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Ação de usucapião

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AÇÃO DE USUCAPIÃO DE BEM IMÓVEL
(Arts. 941 a 945, CPC)
Considerações iniciais. Aspectos conceituais e classificação do usucapião.
= Ação em questão: Ação de conhecimento, com pedido de reconhecimento de usucapião, de natureza declaratória (Ex.: DINAMARCO), com procedimento, a princípio, especial, proposta, no caso de imóvel, por possuidor(es) que tenha(m) atingido seus requisitos específicos, em face daquele(s) em nome de quem esteja o bem, seus confinantes e eventuais interessados. 
= Conceito de usucapião (CAIO MÁRIO, v. IV): Aquisição da propriedade ou outro direito real pelo decurso do tempo estabelecido e com a observância dos requisitos instituídos em Lei.
	“decurso do tempo”: “posse ad usucapionem”.
= Observações:
Súm: 340, STF: bens dominicais e demais bens públicos não podem ser adquiridos por usucapião. (PÚBLICO: pessoa jurídica de direito público)
Mesmo que seja foreiro (em favor do Estado), é possível a aquisição do domínio útil, de que seja titular um particular.
INFORMATIVO 480, STJ
USUCAPIÃO. REINTEGRAÇÃO. POSSE.
Trata-se de REsp em que se discute se há conexão, a justificar a distribuição por dependência dos feitos, entre as ações de usucapião e de reintegração de posse envolvendo as mesmas partes e o mesmo bem imóvel. A Turma entendeu que, sendo a usucapião forma de aquisição de propriedade pela posse prolongada no tempo, a sentença proferida no respectivo processo deve guardar a necessária coerência com aquela prolatada na ação possessória relativa ao mesmo bem imóvel ajuizada posteriormente, sob pena de emissão de decisões judiciais conflitantes relativa ao fundamento que constitui a mesma causa (remota) de pedir. Consignou-se que deve ser reconhecida a existência de conexão entre ações mesmo quando verificada a comunhão somente entre a causa de pedir remota. Assim, deu-se provimento ao recurso para reconhecer a conexão suscitada na hipótese e determinar a reunião dos feitos no juízo que recebeu a primeira ação, ou seja, a de usucapião. Precedente citado: CC 49.434-SP, DJ 20/2/2006. REsp 967.815-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 4/8/2011. 
= Espécies: 
Ordinário (1242,CC)(INDIVIDUAL): posse mansa e pacífica da coisa, em favor de quem tenha justo titulo ou boa-fé, por dez anos (que podem ser reduzidos a cinco, caso a posse tenha sido adquirida onerosamente, com base em registro cancelado posteriormente, dentre outros requisitos).
“Justo título” (CAIO MÁRIO, v. IV): título hábil em tese à transferência do domínio, mas que não a tenha realizado na hipótese por padecer de algum defeito ou lhe faltar qualidade específica.
“Boa-fé”: ver art. 1201, CC – É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa”.
E, pelo parágrafo único do art. 1201, CC: havendo justo título, presume-se a boa-fé. Evidentemente, presunção relativa (iuris tantum).
(bem móvel: 3 anos)
Extraordinário (1238, CC) (INDIVIDUAL): posse de quinze anos (com possibilidade de redução para dez, se o possuidor tiver estabelecido no imóvel sua moradia, ou realizado obras o serviços de caráter produtivo). Dispensa-se o justo título e boa-fé. 
(bem móvel: 5 anos)
Especial (ou constitucional) (INDIVIDUAL): (APENAS A BEM IMÓVEL): arts. 183, 191, da CR/88, além dos arts. 1239 e 1249, do CC.
Art. 183, CR/88 e 9º, 10257/01: (URBANO) posse como sua de área urbana de até 250 m2, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 191, CR/88: (RURAL) posse como sua, de área rural não superior a 50 hectares, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família.
Dispensa-se, também, o justo título e boa-fé.
especial COLETIVO: Estatuto da cidade – art. 10, Lei 10257/01: usucapião que permite/gera um condomínio entre os possuidores de áreas superiores a 250 m2, que a ocupem por cinco anos, sendo impossível a determinação precisa da área ocupada por cada um.
(ainda há o art. 1379, CC, segundo o qual o exercício incontestado e continuo de uma servidão aparente, por 10 anos, nos termos do art. 1242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no registro de imóveis, valendo-lhe como titulo a sentença que julgar consumado a usucapião)
Pressupostos processuais e condições da ação (de usucapião de bem imóvel).
= Competência: art. 95, CPC.
= Petição inicial e sua apreciação: art. 941 a 945, CPC c/c 282 a 296, CPC
= Legitimidade:
Ativa: possuidor(es) (ou seu espólio) (inclusive pessoas jurídicas de direito público) que afirma ter reunido as condições necessárias ao usucapião; sendo casado: litisconsórcio necessário com cônjuge (art. 10, CPC);
CONDÔMINO: se exercer a posse, com exclusividade, pode, isoladamente, propor o usucapião.
Passiva: em nome de quem esteja o imóvel, confinantes, POSSUIDOR, e eventuais interessados (“réus incertos”) (942, CPC);
ADROALDO FABRICIO FURTADO (Comentários, Forense): 
- Esses “réus citados” devem ser considerados, também, como réus e não apenas como mera oportunidade de ‘provocação” (como afirma DINAMARCO, que a considera como “provação para agir”);
- Não obstante, o não comparecimento deles não deve ser considerado como uma revelia, mas sim uma presunção de que NÃO havia interessados – logo, não há porque proceder à nomeação de curador especial.
SÚM 263, STF: O possuidor deve ser citado pessoalmente para a ação de usucapião.
SÚMULA 391, STF: O confinante certo deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião.
STJ: Na ação de usucapião de unidade autônoma de condomínio não há necessidade da citação de todos os condôminos, apenas daquelas que efetivamente confrontam o objeto da ação; que podem ser citados na pessoa do síndico (1 entendimento) ou pessoalmente (outro entendimento).
= Procedimento: 
Ordinário e extraordinário: “especial”, que, na verdade, é o ordinário (porque os arts. 941 a 945, CPC não tratam de sequencia de atos processuais);
Especial (Leis 6969/81 e 10257/01, c/ 275, II , g)): sumário
Sentença e sua qualidade de imutabilidade (coisa julgada).
= Natureza declaratória, com efeito, portanto, ex tunc;
- Sua procedência e respectivo trânsito em julgado autoriza o registro no cartório de imóveis respectivo – não há necessidade de pagamento de imposto de transmissão, por se tratar de forma de aquisição originária.
= Imutabilidade (coisa julgada material) – observações importantes:
Improcedência: pode ser proposta nova ação, envolvendo o mesmo bem e mesmas partes, desde que o período seja outro (maior do que o anterior, naturalmente);
Procedência: imutabilidade em relação aos demandantes, réus certos e aos incertos, que tenham participado do processo – aqueles que eventualmente deveriam ter participado do processo mas não participaram e os interessados que não responderam à citação NÃO são atingidos pela imutabilidade.
= Observação importante: usucapião por ser alegado em DEFESA (súm 237, STF) (inclusive sob pena de preclusão), em ações em que se discuta propriedade (como imissão na posse e reivindicatória):
- Porém, a princípio, não autoriza o registro, por não ser o próprio objeto da ação (não cabe, por exemplo, reconvenção ou ADI);
- No entanto, NO ESPECIAL, a alegação em questão autoriza o registro (art. 7º, 6969/81 e art. 13, 10257/01) – trata-se de um efeito secundário da sentença em tela.

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