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Contratos trabalho final Debora

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CAMPUS GOVERNADOR VALADARES/MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRATOS 
DÉBORA JULIANE DAMASCENO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOVERNADOR VALADARES/MG
Julho de 2017
 INTRODUÇÃO 
Como é de se imaginar, as relações interpessoais são tão antigas quanto o surgimento da vida em sociedade. No que diz respeito à natureza dessas relações, em grande parte, se tratavam de trocas potencialmente econômicas, contudo, não necessariamente monetizadas. Destarte, foi visando formalizar de modo a regular e garantir o adimplemento dessas relações que surgiram os contratos. Posteriormente, foram elaboradas diferentes cearas, cada qual com seu objeto, e para cada uma delas designado uma diferente espécie contratual. Contudo, algo lhes era comum à sua função.
 ORDEM PÚBLICA E FUNÇÃO SOCIAL: UMA BREVE DISTINÇÃO
Conforme disposto no artigo 401 e o parágrafo único do artigo 2035, os contratos, mais do que expressão de algum acordo entre partes, são um instrumento de controle ou limitação dos atos, uma vez que esses respondem por sua função social. Esta por sua vez seria dificilmente explicada por seus contingentes, sendo melhor entendida se vista no contexto em que se insere: o de ordem pública. 
Orlando Gomes, em uma de suas breves formulações sobre ordem pública, diz que esta é o meio pelo qual é resguardado o respeito pelos “ princípios gerais do ordenamento”, “os interesses básicos da estrutura econômica” e interesses fundamentais da sociedade relativos à sua ordem econômica e política. ”. Há, antes de seguir em frente, uma distinção que se faz necessária, pois é comum que se confunda aqui ordem pública com interesse público, confusão essa extremamente danosa. [1: HADDAD, Luís Gustavo. Função Social do contrato: um ensaio sobre seus usos e sentidos. São Paulo: Saraiva, 2013. (p.37)][2: HADDAD, Luís Gustavo. Função Social do contrato: um ensaio sobre seus usos e sentidos. São Paulo: Saraiva, 2013. (p.37)][3: HADDAD, Luís Gustavo. Função Social do contrato: um ensaio sobre seus usos e sentidos. São Paulo: Saraiva, 2013. (p.37)]
Para melhor entender os conceitos supracitados tomaremos por base a obra “Função Social do contrato um ensaio sobre seus usos e sentidos”, de Luís Gustavo Haddad. Dentre as ideias do autor que podem nos auxiliar, se destaca a ideia do interesse público não se confunde com a da ordem pública, uma vez que o primeiro diz respeito às relações entre particulares e Estado e a ordem pública é questão que incide nas relações entre os particulares.
Partindo do conceito formulado sobre ordem pública, poderíamos inferir que a função social do contrato, por sua vez, é complemento dessa. Pois, de acordo com a visão de Salomão Filho, a função social pode ser compreendida como tendo por finalidade “disciplinar os efeitos sociais das relações contratuais, assim entendidos os interesses de terceiros, dignos de tutela, que podem ser atingidos pela celebração. ”. [4: HADDAD, Luís Gustavo. Função Social do contrato: um ensaio sobre seus usos e sentidos. São Paulo: Saraiva, 2013. (p.35)]
Ante o exposto, nota-se que a ordem pública e a função social de fato estão alinhadas, sendo possível afirmar que a função social do contrato está no ordenamento como instrumento garantidor da ordem pública. Seja pela produção de efeitos desejados na sociedade quanto por interferirem de algum modo na liberdade de contratar das partes, as quais devem se submeter a estes princípios. Obedecendo assim às questões de natureza social, moral e bons costumes. 
Por ora, atentaremos a essa distinção na tentativa de compreensão da função social do contrato.
ANÁLISE DE DECISÃO DE JURISPRUDÊNCIA 
O processo de Apelação Cível de número 1.0692.12.000463-9/001, julgado pela 15ª Câmera Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em 2015, trata de uma apelação cominatória de cláusula que limita o fornecimento de prótese em um contrato de plano de saúde. 
No caso em questão, a apelante é a seguradora Unimed Belo Horizonte Cooperativa de Trabalho Médico LTDA, que interpôs recurso de apelação contra a sentença de Ação Cominatória com Pedido Liminar de Tutela Antecipada. Isso ocorreu pelo fato da apelante entender que não deveria ter sido compelida a realizar o tratamento de Edyr Ferraz de Souza nos moldes da sentença, uma vez que não era previsto no contrato e sua condenação causou um desequilíbrio contratual.
No mérito, a seguradora afirma que a apelada tinha conhecimento da cláusula de não cobertura de próteses, por isso, não haveria abusividade por sua prática, visto que há lei que prevê tal conduta. A seguradora ainda sustenta que a discussão em questão é contratual e não sobre a necessidade do tratamento.
 Contudo, negou-se o provimento do recurso tendo por fundamento que, embora no acordo a cláusula restritiva do tratamento esteja expressa, o contrato firmado entre as partes não dá ao consumidor a oportunidade de poder alterar seus termos. Dessa forma, resta ao contratante apenas a sujeição a esse. Não havendo provas de que durante a contratação a seguradora havia informado sobre tal cláusula, não há que discutir se a contratante tinha essas informações, visto que o “dever de informar não se limita exclusivamente a entregar o contrato, mas o de explicá-lo a quem por lei é considerado vulnerável. ”.[5: BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível n: 1.0692.12.000463-9/001. Apelante: Unimed Belo Horizonte Cooperativa de Trabalho Médico LTDA Apelado: Edyr Ferraz de Souza. Relator: Antônio Bispo. 29 de fevereiro de 2016.p. 06)]
Outro ponto a ser destacado na fundamentação é de que a apelante está lidando com serviço essencial, direito fundamental, conforme preceitua a Constituição. Por isso, a seguradora não pode se negar a prestar um serviço que está disponível aos seus usuários simplesmente por entender que este é inviável ao negócio.
A tendência atual do Direito, acompanhada pelo nosso Código Civil e pelo Código de Defesa do Consumidor, é de considerar os contratos num contexto, prezando por sua função social, zelando para que não desrespeitem preceitos de ordem pública, para que não contenham em seu texto cláusulas abusivas e para que mantenham o efetivo equilíbrio entre as partes, não sendo fonte de vantagem excessiva ou enriquecimento ilícito de um dos contratantes à custa do outro. (p.05)[6: BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível n: 1.0692.12.000463-9/001. Apelante: Unimed Belo Horizonte Cooperativa de Trabalho Médico LTDA Apelado: Edyr Ferraz de Souza. Relator: Antônio Bispo. 29 de fevereiro de 2016.p. 05)]
CONCLUSÃO 
Tendo em vista o julgado apresentado anteriormente, podemos inferir que tanto a ordem pública como a função social são meios de fundamentação e limitação da liberdade contratual, que revogam as cláusulas abusivas para resguardar os direitos tutelados pela constituição. 
Sendo assim, entende-se que a função social é um suplemento da ordem pública e, na prática ambos institutos buscam evitar a violação de direitos e enriquecimento ilícito por meio da limitação da liberdade contratual. Contudo, a distinção entre estes princípios se dá na aplicação e no plano normativo a que se referem. A ordem pública atua nos requisitos de validade e seu descumprimento acarreta a nulidade da cláusula ou do contrato. Já a função social, se observa nos elementos de eficácia da lei (cláusula considerada abusiva), observando os fins econômicos e sociais do contrato. Nos casos em que ocorrem a não observância desse princípio, cabe a suspensão dos efeitos sociais da cláusula ou do contrato.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível n: 1.0692.12.000463-9/001. Apelante: Unimed Belo Horizonte Cooperativa de Trabalho Médico LTDA Apelado: Edyr Ferraz de Souza. Relator: Antônio Bispo. 29 de fevereiro de 2016.
HADDAD, Luís Gustavo. Função Social do contrato: um ensaio sobre seus usos e sentidos. São Paulo: Saraiva, 2013.

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