Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Capítulo 2 - Lei de Coulomb e Intensidade de Campo Elétrico Exercícios Resolvidos E2.1) Uma carga pontualQ1 = 2mC está localizada no vácuo em P1(−3, 7,−4), enquanto que a carga Q2 = −5mC se localiza em P2(2, 4,−1). Determine a força que age em: (a) Q2; (b) Q1. Solução (a) A força entre duas cargas é dada pela lei de Coulomb, expressa por F = kQ1Q2 r2 ar, sendo ar o vetor unitário cuja direção coincide com a linha reta que une as cargas e sentido dado pela polaridade das cargas: cargas de sinais contrários se atraem e cargas de sinais iguais se repelem. Supondo a referência na carga Q1, a força que Q1 exerce sobre Q2 é dada por: 1) Vetor unitário a12 = R12 kR12k = R2−R1 kR2−R1k = (2, 4,−1)− (−3, 7,−4) k(2, 4,−1)− (−3, 7,−4)k = (5,−3, 3) k(5,−3, 3)k = (5,−3, 3)√ 43 = 0.762ax − 0.457ay + 0.457az 2) A distância entre as duas cargas é dada por kR12k = √ 43 3) A força é dada por F12 = kQ1Q2 R212 a12 = 9× 109(2× 10−3)(−5× 10−3)¡√ 43 ¢2 (0.762ax−0.457ay+0.457az) = −1. 59× 103ax + 957ay − 957az (b) Pela lei da ação e reação, a força a força deQ1 sobreQ2 é igual a força deQ2 sobreQ1, porém em sentido contrário (F12 = −F21) . Assim F12 = −F21 = − ¡ −1. 59× 103ax + 957ay − 957az ¢ = 1. 59× 103ax − 957ay + 957az. E2.2) Determinar o vetor campo elétrico no ponto P (−4, 6,−5), situado no vácuo, devido a uma carga de 0.1mC localizada: (a) na origem; (b) (2,−1,−3) Solução (a) O campo elétrico gerado por uma carga pontiforme é dado por E = kQ R2 ar. Para a carga local- izada na origem, o valor de R vale R = p (−4)2 + (6)2 + (−5)2 = √ 77. O vetor ar é dado por ar = (−4,6,−5)k(−4,6,−5)k = (−0.456, 0.684 ,−0.570). Logo o campo elétrico vale E = kQ R2 ar = 9× 109(0.1× 10−3)¡√ 77 ¢2 (−0.456, 0.684 ,−0.570) = (−5. 33ax + 7. 99ay − 6. 66az) kV/m. (b) O vetor que liga a carga ao ponto P (−4, 6,−5) é dado por v = (−4, 6,−5) − (2,−1,−3) = (−6, 7,−2) . O seu módulo (distância da carga ao ponto) vale k(−6, 7,−2)k = √89. O vetor unitário ar é expresso por ar = (−6, 7,−2) k(−6, 7,−2))k = (−0.636, 0.742,−0.212). Assim, E = kQ R2 ar = 9× 109(0.1× 10−3)¡√ 89 ¢2 (−0.636, 0.742,−0.212) = (−6. 43ax + 7. 5ay − 2. 14az) kV/m E2.3) Uma carga pontual Q1 = 2µC localiza-se, no vácuo, em P1(−3, 7,−4), enquanto que a carga Q2 = −5µC está em P2(2, 4,−1). Com relação ao ponto (12, 15, 18), determine: (a) E; (b) kEk; (c) aE . Solução (a) O campo no ponto P3(12, 15, 18) é dado pela soma vetorial dos campos gerados pelas cargas Q1 e Q2. Assim: 1) Campo gerado pela carga Q1 - A distância entre o ponto P1 e o ponto P3 vale d13 = p (12 + 3)2 + (15− 7)2 + (18 + 4)2 = √ 773 - Vetor unitário de P1 a P3 = a13 = R13 kR13k = R3 −R1 kR3 −R1k = (12, 15, 18)− (−3, 7,−4)√ 773 = 0.540ax + 0.288ay + 0.791az - O campo elétrico vale E13 = kQ1 R213 a13 = (9× 109)(2× 10−6)¡√ 773 ¢2 (0.540ax + 0.288ay + 0.791az) = (12. 6ax + 6. 71ay + 18. 4az) V/m 2) Campo gerado pela carga Q2 - A distância entre o ponto P2 e o ponto P3 vale d13 = p (12− 2)2 + (15− 4)2 + (18 + 1)2 = √ 582 - Vetor unitário de P2 a P3 = a23 = R23 kR23k = R3 −R2 kR3 −R2k = (12, 15, 18)− (2, 4,−1)√ 582 = 0.415ax + 0.456ay + 0.788az - O campo elétrico vale E23 = kQ1 R213 a13 = (9× 109)(−5× 10−6)¡√ 582 ¢2 (0.415ax + 0.456ay + 0.788az) . = (−32. 1ax − 35. 3ay − 60. 9az) V/m O campo total vale E = E13+E12 = (12. 6ax + 6. 71ay + 18. 4az) + (−32. 1ax − 35. 3ay − 60. 9az) = (−19. 5ax − 28. 6ay − 42. 5az) V/m b)kEk = k(−19.5,−28.6,−42.5)k = 54. 8 c) aE = EkEk = (−19.5,−28.6,−42.5) 54,8 = −0.361ax − 0.530ay − 0.787az E2.4) Calcule os seguintes somatórios: (a) 5X n=0 n n3 + 1 ; (b) 6X m=1 (−1)m+1 m √ m+ 1 Solução (a) 5X n=0 n n3 + 1 = 0 + 1 13 + 1 + 2 23 + 1 + 3 33 + 1 + 4 43 + 1 + 5 53 + 1 = 50815460 = 0.931 (b) 6X m=1 (−1)m+1 m √ m+ 1 = 12 √ 2− 16 √ 3− 120 √ 5 + 130 √ 6− 142 √ 7 + 16 = 0.492 E2.5) Encontre a carga total em cada um dos volumes especificados: (a) ρ = 10ze−0.1x sinπy;− 1 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 1, 3 ≤ z ≤ 3.6; (b) ρv = 4xyz; 0 ≤ z ≤ 2, 0 ≤ φ ≤ π/2, 0 ≤ z ≤ 3; (c) ρv = 3π sin θ cos2 φ 2r2 [r2 + 1] ; em todo o espaço. Solução (a) A densidade de carga é descrita em coordendas cartesianas. Assim Q = Z V ρ(x, y, z)dxdydz = ZZZ 10ze−0.1x sinπydxdydz = 50 π z2e−0.1x cosπy. Aplicando os limites em x, y e z nesta ordem, tem-se 50 π z2e−0.1x cosπy ¯¯x=2 x=−1 = − 14. 3 π z2 cosπy ¯¯y=1 y=0 = 28. 6 π z2 ¯¯z=3.6 z=3 = 36. 1 (b) Como o intervalo é dado em coordenadas cilíndricas, deve-se converter a densidade de cargas para o mesmo sistema. Assim, ρv = 4 (ρ cosφ) (ρ sinφ) z = 2zρ2 sin 2φ. Assim Q = Z V ρ(ρ, φ, z)ρdρdφdz = ZZZ 2zρ2 sin (2φ) ρdρdφdz = −1 8 z2ρ4 cos 2φ. Aplicando os limites em ρ, φ e z nesta ordem, tem-se −18z 2ρ4 cos 2φ ¯¯ρ=2 ρ=0 = −2z2 cos 2φ ¯¯φ=π/2 φ=0 = 4z2 ¯¯z=3 z=0 = 36. (c) Utilizando o sistema de coordendas esféricas (a densidade é dada neste sistema), tem-se Q = Z V ρv(ρ, θ, φ)r 2senθdrdφdθ = ZZZ 3π sin (θ) cos2 (φ) 2r2 (r2 + 1) r2 sin (θ) drdθdφ = ZZZ 3π sin2 (θ) cos2 (φ) 2(r2 + 1) drdθdφ Efetuando cada uma das integrais em separado por todo o espaço tem-se Integral em θ, com o intevalo de 0 ≤ θ ≤ πZ sin2 (θ) dθ = 1 2 θ − 1 4 π − 1 4 sin 2θ ¯¯¯¯θ=π θ=0 = 1 2 π Integral em φ, com o intevalo de 0 ≤ φ ≤ 2πZ cos2 (φ) dφ = 1 2 φ+ 1 4 sin 2φ ¯¯¯¯φ=2π φ=0 = π Integral em r, com o intevalo de 0 ≤ r ≤ ∞ Z 1 (r2 + 1) dr = arctan r − 1 2 π ¯¯¯¯r=∞ r=0 = 1 2 π Assim, ZZZ 3π sin2 (θ) cos2 (φ) 2(r2 + 1) drdθdφ = 3π2 ¡R sin2 (θ) dθ ¢ ¡R cos2 (φ) dφ ¢µR 1 (r2 + 1) dr ¶ = 3π 2 ¡ 1 2π ¢ (π) ¡ 1 2π ¢ = 36. 5 E2.6) Uma linha infinita, carregada com densidade linear ρL = 25nC/m, está situada, no vácuo, sobre a reta x = −3, z = 4. Determine E em componentes cartesianas: (a) na origem; (b) no ponto P1(2, 15, 3); (c) no ponto P2(ρ = 4, φ = 60 ◦, z = 2). Solução (a) Estando a linha infinita de cargas centrada no eixo z, o campo elétrico gerado é dado por E = ρL 2πε0ρ aρ, se expresso em coordendas cilíndricas. Expressando o campo em coordendas cartesianas, tem-se 1) Transformando o módulo do campo: ρ = p x2 + y2 ⇒ ρL 2πε0ρ = ρL 2πε0 p x2 + y2 2) Transformando o vetor unitário (vide tabela no livro): aρ = cosφax + sinφay = x√ x2+y2 ax + y√ x2+y2 ay. Assim, o campo elétrico descrito em coordenadas cartesiandas é dado por E = ρL 2πε0ρ aρ = ρL 2πε0 p x2 + y2 à xp x2 + y2 ax + yp x2 + y2 ay ! = ρL 2πε0 (x2 + y2) (xax + yay.) V/m Pela expressão acima, nota-se que o campo elétrico não dependa da coordenda ao longo do eixo z, somente da distâncias ao longo dos eixos x e y. Agora, translada-se a linha infinita de cargas do eixo z para o eixo y˙. Deste modo o campo fica constante ao longo do eixo y e varia ao longo dos eixos x e z. Trocando então o valor de y pelo valor de z na expressão acima, tem-se E = ρL 2πε0 (x2 + z2) (xax + zaz) V/m O campo elétrico obtido acima é obtido para uma linha de carga no eixo y centrada no eixo do sistema coordenad o (x = 0, z = 0). Transladando a linha para o ponto x = −3 e z = 4, tem-se E = ρL 2πε0 h (x+ 3)2 + (z − 4)2 i ((x+ 3)ax + (z − 4)az) V/m Assim, na origem, o campo assume a forma (x = 0, y = 0, z = 0) E = 25× 10−9 2π (8.854× 10−12) ³ (0 + 3)2 + (0− 4)2 ´ ((0 + 3) ax + (0− 4) az) = 53. 9ax − 71. 9az V/m (b) Para o ponto P1(2, 15, 3) = P1(x = 2, y = 15, z = 3) E = 25× 10−9 2π (8.854× 10−12) ³ (2 + 3) 2 + (3− 4)2 ´ ((2 + 3) ax + (3− 4) az) = 86. 4ax − 17. 3az V/m (c) Transformando as coordendas cilíndricasem coordendas cartesianas, tem-se x = ρ cosφ = 4 cos 60 ◦ = 2.0 y = ρ sinφ = 4 sin 60 ◦ = 3. 46 z = z = 2 Assim, o campo é dado por E = 25× 10−9 2π (8.854× 10−12) ³ (2 + 3)2 + (2− 4)2 ´ ((2 + 3)ax + (2− 4)az) = 77. 5ax − 31. 0az V/m E2.7) Três superfícies planas infinitas e carregadas localizam-se, no vácuo, da seguinte maneira: 2µC/m2 em x = −3, −5µC/m2 em x = 1 e 4µC/m2 em x = 5. Determine o campo E nos pontos (a) (0, 0, 0); (b) (2.5,−1.6, 4.7); (c) (8,−2,−5); (d) (−3.1, 0, 3.1). Solução Cada superfície plana gera um campo elétrico de valor constante ρS 2ε0 , com direção perpendicular à superfície e sentido dado pelo sinal da carga: se positiva, o campo é divergente ("saindo" do plano); se negativa, o campo é convergente("entrando" no plano). Para os três itens da questão, os planos estão localizados no plano formado pelos eixos y e z. Deste modo, o campo gerado pelos planos contém somente a componente ax. O sentido de ax dependerá da posição do plano no eixo x e da posição no mesmo eixo do ponto onde se quer calcular o campo elétrico. Assim, temos as seguintes regras: (1) Se o plano tem uma carga positiva, o campo é divergente. Logo, pontos a esquerda do plano terão componente ax negativa (−ax) e pontos a direita terão componente de ax positiva (+ax). (2) Se o plano tem uma carga negativa, o campo é convergente. Logo, pontos a esquerda do plano terão componente ax positiva (+ax) e pontos a direita terão componente de ax negativa (−ax). (3) 0 módulo do campo é constante, independente da distância. Assim, o módulo do campo gerado para as distribuições de carga ρS1 = 2µC/m2, ρS2 = −5µC/m2 eρS3 = 4µC/m2 vale, respectivamente. kE1k = ρS1 2ε0 = 2× 10−6 2 (8.854× 10−12) = 1. 13× 10 5 V/m kE2k = ρS2 2ε0 = 5× 10−6 2 (8.854× 10−12) = 2. 82× 10 5 V/m kE3k = ρS3 2ε0 = 4× 10−6 2 (8.854× 10−12) = 2. 26× 10 5 V/m Assim, tem-se: (a) Em (0, 0, 0) a contribuição de ρS1 é positiva ( carga positiva com o ponto a direita do plano). A contribuição de ρS2 é negativa pois a carga é negativa e o plano está à esquerda do plano. A contribuição de ρS3 é negativa pois a carga é positiva e o plano está à direita do plano. Assim, ER = E1 + E2 − E3 =¡ 1. 13× 105 + 2. 82× 105 − 2. 26× 105¢ax = 1. 69× 105ax (b) Utilizando o mesmo raciocíno, tem-se ER = E1 −E2 −E3 = ¡ 1. 13× 105 − 2. 82× 105 − 2. 26× 105¢ax = −3. 95× 105ax (c) ER = E1 −E2 +E3 = ¡ 1. 13× 105 − 2. 82× 105 + 2. 26× 105¢ax = 5. 7× 104ax (d) ER = −E1 +E2 −E3 = ¡ −1. 13× 105 + 2. 82× 105 − 2. 26× 105¢ax = −5. 7× 104ax E2.8) Determine a equação da linha de força que passa pelo ponto (1, 2, 3) no campo: (a) E = yax + xay; (b) E = (x+ y)ax + (x− y) ay Solução A equação da linha de força no plano deve satisfazer a equação Ex Ey = dy dx . Deste modo, tem-se (a) dy dx = x y ⇒ ydy = xdx⇒ R ydy = R xdx⇒ y2 = x2 + C ⇒ y2 − x2 = C. Para o ponto (1, 2, 3), detemina-se C por (2)2 − (1)2 = C ⇒ C = 3. Logo a equação da curva será y2 − x2 = 3. (b) dy dx = (x− y) (x+ y) ⇒ (x+ y)dy = (x− y)dx⇒ xy + y 2 2 = x2 2 − xy + C. Para o ponto (1, 2, 3), o valor de C será 1 (2) + (2)2 2 = (1)2 2 − 1(2) + C ⇒ C = 7. Assim, tem-se a curva y2 + 2xy − x2 = 7 representativa das linhas de força
Compartilhar