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1 RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC

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DIREITO DO CONSUMIDOR E AÇÕES CORRELATAS
Aula 1 – Responsabilidade Civil no Código do Consumidor
Direito do Consumidor e Ações Direito do Consumidor e Ações 
CorrelatasCorrelatas
Aula 1 Aula 1 –– Responsabilidade Civil no Responsabilidade Civil no 
Código do ConsumidorCódigo do ConsumidorCódigo do ConsumidorCódigo do Consumidor
Professor: João João AguirreAguirre
DIREITO DO CONSUMIDOR E AÇÕES CORRELATAS
Aula 1 – Responsabilidade Civil no Código do Consumidor
OBJETIVOS 
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Bom estudo!
DIREITO DO CONSUMIDOR E AÇÕES CORRELATAS
Aula 1 – Responsabilidade Civil no Código do Consumidor
Na presente aula você pode aprender um pouco mais sobre a 
responsabilidade civil no Código de Defesa do Consumidor. Com 
intuito de complementar os ensinamentos, abordaremos sobre 
alguns dos principais princípios que regem as relações de consumo. 
� Apresentação
alguns dos principais princípios que regem as relações de consumo. 
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O Código Civil de 1916 trazia o princípio da boa-fé subjetiva, 
caracterizada pela crença ou convicção de um ato e o direito que dele 
decorre. Ou seja, em outras palavras, na boa fé subjetiva, também 
chamada de “boa-fé crença”, era tutelado o estado psicológico, uma vez 
que deveria ser investigado se o(s) contratante(s) tinha ciência (e até 
� Princípio da Boa Fé Objetiva
que deveria ser investigado se o(s) contratante(s) tinha ciência (e até 
mesmo a intenção) de que sua conduta era lesiva ou contraria ao direito. 
Já no Código Civil de 2002, como no Código de Defesa do Consumidor 
vigora o princípio da boa-fé objetiva, que consiste em um padrão ético de 
conduta que impõe às partes determinado comportamento. Vale dizer, 
que este princípio espera das partes contratantes uma conduta com base 
na lealdade, na honestidade, na transparência e na ética, a fim de seja 
cumprido o objetivo contratual sem haver abusos, lesividade ou ainda 
desvantagem excessiva. 
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O principio da boa-fé objetiva esta previsto no artigo 4º, inciso III do 
CDC: “(...) sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre 
consumidores e fornecedores”. Esse artigo visa demonstrar que o referido 
princípio se vale de instrumento no controle das cláusulas contratuais 
abusivas. 
� Princípio da Boa Fé Objetiva
abusivas. 
Dessa forma, percebemos que toda cláusula que infringir esse princípio 
será considerada abusiva, conforme o previsto no artigo 51, IV do Código 
de Defesa do Consumidor, e, portanto, passíveis de anulação.
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� Princípio da Transparência
O Princípio da Transparência tem como objetivo trazer informações sobre 
todos os aspectos do serviço ou produto expostos ao consumo. Nada mais 
é, que o dever de informar ao consumidor sobre tudo aquilo que vai ser 
importante no contrato, portanto, cabe ao fornecedor, com muita 
clareza, informar as características do produto e as particularidades do clareza, informar as características do produto e as particularidades do 
contrato, colocando os a salvo de qualquer tipo de lesão.
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Este princípio está previsto no caput, do artigo 4º, do CDC: “(...) bem 
como a transparência e harmonia das relações de consumo (...)“; e tem 
como função tornar a relação contratual mais sincera e menos danosa 
entre consumidor e fornecedor. A transparência traz consigo a ideia de 
informação clara e correta sobre o produto a ser vendido, sobre o 
� Princípio da Transparência
informação clara e correta sobre o produto a ser vendido, sobre o 
contrato firmado, respeitando a lealdada, a confiança e a boa-fé.
Podemos perceber que o princípio da informação decorre do princípio da 
transparência, uma vez que não dá para se falar de um deles sem 
mencionar o outro. 
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O princípio da informação está previsto nos artigos 4º, inciso IV: 
“educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos 
seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo”; 
e 6º, inciso III: “a informação adequada e clara sobre os diferentes 
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, 
� Princípio da Transparência
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os 
riscos que apresentem”, ambos do CDC. Dessa forma, podemos perceber 
que, a prestação de informações claras acerca do produto e do serviço, 
bem como suas características, qualidades, riscos, preços e etc., é um 
dever do fornecedor. 
Recomendamos ainda, para o estudo do tema, a leitura dos artigos 4º, 
caput; 6°, inciso III; 8°, caput; 31; 37, § 3°; 46 e 54, §§ 3°e 4°, todos do 
Código de Defesa do Consumidor.
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O princípio da segurança estabelece que o fornecedor tem o dever de 
não colocar no mercado de consumo produtos ou serviços com defeito ou 
que coloquem em risco a saúde ou segurança do consumidor. Vale 
lembrar que o risco não é o que gera o direito de indenizar, mas sim o 
dano. 
� Princípio da Segurança
dano. 
Tal princípio está consagrado no artigo 8º do Código de Defesa do 
Consumidor e diz que: “Os produtos e serviços colocados no mercado de 
consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, 
exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua 
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer 
hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito”. 
Com a leitura desse artigo podemos perceber que estão excluídos os 
produtos ou serviços que possuírem risco inerente a eles.
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É importante lembrar que o fornecedor ficará obrigado a responder por 
todos os danos causados ao consumidor, seja pelo fato do produto ou 
serviço, conforme artigo 12 e seguintes, seja pelo vício do produto ou 
serviço, conforme o previsto nos artigo 18 e seguintes, ambos do CDC.
� Princípio da Segurança
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Segundo o princípio da vulnerabilidade, disposto no artigo 4º, inciso I, do 
CDC, o consumidor é a parte mais fraca da relação jurídica de consumo. 
Essa fragilidade decorre de um aspecto de ordem técnica, outro de 
cunho econômico e ainda no âmbito jurídico. 
� Princípio da Vulnerabilidade
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Vale dizer que o consumidor fica à mercê daquilo que é produzido pelo 
fornecedor, uma vez que não participa da linha de produção deste, 
podendo apenas optar por aquilo que foi produzido e que está sendo 
oferecido no mercado. 
Essa oferta é decidida unilateralmente pelo fornecedor, visando apenas 
� Princípio da Vulnerabilidade
Essa oferta é decidida unilateralmente pelo fornecedor, visando apenas 
os seus interesses econômicos, ou seja, a obtenção de lucro. 
Quanto ao segundo aspecto, refere-se à maior capacidade econômica 
que, via de regra, o fornecedor tem em relação ao consumidor. 
E, por fim, no aspecto jurídico falta ao consumidor, na maioria dos caos, 
um conhecimento jurídico, ou seja, ele desconhece seus direitos 
consumeristas. 
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Não podemos confundi vulnerabilidade com hipossuficiência. A 
hipossuficiência deve ser aferida pelo juiz no caso concreto e, se 
constatada, poderá fundamentar a inversão do ônus da prova (artigo 6º, 
VIII do CDC). É importante dizer que a hipossuficiência não possui um 
conceito determinado, ficando assim a cargo do juiz avaliar o caso 
� Princípio da Vulnerabilidade
conceito determinado, ficando assim a cargo do juiz avaliar o caso 
concreto para decreta-la. 
Dessa maneira, surge uma premissa de que nem todo consumidor é 
hipossuficiente, embora todos sejam vulneráveis.
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Parabéns! 
Você finalizou a aula Responsabilidade pelo Fato 
do Serviço.
Lembre-se de realizar os exercícios de fixação e praticar os 
conceitos observados no FORBIT, Simulador de Prática 
Forense exclusivo do LFG.
Sucesso!

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