Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROFESSORA: Oc. MSc. Taiana Guimarães Araujo taianagaraujo@gmail.com Conteúdo proposto OCEANOGRAFIA FÍSICA: Propriedades físicas da água do mar (distribuição horizontal e vertical da temperatura, densidade e pressão); Propagação da luz e do som na água do mar; Massas d’água e curva T –S; Correntes oceânicas; Ressurgência; Ondas; Marés; Técnicas de estudo e equipamentos da Oceanografia Física. Massas d’água Como já visto, o oceano é estratificado em termos de densidade, com a água mais densa perto do leito oceânico e a menos densa perto da superfície; Aqui é importante lembrar que a estratificação da densidade é mais pronunciada em latitudes temperadas e tropicais, pois as diferenças de temperatura e salinidade entre as águas superficiais e as de fundo são maiores do que nos polos; A temperatura (T) e a salinidade (S) são as duas principais variáveis usadas para identificar massas d’água porque: 1) são as duas principais variáveis determinantes da densidade; 2) são propriedades conservativas, isto é, são alteradas somente por processos que ocorrem na superfície e/ou nas bordas das bacias oceânicas; Massas d’água As massas d’água possuem propriedades distintas e identificáveis podem ser rastreadas/traçadas (origem e movimentos independentes); Em função da diferença de densidade, as massa de água não se misturam facilmente quando se encontram, em vez disso, elas normalmente fluem por cima ou por baixo uma da outra; Assim, massas d’água podem ser bastante persistentes, podendo manter as suas característica/sua identidade por grandes distâncias e longos períodos de tempo; Por isso, dentro do oceano, i.e. no meio da coluna d’água, somente ocorrem mudanças como resultado da mistura de massas d’água com diferentes características. Massas d’água ORIGEM E LOCALIZAÇÃO DAS MASSAS D’ÁGUA Normalmente as massas d’água se originam, ou seja, ganham suas características de T e S na superfície e então procuram o seu próprio nível de densidade por subsidência ou convecção termohalina, profundidade na qual atingem o equilíbrio vertical; Assim, independentemente da profundidade em que se localizam, as características das massa de água foram determinadas, em primeira instância, pelos processos de aquecimento X resfriamento e precipitação X evaporação que ocorreram na superfície do oceano quando essas massas foram formadas. Massas d’água Em sequência de profundidade crescente, as massas d’água são c1assificadas como (as profundidades de cada uma variam de acordo com o Oceano que se trata e com a profundidade máxima deste oceano): 1) de superfície da superfície até cerca de 200 m ou até 0 início da termoclina; 2) central do topo à base da termoclina (referente à termoclina); 3) intermediária da base da termoclina até cerca de 1500 m; 4) profunda abaixo da água intermediária mas sem contato com o fundo, até cerca de 2000 m; 5) de fundo abaixo dos 3000 m e em contato com o leito oceânico. Massas d’água A COSTA BRASILEIRA É BANHADA PELAS SEGUINTES MASSAS D’ÁGUA: Água Costeira – AC e Água da Plataforma Continental – AP adjacentes à costa, sofrem grande influência da região costeira, como por exemplo, costuma apresentar salinidades mais baixas devido à influência continental (fluvial) Água Tropical - AT (T> 18,0°C; S> 36,0) formada pelo aquecimento superficial e aumento de salinidade devido à evaporação na zona intertropical. Localizada longe da costa mas na região superficial do Atlântico, pode ocupar até os 200 m. Água Central do Atlântico – ACAS (T= 18° a 8°C; S= 36 a 34,5) localizada entre 100 e 800 m de profundidade, é formada pela subsidência da água superficial na zona subtropical (40° S) na Convergência Subtropical do Atlântico Sul. Massas d’água A COSTA BRASILEIRA É BANHADA PELAS SEGUINTES MASSAS D’ÁGUA: Água Intermediária Antártica – AIA (T= 2,5° a 6,0°C; S= 33,8 a 34,5) formada por uma convecção profunda ao sul do Chile (Convergência Antártica – 50° S). Seu núcleo é definido pelo mínimo de salinidade e pode ocupar os 1500 metros. Água Profunda do Atlântico Norte – APAN formada na costa da Groenlândia, alcançando o Antártico. Altamente oxigenada. Limite superior definido pela região do mínimo de T °C. Profundidade de 1500- 2000 metros. Água Antártica de Fundo – AAF (T= -1°C; S= 34,64) formada nos Mares de Weddell e de Ross (oceano Antártico) durante o inverno. Mais fria dentre todas as massas d’água oceânicas. Massas d’água do oceano Atlântico 0 500 1000 1500 2000 2000 3000 4000 5000 6000 P ro fu n d id a d e ( m ) ÁGUA TROPICAL SUPERFICIAL ÁGUA CENTRAL DO ATLÂNTICO SUL ÁGUA ANTÁRTICA INTERMEDIÁRIA ÁGUA NORTE ATLÂNTICA núcleo 30º W35º W MASSAS D'ÁGUA Massas d’água na costa brasileira ÁGUA DE FUNDO ANTÁRTICA Massas d’água e diagrama T-S A ferramenta mais utilizada na identificação das massas d’água é o diagrama T – S, um gráfico que tem a temperatura como ordenada (eixo Y) e a salinidade como abscissa (eixo X). Cada ponto no diagrama T – S define um tipo de água, e a união dos pontos de observação de uma série de estações oceanográficas constitui a chamada curva T – S. Conteúdo proposto OCEANOGRAFIA FÍSICA: Propriedades físicas da água do mar (distribuição horizontal e vertical); Propagação da luz e do som na água do mar; Massas d’água e curva T –S; Correntes oceânicas; Ressurgência; Ondas; Marés; Técnicas de estudo e equipamentos da Oceanografia Física. Correntes Oceânicas CONTEÚDO Considerações Iniciais: Classificação das forças; Classificação dos movimentos da água; Circulação atmosférica: sistema global de ventos; Efeito, desvio ou “força” de Coriolis; Espiral e transporte de Ekman. Circulação Geral dos Oceanos: Circulação superficial; Circulação termohalina. Ressurgência: Origem do processo; Bomba biológica e bomba física de solubilidade. Classificação das forças Primárias (causam movimento): Gravitacional age sobre a massa total de água; Tensão do vento pode ser tangencial (ângulo diferente do reto fricção) ou normal (ângulo reto pressão) à superfície do mar; Pressão atmosférica; Sísmica. Secundárias (resultam do movimento): Força de Coriolis relativa à rotação da Terra Fricção relativo ao atrito ocorrido nas interfaces (Ex: entre atm e lâmina d’água, entre coluna d’água e leito oceânico, ou mesmo entre 2 massas de água diferentes. Induzidos pelo vento Ex: ondas e correntes superficiais; Induzidos pela gravidade Ex: correntes de maré; Resultantes da variação da densidade Ex: correntes termohalinas; Induzidos por atividades sísmicas Ex: tsunamis; Classificação dos movimentos da água Circulação Atmosférica Circulação Atmosférica – Sistema Global de Ventos VENTOS: movimento de ar oriundo da existência de zonas de baixa e alta pressão, ou seja, do desequilíbrio térmico; Essas zonas são formadas principalmente pelas diferença de temperatura desequilíbrio de radiação, de umidade... Zonas de Baixa Pressão (B.P.): Equador (origem térmica) aquecimento solar Lat. 60o (origem dinâmica) rotação da Terra turbilhão polar Zonas de Alta Pressão (A.P.): Pólos (efeito térmico mascara o efeito dinâmico) ar frio; Lat. 30o mergulho das correntes dirigidas aos polos por resfriamento ventos alíseos. Sistema Globalde Ventos Nas baixas latitudes, a circulação atmosférica consiste basicamente nas células de Hadley (células de convecção atmosféricas), formadas entre o Equador e latitudes de 30, pelos ventos alísios na superfície que sopram em direção ao Equador, e por ventos indo em direção aos pólos na camada superior; A região onde os vento de superfície dos dois hemisférios convergem é chamada de Zona de Convergência Intertropical (ZCIT); A ZCIT está geralmente associada com a zona de máxima temperatura da superfície do mar e move-se um pouco para Norte e para Sul a depender das estações do ano. Sistema Global de Ventos Principais células de convecção atmosféricas Além disso, o padrão de ventos é fortemente influenciado pela distribuição da terra e mar diferenças na capacidade termal das massas continentais e oceânicas. Para uma mesma quantidade de radiação solar, a terra aquece aproximadamente 5 vezes mais rápido que a água sistema de brisas; Circulação Atmosférica – Sistema Global de Ventos Em médias latitudes, os sistemas de ventos predominantes são: os ciclones ao redor de zonas de B.P. - H.N – anti-horário - H.S. – horário e anticiclones ao redor de zonas de A.P. - H.N – horário - H.S. – anti-horário ATENÇÃO: os ciclones apresentam a mesma direção da rotação do planeta em cada hemisfério e os anticiclones a direção inversa; Circulação Atmosférica – Sistema Global de Ventos Circulação Atmosférica – Sistema Global de Ventos FONTE: https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-stock-ciclones-e-anticiclones-image68445654 Circulação Atmosférica – Sistema Global de Ventos FONTE: http://www.jovemexplorador.iag.usp.br/index.php?p=blog_fluido-giro-relativa Circulação Geral Oceânica e Circulação Superficial Circulação Geral dos Oceanos Apesar de sofrerem flutuações mais ou menos periódicas, as águas oceânicas encontram-se em movimento seguindo padrões consistentes que prevalecem ao longo do tempo; As principais forças que guiam esses movimentos são a energia do Sol e a rotação da Terra. Esses movimentos são chamados de Correntes Oceânicas e podem ser: Horizontais de superfície; Horizontais de fundo; Verticais ascendentes; Verticais descendentes. Circulação Superficial dos Oceanos Originada a partir da energia cinética transferida do vento para a camada superficial da água do mar; Quanto maior a velocidade do vento, maior a força friccional (i.e. o atrito) agindo na superfície do mar; Esta força friccional é conhecida como tensão do vento ou tensão superficial; Cerca de 10% da água oceânica faz parte das correntes superficiais, as quais fluem horizontalmente até uma profundidade de 400 m, onde o efeito da força friccional do vento ainda é sentido; Assim, as correntes superficiais se movem acima da picnoclina. Circulação Superficial dos Oceanos Circulação Superficial dos Oceanos Principais correntes oceânicas superficiais. Circulação Profunda dos Oceanos ou Circulação Termohalina Vimos que, em geral, as correntes superficiais fluem acima da picnoclina, no entanto, a água dentro e abaixo da picnoclina também circula, mas a força que gera essa circulação mais lenta e profunda (circulação termohalina) vem da ação da gravidade em massas d’água adjacente que apresentam diferentes densidades; Muito dos conhecimentos da circulação tridimensional dos oceanos tem sido deduzido a partir do estudo das massas d’água seus padrões, tendências e oscilações; As correntes profundas ocorrem na zona profunda abaixo da picnoclina, influenciando aproximadamente 90% das águas oceânicas; Circulação Termohalina Os processos termohalinos são governados pelas variações na temperatura e salinidade da água do mar, que controlam sua densidade. A circulação termohalina é o resultado das diferenças de densidade das águas, causando instabilidade dentro da coluna d’água; Estas diferenças são geralmente pequenas, mas suficientes para causar o afundamento das águas mais densas. Os principais fatores externos, responsáveis pelas alterações de densidade nos oceanos, são os fluxos de massa e calor. Circulação Termohalina Circulação Termohalina Movimento vertical ou convectivo das massas de água; Esse tipo de movimento/circulação das massas de água oceânicas ocorre em função das diferenças de densidade; Funciona basicamente da seguinte forma: Águas quentes e/ou menos salgadas Águas frias e/ou mais salgadas Nas latitudes subpolares do Hemisfério Sul, a área mais significativa onde massas de água profunda são formadas é abaixo da camada de gelo, ao longo das margens do continente antártico; O congelamento das águas produz uma água muito fria e densa que desliza no talude continental da Antártica, conhecida como Água de Fundo Antártica (AFA); Esta é a massa d’água mais densa de todos os oceanos. A AFA afunda lentamente e espalha-se para todas as outras bacias oceânicas. Nas latitudes subpolares do Hemisfério Norte, um importante sumidouro de água fria de superfície ocorre no Mar da Noruega; Após afundar, esta água flui como corrente de subsuperfície dentro do Atlântico Norte e recebe o nome de Água Profunda do Atlântico Norte (APAN); A APAN também se espalha pelas demais bacias oceânicas, mas ocupa uma posição acima da Água de Fundo Antártica. Circulação Termohalina Circulação Termohalina Em realidade, as correntes superficiais e profundas dos oceanos estão todas conectadas pelo “Grande cinturão de transporte oceânico” Circulação Termohalina Transporte de calor, não só de massa. Efeito de Coriolis e Espiral de Ekman Efeito de Coriolis Efeito, desvio ou “força”de Coriolis força aparente de um corpo em movimento quando seu movimento é observado em relação à rotação da Terra. Os corpos em movimento (na atmosfera e no mar) se “desviam” para a esquerda da direção do movimento no HS e para a direita do movimento no HN. Caminho pretendido Caminho real resultante do efeito de Coriolis http://www.youtube.com/watch?v=rD-m1SO5i2M Espiral e Transporte de Ekman Resultante do balanço entre o efeito de Coriolis e a força de fricção ou atrito. Em qualquer profundidade, a água está sujeita a três forças: a tensão da camada superior (no caso da superfície, o vento); a tensão na camada inferior; a força de Coriolis; O transporte de Ekman é o movimento médio resultante de todas as camadas da espiral juntas, sendo de 90 à direita da direção do vento no H.N. e à esquerda no H.S. Espiral e Transporte de Ekman Bombeamento de Ekman Consequência da espiral de Ekman bombeamento de Ekman: Zonas de divergência: - Giros ciclônicos ou anti- horários no HN; - Giros anti-ciclônicos ou horários no HS; Zonas de convergência: - Giros ciclônicos ou anti- horários no HS; - Giros anti-ciclônicos ou horários no HN; Conteúdo proposto OCEANOGRAFIA FÍSICA: Propriedades físicas da água do mar (distribuição horizontal e vertical) e propagação da luz e do som na água do mar; Massas d’água e curva T –S; Correntes oceânicas; Ressurgência; Ondas; Marés; Técnicas de estudo e equipamentos da Oceanografia Física. Ressurgências Fenômeno oceanográfico que consiste na intrusão ou ascensão de águas marinhas profundas até áreas menos profundas do oceano, chegado geralmentea atingir zona eufótica; Regiões de ressurgência representam aproximadamente 0,1% da superfície dos oceanos apenas; Contudo, estas áreas fornecem mais de 40% de toda captura mundial da pesca comercial. Existem poucos tipos de ressurgência: Costeira ventos e topografia de fundo da plataforma continental; Governada pela descarga de rios; Devido à mistura da maré; Induzida pela circulação de larga escala (polar, equatorial e a lesta das bacias oceânicas). Ressurgências Ressurgência X Bombas Biológica e Física de Solubilidade A eficiência da Bomba Física de Solubilidade está diretamente relacionada com as zonas de formação de águas profundas e com a circulação termohalina e inversamente associada com as áreas de ressurgência; Já no caso da Bomba Biológica, sua eficiência tem relação com as áreas de grande produtividade primária dos oceanos, apresentando relação direta com águas costeiras e áreas de ressurgência e inversa com regiões de águas oligotróficas. CO2 Oceanic Primary Production: Sept. 97 – Aug. 98 CO2 CO2 Bombas Biológica e Física de Solubilidade OBRIGADA e BOA TARDE !!!
Compartilhar