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Aula 6 Responsabilidade Civil Fato e Vício

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P E L O F A T O O U P E L O V Í C I O
P R O F A . D A N I E L A D O S S A N T O S
RESPONSABILIDADE 
CIVIL DE CONSUMO
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO -
ACIDENTE DE CONSUMO-ARTS. 12 AO 17 CDC
• Este tipo de responsabilidade decorre da violação
de um dever de segurança.
• A responsabilização do fornecedor ocorre em razão
dos danos causados em razão de DEFEITO na
concepção ou fornecimento de produtos e serviços,
determinando seu dever de indenizar pela violação
geral de segurança inerente a sua atuação no
mercado de consumo.
CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO
• As normas de proteção do consumidor tem por finalidade o
suprimento, pelo direito, de toda e qualquer situação de
fato em que se reconheça o desequilíbrio entre
consumidores e fornecedores, na relação de consumo ou
fora dela.
• O artigo 17 do CDC equipara a consumidor todas as
vítimas de fato do produto ou do serviço (arts.12 a 14),
para efeitos da responsabilidade civil imputada ao
fornecedor.
CDC. Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-
se aos consumidores todas as vítimas do evento.
• A proteção indicada no CDC abarca tanto a esfera
de interesses patrimoniais quanto aos interesses
extrapatrimoniais (integridade física e moral).
• O artigo 8º do CDC prevê o dever de segurança, a
proteção integral dos interesses legítimos do
consumidor no mercado de consumo,
estabelecendo nítida eficácia do princípio da
proteção da confiança legítima (princípio da boa-
fé).
• O fornecedor responde por todos os riscos da
atividade de fornecimento de produtos e serviços,
mas apenas em relação aquelas nas quais resta
demonstrada a existência de um DEFEITO.
REQUISITOS
• São pressupostos da responsabilidade civil de consumo:
conduta, dano, nexo de causalidade e defeito.
• No caso de responsabilidade civil de consumo o CDC foi
claro em regrar a não necessidade de provar-se a culpa do
fornecedor, adotando a TEORIA OBJETIVA.
• Ao tempo que afasta a culpa acresce novo requisito para a
imputação da responsabilidade: O DEFEITO. Porém esse
caráter defeituoso do produto e serviço depende de
valoração, cuja tarefa será do juiz.
• Para a responsabilização do fornecedor bastará a
demonstração da realização da conduta própria de ter
colocado o produto no mercado ou de algum modo ter
participado da cadeia de fornecimento do produto
(fabricante, produtor, construtor, importador) e que ainda
este produto seja defeituoso (causador do dano), para que
estejam preenchidos os requisitos concernentes a
responsabilidade civil de consumo.
Conduta Dano Nexo de causalidade Defeito
CONDUTA
• A conduta que se reclama do fornecedor é sua participação na
colocação do produto ou serviço no mercado, em qualquer das
fases em que esta tenha se desenvolvido.
• Refere o artigo 12 CDC: O fabricante, o produtor, o
construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de culpa,
pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos
termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do
seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos
perecíveis.
• Dentre os diversos agentes econômicos mencionados
podemos distinguir três classes de responsáveis:
responsáveis reais, responsáveis presumidos e
responsáveis aparentes.
• Responsáveis reais: são os fornecedores que
efetivamente participaram do processo de
produção do produto, e nessa condição deram
causa ao defeito.
• Responsáveis presumidos: é importador que
coloca no mercado brasileiro produto estrangeiro
defeituoso.
• Responsáveis aparentes: os comerciantes, cuja
responsabilidade como prevê o art. 13 CDC é
subsidiária, com exceção do inciso III que será
responsabilidade por fato próprio: “não conservar
adequadamente os produtos perecíveis”.
• A conduta é a atuação do agente, se colocou ou não o produto
ou serviço no mercado de consumo, exigindo-se, para efeito de
responsabilização, que a resposta seja afirmativa.
• A regra é da responsabilidade objetiva, que independe provar a
culpa, basta a conduta, o dano, nexo de causalidade e o defeito.
• Porém o CDC traz uma exceção a regra:
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa.
• Nesse sentido, considerando a preponderância do elemento
humano e de especialidade técnica nesta prestação de serviço,
seria desproporcional a imputação da responsabilidade
independente da avaliação da culpa.
DEFEITO
• Elemento essencial para a imputação de responsabilidade civil
de consumo.
• Não há de se falar em imputação do dever de indenizar sem a
demonstração do defeito.
• Considera-se defeito a falha do dever de segurança que
legitimamente deles se esperam. (Art. 12, parágrafo 1º, I a III e
art. 14, parágrafo 1º, I a III, CDC).
• Basta a caracterização do defeito e a demonstração de sua
relação de causa e efeito com o dano sofrido para que disso se
origine a hipótese de responsabilidade civil de consumo
CDC
Art. 12.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a
segurança que dele legitimamente se espera, levando-
se em consideração as circunstâncias relevantes, entre
as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se
esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
CDC
Art. 14.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a
segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se
esperam;
III - a época em que foi fornecido.
DEFEITOS DE EXECUÇÃO, PRODUÇÃO 
OU FABRICAÇÃO
• São aqueles que se apresentam como falhas do dever de
segurança durante o processo de realização/prestação de
um determinado serviço, ou de produção ou fabricação de
um determinado produto.
• Não são identificados, a priori, falhas na concepção do
produto ou serviço, mas sim, quando no instante da
prestação do serviço ou da fabricação do produto; falhas
inerentes ao processo produtivo, decorrentes de erros de
pessoas envolvidas na atividade, ou das máquinas e
equipamentos empregados, determinam o defeito que atinge
a saúde ou a segurança do consumidor.
DEFEITOS DE INFORMAÇÃO OU 
COMERCIALIZAÇÃO
• Decorrentes da apresentação ou informações insuficientes
ou inadequadas sobre a sua fruição e riscos.
• A doutrina conceitua como defeito de caráter ou natureza
externa, uma vez que a falha não se apresenta no produto
ou serviço em si, mas no modo como este se apresenta.
• A falha do dever se dá na fase do oferecimento do produto
ou serviço ao consumidor.
• Portanto há DEFEITO de informação ou comercialização
quando, havendo o dever de informar, em vista da garantia
de segurança do consumidor, este não é cumprido.
• Constitui-se defeitos de informação ou comercialização:
a) ausência de instruções sobre a correta utilização de produtos e
serviços;
b) os riscos que estes apresentam;
c) eventuais restrições subjetivas (determinadas pessoas);
d) Eventuais restrições objetivas (qualidade ou circunstância)
estabelecendo o modo de uso ou mesmo seu impedimento.
• Além de que a informação deve ser EFICIENTE, não basta para
exonerar-se de responsabilidade o fornecedor, formalmente, informar o
consumidor, se o modo como tal informação se estabelece não é
razoavelmenteperceptível ou reconhecível por este.
• Portanto o dever de informar previsto no CDC é espécie de dever
qualificado.
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou
perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da
adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
NEXO DE CAUSALIDADE
• Pressuposto que vincula a ocorrência de um determinado dano
indenizável a uma dada conduta.
• Em matéria de responsabilidade civil de consumo e o nexo de
causalidade o papel do juiz é fundamental em dois momentos:
a) Na verificação da existência de um defeito, no qual o exame
judicial sobre a existência ou não do caráter defeituoso do
produto ou serviço para não precisar de uma valoração;
b) Na aptidão do defeito para a realização do dano, o que na
prática pode levar à conclusão pela existência de defeito, uma
vez que exista o dano.
• No direito brasileiro a doutrina expõe diversas
teorias, mas a mais adequada para a
responsabilidade civil de consumo é a teoria do
dano direto e imediato (causalidade necessária):
“A causa que servirá de critério para a
imputação da responsabilidade é aquela que, se
não existisse, não existiria o dano”.
• Em outros termos, só há responsabilidade civil
pelo acidente de consumo quando houver defeito,
e este for a causa dos danos sofridos pelo
consumidor.
• Segundo Miragem, a pergunta correta para a imputação do 
dever de indenizar ao fornecedor será:
Se não houvesse defeito, haveria dano???
• A resposta afirmativa, exonera o fornecedor de
responsabilidade; a resposta negativa, caracteriza os
elementos da responsabilidade civil pelo fato do produto e
do serviço.
• Por outro lado, um aspecto prático que não pode deixar de
ser considerado são as dificuldades muitas vezes presentes
na realização da prova do nexo de causalidade, nesse
sentido o próprio CDC estabelece a solidariedade dos
fornecedores (art.12), adotando a teoria da causalidade
alternativa, com a finalidade de melhor proteger o interesse
do consumidor-vítima do acidente de consumo.
DANOS MATERIAIS E MORAIS
• Danos materiais (patrimoniais): são os
prejuízos econômicos que decorrem de uma
determinada ofensa ao direito alheio.
• Reclama-se em geral que sejam certos e
determináveis, compondo-se tanto da parcela
de patrimônio diminuída quanto dos acréscimos
patrimoniais (lucros cessantes) que deixaram de
ser obtidos em razão do comportamento do
ofensor.
• Dano Moral: é a expressão que traduz, em regra, uma ofensa à
personalidade.
• Dentre os danos morais podemos distinguir entre os danos
corporais ou à saúde e os danos anímicos ou danos morais em
sentido estrito, aqueles que atingem a integridade psiquicofísica
da pessoa.
A pessoa jurídica sofre danos morais????
• A jurisprudência brasileira é consensual em admitir a
possibilidade da pessoa jurídica sofrer tais agravos.
• Súmula 227 STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
• A determinação do quantum indenizatório, por inexistência de
um parâmetro econômico, dependerá da convicção do julgador.
DANOS INDIVIDUAIS, COLETIVOS E 
DIFUSOS
• Os danos em Direito do Consumidor pode ser divididos em:
• Individuais: quando se tratar de danos sofridos individualmente
por determinado consumidor.
• Transindividuais: danos causados a um grupo todo de
consumidores, os quais subdividem-se em danos coletivos e
difusos.
Essa classificação deriva do que dispõe o artigo 81, parágrafo único
do CDC, que também define que interesses difusos são aqueles de
natureza indivisíveis, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato, já os coletivos
de natureza indivisíveis de que seja titular um grupo, categoria ou
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica base.
• Dada sua indivisibilidade, o modo de reparação destes
danos só pode se dar de modo coletivo, não se admitindo a
ação individual dos membros do grupo.
• Exemplos: danos causados por um fornecedor que em sua
atividade produtiva provoque danos ao meio ambiente, ou
ainda, propaganda enganosa ou abusiva.
• Já os danos transindividuais homogêneos (origem comum)
são antes de tudo individuais, portanto os consumidores-
vitimas podem optar pela ação coletiva ou individual.
• Exemplos: danos que decorram do mesmo defeito como é o
caso de embalagens de um mesmo medicamento que tenha
sido comercializado com substância ineficaz, ou vítimas de
um acidente aéreo, ou ainda os diversos consumidores de
uma mesma espécie de automóvel defeituoso.
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
Art. 12 § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será
responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
�Observa-se que as causas de exclusão da responsabilidade
representam a desconstituição do nexo de causalidade, ou seja, exclui-
se a responsabilidade pela demonstração cabal de ausência do nexo de
causalidade entre a conduta do fornecedor no mercado de consumo e o
dano eventualmente suportado pelo consumidor.
�Todavia o ônus da prova é do fornecedor e também são aptas a
exclusão da responsabilidade do fornecedor os hipóteses de caso
fortuito e força maior.
NÃO COLOCAÇÃO DO PRODUTO NO 
MERCADO
• Esta excludente surge da ausência de uma conduta que se
vincule a um dano eventualmente sofrido pelo consumidor
(ex. roubo de carga);
• O ônus da prova é do fornecedor, uma vez que identificando
um produto defeituoso PRESUME-SE que o fornecedor
tenha o colocado no mercado.
INEXITÊNCIA DE DEFEITO
• O defeito é pressuposto essencial ao dever de indenizar.
• A dilação probatória nessa excludente se dá através de
perícias técnicas altamente especializadas, sendo prova
extremamente custosa.
• Caberá ao fornecedor demostrar a inexistência do defeito
para efeitos de afastar a hipótese de responsabilização.
CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR 
OU DE TERCEIROS
• Nessa excludente é a conduta do próprio consumidor ou de
outro terceiro, que constitui a excludente.
• O ônus da prova é do fornecedor, uma vez que há imputação
objetiva de responsabilidade, cabendo a ele provar e existência
de uma excludente.
• O terceiro previsto no CDC é aquele que não participando da
cadeia de fornecimento (comerciante, distribuidor, varejista),
realiza conduta que dá causa ao evento danoso de modo
independente da conduta do fornecedor ou do defeito.
• O consumidor poderá demandar o terceiro com a ação
indenizatória correspondente.
• Alguma polêmica resta nos casos em que o fabricante tratava o
comerciante como terceiro, porém o STJ decidiu taxativamente:
“eventual configuração de culpa do comerciante que coloca à venda
produto comprazo de validade vencido não tem o condão de afastar o
direito de o consumidor propor ação de reparação pelos danos
resultantes da ingestão da mercadoria estragada em face do fabricante”.
Essa exclusão serve como proteção do consumidor-vítima, que por
vezes poderia ficar sem ser reparado pelos danos sofridos.
Exemplo: imagine-se um consumidor tenha demandado contra o
fabricante em razão de danos causados por bebida estragada. O
fabricante alega então que a bebida em questão foi estragada pela má
conservação do comerciante, hipótese que se admitindo o fato de
terceiro (do comerciante) nessa alegação a demanda seria julgada
improcedente. Em seguida, o consumidor, demandaria o comerciante,
que comprova que conservou o produto adequadamente. A
responsabilidade do comerciante, que nesse caso estaria restrita à
demonstração da má-conservação de produto perecível, em atendimento
ao artigo 13, III, acaba não se configurandoe a demanda novamente
seria improcedente. Assim o consumidor ficaria sem nenhuma
reparação, embora vítima de acidente de consumo.
CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR
• Esta causa não consta dentre as expressas no CDC, é o
Código Civil que traz tal regra em seu artigo 393: “o
devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso
fortuito ou força maior, se expressamente não se houver
por eles se responsabilizado”.
• E completa em seu parágrafo único: “o caso fortuito e a
força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não
era possível evitar ou impedir”.
SOLIDARIEDADE DA CADEIA DE 
FORNECIMENTO
Art. 7º. Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas
de consumo.
• Cabe aqui trazer a distinção que o CDC faz da responsabilidade pelo fato
do produto (art. 12) e a responsabilidade pelo fato do serviço (art. 14):
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes ....(não consta o comerciante).
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos ..... (todos os integrantes da cadeia de fornecimento). Ex. Agência
de viagens poderá responder por danos decorrentes da má prestação de
serviços por outras empresas contratadas por ela, outro exemplo a operadora
de serviços de assistência médica que responsabiliza os profissionais por ela
indicados.
• Trata-se de um sistema de imputação objetiva daqueles
membros ali mencionados (fabricante, construtor, produtor
e importador), em que o grande ausente será o
COMERCIANTE, a quem o legislador do CDC optou por
separá-lo do regime geral ao prever sua responsabilidade
subsidiária:
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos
do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu
fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
DIREITO DE REGRESSO
• Quem paga pelos demais coobrigados conforme a regra
da solidariedade, pode contra estes exigir sua quota-parte
no valor eventualmente desembolsado (art. 283 CC).
• Nesse sentido o parágrafo único do art. 13 do CDC:
“ Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado
poderá exercer o direito de regresso contra os demais
responsáveis, segundo sua participação na causação
do evento danoso.”
RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS 
LIBERAIS POR FATO DO SERVIÇO
•Exceção a regra, o legislador do CDC
optou pela responsabilidade subjetiva:
Art. 14. § 4° A responsabilidade
pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de
culpa.
PRAZO PRESCRICIONAL
Art. 27. Prescreve em cinco anos a
pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço
prevista na Seção II deste Capítulo,
iniciando-se a contagem do prazo a partir
do conhecimento do dano e de sua
autoria.
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO 
OU DO SERVIÇO – ARTS. 18 AO 27
• A responsabilidade pelo FATO do produto ou serviço
corresponde à consequência da violação de um dever
de SEGURANÇA que se imputa a todos os
fornecedores que se dispõe a introduzir no mercado
produtos e serviços.
• Já a responsabilidade por VÍCIO do produto ou serviço
decorre da violação de um dever de ADEQUAÇÃO.
“Adequação entendida como qualidade do produto e 
serviço de servir, ser útil aos fins que legitimamente se 
esperam”.
• São características dessa responsabilidade:
a) Regência do CDC para a espécie e qualidade dos vícios
do produto e do serviço;
b) Responsabilidade objetiva do fornecedor;
c) Solidariedade entre todos os fornecedores frente ao
consumidor;
d) Direito de escolha do consumidor em relação as
alternativas previstas em lei; e
e) Normas que disciplinam a matéria são de ordem pública,
insuscetíveis de derrogação por acordo das partes (arts.
24, 25 e 51, I, CDC), a não ser dentro dos limites que o
CDC autoriza (redução ou ampliação do prazo de 30 dias
para sanar o vício (art. 18) dentro do limite entre 7 e 180
dias – art. 18, parágrafo 2º do CDC)
DEFINIÇÕES
• A responsabilidade do fornecedor pelo vício do produto ou
serviço abrange o efeito decorrente da violação dos deveres de
QUALIDADE, QUANTIDADE ou INFORMAÇÃO.
• O vício de qualidade do produto e serviço decorre da ausência,
no objeto da relação de consumo, de propriedades ou
características que possibilitem a este atende aos fins
legitimamente esperados pelo consumidor. (art. 18 e 20 CDC).
• Porém pode o fornecedor desde que devidamente destacado
como tal, a possibilidade de venda de produtos com pequenos
vícios que não comprometam totalmente sua utilidade (pontas
de estoque, saldos). Nesses casos será exigido que existência
do vício seja adequadamente informada ao consumidor e seu
preço seja inferior ao preço da mesma mercadoria sem vício.
• O vício de quantidade diz respeito a uma falha do
fornecedor decorrente da disparidade entre a
quantidade apresentada, ofertada ou sugerida pela
publicidade, rotulagem ou apresentação do produto
ou serviço e aquela efetivamente contida ou
disponível aos consumidor.
• O vício de informação caracteriza-se como sendo o
originário do direito de informação do consumidor
que termina atingindo a finalidade legitimamente
esperada por um determinado produto e serviço.
(Ex.: aparelho elétrico voltagem, restrições de uso,
informações complementares, informações
relevantes, etc.)
SOLIDARIEDADE
• A regra é a solidariedade entre todos os membros da cadeia de
fornecimento, cabendo ao consumidor a escolha com relação a
qual fornecedor pretende dirigir sua pretensão indenizatória.
• Porém o CDC estabelece regras sobre a responsabilidade
perante ao consumidor em casos específicos do fornecedor
direto:
Art. 18. § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,
será responsável perante o consumidor o fornecedor
imediato, exceto quando identificado claramente seu
produtor.
Art. 19. § 2° O fornecedor imediato será responsável quando
fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não
estiver aferido segundo os padrões oficiais.
EFICÁCIA DA RESPONSABILIDADE POR 
VÍCIO DO PRODUTO
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao
consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim
como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
podendo o consumidor exigir a substituição das partes
viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos
vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo
líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
marca oumodelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
EFICÁCIA DA RESPONSABILIDADE POR 
VICIO DO SERVIÇO
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam
o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo
o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
PRAZO DECADENCIAL – GARANTIA LEGAL
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução dos serviços.
• Obstam a decadência:
1. A reclamação comprovadamente
formulada pelo consumidor perante o
fornecedor de produtos e serviços até a
resposta negativa correspondente, que deve
ser transmitida de forma inequívoca;
2. A instauração de inquérito civil, até seu
encerramento.
REFERÊNCIAS
• MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do
Consumidor. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013.

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