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1 2 Poematizando... Hallyson Willyan ≈ 3 “Não se limite a um céu azul, se você pode explorar o universo inteiro.” Hallyson Willyan 4 Sobre o autor... Meu nome é Hallyson Willyan Gonçalo dos Santos, tenho dezoito anos e sou natural de Ibiara, na Paraíba. Um ano após nascer, vim morar numa pequena cidade chamada Pimenta Bueno, em Rondônia, onde estou até hoje. Pode até surgir a pergunta: “como teve a ideia de escrever?” ou coisa assim, e a resposta: era uma noite fria, fria mesmo. Estava eu na sala de aula, último ano do ensino médio, e, durante a aula de Língua Portuguesa, na qual estudávamos sobre o modernismo, criei meu primeiro poema. Não havia pensado verdadeiramente em criar nada, mas vieram frases em minha cabeça e resolvi pô-las no papel. 5 Daí surgiu “Pastos Verdejantes”, poema que não pretendo colocar neste livro, devido ser um poema inicial. O que me motivou ainda mais foi o fato de minha professora de Língua Portuguesa, Pâmela Fragoso, expor o poema para toda a escola em um mural, intitulado por ela “Cantinho Poético”. Desde a infância sempre gostei de ler. Quadrinhos, romances, contos, fábulas e muitos outros. Mas não tinha interesse algum por poesia. Estranho, não? Essa é uma obra que pretendo que dê certo. Não sei se meus poemas são bons aos olhos dos outros, mas espero que seja, e que gostem aqueles que as lerão. Obrigado. 6 7 Para todos aqueles que me incentivaram nessa caminhada. Por todos os motivos que me levaram a escrever. Para o vento, e para as palavras... 8 Cidade vermelha Cidade vermelha Do sangue vivo De pessoas que um dia sonharam E que agora estão mortas. Seus sonhos se apagaram Quando fechou-lhes os olhos. Foram mortos, Não morreram. Deserto de sangue, Templo de cadáveres, Em ti não há mais vida Pois todos já morreram. 9 Morte que não cessa, Dor que não acaba! A cada dia Mais e mais morrem. Como queda d’água Incessante é teu sangue, Tuas mortes, Tuas guerras. Oh pobre gente! Os abutres festejam Os abutres festejam Sobre vós! 10 Corpos em decomposição, Almas que se tornaram Banquetes para urubus famintos. Sintam! Gente de fora, Do exterior, De outros lugares: O cheiro do sangue, O cheiro da morte, O cheiro daquela cidade Que agora se torna vermelha Do sangue de todos eles. 11 Tadeu Por campos floridos De margaridas ensanguentadas Correu Tadeu Por caminhos tortuosos. Esteve ali por bom tempo Até despedir-se De si mesmo. Correu em espinhos penetrantes E se afogou nas lágrimas Do horizonte. 12 Versos... Versos surgem sem parar Como uma máquina que não cessa. Automaticamente surgem, Surgem automaticamente. Aqui tudo são versos: Pessoas... Carros... A própria vida... Versos vivos, Versos mortos. Transformam-se tudo em versos Dum poema que não morre... Versos que vão ao vento. 13 Tudo o que vejo Tudo o que vejo, Tudo o que olho Se desfaz. São como espíritos invisíveis, Irreais. Tudo o que olho são pássaros, São árvores, Lixeiras vazias. O caminhar daquela tarde se desfez E recolhi-me em meu quarto sombrio. O relógio soava em meus ouvidos Como a ararinha que grita ao longe. 14 Tudo o que vejo, Tudo o que olho São meras poeiras que se vão, De passagem na visão de cada um. São como o lápis desapontado, Como redemoinhos de vento Empoeirando a vida dos outros. São como parques... Pessoas... Tudo o que vejo São sonhos conformados Na realidade repousante. 15 Não me pergunte De onde vêm tantas coisas, Tantas palavras. Apenas vêm... Sucessivamente. Também não peça que eu as interprete, Pois não as saberia. Tudo o que olho São meras palavras ao vento. 16 Sofrimento Comparado às tuas dores As minhas são tão normais, Consolam o mais possível Do brilho que satisfaz. São como fogo e chama Que arde no entardecer... O brilho do sol queimando... O prazer de se morrer. Ofuscam-se palavras Com versos que vão embora, Com árvores imaturas, Poemas a toda hora. 17 Sinto pena do amanhecer Cuja luz não se demora, Pela brisa da manhã E do ímpeto que te bate Mostra-te agora, Máscara do céu, O brilho de um novo dia, A morte a cada dia. As dores que agora sinto São dores tão normais, Me buscam no meu sono, Parecem tão iguais. 18 O brilho da juventude Que se apaga com o tempo Traz-me a culpa... O arrependimento... De viver de outra maneira Que podia ter vivido, Aproveite seu tempo ao máximo Meu amigo! Realize teus sonhos Para que a vida não se torne algo... Assim... Tão igual. 19 Pois culpa tenho eu daquilo que não fiz, Daquilo que não faço, Quero o que sempre quis. 20 Mãe Natureza Dos olhos teu nascem os rios. Dos teus cabelos as matas. Das tuas mãos brotam a vida. Dos teus pés a terra regada. Da tua boca nascem as línguas e as palavras Que ensinam aos homens A verdade escrita e falada. 21 Estrelas Estrelas ao vento Que dançam reluzentes, Mostram tua beleza no mar infinito. Contemplam a vós Todos que nada fazem Em meio ao mar, À deriva do esquecimento. Ò estrelas, Como são lindas! Como são lindas Quando as nuvens não as escondem. 22 Queria andar no céu Para tocar-lhes sua massa de brilho E adormecer sobre ela Enquanto viajo no universo. 23 Conformidade inconformada Sono inconsequente Descontrolado, inconsciente. O peso de dez mil fere-me, Estampa-me o semblante, Adormece-me o espírito. O que sucederá quando se forem? Quando separar-nos? Só me restará solidão. 24 Dos poucos que tenho, Não são como eu quero, Não são como eu queria. O obscuro assombra-me Da culpa que me mata. Já estou desligado daquilo Que me rodeia. O prazer que antes tinha Em coisas que gostava, Agora tanto faz se dá prazer ou não. 25 Fechei os olhos há muito tempo E já não vejo o que está à minha frente. Tudo o que olho são meras palavras... Tudo o que olho são palavras gastas. Vontade minha é desistir, Esquecer, Abandonar. 26 Tudo Tudo nada mais é Do que teus horizontesque se manifestam. Tudo nada mais é Do que opostos que não se atraem. Tudo é nada, E ao mesmo tempo, Tudo. Tudo são como pássaros, Andorinhas voando ao vento. 27 Tudo é tudo, Sem discussão. É o que se vê E o que não se vê. Tudo são palmeiras. Molecada, futebol. É o entardecer, A polícia, É o crime, é a guerra, é a fome. Tudo é o que você pode imaginar e pensar. Quando se tem tudo, se tem nada. 28 Quando os olhos adormecem, Vós tudo produzis, Tudo. 29 Marcelo Vive entre dois mundos, Distintos, Distantes, Marcelo. És como ponte que liga os dois, E os envolvem. Mostra sua cara, Marcelo. 30 Se esconde, Suas mãos nada fazem, Ninguém as vê, Não olha, Quieto, Nada fala, Por quê? Não vê que isso o conduzirá à morte? Não pensa que teu silêncio te deixa na fila do desespero? Marcelo, Tuas mãos estão fechadas, Lágrimas tens tu, tantas! 31 Era o tempo de se arrepender, Agora não volta, Porque já está morto. 32 Orvalho... Manhã fria, Cidade quieta, Domingo parado. Orvalho da manhã Que paira Sobre as folhas verdes das árvores. Molha unicamente, Em gotículas únicas, Individuais, Todo rosto, Todo corpo Que por ela passa. 33 Desce vagaroso, Quieto, Oculto, Invisível. Naquele dia O céu chorava pela morte do universo E suas lágrimas caíam Em gotículas de orvalho. Lágrimas que logo passarão Quando o sol aparecer. 34 Suas lágrimas frias, Céu, Cessarão, Secarão. Parará de chorar Porque o sol o consolará E o orvalho da manhã Dará lugar ao calor da tarde. 35 Cartas... Para ti, Para mim, Para ele, Tantas que escrevo Para ti, Para mim, Para ele. 36 Nas pequenas ondas do rio, Nos córregos selvagens, Nas mangueiras, Nos coqueiros, Nas palmeiras, Escrevo, Para ti, Para mim, Para ele. 37 Cartas escrevo, Na palma das mãos escrevo. Na terra, Na grama, Ma areia, No tronco, Nos carros, No vento, Na folha, Na enxada, Nos dedos, Nos olhos, Escrevo. 38 Cartas em branco, Escrevo. Com letras invisíveis, Escrevo. Com caneta imaginária, Escrevo. Palavras ocultas, Sim. Só quem sabe As poderá ler. Por que escreve? Não sei. 39 À beira do caminho... Não sei de onde veio, Passou por essa estrada E desapareceu no horizonte. De pés ligeiros, Minha vista não o acompanhou, Apenas deixou passos Que ficaram Marcados na poeira do caminho. Meus pés doem, Por isso não o sigo. 40 Um passarinho Pousou agora a pouco Sobre meus ombros marcados E contou-me para onde foi. Mas penas não posso segui-lo, O banco está confortável. 41 Vi, ouvi, senti... Vi dos meus pés saírem palavras E dos meus braços frases complexas. Vi do chão brotar um cachorro E do céu gotas de orvalho. Vi em seus olhos paz e alegria E em teu abraço, amor eterno. Ouvi dos teus lábios a beleza do português E dos teus cabelos o calor. 42 Senti no vento o perfume de ti E a tua voz me fez acordar. Vi, ouvi, senti Que de ti nasce a língua. 43 Comum Estava sentado Pra ver se saía alguma coisa Mas nada me veio à cabeça. Olhava pros lados, Pras pessoas, Mas nada me vinha, Ma nada me vinha. Cheguei à conclusão: Teoria demais tira a imaginação. 44 Mas pude escrever daquilo que pensei, E pensando, Pude escrever. Pus num papel, Mas foram palavras vazias, Não transmitiram o que eu queria. Foi apenas mais um, Sem imaginação, Sem nada. Levantei-me E o pus sobre a mesa, E ficou lá, Empoeirando. 45 Naquela noite Um homem parou ao meu lado E sentou-se comigo. Tinha nas mãos Um relógio, Que me levou ao passado, O passado de todas as eras. O homem me fez entender Que os versos são para tocar E colorir o cinza. 46 Nadei nas águas do vento E fechei os olhos, Veio em mim O primeiro dos versos E dei sequência no resto. Caiu a chuva, E fiquei lá, E o homem, Num banco. Abriu-se o céu E fomos embora... 47 Palavras de um profeta Já pude prever o futuro Uma vez, E previ. Previ que haveria mortes, E houve. Não usei de máquinas, Não usei de fórmulas, Apenas previ, Olhei para o céu... 48 Rotina Dormi um pouco, Abri os olhos, Duas horas. Levantei-me E diziam-se quatro e meia. Meu rosto jovial Se apagara Na escuridão do quarto. Vinha em mim O sono profundo, E o relógio tocou. 49 Minha mente Não pensava em mais nada, Não. Minha opinião Omiti-se ao tempo, Secaram-se meus lábios, Como areia no verão. O frio do quarto Entrou e me mostrou A rivalidade da solidão E da satisfação. 50 Posso me ver no futuro. O que vejo não são pedras, Não são coisas, São histórias Que me esfaqueiam E me tiram o sangue. E ao sair, Mais um dia chegou. 51 Passarinho na gaiola Um pássaro na gaiola piava, “onde estaria meu ninho?” Pensava. Estou sozinho E não posso voar, O que farei pra me libertar? Dos meus olhos saem lágrimas Ao ver meu povo lá fora, E eu aqui, Preso nessa gaiola. 52 A porta... Uma porta apareceu há muito tempo E ficou numa parede, Num teto, Num chão. Não era bonita, Não tinha cor, Era uma porta comum. 53 Ficava a porta em meio a tantas! Tantas outras portas... Mas poucas entravam por ela, Mesmo que a vissem, Mesmo que estivesse sempre aberta, Mesmo que a percebessem... 54 Tic Tac Tic Tac, Dizia o relógio Em suas horas contínuas. Tic Tac, Incomodava alguém. Tic Tac, Graças à pilha da física. Escondido o relógio atrás de um cofre E um vidro de perfume. 55 Ouvia seu som, Tão igual, Para durar um segundo. Sem importância eu olhar pra ele, Sem importância. Em seus mil, Ainda ouço Seu Tic Tac. 56 O índio... Deitei-me para tirar um sono E um índio me atravessou Com uma flecha. Andava numa égua branca De longas crinas De negras mechas. Pulei de onde estavaE meus olhos nele acompanhei. 57 Corria de um lado pra outro, Se me perguntar, Não sei. Fui atingido, Mas devia ser por engano. Tentei acompanhá-lo Mas não consegui, Ele sumiu cantando. 58 O vento O vento cortou as montanhas do norte, Soprou sobre pastos E retirou as cercas de seus propósitos. Das árvores infrutíferas Caíram-se as folhas, E suas bases se estremeceram. Os cães que ladravam cessaram E correram para baixo do banco. 59 O vento correu uivante E desordenou águas tranquilas. Os peixes se alvoroçaram E a terra tremeu. As pedras afundaram E as casas caíram. O que era vento, Tornou- se destruição. 60 A tarde não caiu Fiquei pensando E a tarde não caiu. Pensei em algo E a tarde não caiu. O relógio talvez se esquecera De que as horas haveriam de passar, E a tarde não caiu. Apenas contemplo, Até que se deite. 61 Não sei As horas passam E meu dia se joga fora Aos poucos. Cada minuto em nada É tempo perdido. Nesta solidão que me atinge Só me resta olhar pros lados E esperar que algo aconteça. 62 Soldo não tenho E isso me entristece, Me preocupa. Só ouço o relógio, Apenas. Procuro algo a fazer, Mas nada há. Solidão, Tu és um peso para mim, Me deixa entediado, Aflito, Calado. 63 Meus gritos não são ouvidos E me arrependo de algumas coisas. Até quando ficarei assim? O silêncio consumiu minhas células E fechei-me sombrio. 64 Morte Pássaros azuis Molhados de tinta Pingavam no céu Almofadas de pano. A terra paria O velho homem E a chuva descia Matando as montanhas. Os bichos corriam Entre árvores cantantes E a trombeta tocava Na terra decepcionada. 65 O homem buscava Nos galhos remotos As frutas vivas Que não cortam alma. O fruto era verde E dizia que não Quando arrancava-lhe Sem consolação. A ponte foi feita Sem nenhum sinal E andavam por ela Todos os animais. 66 Vivas estavam As correntes de aço E não se partiam Por mais que cantassem Os homens, Chorando no frio. No calor Estavam as pedras Que gritavam misturadas Em águas claras Que reclamavam Pelo córrego afora. 67 A música cantava Sozinha na noite E esperava o dia Que chegaria. Morria talvez O homem Em suas mortes Mal resumidas, Mal resolvidas, Mal acabadas. 68 Os corvos pairavam Na terra E diziam dominar a morte. Suas penas gritavam E seus pescoços rangiam. 69 Parado no deserto Morte certa, Hora errada, Vieste agora, Som de cavalgada. Venho aqui Entregar cartas Para Maria Que já não me espera, Que agonia. 70 Contudo vejo Que já não me olhas, E já foi embora Em seu cavalo. E agora? Nos horizontes, Pescoços enterrados, Corpos mal feitos, Sangue pra todo lado. Carruagens de fogo Cercaram-me então. Na brisa aqui que passa, Sei não. 71 A borboleta A borboleta pousou sobre a folha E parou. Balançou as asas E parou. Estava ali, Perto da escada, Parada, repousada. Sua beleza Tomou-me por um tempo, E a revista que estava eu lendo, Caiu ao chão. 72 Correu o vento sobre o jardim, Balançou as flores, As folhas, Os caules, Mas ela permaneceu ali, Quieta, Fixa. Olhava ela para o céu, Porque eu vi, E pensava. Pensava algo, Algo que eu não entendia, Mas ela sim. 73 O quê? Até eu tentava entender. Tentava entender O que ela pensava, Mas parei, Quando vi que, Despreocupada, Retomou o seu voo. 74 Dançando no ar Como uma bailarina, Vi-a entre um segundo e outro Dançando nos raios de sol, Acompanhando o vento, Como um maestro Que comanda a orquestra. Perdi-me nos teus voos Dancei junto e ela. A terça-feira não me feriu. 75 Morte escrita Na morte escrita Escrevo embaraçado, Não entendo o que falo, Às vezes morto de ouvido. Durmo na estrada Da vida consequente, R penduro-me Nos galhos da solidão. A placa de “pare” Me fez parar. Mas estava andando E quieto fiquei. 76 Passou por mim O vento bom E cochilei em pé. Diante da escuridão Que está à minha frente Penso se ando ou se paro, Se vou ou se fico. Em mão tenho a vida E o amuleto da sorte Que está invisível E não o vejo. 77 Sentei num banco À beira da estrada E o vento passava, Estava escuro E vi as folhas Da árvore ao meu lado. Vi o trem que passava Num barulho infernal. E o escuro, Ao fundo. 78 Acabando Penso se escrevo, Se paro, Se penso. Olho ali, Ali E ali... O papel é branco Como gato alvo. A caneta está aqui, Mas não posso usar. 79 Setembro ainda não acabou, E estou esperando, Para finalizar. 80 Demissão A incompetência de tua fala Te mostra o teu destino. A porta que atrás de ti está Te leva para fora. Teu nome aqui Não mais está. Vai pra lá. Já está acabado O seu tempo, Já muito ficara E venceu-lhe a hora. 81 Não se preocupe Se não encontrar Ninguém a te esperar Tudo ficará bem, Teu soldo já está lá. Muito já fez, Mas está apertado o quadro, Vários embora, E você também. Não se esqueças de deixar O papel na mesa Depois de sair. 82 Água de chuva Água de chuva, Da madrugada fria, Caem sobre mim, A pé, Só. Água de chuva Que acorda, Que espanta, Que lava, Que limpa, Que cai, Molha essa terra seca, Molha-nos. 83 Frase Estava sentado E vi uma frase na mesa. Na mocidade, Lembro-me bem. Escrita por dedos desconhecidos Que transcreviam amor na carteira. “amor ti amo vida”. Quão grande pode ser O amor a ponto de tal ocorrer. 84 Quem ficasse para ler Talvez se importasse, Talvez não, Eis a questão. Era indeciso, Incerto. Para quem? Um amor manifesto numa mesa. Amor jovial, Colorido, Passageiro. Que se apaga com o tempo, À deriva. 85 86 Obrigado...
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