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DIREITOS HUMANOS - CONCEITOS FUNDAMENTAIS

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DIREITOS HUMANOS
Concepções filosóficas e antecedentes históricos:
Propósito de sua afirmação – a definição histórica de direitos essenciais à pessoa humana teve como principal objetivo limitar o poder estatal e garantir condições materiais de sobrevivência do individuo. Embora o seu marco seja a declaração universal dos direitos humanos, de 1948, à ela precedem concepções formuladas desde a filosofia clássica até a filosofia moderna, bem como diversos textos legais originados de países que procuravam assegurar garantias para os seus cidadãos contra abusos e omissões dos seus governantes.
Concepções filosóficas:
Antiguidade clássica – as exigências de proteção à dignidade humana contra o poder estatal remonta ao berço da civilização ocidental, representado por Grécia e Roma antigas. Na peça teatral “Antígona, dissofocles”, a protagonista Antígona se vê proibida por Creonte, seu tio e rei de Tebas, de enterrar o seu irmão, considerado inimigo da pátria. Antígona desafia a determinação de Creonte (representante das leis humanas) e invoca a existência de leis divinas, não escritas mas superiores às leis humanas. Identifica-se aqui a semente da concepção de um conjunto de direitos superiores ao Estado. 
Jusnaturalismo – é o pensamento que sustenta a existência do direito natural enquanto conjunto de garantias fundamentais ligadas à preservação da dignidade humana. Trata-se de uma ordem jurídica abstrata que deve orientar e fundamentar a elaboração do direito positivo (construir por cada povo). Os direitos naturais são considerados universais, pertencendo a todas as sociedades humanas; imutáveis, por não se alterarem em seu conteúdo; irrenunciáveis, porque não podem ser abandonados; inalienáveis, não podendo ser transferidos; e imprescritíveis, porque não se perdem com o passar do tempo. São direitos considerados anteriores e superiores ao Estado, que assim deve respeita-los. 
Contratualismo – é a tese filosófica que concerne à sociedade como um grande pacto o acordo político, pelo qual os indivíduos abriram mão de alguns dos seus direitos em favor de uma autoridade que governasse seus interesses, principalmente estabelecesse a paz social. Entretanto, com surgimento dos estados absolutos, a liberdade tornou-se gravemente comprometida, e surgiu a necessidade de limitação do poder estatal. Nesse sentido, os filósofos John Locke e Montesquieu propuseram um sistema político que preservasse as liberdades individuais. Locke defendeu a propriedade como direito fundamental. Montesquieu propôs a divisão dos poderes em legislativo, executivo e judiciário num sistema de freios e contrapesos, pelo qual os poderes fiscalizam-se reciprocamente evitando concentração de poder e a conseqüente ameaça às liberdades individuais.
Antecedentes históricos:
Direito constitucional:
MAGNA CARTA – é o texto legal considerado o marco histórico das liberdades fundamentais. Extraída do rei João Sem-Terra pelos barões ingleses, voltou-se a restringir as arbitrariedades do soberano. Entretanto, alguns afirmam existir um texto ainda mais antigo: a declaração das cortes do rei Leão da Espanha, de 1788. Costuma-se contestar a magna carta enquanto o marco inicial das liberdades fundamentais sobre o argumento de que se tratava, na verdade, de um acordo político em que o rei britânico e os barões, para garantir a estes, alguma proteção em face do rei. Sendo assim, não haveria a intenção de conceder direitos também aos demais súditos, tornando a magna carta um simples pacto entre a realeza e a nobreza britânicas.
Outros textos legais – podem ser citados no direito inglês à Petição de Direitos, de 1628; o Habeas Corpus Act, de 1679, e a Declaração de Direitos, de 1689. No direito americano, podem ser citadas a Declaração do Bom Povo da Virginia, de 1776, e a própria Constituição Americana, de 1787; no direito Frances, merecem destaque a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, e a Constituição Francesa, de 1791; no campo dos direitos sociais, mencionam-se a Constituição Mexicana, de 1917, e a constituição da republica de Weimar, na Alemanha, de 1919, bem como a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, de 1918, na União Soviética. 
Direito internacional:
Intervenção humanitária – trata-se da doutrina desenvolvida no direito internacional clássico, inclusive por Hugo Grocio, pela qual se justifica emprego da força para impedir o uso excessivo da violência por um Estado contra os seus nacionais, contra a conduta desse Estado revela-se tão agressiva e sistemática a ponto de chocar a comunidade internacional. Essa doutrina é criticada em virtude do abuso na sua aplicação, pois passou a servir como pretexto para o ataque de Estados fortes contra os mais fracos; por exemplo, ela ressurge na década de 1990 para legitimar a ação d a ONU em determinadas regiões em conflito (como Somália e Iugoslávia), alem da própria ação americana de invasão do Iraque nos anos 2000, que resultou na destituição do ditador desse país.
Precedentes do século XIX – nessa fase histórica, foram celebrados alguns tratados internacionais que tiveram como finalidade a proteção de indivíduos e grupos em relação ao seu respectivo Estado. Foram grandes tratados que procuraram banir, por exemplo, trafico de escravos e proteger as minorias cristãs do império otomano. A relevância desses tratados deve-se ao fato de iniciarem o processo de internacionalização de questões antes renegadas ao plano interno dos Estados.
Liga das nações – organismo criado em 1920, em que antecedeu à ONU, desenvolveu um regime jurídico para proteção das minorias depois da primeira guerra mundial. Ao lado dela, foi criada a organização internacional do trabalho (OIT), fruto do tratado de Versalhes, que pôs fim a essa guerra. A OIT é reflexo direto dos ideais socialistas inspirados pela revolução soviética de 1917, voltados à proteção dos direitos sociais (trabalho, moradia, educação, etc). A OIT surgiu na mesma época da liga das nações mas, ao contrario dela, sobreviveu à segunda guerra mundial e passou a integrar à ONU enquanto agencia especializada, estabelecendo parâmetros fundamentais para proteção dos direitos sociais. 
Regime de minorias da liga das nações – a proteção das minorias surgiu como uma exigência das nações vencedoras da primeira guerra mundial a determinados Estados que acabavam de resgatar e obter a sua independência (por exemplo, a Polônia). Seu fundamento é que, com a independência reconhecida, esses novos Estados poderiam ameaçar a sobrevivência cultural das minorias presentes em seu território, daí a necessidade de se estabelecerem garantias legais, por meio de tratados internacionais, em troca da independência reconhecida. Para cada outro Estado que apresentasse uma minoria a ser protegida produzia-se um tratado especifico nesse sentido. Portanto, não havia um tratado geral para essa proteção, mas tratados particulares, sendo primeiro feito com a Polônia em 1919.
Convenções da OIT – estabelecem o regramento mínimo de proteção ao trabalhador, a ser observado pelos Estados membros dessa entidade. Tais convenções regulavam temas específicos relacionados a necessidades peculiares do trabalhador (condições de trabalho, salário, afastamentos, jornada, etc). Cada convenção constituía-se de um tratado especifico. No direito internacional, o tratado é assinado pelo poder executivo federal (a partir do presidente da republica ou de algum ministro) e, para ter validade interna no país, deve ser ratificado (aprovado) pelo poder legislativo federal (no caso brasileiro, pelo congresso nacional).
Responsabilidade internacional por danos cometidos contra estrangeiros – o direito internacional clássico impunha aos Estados a obrigação de tratar os estrangeiros de uma forma minimamente aceitável, conforme padrões civilizados e de justiça. Quando ocorria uma violação desses padrões, o Estado de origem do estrangeiro poderia adotar medidas diplomáticas contra o Estado violador em foros judiciais e arbitrais internacionais. Contudo, o Estado deorigem não estava obrigado a indenizar o seu nacional depois da reparação. Aplicava-se aqui a ficção jurídica pela qual os danos sofridos por um nacional em território estrangeiro eram danos direcionados ao próprio Estado. 
16/03/17
Caracteristicas dos direitos humanos:
Inalienabilidade – os direitos humanos não podem ser transferidos a outrem por integrarem a propria essencia do individuo, que tambem impede, por extensão, que sejam negociados. Em complemento desse aspecto, são tambem irrenunciaveis e indisponiveis, pois não podem ser abandonados pelo titular. Tambem se considera aqui que estão imunes a qualquer medida de limitação ou de supressão pelo Estado.
Imprescritibilidade – os direitos humanos podem ser exigidos a qualquer tempo e não estao sujeitos à prescrição. Desse modo, o decurso do tempo não é motivo para que o Estado possa viola-lo ou não repara-lo. Entre nós, é pacifico na jurisprudencia do STJ que a reparação das violações por crimes cometidos durante a ditadura militar é direito imprescritivel e, portanto, a indenização por essas violações pode ser exigida a todo tempo.
Universalidade – os direitos humanos destinam-se a servir a todos os povos, não se considerando a origem e as condições das pessoas, uma vez que seu fundamento é a dignidade humana,inerente a todos os individuos. Sendo assim, não importa o grau de evolução cultural, tecnologica ou economica de determinado povo. Essa concepção remonta ao jusnaturalismo classico. Todavia, ao contrario desse pensamento, tambem se admitem direitos humanos particulares a cada sociedade, de modo que essa concepção universal dos direitos humanos não exclui as peculiaridades regionais e culturais de cada comunidade, a serem tambem igualmente preservadas.
Indivisibilidade e interdependencia – os direitos humanos constituem um complexo integral, único e indivisivel. Do ponto de vista tecnico, todos apresentam a mesma importancia, não existindo assim hierarquia ou prevalencia entre eles. O exercicio de um direito humano está em conexão direta com o exercicio de outro, tendo em vista o fundamento comum a todos eles: a dignidade humana. A partir daí, considera-se que, quando um direito é transgredido, todos os outros tambem são, sendo impossivel o respeito apenas parcial dos direitos humanos. Por outro lado, a realidade demonstra que a questão cultural acaba definindo uma certa superioridade de alguns direitos, por exemplo, na Holanda a dignidade é mais importante do que a propria vida.
Historicidade e atipicidade – pelo seu aspecto historico, os direitos humanos se expandem e se comunicam atendendo às necessidades de cada momento historico. Por isso que certos direitos atuais (como a inclusao digital) são fundamentais, porem não fariam sentido em outro contexto historico. Pelo seu aspecto atipico ou não taxativo, eles ultrapassam qualquer previsão e enumeração legal, não estando fechados num rol definido, pois o seu numero pode ser ampliado irrestritamente. Os direitos humanos se atualizam cada vez que se expande o conteudo da dignidade humana.
Inerência 
Transnacionalidade – os direitos humanos devem ser reconhecidos e protegidos em todos os Estados, ainda que exista diferença entre os Estados quanto ao conteúdo desses direitos e aos instrumentos a serem empregados nessa proteção. Tal concepção modernizou a visão clássica dos direitos humanos formulada pelo jusnaturalismo, para o qual os direitos naturais (atualmente chamado direitos humanos) seriam idênticos em todas as sociedades, não sofrendo modificação cultural. Na tese atual, admite-se a influencia cultural na qualificação dos direitos humanos; é o caso da Holanda quando comparada á países conservadores, revelando que a própria concepção de vida, embora valor universal, varia pelo fenômeno cultural – os holandeses admitem a eutanásia, embora defendam a vida.
23/03/17 – CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
Quanto à natureza:
Direitos civis e políticos – são aqueles relacionados à vida, à liberdade e à participação política dos cidadãos. Exigem uma atitude negativa do Estado, que deve se abster de coibir a liberdade e de proibir a manifestação política dos seus nacionais. A rigor, também impõe ao Estado deveres positivos, isto é, que exigem a prestação de algum serviço publico permitindo o pleno exercício de certos direitos, por exemplo, ao declarar a participação na vida política como direito humano, exige-se também a realização de eleições periódicas, o que demanda a mobilização de recursos financeiros e pessoais da maquina estatal.
Direitos econômicos, sociais e culturais – são os direitos genericamente denominados sociais, como o direito ao trabalho, à alimentação, à saúde, à educação e à moradia. Obrigam o Estado a cumprir deveres positivos, no sentido de proporcionar aos cidadãos serviços e bens públicos destinados ao cumprimento de condições materiais suficientes para a preservação da dignidade humana. Por outro lado, podem existir direitos sociais que exigem um comportamento negativo do Estado, como por exemplo a não interferência no direito de sindicalização e no direito de participação na vida cultural.
Quanto à geração de direitos:
Direitos de primeira geração – essa geração nasce das revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII e envolvem os direitos de autonomia, defesa e participação dos cidadãos. Ela se refere aos direitos civis e políticos, também chamados direitos de liberdade. Os direitos civis qualificam-se como liberdades publicas negativas ou direitos negativos, pois em tese exigem apenas a abstenção do Estado, sem interferência do poder publico na esfera dos interesses privados. Já os direitos políticos autorizam o cidadão a exercer o seu poder de intervenção política e participar dos interesses da sociedade. 
Direitos da segunda geração – essa geração nasce dos movimentos sociais dos séculos XIX e XX e demandam o papel ativo e interventivo do Estado. Também são qualificados como direitos prestacionais, exatamente porque definem para o Estado o cumprimento de prestações (obrigações) materiais em beneficio da coletividade. Alcançam os direitos sociais (educação, saúde, moradia, trabalho e etc), econômicos e culturais, pautados pelo principio da igualdade e pelo atendimento das necessidades materiais dos indivíduos.
30/03/17 – CONTINUAÇÃO
Direitos de 3ª geração – são denominados direitos de solidariedade ou direitos globais, que incluem o direito ao meio ambiente equilibrado, o direito à paz, direito ao desenvolvimento e etc. A ênfase desses direitos recai sobre todo o gênero humano, não apenas sobre os indivíduos ou à coletividade, sendo por isso chamados de direitos transindividuais. São protegidos nesse aspecto também o direito á benefícios universais, como o patrimônio histórico, artístico, paisagístico e etc. 
Direitos de 4ª geração – categoria defendida por alguns autores, são aqueles direitos decorrentes da globalização política e da institucionalização do Estado social. São direitos à democracia, ao pluralismo político e ideológico e etc. Significam um aprimoramento da participação política dos indivíduos nos rumos do Estado, que agora amplia as possibilidades de representação dos mais variados interesses.
Vale observar que, para alguns críticos, a terminologia (gerações de direitos humanos) revela-se inadequada, pois sugere que as varias categorias se sucedem umas às outras e que a ultima delas seria a mais “avançada” em relação às anteriores, o que não ocorre. Eles preferem a expressão “dimensões de direitos humanos”, dando a ideia de que as varias categorias pertencem à uma mesma realidade, foram se somando ao longo do tempo, cada uma preservando sua peculiaridade e importância.
Para a proteção de pessoas e instalações hospitalares em tempo de conflito 
PROVA 1 ATÉ QUARTA GERAÇÃO 
TUTELA INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANA – direito internacional humanitário (DIH)
Aspectos históricos e conceituais – também conhecido comodireito internacional de guerra, o DIH precede à própria formação do direito internacional dos direitos humanos. Surge com a criação da Cruz vermelha no propósito de proteger militares feridos e doentes. Em 1864 foi aprovada a Convenção de Genebra para a proteção de pessoas p ara a proteção de pessoas e instalações hospitalares em tempo de conflito bem como para assistência para os necessitados combatentes, feridos e doentes. Em seguida, surgiram varias convenções e protocolos que ampliaram essa proteção para os feridos e doentes das forças armadas do mar, prisioneiros de guerra, civis vitimados por conflitos e etc. O DIH procura, de um modo geral, limitar o direito das partes em conflito de escolher livremente os métodos e os meios de guerra, bem como proteger pessoas e bens nesse conflito. Ele não visa impedir a guerra, mas apenas regulamentar o uso da força quando o conflito armado é deflagrado.
Princípios fundamentais – correspondem aos princípios da humanidade, necessidade e proporcionalidade. Pelo principio da humanidade, a dignidade humana deve ser sempre preservada em época de guerra, por mais precária e gravosa que seja a situação. Pelo principio da necessidade, os bens civis devem ser preservados e não podem ser alvo de ataques ou retaliações. Pelo principio da proporcionalidade, as partes devem usar dos seus recursos bélicos apenas dentro do estritamente necessário para vencer a parte adversa, evitando excessos e abusos que causem malefícios maiores àqueles naturalmente esperados.
04/05/17 – COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA 
É a principal entidade que monitora o cumprimento do direito internacional humanitário pelos Estados. Trata-se de uma organização independente reconhecida pelas convenções de Genebra e cuja função é defender e amparar as vitimas de guerra e catástrofes naturais e para auxiliar no contato com familiares na busca de desaparecidos. Seu caráter independente lhe da isenção para atuar sem grandes resistências dos países, uma vez que não costuma ser associada a nenhuma politica definida ou ideologia.
DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS 
Tendo como principal fundamento legal a Convenção das Nações Unidas sobre o estatuto dos refugiados, complementada pelo protocolo de 1967, define regras para proteção e a concessão de asilo politico para aqueles tecnicamente considerados refugiados. Uma dessas regras proíbe, por exemplo, que os países signatários impeçam o ingresso de um refugiado no seu território e não lhe dê abrigo. Considera-se refugiado todo aquele que, em virtude de fundado temor de perseguição, relacionado a sua raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião politica e também por fenômenos naturais, encontra-se fora do seu país de origem e, por causa do citado temor, não pode ou não quer regressar á ele. 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (TPI)
Antecedentes históricos – tem como embriões vários tribunais internacionais específicos “ad hoc” que surgiram após a segunda guerra mundial e na década de 1990 para o julgamento de crimes contra a humanidade. O exemplo mais conhecido é o tribunal de Nuremberg, que julgou ministros e comandantes das forças armadas alemãs do mais alto grau, subordinados a Hitler. Na década de 1990 foram instaurados os dois principais tribunais para julgamento de crimes por guerra civil e de independência: o Tribunal Criminal Internacional para Ruanda e o Tribunal Criminal Internacional para a antiga Iugoslávia. Para evitar casuísmos e duvidas quanto à legitimidade dos julgamentos, finalmente é constituído o Tribunal Penal Internacional de natureza permanente, a partir do Estatuto de Roma, que entrou em vigor em 2002.
Crimes sob a jurisdição do TPI – sediado em Haia (Holanda), o TPI é competente para julgar genocídios (atos voltados a destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico ou religioso), crimes de guerra (decorrentes da violação às normas do direito internacional humanitário), crimes contra a humanidade (ataques sistemáticos à população civil na forma de assassinatos, extermínios, tortura, escravidão, esterilização forçada e etc) e crimes de agressão (envolvem o uso da força armada por parte do Estado contra a soberania, a integridade territorial ou independência politica de outro). Pelo estatuto de Roma, os crimes sob a jurisdição do TPI não prescrevem. 
11/05/17
Composição
O TPI é composto por 18 juízes das mais variadas nacionalidades, tendo em vista a preocupação em dar legitimidade à atuação desse tribunal. Cada juiz tem um mandato de 09 anos, prazo considerado razoável para que adquira experiência necessária e um adequado conhecimento dos tramites do tribunal e, ao mesmo tempo, seja garantida a rotatividade dos seus membros. O TPI apresenta os seguintes órgãos, segundo o estatuto de Roma:
Presidência 
Câmaras (divididas em câmara de questões preliminares, câmara de primeira instancia e câmara de apelações).
Promotoria
Secretaria 
Verifica-se portanto que o próprio TPI traz um órgão acusatório (a promotoria) que poderá deflagrar um processo de responsabilidade contra violadores dos direitos humanos. 
18/05 – PENA E REGRA DA ISONOMIA
Entre as penas a serem aplicadas pelo TPI, encontra-se a pena máxima de 30 anos, admitindo-se a prisão perpetua apenas para os casos justificados pela extrema gravidade do crime e pelas circunstancias pessoais do acusado. O TPI também prevê sanções civis destinadas à reparação das vitimas dos crimes ou seus familiares. O estatuto de Roma estabelece a isonomia do exercício jurisdicional no TPI, pouco importando o cargo funcional do acusado, sujeitando-se ao processo criminal internacional desde chefes de Estado até funcionários de baixa hierarquia.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH)
Formação e aprovação – o canadense John Peters Humphrey foi encarregado pelo secretario geral da ONU de organizar, com a participação de diversos membros de varias nacionalidades a elaboração da DUDH. Ela foi adotada pela assembleia geral das nações unidas em 10/12/1948 e decorreu da preocupação com a violência e as atrocidades da segunda guerra mundial. O documento foi aprovado por 48 votos favoráveis, em um contrario e 08 abstenções.
Estrutura – apresenta um preambulo e princípios gerais introdutórios. Os dois primeiros artigos estabelecem as ideias essenciais da declaração, com referencia aos princípios da igualdade, liberdade, dignidade e fraternidade. A DUDH é dividida em 04 partes:
Liberdades individuais – como a de locomoção e o próprio direito à vida.
Direito de participação politica.
Direitos ligados à liberdade publica e religiosa – por exemplo, o direito de associação.
Direitos sociais, econômicos e culturais. 
Nesse sentido, a DUDH inclui tanto interesses relacionados a não intervenção estatal, de índole libera, quanto os direitos de cunho econômico e social, que demandam a intervenção do Estado, de índole socialista. O fechamento se dá com três artigos que declaram dever do individuo perante a sociedade e a proibição do uso desses direitos contra os fins das nações unidas 
Força normativa – caracteriza a natureza obrigatória da declaração, que é muito discutida pelo fato de ela não ter sido criada como tratado internacional. Na defesa de sua força vinculante (obrigatória), desenvolveram-se três correntes:
Sustenta que a DUDH surgiu para complementar a carta das nações unidas definindo direitos humanos, assumindo o caráter obrigatório dessa carta.
A DUDH transformou-se e direito consuetudinário, assumindo força vinculante ao ser invocada rotineiramente pela ONU e outros organismos.
Qualifica a DUDH como principio geral de direito, que fundamenta varias constituições, e portanto é admitido como obrigatório. 
Na pratica, embora a DUDH se apresente como resolução, ela não traz órgãos e instrumentos que a tornem obrigatória, apesar de sua inegável força moral.

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