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DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE

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DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE
Conforme a jurisprudência, o réu teve seu habeas corpus negado e foi condenado por embriaguez preordenada que nada mais é do que dolo eventual.Condenação essa que poderia ser também caracterizada como culpa consciente.Dolo é a vontade de fazer é quando a pessoa quer cometer algo com objetivo.O dolo ele tem dois elementos subjetivos que é a consciência e a vontade a diferença do dolo eventual e da culpa consciente está na vontade,porque a consciência ambos os casos têm, sabem que aquele evento danoso pode acontecer,mas apenas o dolo tem a vontade.
Vale lembrar aqui o sábio ensinamento do mestre Damásio E. de Jesus: "A culpa consciente se diferencia do dolo eventual. Neste o agente tolera a produção do resultado, o evento lhe é indiferente, tanto faz que ocorra ou não. Ele assume o risco de produzi-lo. Na culpa consciente, ao contrário, o agente não quer o resultado, não assume o risco de produzi-lo e nem ele lhe é tolerável ou indiferente. O evento lhe é representado (previsto), mas confia em sua não produção." (1)
Assim, quando age com culpa consciente, o agente não quer o resultado, mas, por erro ou excesso de confiança (imprudência), por negligência ao deixar de empregar a diligência necessária ou por falta de preparo para concretizar seu intento, acaba por lhe dar causa ocasioná-lo.
Já no dolo eventual ocorre uma aceitação do resultado – o agente não se interessa pelo que pode vir a ocorrer, é indiferente ao resultado de sua conduta.
 Os números avassaladores da violência no trânsito brasileiro fazem com que a sociedade exija maior punição à motoristas que dão causa a acidentes. Estatísticas e imagens, cada vez mais chocantes, contribuem para fomentar o desejo de vingança, tornando ensurdecedor o clamor popular. Diga-se de passagem que reportagens sobre este tema são um "prato cheio" para pseudo-jornalistas que infestam a mídia brasileira.
Uma solução encontrada por diversos tribunais pátrios para satisfazer aos anseios da população é a aplicação da figura do dolo eventual aos crimes praticados por motoristas embriagados. Segundo esta teoria, o motorista, ao assumir a direção de um automotor sob o efeito de álcool ou qualquer outra substância entorpecente, não estaria preocupado com a ocorrência ou não de um evento danoso a outrem. O mesmo ocorreria com participantes de "rachas" - abomináveis apostas automobilísticas, em plena via pública. Assim, motoristas que causassem acidentes fatais, nestas condições, seriam julgados pelo tribunal do júri, com a possibilidade de aplicação da mesma pena destinada a um homicida comum.

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