Buscar

QUESTIONÁRIO DIREITO PENAL II - FMU ADAP DP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

QUESTIONÁRIO COMPLETO
	DISCIPLINA: Direito Penal II
	
Conceitue, com suas palavras, o crime de estupro? 
Trata-se de crime contra liberdade/dignidade sexual, definido por conjugação carnal (penetração) forçada ou qualquer ato libidinoso (qualquer ação atentatória ao pudor) em desfavor da vítima, que se vê constrangida mediante violência ou grave ameaça. Vale ressaltar a proteção dos menores de 14 anos; com a nova lei, qualquer relação sexual com menor de 14 anos é crime, ainda que haja consentimento e seja com pessoa de mesma idade.
O homem pode ser sujeito passivo de estupro?
Sim, a nova legislação trata de forma indiferente o sexo do ofendido quando substitui “mulher” (da antiga redação) pelo termo “alguém”. O legislador ao unificar o antigo crime de atentado ao pudor ao estupro, possibilitou a inclusão, como vítima, do homem.
A mulher pode ser autora de estupro?
Verificada a conduta (forçar, obrigar, mediante violência ou grave ameaça) e o elemento subjetivo (dolo) que implicam na objetividade jurídica, qual seja, a liberdade/dignidade sexual da pessoa, a mulher pode, sim, ser autora de estupro, uma vez em que o sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa.
O marido que força a conjunção carnal com sua esposa responde pelo estupro?
O assunto encontra-se pacificado pelo art. 226, II, do CP, ao prever aumento de metade da pena sempre que o crime for cometido por aqueles enquadrados no disposto, dessa forma, estando o cônjuge previsto em tal dispositivo, é certo que este responderá pelo crime de estupro se incidir na conduta prevista no art. 213/CP, com aumento de metade da pena.
Em 05 de janeiro de 2011, Maria, utilizando-se do emprego de grave ameaça, constrange João, advogado bem sucedido, a com ela praticar ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Em 06 de julho Joao comparece à Delegacia para notificar o crime, tendo sido instaurado inquérito policial para apurar os fatos. Diante do caso, o Promotor poderá oferecer denúncia?
Antes da reforma, o estupro era de ação penal privada, ou seja, promovida mediante queixa-crime. Hoje a regra é AÇÃO PENAL CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO. Assim, poderá o Promotor oferecer a denúncia.
.
.
Quem a lei considera vulnerável?
São os menores de 14 anos, enfermos ou deficientes, aqueles que não tenham necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não possam oferecer resistência.
Qual a consequência penal se da relação sexual sobrevier a morte da vítima? 
Se da conduta resulta morte, a pena sobe para reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
A caracterização do estupro contra vulnerável exige violência? 
Não exige violência, uma vez em que a prática do ato pode ser consentida se a vítima não tiver discernimento necessário ou for menor de 14 anos.
Se o sujeito ativo do crime desconhece a idade da vítima há crime?
Não havendo o emprego de violência ou grave ameaça, se o agente por erro desconhece a idade da vítima, incorre em erro de tipo (art.20/CP), o que exclui a aplicação da qualificadora em questão. Ocorre erro de tipo quando o sujeito pratica a ação incorrendo em erro sobre a circunstância elementar, o que afasta a tipicidade da conduta.
.
.
Quais os elementos que caracterizam uma quadrilha?
Associação de 3 (três) ou mais pessoas para o fim de cometer crimes em caráter estável e permanente.
A união de mais de 3 pessoas para a prática de um único crime caracteriza algum tipo penal?
Nesse ponto, como o legislador empregou o plural (crimes), se o grupo pretender praticar único crime não haverá quadrilha. A quadrilha distingue-se, também, por ser reunião de pessoas de forma estável, dessa forma, se mais de 3 pessoas se reúnem de forma momentânea com o fim de cometer um único crime, não há em que se falar em quadrilha, mas em concurso de pessoas (coautoria / participação comuns), que é de caráter transitório. 
Se 3 maiores se juntarem com menor de 18 anos haverá quadrilha?
A melhor doutrina entende que sim, que nessa contagem incluem-se os menores de idade que não podem ser punidos pela Justiça Comum.
Diferencie quadrilha de organização criminosa.
A quadrilha ou bando trata-se da união duradora de 4 ou mais pessoas para prática de um número indeterminado de crimes. Com o advento da nova Lei 12.850/2013, considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
Para o aumento de pena há necessidade de que todos os integrantes estejam armados?
Apenas uma arma é o suficiente, mesmo que seu porte não seja ostensivo.
Pessoas que se reúnam com estabilidade e permanência com o fim de praticar contravenções penais, praticam o crime de bando ou quadrilha?
Contravenção penal não constitui crime de quadrilha/bando, já que o art. 288 refere-se expressamente à CRIMES. Este caso específico caracteriza-se organização criminosa.
.
.
Se a falsificação for grosseira haverá responsabilidade penal?
A falsificação deve ter probabilidade de engano, caso não tenha, poderemos aplicar a súmula 73 do STJ: A UTILIZAÇÃO DE PAPEL MOEDA GROSSEIRAMENTE FALSIFICADO CONFIGURA, EM TESE, O CRIME DE ESTELIONATO, DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.
Aquele que recebe de boa-fé uma nota falsa, pode devolvê-la à circulação?
Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Discorra sobre a possibilidade de tentativa do crime de moeda falsa.
É discutível pela doutrina. Victor Eduardo Rios Gonçalves entende que sim, que é possível tentativa por se tratar de crime plurissubsistente.
Considere que um indivíduo tenha fabricado um instrumento especialmente destinado a falsificação de moeda e que antes da produção do falso papel, tenha sido legalmente flagrado pela polícia em posse do maquinário. Nessa situação, o agente responderá pela tentativa do crime de moeda falsa, visto que não houve a efetiva falsificação?
Não poderá ser punido pela falsificação, porém, já está consumado o crime de petrechos para falsificação de moeda (art. 291/CP).
Comente sobre o momento consumativo do crime de moeda falsa.
No momento em que há fabricação ou adulteração da moeda, porém, tal entendimento não é pacífico. Parte da doutrina entende que para caracterização e consumação do delito, a moeda falsa deve ser colocada em circulação. Dessa forma se a moeda não sair da esfera de vigilância do falsificador não haverá o crime do art. 290, mas do art. 291. Para os adeptos dessa corrente, a justificativa está no próprio tipo penal que fala em “moeda em curso legal".
Para fins penais o testamento é documento público ou particular? 
O art. 297, § 2.º, do Código Penal equipara o testamento particular a documento público.
Aquele que falsifica um documento para receber vantagem responde pela falsificação ou pelo estelionato? 
O estelionato é crime contra o patrimônio, a falsificação é crime contra a fé pública. Se o agente tem sua ação dirigida finalisticamente à prática do estelionato, o falso é meio idôneo para ludibriar a vítima e o crime de estelionato absorve o crime de falsificação. Súmula 17 do STJ: "Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido."
O que diferencia os crimes dos artigos 297 e 298? 
O art. 297 do CP trata de alteração ou falsificação de documento público, enquanto o 298 trata de alteração ou falsificação de documento particular.
A falsificação de um cheque configura que crime?
Se a falsificação de cheque for para cometer estelionato, prevalece o entendimento de que o falso é absorvido pelo estelionato (Súmula 17, STJ).
João, assim que seu tio faleceu alterou o testamentoparticular por ele deixado para lhe atribuir parte da herança. João responderá por algum crime? Qual?
João incidiu no art. 297: falsificação de documento público. 
“A FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO recai sobre a forma do documento público em sua essência (elaborado por funcionário público, no exercício de suas funções e na forma legal) ou por equiparação (artigo 297, § 2º, CP). A falsificação incide, portanto, sobre o espelho. Também pode recair sobre o conteúdo do documento, mas é exigível que incida sobre a sua forma. Desta forma, sempre deixa vestígio (crime de fato permanente), razão pela qual é exigível a realização de exame de corpo de delito (artigo 158, CPP)” (KNIPPEL).
Quando a forma é alterada, forjada ou criada a falsidade a identificar‐se é a material.
Em relação ao crime de falsificação de documento público, o fato de o agente ser funcionário público, independentemente de se haver prevalecido do cargo para pratica da falsificação, é suficiente para qualificar o crime?
Não. Tutela-se no art. 297 a fé pública, consistente na confiança que as pessoas têm em relação aos documentos emitidos pelo Estado. O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa, inclusive servidor público, que terá sua pena aumentada desde que se prevaleça do cargo para o cometimento do crime.
A falsificação e o uso de documento público, pelo mesmo agente configura qual delito? Explique
É pacifico que, quando o uso é feito pelo próprio falsário ele não responderá em concurso pelo falso e pelo uso do documento, no entanto, há controvérsia em relação a qual dos crimes o sujeito responderá: só o crime de falso, ou só o crime de uso. 
.
.
Diferencie falsidade ideológica de falsidade material.
FALSIDADE IDEOLÓGICA: há modificação do conteúdo. Não há alteração física. É o conteúdo intelectual que não corresponde com a verdade. O documento é materialmente verdadeiro, porém, seu conteúdo é viciado.
FALSIDADE MATERIAL: há modificação da forma. Exige uma alteração física. Cria um documento novo. É uma réplica, uma imitação. Constatável por perícia. É a falsificação com a modificação do conteúdo do documento.
O crime exige o especial fim de agir (“com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”).
Para a apuração da falsidade ideológica é necessária a prova pericial?
“É dispensável a realização de prova pericial no delito de falsidade ideológica, pois o falso se encontra na veracidade do conteúdo do documento, e não na forma. O documento é materialmente hígido, mas a ideia ou mensagem nele inserido não corresponde à verdade”. (APELAÇÃO CRIMINAL Nº 0005611-59.2001.4.03.6181/SP, TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3.ª REGIÃO, RELATOR: JOSÉ LUNARDELLI, JULGADO EM 26/04/2011).
Quem insere declaração falsa em documento público com o fim de prejudicar direito responde por algum crime? Explique.
Responde por crime contra a fé pública previsto no art. 297/CP, qual seja, falsificação de documento público.
.
.
A vantagem indevida indicada nos tipos penais estudados é só econômica ou pode ser de outra natureza?
Se a concussão é uma extorsão especial, própria do agente público, a vantagem deve ser dessa índole. Vantagem indevida é, portanto, qualquer enriquecimento ilícito (entendimento jurisprudencial e doutrinário).
Diferencie corrupção passiva de concussão.
CORRUPÇÃO: o agente SOLICITA vantagem indevida.
CONCUSSÃO: o agente EXIGE vantagem indevida.
A diferença entre solicitar e exigir é que esta quer dizer impor, obrigar mediante constrangimento, enquanto aquela (solicitar) significa mero ato de pedir, sem que haja imposição de temor à vítima.
É possível a caracterização de corrupção passiva sem que haja a corrupção ativa? 
É possível, uma vez em que a corrupção passiva pode existir sem a corrupção ativa, pois nesta última há a modalidade “solicitar”.
Disserte sobre o momento consumativo dos crimes em estudo.
Concussão: com a exigência da vantagem, não sendo necessário o pagamento.
Corupção ativa: com a oferta ou promessa de vantagem, não sendo necessária a aceitação pelo funcionário público.
 
Um particular pode ser participe ou coautor no crime de concussão?
Por força do art. 30 do Código Penal, o particular pode ser partícipe ou coautor do crime de concussão.
Uma autoridade policial que aceitou quantia em dinheiro como recompensa para concluir as investigações policiais relacionadas ao crime de roubo ocorrido na Fazenda de um empresário comete algum crime? Qual?
Cometeu crime de corrupção passiva imprópria. A doutrina divide a corrupção passiva em própria e imprópria. É corrupção passiva própria se o ato que se pretende que o funcionário realize ou não realize for ilegal; caso seja legal, será corrupção passiva imprópria.
O funcionário que recebe dinheiro para a realização de falsa perícia comete qual crime?
Corrupção passiva.
Um funcionário público pode cometer concussão mesmo que já esteja aposentado?
Somente haverá concussão quando feito por servidor ativo, ainda que de licença ou afastado. Ao servidor público aposentado, por não ter mais a função pública, de sorte tipificará o estelionato, roubo ou extorsão. Para ser concussão tem que ser a exigência relacionada com a função (nexo causal).
.
.
Disserte sobre a aplicação do princípio da bagatela no crime de descaminho.
O STF considerou que o valor mínimo para aplicação do princípio da bagatela/insignificância em crimes de descaminho seja de R$10.000,00, valor fixado no art. 20 da Lei nº 11.033/04, o qual estabelece o arquivamento dos autos das execuções ficais de dívidas.
Diferencie contrabando de descaminho?
CONTRABANDO: é a importação ou exportação de mercadoria proibida.
DESCAMINHO: é a fraude para evitar pagamento de imposto.
O pagamento do tributo extingue a punibilidade do crime de descaminho?
A Lei 10.684/2003 admite a extinção da punibilidade em razão do pagamento feito em qualquer tempo (antes ou depois do recebimento da denúncia).
Quando esta consumado o crime de descaminho?
Consuma-se com a posse do bem sem quitação do tributo.

Outros materiais