquele do balanço ou realizáveis durante o ciclo operacional racional da empresa se este exceder a um ano. Como também, valores rela�vos as despesas que foram pagas, porém beneficiarão o exercício seguinte. � Disponível � Neste conta se agrupam as contas de maior grau de liquidez do a�vo. Compreende os valores que podem ser u�lizados livremente na movimentação dos negócios, por serem os de mais franca circulação e disponibilidade tais como numerário em caixa, depósitos bancários a vista, aplicações financeiras e �tulos de livre circulação vinculados ao mercado aberto de capitais, assim como valores de conversão imediato. � Clientes � Esta conta representa as vendas da empresa, que foram efetuadas a prazo. Nas prestadoras de serviço podem ser inclusos os serviços já prestados mais não faturados. � Provisão para Créditos Liquidação Duvidosa � Conta re�ficadora da conta cliente cons�tuída para cobrir eventuais perdas, com o não recebimento de duplicata. � Duplicatas Descontadas � Indica desconto antecipado das duplicatas a receber em estabelecimentos. � Do ponto de vista de análise de inves�mentos e financiamento, duplicatas descontadas é uma forma de inves�mento, pois a empresa, através de suas vendas com prazo de pagamento concedido ao cliente, gera um inves�mento para o qual não dispõe recursos. Portanto, para Análise de Balanço, as duplicatas descontadas 20 devem figurar no Passivo Circulante, pois representa financiamentos de terceiros ob�dos pela empresa . � Estoques � Essa conta envolve produtos em materiais da empresa. Produtos acabados: aqueles que estão disponível para venda. Mercadoria p/ revenda: aquelas adquiridas para comercialização. Produtos em elaboração: representa o valor do inventário de produtos que se acham em processo de fabricação na data de levantamentos de balanço; compreende todos os custos aplicados nesses produtos. Materiais: compreende todo �po de material existente na empresa, tanto aquele que se incorpora ao produto como aquele auxiliar da produção, administração e entregas. � Aplicações Financeiras � Quando a empresa possui recursos monetários disponíveis, ou por boas taxas remuneratário , ou por simples falta de opção de negócios as empresas, efetuam aplicações financeiras por prazos que variam desde alguns dias até um ano. As de curto prazo (inferior a um ano) deve englobar as disponibilidades e as que ultrapassam um ano figuram no Realizável a longo Prazo. � Outras Contas do A�vo Circulante � As contas acima atadas são às de maior relevância para a análise financeira, a seguir será demonstradas outras contas que deverão ser evidenciadas conforme a relação que esta man�ver com o total do a�vo circulante . Acima de 10% deve-se refle�r sobre a necessidade ou não de destacá-lo. Com 20% é bom se evidenciar. Contudo, são sugestões, pois cada situação deve ser analisada. Diversas Contas a Receber: direitos a receber proveniente de emprés�mos a outras empresas, incen�vos fiscais, vendas não relacionadas às operações da empresa, tais como venda de imóveis, maquinismos, inves�mentos ou outros bens . Adiantamentos: numerários entregues a funcionários ou terceiros visando aquisição de produtos ou serviços, com a devida contraprestação. Cauções: esta conta representa os diversos �pos de depósitos feitos pela empresa por contratos firmados com terceiros. A recuperação ocorre quando do término do contrato. Impostos a Recuperar: refere-se aos valores a recuperardo ICMS e IPI, decorrente de isenções fiscais ou da a�vidade de compra e venda da 21 empresa. Mensalmente os débitos pelas vendas são compensados pelos créditos das compras, remanescendo um saldo a recolher ou a recuperar, de acordo com o volume de compras e de vendas. Cheques em cobrança: envolve os cheques com insuficiência de fundos bem como aqueles não disponíveis de imediato por serem de praças distantes. Despesas Antecipadas: Despesas pagas mas que serão futuramente apropriadas, como aluguéis, seguros, comissões, assinaturas e etc. . . Caso ocorra despesas financeiras a vencer, esta deve ser deduzida no Passivo, seja no circulante, se a despesa a vencer configurar do a�vo circulante, ou no Exigível a Longo Prazo se configurar no Realizável a Longo Prazo. �Realizável a Longo Prazo � Essa conta representa teoricamente as mesmas contas do A�vo Circulante ( com exceção das disponibilidades ) cujo prazo de realização seja superior a um ano ou ao ciclo operacional se este for superior a um ano. � A conta realizável a longo prazo envolve basicamente operações que surgem em caráter especial. � Pode ocorrer que o ciclo operacional normal da empresa seja inferior a um ano, mas que existam certos itens de estoque ou de recebimentos que ultrapassem um ano. Estes configuram no Realizável a Longo Prazo, na hora da padronização. � Representa os direitos da Empresa que será cons�tuído a Longo Prazo, superior a 01 ( um ) ano. A�vo Permanente � São aplicações de recursos em material permanente ou em despesas que são beneficiar mais de um exercício. Inves�mentos � Esta conta envolve as par�cipações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza que não se des�nem à manutenção da a�vidade da empresa e não se classifiquem no A�vo Circulante ou Realizável a Longo Prazo. � - Par�cipações Permanentes em outras Sociedade. � As aplicações de capital em outras empresas representam uma diversificação da a�vidade econômica da própria empresa. Se essa par�cipação for acima de 10% e não deter o controle do capital a outra empresa já será uma coligada da inves�dora. Se caso houver o controle, através de preponderância nas deliberações sociais, a 22 outra empresa será controlada . � - Outros �pos de inves�mentos, como: obras de arte e imóveis não des�nados ao uso ( sempre desvinculados da a�vidade principal da empresa ). Imobilizado � O imobilizado refere-se aos bens e direitos des�nados à manutenção da a�vidade da empresa. � Terrenos : Compreende aqueles que foram ob�dos para fins específicos de u�lização nas operações da empresa, incluindo os gastos legais com escritura, registro e cesa. � Imóveis : incluem-se imóveis adquiridos par ser u�lizado nas operações da empresa, seja indústria, comércio ou serviço. � Instalações : devem ser registrados todos os gastos ocorridos com instalações, seja hidráulica, elétrica, com prateleiras, divisórias e etc. , ou seja, o que for necessário, de instalação, ao funcionamento da empresa. � Máquinas e equipamentos : Aqui serão registrados todos os custos com máquinas e equipamentos, como também todos os acessórios e instalações serão incorporados a essa conta. � Móveis e utensílios : Aqui estão, mesas, arquivo, máquinas de escrever e calcular, e etc.. � Veículos : Àqueles a serem u�lizados nas operações da empresa. � Marcas e Patentes : Aqui estão incluídos, além dos gastos de aquisição de marcas e/ou patentes de terceiros, os gastos com pesquisas e desenvolvimento. � Quase todas as contas do imobilizado (com exceção de terrenos) são passíveis de amor�zação ao longo de vários exercícios. � A depreciação acumulada registra a perda do valor econômico dos bens, por desgaste e obsolência. � A exaustão acumulada registra o consumo do potencial de minas, recursos florestais, etc. � A amor�zação acumulada registra a apropriação do a�vo intangível, como marcas e patentes, luvas etc. Diferido � Este grupo compreende aquelas despesas que beneficiarão exercícios futuros, que a curto prazo não geram receitas normalmente, esse �po de despesa ocorre na fase pré-operacional. Caracteriza-se ainda como a�vo diferido os gastos em pesquisas e desenvolvimentos de produtos em processo. � A conta amor�zação acumulada é redutora do diferido e tem como obje�vo 23 registrar quanto das despesas diferidas já foram apropriadas. Passivo � Passivo Circulante � Compreende as obrigações da empresa vencíveis no prazo de um ano ou prazo do ciclo operacional ( se este for superior a um ano ). � - Fornecedores: esta conta se origina das mercadorias e ou insumos adquiridos de terceiros para pagamento a prazo. Financeiramente, o prazo de carência concedido pelo fornecedor se reveste em uma forma de obtenção de recursos de terceiros, pois ele financia aquele período para a empresa. � - Duplicatas Descontadas: a �tulo de padronização do Balanço para a efetuação da análise, esta se configura no passivo circulante, por se tratar de obrigação a pagar, se caso as duplicatas não forem resgatadas pelos clientes. � - Tributos a pagar : Compreende obrigações com impostos ou contribuições. � - Tributos a recolher: quanto a empresa apenas retém o imposto para efetuar o recolhimento para o órgão da espera competente. � - Salários e encargos sociais: refere-se às obrigações para com os encargos da Empresa. Aqui deve configurar-se não só as obrigações conhecidas, como também as calculáveis até a data do Balanço ( inclui-se o FGTS e o Seguro Social ) . � - Emprés�mos e Financiamentos de Ins�tuições Financeiras: Compreendem recursos ob�dos junto a ins�tuições financeiras para ser u�lizados em diversas operações na Empresa. Ou então, no caso dos financiamentos, os recursos seriam des�nados especificamente a financiar imobilizações que servirão de garan�a para a ins�tuição financeira. � - Adiantamento: representam os valores recebidos por conta de futura entrega de bem e serviço. � - Contas a Pagar: referente a aquisição de u�lidade e serviços como: água, energia , elétrica, telefone e etc. � - Dividendos Gra�ficações e Par�cipações: refere-se às obrigações nos lucros des�nados a empregados, administradores e partes beneficiarias conforme o estatuto. � Exigível a Longo Prazo � Essa conta envolve as obrigações vencíveis em um prazo superior a um ano ou conforme o ciclo operacional da empresa . As contas abaixo fazem parte do Exigível a Longo Prazo: � - financiamentos de Ins�tuições de Crédito. 24 � - Adiantamento ( conforme o passivo circulante, mas em período diferente ). � - contas a pagar. � - �tulos a pagar. � - empresas coligadas / controladas. � Resultado de Exercícios Futuros � São as receitas recebidas antecipadamente, deduzidos os custos e as despesas à elas relacionadas. Essas receitas possuem uma caracterís�ca importante, depois de recebidas não podem ser objeto de devolução. Dentro desse grupo estão: � Patrimônio Líquido � O patrimônio líquido envolve o capital próprio da empresa adquirido através dos recursos dos acionistas, �tulares ou sócios, ou por lucros acumulados re�dos nas diversas contas de reserva. � Segunda a Lei 6.404/76, são integrantes do grupo patrimônio líquido: � - Capital Social : Compreende o suporte financeiro inicial da empresa ou os aportes posteriores, ambos concedidos pelos acionistas, �tulares ou sócios, em forma de bens e dinheiro. Podendo, também ser valores transferidos das contas de reservas e lucros acumulados. O capital social que não for integralizado deve configurar em uma conta redutora, pois deve constar apenas o valor do capital realizado. � - Reserva de Capital: indica os acréscimos patrimoniais que não configuram como receita. Podemos citar como exemplo o recebimento de doações de bensimóveis ou de direitos recebidos pelas companhia, que devem ser contabilizadas pelo valor de mercado, tanto na conta que se refere, como na conta de reserva. Contudo a principal conta desse subgrupo é aquela que recebe a correção monetária do capital não realizado. � - Reserva Reavaliação: envolve os aumentos atribuídos aos elementos do a�vo, por meio de reavaliação baseada em laudos de peritos ou empresas especializada. Conforme a venda do bem reavaliado ou da depreciação do mesmo o valor deve ser transferido para as contas de resultado. � - Reservas de Lucros: decorrem dos lucros não distribuídos e reforçam o capital próprio da empresa. São cons�tuídas através de transferências de parte dos lucros, como obje�vo de resguardar capital da empresa. � - Reserva Legal: obrigatória para as Sociedades Anônimas, se cons�tui de 5% sobre o lucro líquido: � - Reserva Estatutária: são aquelas estabelecidas no estatuto, possuindo finalidades específicas. 25 � - Reservas de con�ngência: tem por obje�vo compensar em exercícios futuros , a diminuição do lucro julgado provável. � - Reservas de Lucros a Realizar: visa resguardar os lucros apurados economicamente e não financeiramente evitando assim sua distribuição de dividendos. Esse lucro provém: do saldo credor da correção monetária, aumento do valor de coligada ou controlada ou lucros em vendas realizáveis após o exercício seguinte. 26 BIBLIOGRAFIA – FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. São Paulo Atlas, 1996 – IUDÍCIBUS, Sérgio (coord.) et. Al. Contabilidade Introdutória. São Paulo: Atlas, 2008 – MARION, José Carlos. Contabilidade Básica, São Paulo: Atlas, 2009 COMPLEMENTAR – IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não contadores. São Paulo. Atlas: 2009 –LEITE, Helio de Paula. Contabilidade para administradores. São Paulo: Atlas 2007 – MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas 2008 27 Elaboração: Prof. MSc. Oton de Lira carneiro Diagramação: Almerizio Ovidio Pinheiro Neto Apoio: Núcleo de Educação a Distância – NeaD-UFRR Departamento de Economia CADECON – Centro de Ciências Administra�vas e Econômicas CRÉDITOS 28
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