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Aula 4 Da Política Nacional Princípios [Modo de Compatibilidade]

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Da Política Nacional de 
Relação de Consumo
Arts. 4º e 5º CDC
Direito do Consumidor
Profa. Ms. Daniela dos Santos
2
DIREITO DO CONSUMIDOR
PRINCÍPIOS
“[...] os princípios seriam como pilares de um
edifício, os quais servem como bases de
qualquer sistema, atuando, neste mister,
como diretrizes orientadoras para a
consecução dos objetivos maiores deste
mesmo sistema.” (BONATO e MORAES)
3
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
APLICÁVEIS AO DIREITO DO 
CONSUMIDOR
4
1) Princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana
➢ Art. 1º, III da CF/88 – uma das chaves de
interpretação de todo o ordenamento jurídico
vigente.
➢ Art. 170, caput da CF/88 – princípio a ser
observado pela ordem econômica.
➢ Sua consagração se dá com o
RECONHECIMENTO de que a ordem jurídica
existe para a pessoa humana, para sua defesa
e desenvolvimento.
5
➢ Segundo Sarlet: “Assim sendo, temos por
dignidade da pessoa humana a qualidade
intrínseca e distintiva de cada ser humano que o
faz merecedor do mesmo respeito e
consideração por parte do Estado e da
comunidade, implicando, neste sentido, um
complexo de direitos e deveres fundamentais
que assegurem à pessoa tanto contra todo e
qualquer ato de cunho degradante e desumano,
como venham a lhe garantir as condições
existenciais mínimas para uma vida saudável,
além de propiciar e promover sua participação
ativa e co-responsável nos destinos da própria
existência e da vida em comunhão com os
demais seres humanos.”
6
➢ Esse princípio estabelece um grau de
proteção e autonomia da pessoa humana
frente ao Estado e às demais pessoas
humanas ou pessoas jurídicas públicas
ou privadas, além de impor a satisfação
de condições mínimas de existência
(liberdade, trabalho, moradia, educação,
saúde) capazes de tornar capaz ao ser
humano realmente viver e não só
sobreviver.
7
2) Princípio da Igualdade (não-
discriminação)
➢ Previsto, de forma geral, no preâmbulo
da CF/88.
➢ Art. 3º, IV da CF/88.
➢ Art. 5º, caput da CF/88.
➢ Baliza de forma singular o Estado
Democrático de Direito e expressa uma
aspiração do ser humano, qual seja, a de ser
tratado com igualdade.
8
3) Princípio da Autonomia Privada 
(liberdade)
➢ Apresenta-se como princípio geral
fundamental na compreensão do Direito do
Consumidor.
➢ A autonomia privada consiste no poder
conferido aos privados para regularem as suas
relações jurídicas.
➢Tendo como pressuposto a liberdade, a
autonomia privada tem como sua expressão a
livre iniciativa, prevista como valor social – Art.
1º, IV e Art. 170, caput, ambos da CF/88.
9
➢ Importante ressaltar que autonomia
privada é diferente de autonomia
contratual.
➢ No campo do Direito do Consumidor,
existem fortes restrições à autonomia
privada, tendo em vista a flagrante
diferença de poder (econômico, social,
técnico e jurídico) entre fornecedores e
consumidores. Sendo assim, a plena
liberdade contratual estabeleceria uma
sujeição intolerável dos interesses de
um dos sujeitos frente ao outro.
10
4) Princípio da Justiça Contratual
➢ Previsto, de forma geral, no preâmbulo da
CF/88; Art. 3º, I da CF/88; Art. 170, caput da
CF/88.
➢ No âmbito contratual, o princípio da justiça se
expressa através da justiça contratual, que têm
íntima ligação com o princípio da igualdade.
➢ A justiça se apresenta como preocupação de
garantir às partes a igualdade no processo de
contratação, bem como assegurar o equilíbrio
entre benefícios e encargos para as partes
contratantes, com uma distribuição equivalente
dos ônus, riscos, benefícios e vantagens.
11
5) Princípio da Função Social do 
Contrato
➢ Só merece ser tutelado o contrato que guardar
a sua função social.
➢ Delgado afirma que a função social do
contrato se concretiza, diante do comportamento
contratual das partes, quando são observados os
valores e princípios fundamentais como a
solidariedade social, justica social, livre iniciativa,
dignidade humana e respeito aos valores
ambientais, sendo uma clausula geral que faculta
ao juiz varias possibilidades de correção da
atuação contratual, observado o equilibrio entre
os contratantes.
12
Entre estas possibilidades cita: reduzir o
percentual de juros estipulados na
relação contratual; declarar a inexistência
do contrato por falta de objeto; decretar a
nulidade contratual por fraude a lei
imperativa; convalidar o negócio
anulável; reduzir a prestação de uma das
partes quando, pela alteração da
situação econômica, estiver exagerada
ou desproporcional e determinar a
resolução do contrato por excessiva
onerosidade.
13
� Este princípio complementa o princípio
da boa-fe objetiva, embora cada um tenha
determinado papel a desempenhar.
�Ambos sao padroes eticos para o
direito, pontes entre o direito e a etica,
demonstrado o carater relativamente
aberto ao sistema juridico, alem da co-
implicacao entre sistema e realidade
social em sua diferenca-indivisibilidade.
14
6) Princípio da Boa-Fé Objetiva
� Um dos mais importantes principios do Direito
do Consumidor.
�Relacao contratual – as partes devem agir com
lealdade, confianca, transparencia e cooperacao.
� Norma de conduta que esta presente nas
relacoes de direito e que determina que as partes
tenham em suas relacoes respeito, lealdade,
cooperacao com a outra parte do vinculo
obrigacional ou do mero contato social, o que
acarreta o aumento de direitos e deveres de
ambas as partes que se acham em relacao.
15
7) Princípio da Razoabilidade
� A ideia de razoabilidade carrega a nocao de
limites alem dos quais se torna insustentavel,
irracional, imoderada, ilegitima a adocao de
uma determinada medida, tendo em vista os
valores vigentes em uma determinada
sociedade, que tornem a medida inaceitavel.
� Esse principio sustenta a impossibilidade de
absurdos, de atitudes abusivas, que nao
guardem um minimo de racionalidade aceitavel
segundo os padroes de uma determinada
comunidade social e juridica.
16
8) Princípio da Proporcionalidade
� A proporcionalidade se apresenta como
criterio inerente para a solucao dos casos
conflituosos em nivel de principios e direitos
fundamentais.
� Deve-se observar a presenca de tres
elementos parciais: a adequacao, a
necessidade e a proporcionalidade em sentido
estrito.
�Adequacao: significa averiguar se os meios
utlizados para atingir determinada finalidade
apresentam as condicoes necessarias para
tanto.
17
�Necessidade: deve-se verificar se a medida
escolhida para atingir a finalidade se apresenta
como indispensavel, ou seja, se nao existe uma
medida igualmente efetiva e que cause menores
danos ou restricoes ao direito.
�Proporcionalidade em sentido estrito: a
ponderacao se as vantagens obtidas com a
limitacao ou restricao do principio ou direito
serao superiores as desvantagens, levando em
consideracao os interesses que estao em jogo,
havendo razoabilidade e justica em que um dos
bens ou interesses preceda ao outro.
18
9) Princípio da Substituicao Automatica 
das Clausulas Contratuais
� Principio geral aplicavel nao somente ao
Direito do Consumidor, mas tambem em
outros ramos do Direito onde normas de
ordem publica e interesse social tem
eficacia imediata, principalmente em
contratos de trato sucessivo, substituindo
as clausulas contratuais que lhes sejam
contrarias.
19
PRINCÍPIOS DO CODIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção
de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes
princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade doconsumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,
segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade
e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de
conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de
consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações
industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos
aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
21
�1) Princípios da Vulnerabilidade e da
Protecao – Art. 4°, I do CDC
� Existe grande discussao sobre a propria
definicao do que seja vulnerabilidade,
entendendo alguns que esta nocao e de
direito material, alcancando todos os
consumidores sem excecao, enquanto a
nocao de hipossuficiencia seria uma nocao de
direito processual, que demonstraria a
fraqueza processual de certos consumidores,
o que possibilitaria determinadas medidas de
protecao contratual.
22
� Seguem alguns posicionamentos de
Benjamim:
“O consumidor é, reconhecidamente, um
ser vulneravel no mercado de consumo
(art. 4°, I). So que, entre todos que sao
vulneraveis, ha outros cuja vulnerabilidade
e superior a media. Sao os consumidores
ignorantes e de pouco conhecimento, de
idade pequena ou avancada, de saude
fragil, bem como aqueles cuja posicao
social nao lhes permite avaliar com
adequacao o produto ou servico que estao
adquirindo.”
23
“A vulnerabilidade e um traco universal de
todos os consumidores, ricos ou pobres,
educados ou ignorantes, credulos ou
espertos. Ja a hipossuficiencia e marca
pessoal, limitada a alguns – ate mesmo a
uma coletividade – mas nunca a todos os
consumidores.”
“A vulnerabilidade do consumidor justifica a
existencia do Codigo. A hipossuficiencia,
por seu turno, legitima alguns tratamentos
diferenciados no interior do proprio Codigo,
como, exemplo, a previsao de inversao do
onus da prova (art. 6°, VIII).”
� É justamente a vulnerabilidade presente nos
consumidores que justifica a existência do
Código de Defesa do Consumidor.
� Nesse sentido se pronunciou o STJ: O Código de
Defesa do Consumidor veio amparar a parte mais
fraca nas relações jurídicas. Nenhuma decisão judicial
pode amparar o enriquecimento sem justa causa.
Toda decisão há de ser justa (STJ, REsp 90366/MG,
DJ 02/06/1997, Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro).
� Segundo Cláudia Lima Marques, para efeitos de
definição do conceito de consumidor, deve-se
levar em consideração o art. 4º que o reconhece
como o “vulnerável” numa relação contratual,
uma vez somente esses que merecem receber a
tutela especial do CDC.
� A autora aponta quatro tipos de vulnerabilidade:
a técnica, a jurídica, informacional e a fática.
25
2) Princípio do Dever Governamental, Art. 4°, II.
� No mercado, o consumidor esta exposto a
varias praticas abusivas, que passam pela
publicidade, oferta, as chamadas praticas
abusivas, as clausulas abusivas, as varias
obrigacoes impostas nos contratos de adesao e
nas condicoes gerais dos contratos.
� Para a repressao eficiente dos abusos estão
previstas normativas que passam tanto pela
protecao administrativa, legislativa e judicial,
englobando as areas de medidas de policia
administrativa, de punicao penal e
responsabilidade civil, inclusive com a
possibilidade de ingresso de acoes individuais e
coletivas para a repressao desses abusos.
� Assim, compete ao Estado proteger efetivamente o
consumidor, intervindo no mercado para evitar
distorções e desequilíbrios, zelando pela garantia dos
produtos e serviços com padrões adequados de
qualidade e segurança, bem como de durabilidade e
desempenho.
� STJ: A intervenção do Estado na atividade econômica
encontra autorização constitucional quando tem por
finalidade proteger o consumidor (STJ, MS 4138/DF,
DJ 21/10/1996, Rel. Min. José Delgado).
� O Decreto 7.963/2013, que instituiu o Plano Nacional
de Consumo e Cidadania, previu como diretriz desse
plano a “garantia de produtos e serviços com padrões
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
desempenho”; (art. 2º, IV) e o “fortalecimento da
participação social na defesa dos consumidores” (art.
2º, V) e como objetivo “estimular a melhoria da
qualidade de produtos e serviços colocados no
mercado de consumo”(art. 3º, III).
27
3) Princípio da Harmonização dos 
interesses e da garantia de adequação, 
Art. 4°, III do CDC
�Tal principio pode ser concretizado a
partir do reconhecimento da unidade da
ordem juridica, bem como do fato de que
os principios nao sao exclusivos e
aplicados na dimensao do tudo ou nada,
mas sim na dimensao do peso, atuando
muitas vezes em conjunto com a
finalidade de dar o melhor cumprimento a
ordem juridica vigente.
�Deve-se buscar o maximo equilibrio nas
relacoes de consumo a fim de que os
interesses envolvidos nestas relacoes sejam
ao mesmo tempo protegidos, desde que
merecedores de tutela, nao podendo haver a
desconsideracao pelos interesses legitimos
envolvidos no processo.
�Dessa forma, objetiva-se compatibilizar a
necessidade de desenvolvimento econômico
e tecnológico com a defesa do consumidor.
�Novos produtos com tecnologias inovadoras
somente serão aceitos no mercado de
consumo se não apresentarem riscos à saúde
e à segurança dos consumidores, bem como
se mostrarem eficientes.
�Para tanto, Filomento, aponta três instrumentos que
devem ser utilizados para harmonização das
relações:
a) O marketing de defesa do consumidor:
consubstanciado pelas centenas de departamentos de
atendimento ao consumidor criados pelas próprias
empresas (SACs);
b) A convenção coletiva de consumo: são os pactos
entre entidades civis de consumidores e associação de
fornecedores, ou sindicatos, com intuito de regularem
sus relações;
c) As práticas de recall: convocação dos
consumidores para reparo de algum vício ou defeito
apresentado pelo produto ou serviço.
�O princípio da garantia de adequação, prescreve que
o fornecedor deverá ser responsável pela efetiva
adequação dos produtos e serviços, atendendo às
necessidades dos consumidores em segurança e
qualidade, bem como respeitando a saúde,
segurança, dignidade e interesses econômicos.
4) Princípio do Equilíbrio nas relações de 
Consumo -Art. 4°, III.
� O equilíbrio nas relações de consumo é um dos
valores fundamentais presentes no sistema de
proteção contratual.
� Assim, são vedadas obrigações iníquas (injustas,
contrárias à equidade), abusivas (que
desrespeitam valores da sociedade) ou que
ofendem o princípio da boa-fé objetiva (como a
falta de cooperação, de lealdade, quando frustra
a legítima confiança, criada no consumidor) e a
equidade (justiça no caso concreto).
� https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/9041705/
recurso-especial-resp-436853-df-2002-0056031-
0/inteiro-teor-14216104?ref=juris-tabs5. Princípio da educação e informação dos 
consumidores – Art. 4º, IV
� Esse princípio prevê que é dever de todos, informar e
educar o consumidor respeito de seus direitos e
deveres, para que possa atuar de maneira mais
consciente no mercado de consumo, acarretando,
consequentemente, uma sociedade mais justa e
equilibrada.
� Tal inciso coloca ao lado da educação a informação,
denotando a sua complementariedade, uma vez que
quanto maior for o grau de informação existente,
menor será o índice de conflitos nas relações de
consumo.
� Nesse sentido, o art. 6º, II, do CDC prevê como
direito básico do consumidor:
II - a educação e divulgação sobre o consumo
adequado dos produtos e serviços, asseguradas a
liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
� A educação deve ser encarada sob dois aspectos a
educação formal e a educação informal.
� Ainda, várias normas tem sido editadas visando
melhor informar o consumidor sobre seus direitos:
1. Lei 12.291/10 – tornou obrigatória a manutenção do
CDC nos estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviço;
2. Lei 12.741/12 – valores dos tributos incidentes no
preço do produto ou serviços nos documentos
fiscais ou equivalentes.
3. Lei 13.146/15 – Estatuto da pessoa com deficiência
– informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade,
tributos, bem como riscos que apresentem (Capítulo
II da lei).
4. Lei 13.111/15 – dispôs sobre a obrigatoriedade de os
empresários que comercializam veículos automotores
novos e usados prestarem informações ao consumidor,
inclusive pelas cláusulas contratuais, sobre: o valor dos
tributos incidentes; sobre a situação de regularidade:
furto; multas e taxas anuais; débitos de impostos;
alienações; e quaisquer restrições que impliquem na
circulação do veículo.
5. Lei 13.719/15 – direito de meia-entrada para eventos
culturais nas compras feitas pela internet, devido a Lei
12.933/13 prever o benefício de meia-entrada para
estudantes, pessoas portadoras de deficiência e jovens
de 15 a 29 anos comprovadamente carentes; também
que o fornecedor deverá disponibilizar 40% do total dos
ingressos disponíveis para cada evento.
6. Lei 13.175/15 – que dispôs sobre a oferta e s formas
de afixação de preços de produtos e serviços para o
consumidor, devendo nos produtos fracionados
informar, na etiqueta além do preço, as unidades
utilizadas como: capacidade, massa, volume, etc.
7. Já o Decreto 8.552/15 – dispôs sobre a comercialização de
alimentos para lactentes (com idade de até onze meses e vinte e
nove dias) e crianças de primeira infância (de doze meses a três
anos de idade), estes produtos passam a ter restrições em
publicidade, descontos e exposições especiais, o Decreto proíbe
que as embalagens contem fotos, textos ou desenhos que
induzam a aquisição e os usos destes produtos (leites artificiais,
mamadeiras, chupetas);
8. Lei 13.233/15 – prevê que as embalagens e rótulos dos
equipamentos e produtos de limpeza que impliquem o consumo de
água conterão advertência sobre a escassez, “Agua: pode faltar”
ou “não desperdice”;
9. Lei 13.236/15 impôs que as rotulagens de medicamentos para
evitar erro quando pediátricos devem ter características que
possibilitem a sua imediata distinção daqueles destinados ao
adulto, etc;
10. Lei 13.305/16 – normas básicas sobre alimentos, indicação na
rotulagem que contenham substâncias como por exemplo lactose;
11. Decreto 7.963/13 – que instituiu o Plano nacional de Consumo
e Cidadania, previu como diretriz desse plano a “educação para o
consumo”.
6. Princípio do incentivo ao autocontrole –
Art. 4º, V
� Esse princípio prevê que os fornecedores devem
manter o controle de qualidade não só de seus
produtos e serviços, mas também do atendimento do
consumidor.
� O autocontrole pode ocorrer de três formas distintas:
a) Com o controle de qualidade e segurança dos
produtos defeituosos no mercado de consumo,
atenuando os conflitos;
b) Recall, convocando os consumidores de bens
produzidos em série e que contenha defeitos de
fabricação e atentam contra a saúde e segurança
de seus usuários;
c) Criação pelas próprias empresas, departamentos ou
sistemas de atendimento o consumidor.
�Visando incentivar mecanismos alternativos
de solução de conflitos, foi criando pela
Secretaria Nacional do Consumidor
(Senacon/MJ) uma plataforma tecnológica
de informação, interação e compartilhamento
de dados chamada de Consumidor.gov.br
�A participação das empresas fornecedoras é
voluntária, mediante assinatura de termo o
qual se comprometem a conhecer, analisar e
investir todos os esforços disponíveis para a
solução dos conflitos com os consumidores.
� https://www.consumidor.gov.br/pages/princip
al/?1502992063153
7. Princípio da Coibição e Repressão de 
Abusos no Mercado – art. 4º, VI
� A Política nacional de consumo procura coibir e reprimir
as práticas abusivas, esse princípio visa possibilitar uma
concorrência leal e livre, protegendo assim a ordem
econômica prevista no art. 170 da CF.
� Nesse sentido, cabe destacar o papel do CADE
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão
criado pela Lei 4.137/62, e transformado em autarquia em
1994 pela Lei 8.884.
� Em 2011 a lei 12.529, revogou quase que a totalidade dos
artigos dos Lei 8.884/94. E estruturou o Sistema Brasileiro
de defesa da Concorrência – SBDC, que foi formado pelo
CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico
do Ministério da Fazenda.
� Ainda para a defesa da ordem econômica, úteis e válidos
são os dispositivos da Lei de propriedade Industrial (Lei
9.279/96).
8. Princípio da Racionalização e Melhoria 
dos Serviços Públicos – Art. 4º, VII
� Bem como a inciativa privada, os serviços ditos
públicos, quando atua como fornecedor,
principalmente pela prestação de serviços (transporte
público, água, energia elétrica, telefonia, etc.) deverá
respeitar a regra geral de proteção do consumidor.
� O serviço deve ser prestado com qualidade, presteza,
segurança, adequação, pontualidade, nesse sentido
o art. 6º, X, CDC considera como DIREITO BÁSICO
do consumidor “a adequada prestação dos serviços
públicos em geral”.
� Ainda o art. 22 do mesmo diploma estabelece a
obrigação dos órgãos público de prestar serviços de
forma adequada, eficiente, segura, fazendo uma
ressalva importante acerca dos serviços ditos como
essenciais, os quais deverão ser efetuados também
de forma contínua.
9. Princípio do Estudo das Modificações do 
Mercado – art. 4º, VIII
� Em razão da permanente evolução social e
tecnológicas, o estudo constante das modificações no
mercado de consumo evita que as normas instituídas
para regrar as relações de consumo se tornem
ultrapassadas e sem eficácia.
� Nesse sentido, podemos trazer tona as transações
realizadas pela internet, percebe-se hoje em dia
grande dificuldades e insegurança do consumidor na
realização de compras e pagamentos no mundo
virtual.
� Os estudos ajudarão a delimitar quais as
responsabilidades e deveres dos fornecedores que
desejam vender seus produtos ou serviços desse
modo, bem como delimitar a responsabilidade do
provedor responsável pela hospedagem da página.
�O Decreto 7.962/13, regulamentou
a contratação no comércio
eletrônico, inclusive a
inobservância das condutas
descritas no Decreto ensejará a
aplicação das sanções previstas
no art. 56 do CDC.
�http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/_ato2011-
2014/2013/decreto/d7962.htm
10. Princípio do Acesso à Justiça no CDC
� Esse princípio não está previsto no artigo 4º como os
demais, mas encontra-se espalhado por vários artigos do
CDC.
� Nesse sentido o art. 6º, VIII: a facilitação da defesa de
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,
a seu favor, no processo civil, quando, a critériodo juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências.
� O art. 83 estabelece: para a defesa dos direitos e
interesses protegidos por este código são admissíveis
todas as espécies de ações capazes de propiciar sua
adequada e efetiva tutela.
� O Título III do CDC ainda possibilita ao consumidor ser
tratado de forma coletiva, destacam-se assim as ações
coletivas que visam a tutela dos interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneo de origem comum (art.
81, p.u., I, II e III, CDC).
11. Princípios Internacionais de proteção 
do consumidor – Declaração de Sofia
�A International Law Association (ILA-
Londres), na 75ª Confer6encia realizada em
Sofia (Bulgária), em agosto de 2012, baixou
Resolução n. 04/2012, estabelecendo a
necessidade de proteção do consumidor no
Direito Internacional, bem como fixou
princípios básicos para a legislação e a
regulação de proteção do consumidor no
mundo.
�DECLARAÇÃO DE SOFIA.docx
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das
Relações de Consumo, contará o poder público
com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e
gratuita para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa
do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas
no atendimento de consumidores vítimas de
infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas
Causas e Varas Especializadas para a solução de
litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e
desenvolvimento das Associações de Defesa do
Consumidor.
Instrumentos de execução da Política 
Nacional das Relações de Consumo
� Esse artigo contém os instrumentos que o Poder
Público utilizará para promover a execução da
Política Nacional das Relações de Consumo.
� No caso de assistência judiciária gratuita para
consumidor carente, a qual é prestada por
Defensores Públicos ou advogados nomeados por
juízes, esse instrumento também encontra suporte
na CF/88, art. 5º, LXXIV.
� No que se refere a criação de promotorias,
delegacias, Juizado Especial Cível e varas, todos
especializados teve o legislador a intenção de
proporcionar ao consumidor instrumentos e
profissionais qualificados, visando o equilíbrio nas
relações de consumo.
� Ainda que não conste no artigo 5º, podemos incluir
as defensorias públicas, órgão fundamental na
defesa do consumidor.
45
Referenciais Bibliograficas
ALMEIDA, Joao Batista de. Manual de Direito do Consumidor. Sao Paulo:
Editora Saraiva, 2003.
BENJAMIN, Antonio Herman de Vasconcellos e. Codigo Brasileiro de
Defesa do Consumidor – Comentado pelos Autores de Anteprojeto. Rio
de Janeiro: Forense Universitaria, 2004.
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