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Aula Dos Recursos (parte geral)

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DOS RECURSOS
ASPECTOS GERAIS
Examinamos o procedimento comum, até a sentença (processo de conhecimento), ou seja, enquanto o processo corre em primeiro grau de jurisdição com decisões de mérito e sentença com ou sem resolução de mérito. Com isso, no curso do processo o juiz pode proferir variadas decisões, de diferentes espécies. 
Art. 203 do CPC – Pronunciamentos do juiz.
Entretanto, é comum que, contra elas, os litigantes, o Ministério Público ou terceiros interessados possam se insurgir, manifestando o seu inconformismo.
O sistema jurídico processual permite, em regra, que as decisões judiciais sejam reapreciadas. Normalmente, isso é feito por um órgão diferente daquele que proferiu a decisão (embora haja exceções, como os embargos de declaração ou os embargos infringentes da Lei de Execução Fiscal)
Princípio do duplo grau de jurisdição: Uma leitura atenta do texto constitucional mostra que não há nenhum dispositivo que consagre, de maneira expressa, o duplo grau de jurisdição em todos os processos. 
O que se pode dizer, no entanto, é que a Constituição Federal, ao criar juízos e Tribunais, aos quais compete, entre outras coisas, julgar recursos contra decisões de primeiro grau, estabeleceu um sistema em que, normalmente, há o duplo grau, que serve para promover o controle dos atos judiciais quando houver inconformismo das partes, submetendo-os à apreciação de um órgão de superior instância, composto, em regra, por juízes mais experientes.
 Art. 92 da CF; 
Mas há inúmeros exemplos em que não há o duplo grau e que, nem por isso, padecem do vício de inconstitucionalidade. 
CONCEITO
Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão.
CARACTERÍSTICAS DOS RECURSOS
Apontamento das características e que distinguem de outros atos processuais. 
Interposição na mesma relação processual
Os recursos não têm natureza jurídica de ação, nem criam um novo processo. Eles são interpostos na mesma relação processual e têm o condão de prolongá-la. 
Essa característica pode servir para distingui-los de outros remédios, que têm natureza de ação e implicam a formação de um novo processo, como a ação rescisória, a reclamação, o mandado de segurança e o habeas corpus.
Aptidão para retardar ou impedir a preclusão ou a coisa julgada
Existindo recurso pendente, a decisão impugnada não se terá tornado definitiva. 
Preclusão: Quando se tratar de decisão interlocutória, não haverá preclusão.
Coisa julgada formal e material: quando se tratar de sentença, inexistirá a coisa julgada. 
As decisões judiciais não se tornam definitivas, enquanto houver a possibilidade de interposição de recurso, ou enquanto os recursos pendentes não tiverem sido examinados.
Produção de efeitos: A decisão impugnada não pode desde logo produzir efeitos, quando o recurso for dotado do efeito suspensivo, e nestes casos a interposição do recurso implicará suspensão da eficácia da decisão. Assim, quando for recebido o recurso no efeito devolutivo e suspensivo haverá suspensão da eficácia dos recursos. 
Importante: Não havendo recurso com efeito suspensivo, a decisão produzirá efeitos desde logo, mas eles não serão definitivos, porque ela ainda pode ser modificada. Permite inclusive a execução provisória.
Podem surgir, a propósito, questões delicadas, sobretudo quando houver interposição de agravo de instrumento, nas hipóteses do art. 1.015 do CPC. Como eles não têm, ao menos em regra, efeito suspensivo, o processo prosseguirá, embora a decisão agravada não tenha se tornado definitiva. 
Disso resultará importante questão: o que ocorrerá com os atos processuais posteriores à decisão agravada, se o agravo for provido. Tal questão torna-se ainda mais relevante porque, se o agravo tiver demorado algum tempo para ser julgado, pode ter havido até mesmo sentença. Provido o agravo, todos os atos processuais supervenientes, incompatíveis com a nova decisão, ficarão prejudicados, até mesmo a sentença.
 
Correção de erros de forma ou de conteúdo
Ao fundamentar o seu recurso, o interessado poderá postular a anulação ou a substituição da decisão por outra. Deverá expor quais as razões de sua pretensão, que podem ser de fundo ou de forma, tendo por objeto vícios de conteúdo ou processuais.
Error in procedendo: enseja a anulação ou declaração de nulidade da decisão, com a restituição dos autos ao juízo de origem para que outra seja proferida. Trata-se de eventual vício de forma.
 
Segundo o professor Barbosa Moreira: “o error in procedendo implica em vício de atividade (v.g., defeitos de estrutura formal da decisão, julgamento que se distancia do que foi pedido pela parte, impedimento do juiz, incompetência absoluta) e por isso se pleiteia neste caso a INVALIDAÇÃO da decisão, averbada de ilegal, e o objeto do juízo de mérito no recurso é o próprio julgamento proferido no grau inferior.” 
Error in judicando: leva à reforma da decisão, quando o órgão ad quem profere outra, que substitui a originária. Trata-se de eventual vício de conteúdo, quanto a equivocada apreciação da demanda quanto a interpretação da lei. 
Embargos de declaração: Os embargos de declaração fogem à regra geral, porque sua finalidade é apenas aclarar ou integrar a decisão, e não propriamente reformá-la ou anulá-la. Salvo quando da aplicação do efeito infringente onde, de fato, diante da natureza da decisão que aclarar ou integrar o decisório haverá modificação. 
Impossibilidade de inovação (em regra)
Em regra, não se pode invocar, em recurso, matérias que não tenham sido arguidas e discutidas anteriormente. Ou seja, não se pode inovar no recurso!!!!
Exceções: 
 - Fatos supervenientes:
Art. 493.  Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único.  Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
O art. 493 do CPC autoriza que o juiz leve em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, fatos supervenientes, que repercutam sobre o julgamento. Esse dispositivo não tem aplicação restrita ao primeiro grau, mas pode ser aplicado pelo órgão ad quem, que deve levar em consideração os fatos novos relevantes, que se verifiquem até a data do julgamento do recurso
 - Questões de fato não suscitadas no juízo inferior e provado que deixou de fazê-lo por motivo de força maior
Art. 1.014.  As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
Assim, permite ao recorrente suscitar questões de fato que não tenha invocado no juízo inferior, quando provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
- Questões de ordem pública
Há ainda a possibilidade de alegar questões de ordem pública, que podem ser conhecidas a qualquer tempo. Ainda que não se tenha discutido em primeiro grau a falta de condições da ação, ou de pressupostos processuais, ou prescrição e decadência, elas poderão ser suscitadas em recurso.
O SISTEMA DE INTERPOSIÇÃO
Em regra, os recursos são interpostos perante o órgão a quo (juízo prolator da decisão/sentença) e não perante o órgão ad quem (que proferirá nova decisão ou manterá esta). 
As exceções são:
- Agravo de instrumento: Interposto diretamente perante o Tribunal.
- Embargos de declaração: que será interposto e julgado pelo próprio juízo prolator (Art. 1.022, CPC)
Juízo de admissibilidade dos recursos:
No CPC de 1973, cumpria ao órgão a quo (juízo prolator) fazer um prévio juízo de admissibilidade (requisitos intrínsecose extrínsecos) dos recursos, decidindo se eles tinham ou não condições de ser enviados ao órgão ad quem. 
O CPC de 2015 alterou esta sistemática e, via de regra, não cabe ao órgão a quo fazer esse juízo de admissibilidade, que será feito exclusivamente pelo órgão ad quem. 
A função do órgão a quo será apenas fazer o processamento do recurso, enviando-o oportunamente ao ad quem, que fará tanto o exame de admissibilidade quanto, se caso, o de mérito.
“Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.”
Portanto, via de regra, não haverá prévio exame de admissibilidade pelo órgão a quo.
Com isso, antes de examinar a pretensão recursal, o órgão ad quem fará o juízo de admissibilidade, verificando se o recurso está ou não em condições de ser conhecido. Em caso negativo, não conhecerá do recurso; em caso afirmativo, conhecerá, podendo dar-lhe ou negar-lhe provimento, conforme acolha ou não a pretensão recursal.
A lei nº 13.256 e alteração do CPC antes mesmo de sua entrada em vigor:
Fez uma série de alterações no novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015). Entre as mudanças, restabeleceu para as cortes locais a análise prévia da admissibilidade dos recursos extraordinário e especial, encaminhados ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça, respectivamente.
“No texto original, o novo CPC estabelecia que esses recursos deveriam ser enviados diretamente para as cortes superiores. Para o ministro Luiz Fux, presidente da comissão de juristas responsável pelo anteprojeto de lei, o novo rito seria importante para “cortar caminho”, já que, como cabe agravo da decisão que nega a subida dos recursos, os processos podem chegar às cortes superiores de qualquer jeito. Na avaliação de outros ministros do STF e do STJ, isso aumentaria o número de processos dos dois tribunais, comprometendo a agilidade das decisões.” (http://www.conjur.com.br/2016-fev-05/sancionada-lei-altera-cpc-mantem-juizo-admissibilidade)
DECISÃO DO ÓRGÃO AD QUEM EM REGRA SUBSTITUI A DO A QUO
Quando o órgão ad quem (instância superior) examina o recurso, são várias as alternativas, assim resumidas:
pode não conhecer do recurso (exame de admissibilidade). Nesse caso, a decisão do órgão a quo prevalece, e não é substituída por uma nova. O juízo de reforma sequer adentra na questão meritória por falta dos requisitos de admissibilidade.
pode conhecer do recurso, apenas para anular ou declarar a nulidade da decisão anterior, determinando o retorno dos autos para que seja proferida outra (Error in procedendo).
pode conhecer do recurso, negando-lhe provimento, caso em que a decisão anterior está mantida; 
pode conhecer do recurso, dando-lhe provimento parcial ou total, para reformá-la. 
ATOS PROCESSUAIS SUJEITOS A RECURSO
Só cabe recurso contra pronunciamento do juiz, nunca do Ministério Público ou de serventuário ou funcionário da Justiça. E é preciso que tenha algum conteúdo decisório. Não cabe, portanto, dos despachos e atos judiciais de mero andamento do processo (ordinatórios). 
Art. 203 e 204, CPC.
Os recursos são cabíveis contra:
Sentenças: pronunciamentos do juiz por meio dos quais ele, com fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Decisões interlocutórias: atos judiciais de conteúdo decisório, que se prestam a resolver questões incidentes, sem pôr fim ao processo ou à fase condenatória. O sistema do CPC atual permite, sempre, a possibilidade de impugnação das decisões interlocutórias por meio de recurso.
Importante: há as decisões interlocutórias que são recorríveis em separado, isto é, por meio de um recurso próprio e específico, interposto contra elas, que é o agravo de instrumento (são as enumeradas no art. 1.015 do CPC); e há aquelas que não são recorríveis em separado, por meio de agravo de instrumento (as que não integram o rol do art. 1.015), mas que podem ser reexaminadas, desde que suscitadas como preliminar na apelação ou nas contrarrazões. Não se pode dizer, propriamente, que tais decisões sejam irrecorríveis. Elas apenas não são recorríveis em separado, isto é, por meio de recurso autônomo, devendo ser impugnadas quando do oferecimento da apelação ou das contrarrazões. Contra as decisões interlocutórias, agraváveis ou não, também cabem embargos de declaração;
decisões monocráticas proferidas pelo relator: o relator dos recursos ou dos processos de competência originária dos tribunais tem uma série de atribuições, elencadas no art. 932. Pode até mesmo, em determinados casos, julgar monocraticamente o recurso, dando-lhe ou negando-lhe provimento (art. 932, IV e V). Da decisão do relator cabe agravo interno.
os acórdãos, decisões colegiadas dos Tribunais (art. 204); contra elas, além dos embargos de declaração, poderão caber recurso extraordinário e especial, em caso de ofensa à Constituição ou à lei federal. Também será admissível o recurso ordinário, nos casos previstos na Constituição Federal.
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
A doutrina majoritária divide em duas grandes categorias os requisitos de admissibilidade: os intrínsecos e os extrínsecos, sendo os primeiros aqueles que dizem respeito à relação entre a natureza, o conteúdo da decisão recorrida e o recurso interposto, e os segundos, os que levam em conta fatores que não dizem respeito à decisão impugnada, mas que são externos a ela.
Requisitos de admissibilidade intrínsecos
Assemelham-se, em grande parte, às condições da ação, ou seja, são as condições para que ele possa ser examinado no mérito. 
Cabimento
Os recursos são apenas aqueles criados por lei. O rol legal é numerus clausus, taxativo. Recurso cabível é aquele previsto no ordenamento jurídico e, nos termos da lei, adequado contra a decisão. 
O art. 994 do CPC enumera os recursos
Art. 994.  São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.
Legitimidade recursal
Para interpor recurso é preciso ter legitimidade. Rol de legitimados no art. 966:
Art. 996.  O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único.  Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
Legitimidade do advogado para recorrer em nome próprio 
O advogado não postula, em juízo, direito próprio, mas age na condição de mandatário da parte. Portanto, não tem legitimidade para recorrer em nome próprio, mas tão somente no da parte.
Mas há uma parte da sentença que diz respeito diretamente a ele, que versa sobre direito dele, e não da parte. É a condenação em honorários advocatícios, que, de acordo com o art. 23 da Lei n. 8.906/94, constituem direito autônomo do advogado, que pode promover-lhes a execução em nome próprio.
Nessa circunstância, é preciso admitir que o advogado terá legitimidade para recorrer, quando o objeto do recurso forem os seus honorários.
Interesse recursal
Que assemelha ao interesse de agir, como condição de ação. 
Para que haja interesse é preciso que, por meio do recurso, se possa conseguir uma situação mais favorável do que a obtida com a decisão ou a sentença. Ela não existirá, se a parte ou interessado tiver já obtido o melhor resultado possível, de sorte que nada haja a melhorar. (Princípio da dialeticidade)
O interesse está condicionado à sucumbência do interessado. Só tem interesse em recorrer quemtiver sofrido sucumbência, que existirá quando não se tiver obtido o melhor resultado possível no processo.
Embargos de declaração: A apreciação está condicionada à existência de outro tipo de interesse: não o de modificar para melhorar a decisão judicial, mas o de aclarar, sanar alguma contradição, integrá-la ou corrigir erro material.
Requisitos de admissibilidade extrínsecos
São aqueles que não dizem respeito à decisão recorrida, e à relação de pertinência entre ela e o recurso interposto, mas são exteriores, relacionam-se a fatores externos, que não guardam relação com a decisão. São eles:
TEMPESTIVIDADE
Todo recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em lei. Será intempestivo, e, portanto, inadmissível, o recurso que for apresentado fora do prazo, devendo ser observado quanto à contagem e à possibilidade de prorrogação o disposto no CPC, arts. 219 e 224.
Contagem do prazo:
Art. 219 do CPC:  Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único.  O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais
Art. 1003 do CPC
Devem ainda observar-se as regras do art. 1.003 do CPC, que estabelecem como dies a quo a data da intimação dos advogados ou sociedade de advogados, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública ou do Ministério Público.
- Intimação em audiência (Art. 1003, § 1o);
Prazo para interposição do recurso
Todos os recursos do CPC, salvo os embargos de declaração, devem ser interpostos no prazo de 15 dias. Os embargos de declaração serão opostos no prazo de cinco dias.
Art. 1003, § 5º: Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
Art. 213: A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
Art. 1003, § 6o: “O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.”
Prazos especiais
O Ministério Público, a Fazenda Pública, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública têm os prazos recursais e de contrarrazões em dobro. O prazo será dobrado também para a interposição de recurso adesivo. (Art. 180 e 183 do CPC).
Os litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios distintos, desde que o processo não seja eletrônico, têm em dobro o prazo para recorrer — sob a forma comum ou adesiva — e também para contrarrazoar. (Art. 229 do CPC)
Interrupção do prazo para interposição de outros recursos:
A oposição de embargos de declaração por qualquer dos litigantes interrompe o prazo para a apresentação de outros recursos. A interrupção beneficia todos os litigantes (CPC, art. 1.026). A eficácia interruptiva vale também no Juizado Especial Cível, já que o art. 1.065 do CPC alterou a redação do art. 50 da Lei n. 9.099/95.
PREPARO
Aquele que recorre deve pagar as despesas com o processamento do recurso, que constituem o preparo e o porte e remessa. Art. 1.007 do CPC.
O preparo deve ser comprovado no ato de interposição do recurso.
A beneficiária é a Fazenda Pública, por isso os valores devem ser recolhidos em guia própria e pagos na instituição financeira incumbida do recolhimento.
Além do preparo, também haverá o recolhimento do porte de remessa e retorno, quando o recurso tiver de ser examinado por órgão diferente daquele que proferiu a decisão, salvo quando se tratar de processo eletrônico.
Cabe à legislação pertinente estabelecer quais são os recursos que exigem o recolhimento do preparo. Ficam ressalvados os embargos de declaração, que não o exigirão, porque julgados pelo mesmo juízo ou órgão que prolatou a decisão, visando apenas integrá-la ou aclará-la.
Há, porém, recorrentes que, dada a sua condição, estão isentos (art. 1.007, § 1º). São eles:
 - o Ministério Público;
 - a Fazenda Pública;
 - os beneficiários da justiça gratuita;
Preparo em recurso adesivo
O art. 997, § 2º, do CPC dispõe que são aplicáveis ao recurso adesivo as mesmas regras do recurso independente, quanto aos requisitos de admissibilidade. Se o recurso principal recolhe preparo, o adesivo também recolherá.
Falta de comprovação do recolhimento do preparo (Art. 107, § 4º)
A falta de comprovação do recolhimento do preparo no ato de interposição não é causa de rejeição liminar do recurso. 
No CPC de 1973 (Art. 511): No ato de inteposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. 
O recorrente deverá ser intimado, na pessoa de seu advogado, para proceder ao recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
Art. 1007,§ 4o: O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
Não cabe ao juízo a quo fazer o prévio juízo de admissibilidade do recurso. Assim, ainda que sem preparo, ele deve determinar a subida dos autos ao Tribunal. Mas o relator, se verificar que o preparo não foi recolhido, ou foi recolhido fora do prazo, mas pelo valor singelo e não em dobro, deverá determinar a intimação do advogado do recorrente para recolhimento ou complementação, sob pena de deserção, no prazo de cinco dias. As mesmas regras aplicam-se ao porte de remessa e retorno.
Complementação do preparo insuficiente
O art. 1.007, § 2º, do CPC trata da hipótese de insuficiência do preparo, estabelecendo que o recurso será considerado deserto se a diferença não for recolhida em cinco dias. 
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
O dispositivo trata apenas da insuficiência, não da falta de recolhimento. Havendo apenas insuficiência, a complementação poderá ser feita pela diferença. 
Havendo falta de recolhimento, pelo dobro do que era devido, originalmente, como preparo. As mesmas regras valem para o porte de remessa e retorno. Se o recorrente que não recolheu preparo for intimado para recolhê-lo em dobro, e o fizer a menor, não haverá oportunidade de complementação, e o recurso será julgado deserto (art. 1.007, § 5º)
REGULARIDADE FORMAL
Escritos (em regra): Os recursos são, em regra, apresentados por escrito. 
A lei autoriza interposição oral, em casos excepcionais. É o caso dos embargos de declaração no Juizado Especial (art. 49 da Lei n. 9.099/95). Conquanto a interposição seja oral, há necessidade de que o recurso seja reduzido a termo, para que o órgão julgador possa conhecer-lhe o teor.
Interposição e razões: 
Todo recurso deve vir acompanhado das respectivas razões, já no ato de interposição. Distinguem-se, nesse passo, os recursos cíveis dos criminais, em que há um prazo de interposição e outro de apresentação das razões.
Não será admitido o recurso que venha desacompanhado de razões, que devem ser apresentadas, em sua totalidade, no ato de interposição. 
Embargos de declaração: Fica ressalvada, porém, a eventual modificação, alteração ou complementação da sentença por força de embargos de declaração. 
Se uma das partes apela e outra opõe embargos de declaração que provocam alteração ou complementação da sentença, aquele que apelou poderá acrescentar novos pedidos ou fundamentos ao seu recurso, relacionados àquilo que foi acrescido ou modificado.
Ao apresentar o recurso, a parte deve formular a sua pretensão recursal, aduzindo se pretende a reforma ou a anulação da decisão, ou de parte dela, indicando os fundamentos para tanto.
Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer
São os pressupostos negativosde admissibilidade, isto é, circunstâncias que não podem estar presentes para que o recurso seja admitido. 
Fato extintivo:renúncia e a aquiescência; 
Fato impeditivo: a desistência do recurso.
Renúncia – art. 999 
A renúncia é manifestação unilateral de vontade, pela qual o titular do direito de recorrer declara a sua intenção de não o fazer. 
Sua finalidade, em regra, é antecipar a preclusão ou a coisa julgada. Caracteriza-se por ser irrevogável, prévia e unilateral, o que dispensa a anuência da parte contrária.
Art. 999.  A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.
Aquiescência – art. 1.000
A aquiescência é a manifestação, expressa ou tácita, de concordância do titular do direito de recorrer com a decisão judicial. 
O interessado comunica ao juízo a sua concordância com o que ficou decidido; e tácita, quando pratica algum ato incompatível com o desejo de recorrer. Por exemplo, cumprindo aquilo que foi determinado na decisão ou sentença.
Desistência – Art. 998
Causa impeditiva, tratada no art. 998 do CPC: “O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso”.
O que distingue a desistência da renúncia é que ela é sempre posterior à interposição: só se desiste de recurso já apresentado, e só se renuncia ao direito de recorrer antes da interposição.
RECURSO PRINCIPAL E O ADESIVO
O recurso adesivo não é uma espécie, mas uma forma de interposição de alguns recursos. 
Podem ser opostos sob a forma adesiva:
- a apelação;
- o recurso especial;
- recurso extraordinário;
Caberá ao recorrente, quando possível, optar entre interpô-los sob a forma principal ou adesiva.
São dois os requisitos do recurso adesivo:
que tenha havido sucumbência recíproca, isto é, que nenhum dos litigantes tenha obtido no processo o melhor resultado possível.
 que tenha havido recurso do adversário.
Aquele que recorreu adesivamente preferiria que a sentença transitasse logo em julgado; mas, como houve recurso do adversário, ele aproveita para também recorrer da parte que sucumbiu. 
Caráter acessório: 
Se o principal não for admitido, ou se houver desistência, ele ficará prejudicado, pois só sobe e é examinado com o recurso principal.
Art. 997.  Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível
Processamento do recurso adesivo
Publicada a sentença ou acórdão, fluirá o prazo para a apresentação de recurso principal, que pode ser interposto por ambas as partes. 
Havendo sucumbência recíproca, se só uma delas recorrer, a outra será intimada a oferecer contrarrazões. Nesse prazo, poderá apresentar o recurso adesivo. 
Apresentação no prazo das contrarrazões!!!!
Peças distintas
Este deve ser apresentado no prazo das contrarrazões, mas em peças distintas. Afinal, os fundamentos serão completamente diferentes: nas contrarrazões, o apelado postulará a manutenção do que lhe foi concedido; e, no recurso adesivo, a reforma da sentença, naquilo que lhe foi negado.
Recebido o recurso adesivo, o juiz intimará a parte contrária para oferecer-lhe contrarrazões. Haverá, portanto, contrarrazões ao recurso principal e ao adesivo.
Requisitos de admissibilidade: 
Os requisitos de admissibilidade são os mesmos do recurso principal, tanto os extrínsecos como os intrínsecos (art. 997, § 2º, do CPC).
Como ele é subordinado (acessório) ao principal, se este não for admitido, for julgado deserto ou houver desistência, aquele ficará prejudicado (art. 997, § 2º, III).
Aquele que apelou sob a forma principal, não pode, posteriormente, recorrer sob a forma adesiva. Imagine-se, por exemplo, que uma das partes tenha apelado sob a forma principal e que seu recurso não tenha sido admitido, por estar sem preparo ou fora do prazo. Havendo recurso do adversário, não será possível que ele tente agora interpor recurso sob a forma adesiva, uma vez que já exauriu o seu direito de recorrer.
EFEITOS DOS RECURSOS
São as consequências que o processo sofre com a sua interposição. Não decorrem da vontade das partes ou do juiz, mas de determinação legal. É a lei que estabelece quais os efeitos de que um recurso é dotado.
Matéria de ordem pública:
Constituem matéria de ordem pública, não sujeita a preclusão. 
Assim, o julgador que tenha, por equívoco, atribuído a determinado recurso efeitos de que ele seja desprovido deverá voltar atrás, afastando-os.
Efeito devolutivo
Consiste na aptidão que todo recurso tem de devolver ao conhecimento do órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada, mas somente desta, ou seja, não cabe ao Tribunal apreciar aquilo que não foi impugnado.
Ele é consequência da inércia do Judiciário: não lhe cabe reapreciar aquilo que, não tendo sido impugnado, presume-se aceito pelo interessado. Também no que concerne aos recursos, o Judiciário só age mediante provocação, limitando-se a examinar o objeto do recurso (ressalvadas as matérias de ordem pública, que serão objeto de exame no item concernente ao efeito translativo)
Todos os recursos são dotados de efeito devolutivo, uma vez que é de sua essência que o Judiciário possa reapreciar aquilo que foi impugnado, seja para modificar ou desconstituir a decisão, seja para complementá-la ou torná-la mais clara.
Limites do recurso (efeito devolutivo): 
O órgão ad quem deverá observar os limites do recurso, conhecendo apenas aquilo que foi contestado, ou seja, só será devolvido e terá efeito devolutivo aqui que for objeto do recurso. Se o recurso é parcial, o tribunal não pode, por força do efeito devolutivo, ir além daquilo que é objeto da pretensão recursal.
Efeito suspensivo
É a qualidade — que tem, como regra, o recurso de apelação — de impedir que a sentença proferida se torne eficaz até que ele seja examinado. O comando contido na sentença não será cumprido, até a decisão do recurso. 
A apelação é o único recurso dotado, como regra, desse efeito, embora a lei permita que o relator, preenchidos determinados requisitos, atribua efeito suspensivo a outros recursos, que normalmente não são deles dotados.
A suspensividade da apelação já existe antes da interposição, desde que haja a expectativa de que ela venha a ser apresentada. Proferida e publicada a sentença, no prazo de quinze dias para interposição de apelação que tenha efeito suspensivo, não poderá haver execução, mesmo que o recurso ainda não tenha sido interposto.
A suspensão ocorre desde que haja a possibilidade de apelação dotada de efeito suspensivo. Este existe não só pela interposição, mas durante o prazo em que ela pode ser apresentada.
Recursos dotados de efeito suspensivo
É preciso distinguir duas categorias de recursos, em relação ao efeito suspensivo: 
- a daqueles que, em regra, são dotados desse efeito, salvo expressa previsão legal; 
- e o daqueles que não o são, mas aos quais ele poderá ser atribuído, excepcionalmente.
A apelação é a única que se enquadra entre os primeiros. A regra é que tenha o efeito, mas há exceções, previstas no art. 1.012 do CPC e em leis especiais.
Os demais recursos se enquadram na segunda categoria, ou seja, não são dotados do efeito suspensivo.
O agravo de instrumento, em regra, não tem efeito suspensivo, mas é possível ao agravante postulá-lo ao relator,conforme o art. 1.019, I, do CPC.
Os embargos de declaração não têm efeito suspensivo, mas a sua eficácia também poderá ser suspensa, na hipótese do art. 1.026, § 1º.
O recurso ordinário, o especial, o extraordinário e os embargos de divergência não são dotados de efeito suspensivo, mas o recorrente poderá requerê-lo, na forma do art. 1.029, § 5º, do CPC.
Efeito translativo
É a aptidão que os recursos em geral têm de permitir ao órgão ad quem examinar de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que não integrem o objeto do recurso.
É decorrência natural de elas poderem ser conhecidas pelo juízo independentemente de arguição. Questões como prescrição, decadência, falta de condições da ação ou de pressupostos processuais poderão ser examinadas pelo órgão ad quem ainda que não suscitadas.
Difere do efeito devolutivo, que consiste na devolução ao tribunal do reexame daquilo que foi suscitado; o translativo o autoriza a examinar o que não o foi, mas é de ordem pública.
Todos os recursos ordinários são dotados de efeito translativo.
Não há efeito translativo apenas nos recursos especial e extraordinário, pois o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal se limitarão a examinar aquilo que tenha sido prequestionado e, portanto, aventado nas instâncias inferiores, sem conhecer de ofício matérias que não tenham sido suscitadas.
Efeito regressivo
É a aptidão de que alguns recursos são dotados de permitir ao órgão a quo reconsiderar a decisão proferida, exercer juízo de retratação.
O recurso de agravo de instrumento é dotado do efeito regressivo, pois sempre permitem ao prolator da decisão reconsiderá-la.
Art. 1.018.  O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.
A apelação, em regra, não tem esse efeito. Mas há atualmente duas hipóteses em que o juiz pode voltar atrás: 
a da sentença de extinção sem resolução de mérito (art. 485), no prazo de cinco dias (art. 485, § 7º, do CPC)
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
e a sentença de improcedência liminar do pedido, também no prazo de cinco dias (art. 332, § 3º)
Art. 332.  Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar.
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
Efeitos da apelação
- Efeito devolutivo;
-Efeito suspensivo (via de regra);
- Efeito regressivo (sentença de extinção sem resolução de mérito e a sentença de improcedência liminar do pedido)
Art. 1.012.  A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
Possibilidade de inovar na apelação
Em regra, não é possível inovar na apelação, uma vez que o art. 1.013, § 1º, limita o objeto da apreciação e julgamento pelo tribunal às questões suscitadas e discutidas.
No entanto, há duas situações em que o tribunal pode examinar questões não apreciadas em primeiro grau: na do art. 493 do CPC, quando, depois da propositura da ação, fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito do autor influir no julgamento do mérito, caso em que caberá tomá-lo em consideração (esse dispositivo pode ser aplicado tanto no momento da sentença quanto no do julgamento do recurso); e quando houver matéria de ordem pública que, embora não discutida anteriormente, pode ser conhecida de ofício no exame do recurso.

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