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Como reconhecer a arte egpcia

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Como reconhecer
A arte Egípcia
“Com base nas dinastias que se sucederam, distinguem-se seis grandes períodos, o primeiro dos quais e a Monarquia Antiga (3100-2181 antes de cristo, I-VI dinastias faraônicas) que se inicia com o final da época pré-dinástica, ou seja, com unificação do alto e do baixo egípcio; segue-se o primeiro período intermédio (2181-2133, VII-X dinastias) , obscura fase de guerras civis e divisões internas, cuja resolução dá início à Monarquia Média (2133-1786, XI-XII dinastias), Com a invasão do Hicsos, o país passa por um período de divisões denominado segundo período intermédio (1786-1567, XIII-XVII dinastias). A XVII dinastia, com o seu fundador, Ahmose, consegue libertar reunificar o país, dando início a monarquia recente (1567-1088, XVIII-XX dinastias), o momento de maior esplendor da civilização egípcia, enquanto que com a XXI dinastia se inicia um período de decadência – a época baixa- que permanece sem alteração até a conquista pelos romanos, no ano 30 antes de cristo.”
“Mas o que caracteriza a arte egípcia durante toda a sua viagem através dos tempos é a grande unidade de estilos e de objetivos: as vivencias históricas e culturais das outras civilizações jamais tiveram sobre o egípcio uma influência determinante, acontecendo na maior parte dos casos o inverso; a própria Roma, depois de ter subjugado o pais, absorveu muitos dos seus usos e costumes.”
O artista é apenas considerado um anônimo artesão, um executante e não um criador, enquanto que a gloria dos seus trabalhos recai sobre o rei que olhos encomendou e, por vezes, assinou.
Os relevos e as pinturas parietais são sempre acompanhados por inscrições que esclarecem os acontecimentos representados, ou reproduzem fórmulas mágicas.
 
Arquitetura
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para qual se erigiam grandiosas templos funerários e túmulos sumptuosos, ricamente decorados com esculturas e relevos.
Historicamente, as primeiras manifestações arquitetônicas são os edifícios funerários da Monarquia Antiga, entre os quais sobressaem as características formas estruturais da mastaba e da sua quase natural emanação, a pirâmide. A verdadeira função da pirâmide, geralmente considerada como o túmulo dos faraós, parece ser a de monumento funerário.
Muitas delas, na realidade, jamais foram usadas como túmulos; por exemplo, ao faraó Snofru dedicados pelo menos três pirâmides, mandadas edificar por ele próprio.
Além disto tudo, excetuando os prisioneiros de guerra, no Egito de 2500 antes de cristo não existiam escravos. Pelo contrário, é mais provável que durante os longos períodos em que o povo estava livre do trabalho dos campos, ou seja, durante a estação seca, fosse ocupado na edificação destes colossos de pedra, organizada com uma extraordinária eficiência pelos arquitetos autores dos projetos.
No que respeita à forma das pirâmides, esta pode variar: além da de degraus de Saqqarah e das clássicas de paredes lisas (por exemplo, Gizeh), existe um outro tipo, chamado romboidal; é o caso da pirâmide dedicada ao farão Snofru, em Dahshur, na qual as saliências, a meia altura, mudam a inclinação, pelo que ela aparece esmagada. A pirâmide, no entanto, não é mais do que uma parte do conjunto funerário, o qual compreende um templo, construído no lado leste da pirâmide, e um outro mais baixo, em direção à margem do rio, ligados por um corredor coberto e saliente.
À volta da pirâmide principal, outras mais pequenas serviam para a família e os outros dignitários da corte. O conjunto mais famoso é o que se situa perto de Gizeh (Cairo), com as pirâmides de Keops, Mikerinos e Kefren; junto desta última, encontra-se a colossal Esfinge, cujo rosto é o retrato do soberano. No mesmo período, sobressaem as primeiras colunas com capitéis em forma de forma de flores de palmeira ou de lótus. Os fustes, que na maior parte das vezes reproduziam simbolicamente o tronco de uma árvore ou um de feixe de estelas das plantas locais, são decorados com figuras em relevo e inscrições, na origem recobertos em cores vivas. Segundo o ornato, distinguem-se vários tipos de colunas: palmiforme (fuste circular e capitel em forma de flores de palmeira), lotiformes (fuste de estrelas ligadas e capitel em flor de lótus), papiriforme (fuste com nervuras, estrangulado na base e capitel em flores de papiro), (capitel que reproduz o rosto da deusa Hathor).
Mas se nos é fácil identificar a pirâmide como a manifestação mais típica da monarquia antiga, o templo como construção autônoma respeita sobretudo a Monarquia Média e a moderna. Das arquiteturas da Monarquia Média pouco resto, também por muitas terem sido integradas em edifícios posteriores; por outro lado, os templos foram deixados ao abandono e na era cristã foram deixados ao abandono e na era cristã foram transformados em igrejas, como o templo de Renenutet, em Medinet-Madi, na zona do Fayyum, fundando por Amenemhat III. O templo já então adquirira uma estrutura bem definida, ao serviço do culto: uma avenida de acesso, muitas vezes ladeada de esfinges (ligada, em particular, ás procissões que ali se faziam durante as festas dos deuses), leva a entrada, constituída por uma fachada com duas torres em forma de pirâmide seccionada (pilones) aos lados do portal, diante do qual era frequente erguer obeliscos de homenagem e estátuas reais sentados. Os vários elementos do templo são dispostos, salvo algumas raras exceções, ao longo de um eixo simétrico único.
Os principais templos deste período encontram-se perto da antiga Tebas e remontam a XVIII dinastia; com acrescento posteriores que que lhe foram feitos ao longo de toda a Monarquia Recente. O mais importante é o dedicado a Amom, em Karnak, nas vizinhanças da antiga Tebas. Ao contrário dos outros, construídos segundo um projeto unitário, este templo oferece um conjunto de ideias de construção e de edifícios acrescentados e integrados nele durante séculos, desde 1530 antes de Cristo até a época romana.
Outro grande templo tebano é o Luxor, dedicado a tríade divina de Amon, Mut e Khonsu, mandado erguer por Amenófis III sobre as ruinas de um antigo santuário.
Entre os templos funerários mais imponentes figura o que foi mandado erguer em Tebas para Ramsés II, com dois pátios, uma sala hipóstila seguida por outras três salas colunadas e muitas instalações auxiliares.[1: Teto sustentado por colunas.]
Os dois edifícios estão adossados a montanha, parcialmente escavados nela e desdobrados numa complexa construção em terraços. O primeiro templo é construído por um terraço único e tinha no topo uma pirâmide rodeada por três filas de colunas; o de Hatshepsut é, pelo contrário, formado por três terraços dispostos em três níveis.
É considerada um caso à parte a arquitetura do reinado de Amenófis IV (XVIII dinastia), o farão que substituiu o culto politeísta da religião tradicional pelo culto monoteísta de deus solar Aton; mudou o seu nome para Akhenaton (o filho de Aton) e mandou construir uma nova capital Akhetaton (horizonte de Aton), no local da moderna Tell el-Amarna. O templo de Aton, rodeado por um recinto retangular de 800 metros de comprimento e 275 de largura, tem o formato longitudinal muito acentuado e possui um pavilhão colunado, seguido por três pátios, uma sala hipóstila e um santuário.
Tratando também dos obeliscos, presentes na arquitetura egípcia, estes tiveram origens antiquíssimas. O costume vem das pedras erguidas com uma simbologia magica, consideradas milagrosas e colocadas de maneira a que os primeiros raios do sol nascente passassem sobre elas.
Frequentemente extraídos de blocos monolíticos de granito de Assuão, eram transportados pelo rio sobre colossais jangadas de troncos de papiros até o local estabelecido e, aqui, erguidos com a ajuda de rampas de terra.
Nenhuma casa de habitação do Antigo Egito se conservou até hoje. A razão está na técnica de construção, em tijolos de adobe não cozido, devido à falta de material lenhoso.
Por fim, no que respeitaà monarquia Média, temos as ruinas de uma cidade inteira do tempo de Sesótris II, em El-Lahun (zona do Fayyun), com edifícios pertencentes a diversas camadas sociais, dispostos em quarteirões delimitados por uma rede de ruas regular e ortogonal.
Na XII dinastia também se deu um notável desenvolvimento na arquitetura militar: foram construídas poderosas fortalezas, sobretudo no Sul, por necessidades de proteção, após a expansão territorial na Núbia. A estrutura mais frequente é a dos campos fortificados, de forma quadrangular e torres alternadas na cintura e nos cantos, segundo um sistema que estaria em uso na Idade Média cristã.
O palácio real de Amenófis III (XVIII dinastia), em Malkata, próximo de Medinet-Habu, também compreendia um templo de Amon e um bairro de artesãos ao serviço da corte, com ruas direitas e regulares, embora não tão rigorosamente ortogonais como em El-Lahun. A cidadela real era, como sempre, construída com tijolos, pelo que só o traçado geral resistiu ao tempo. As colunas eram de madeira, como os sofitos, e a pedra só aparecia nos pés-direitos das portas.
A residência oficial do rei era constituída por uma imensa sala hipóstila sustentada por 510 colunas, ao fundo da qual se encontrava a sala do trono, enquanto que a residência propriamente dita se encontrava num bloco separado, ligada a oficial por uma passagem que atravessava a grande estrada real, de modo a que as duas construções fossem perfeitamente ortogonais, uma em relação a outra.
Escultura
A estatuária egípcia é uma das maiores criações da história da civilização, não só pelo extraordinário número de obras de altíssimo nível, como também pela regularidade desse nível e homogeneidade da sua tipologia expressiva durante três mil anos, conseguindo sempre reflorescer numa nova vida, mesmo nos períodos mais obscuros da sua história. Dado que os artistas não costumavam assinar as suas obras-primas, excetuando pouquíssimos casos, como Tutmósis e Juti, ambos da época amarniana, o primeiro artista da corte de Amenófis IV-Akhenaton, o segundo ao serviço da rainha-mãe Tiye (ou Taya), viúva de Amenófis III.
A necessidade religiosa da identificação precisa da pessoa representada era satisfeita inscrevendo no pedestal ou no trono o nome e o título do defunto e, por vezes, até mesmo citações de palavras suas. Entretanto, durante os funerais, o sacerdote infundia vida a estátua pronunciando fórmulas mágicas.
A característica fundamental da monarquia Antiga é a força expressiva, a capacidade de representação obtidas com formas assim tão sintéticas e estilizadas.
Entretanto, o simulacro ka de Zozer encontrava-se no túmulo e, por isso, destinava-se a não ser visto, agora que as estátuas saiam da obscuridade dos sepulcros para celebrarem à luz do sol o poder do faraó: a monumental esfinge de Gizeh, cujo rosto é o retrato de Kefren, constitui o exemplo mais célebre.
Kefren, na estátua proveniente do templo funerário de Gizeh, é representado com a cabeça protegida pelo deus-falcão Hórus e de rosto sorridente; está sentado num trono, com os antebraços pousados nas coxas, segundo umas das posições canônicas da estatuaria egípcia.
A obra, em diorite negra, é considerada uma das maiores obras-primas da arte de todos os tempos.[2: O diorito é uma rocha extremamente dura, tornando difícil de esculpir trabalhos maiores. Tão duro que civilizações antigas (como no Egito Antigo) usavam bolas de diorito para quebrar granito.]
Igualmente à IV dinastia pertencem as duas famosas estátuas sentadas do príncipe Rahotep e de sua mulher, Nofret, do Museu do Cairo, encontradas num túmulo de Meydun. Ambos com olhos de quartzo incrustrados, têm, um, o copo vermelho e, a outra, amarelo dourado.
Á V dinastia cabe a melhor produção de estátuas de cidadãos do período que estamos a tratar. Entre elas, os dois Escribas do Louvre e do Cairo, de calcário pintado, e o gordo Síndico da aldeia (na realidade Ka-aper, chefe dos sacerdotes-leitores), esculpido em madeira e com olhos incrustados, proveniente de Saqqarah.
No final da IV dinastia teve início um período obscuro de guerras civis (denominado primeiro período intermédio), que iria durar até à X dinastia e assinalou o fim da monarquia Antiga. Esta época deu origem a poucas obras de escultura. A pedra é utilizada raramente, talvez por motivos econômicos e, excetuando alguns exemplos em alabastros de pequenas dimensões predomina o uso da madeira.
Com a XI dinastia os camponeses são reunificados e principia a monarquia Média. A expressão escultórica tende a recuperar os esplendidos modelos da Monarquia. Um exemplo disto é a estátua do faraó Mentuhotep I, cujas pernas, completamente desproporcionadas em relação ao corpo, revelam a existência de uma situação patológica.
A representação do faraó perde o caráter, típico da monarquia Antiga, de abstrata solenidade e paz divina.
Ainda que não possa de falar de escolas de escultura propriamente ditas, na monarquia Média começavam a evidenciar grupos de tendências estilísticas bem individualizadas.
Depois da caçada dos Hicsos que invadiram o país, os soberanos da XVIII dinastia trouxeram ao Egito o período de maior poder político, militar e econômico da sua história. A produção estatuária da monarquia Recente é, por isso, a mais vasta e diversificada da antiguidade, remontando ao início da época. Um forte interesse pela individualização do rosto, embora respondendo, em muitos aspectos, a tentativas idealizadoras.
Com uma maior frequência que no passado, também surgem então retratos de funcionários e arquitetos e os seus simulacros de pedra encontram lugar até nos pátios e nos templos. 
Também as elegantíssimas estátuas de madeira, um pouco mais pequenas do que o natural, fazem agora a sua aparição nos túmulos. A do arquiteto real Kha, figura entre as mais delicadas manifestações de uma arte do retrato agora mais amadurecida e completa. 
As últimas estátuas citadas pertencem ao reinado de Amenófis III, o maior dos soberanos da XVIII dinastia.
No final da dinastia, assistiu-se à instauração do culto do monoteísta do deus solar Aton contra o politeísta tradicional, por obra do faraó Amenófis IV-Akhenaton, para se subtrair ao enorme poder da casta sacerdotal tebana de Amon, transferiu-se para o norte e fundou Akhetaton. A cidade desenvolveu-se rapidamente e foi o próprio faraó quem inspirou os artistas que ali trabalhavam, esses devem representar aquilo que veem, sem estarem obrigados à necessidade de o glorificar.
O achado de moldes de gesso e de máscaras tiradas do modelo feito na casa do escultor Tutmósis, em Amarna, documenta uma procura da verdade do tema até à acentuação dos traços somáticos.
Na oficina de Tutmósis encontraram-se, entre outras coisas, as duas célebres cabeças da rainha Nefertiti, uma de calcário pintado e outra, inacabada, de quartzite.
Na época do general Horemheb, o último rei da XVIII dinastia as regras da arte tradicional já retomado a dianteira. Todavia, aquele breve, mas revolucionário período da arte egípcia, embora seguido por um gradual regresso ás formas idealizadas.
São peculiares desta fase as estátuas de proporções colossais, como os quatro imensos retratos de Ramsés II, em Abu Simbel, diretamente talhados na rocha, as estátuas do templo de Nefertari. O triunfalismo é uma outra característica da produção da época de Ramsés II, na qual se reafirma pela última vez a grandeza oficial de um Egito onde já se respira um clima de decadência.
As estátuas-bloco, que tinham feito a sua aparição na monarquia Média e encontram um terreno favorável na XVIII dinastia, multiplicam-se e estão entre os produtos mais interessantes.
Da XXI dinastia até ao fim do Egito dos faraós, decorrerão ainda cerca de mil anos. A estatuária arrasta-se lassamente através deles com poucas, embora significativas, emergências. As dinastias são agora muito confusas e chegam a sobrepor-se: é o caso das dinastias civis do Delta, enquanto o clero de Amon governava em Tebas. A XXV dinastia, etíope, apresenta características próprias, enquantoque na XXVI, fundada pelos príncipes de Sais, a arte se tornou a virar para as formas clássicas do passado.
Utilizam-se os materiais mais nobres para se obter formas elegantes e pormenores bem-acabados.
Os retratos de Chabataka e da divina adoradora de Amenirdis, com as suas feições negroides, caracterizavam-se pela força que emana dos rostos, rigorosamente talhados na pedra. A XXVI dinastia tende a adoçar as figuras, regressando às formas hieráticas e majestosas do passado, mas com uma leveza e requinte equilíbrio absolutamente novos.
Na estátua menor, o material predileto passa a ser o bronze, que oferece fusões tecnicamente perfeitas e de particular interesse expressivo.
Quando o nome do rei ou outra referência histórica não prestam qualquer ajuda, mais que sobre os costumes, baseamo-nos no tipo de proteção da cabeça, isto é, na peruca. As perucas viradas para fora, em forma de leque, são características da monarquia Antiga, a pardas perucas cortadas curtas e arredondadas. As perucas terminadas quase em triângulo, são típicas da monarquia Recente (XVIII - XIX), enquanto que na época saíta são suavemente arredondadas sobre os ombros e geralmente lisas.
Pintura
Como acontece em todas as civilizações antigas, a pintura no Egito começa com a decoração da cerâmica através de cores terrosas naturais e com um pincel feito com uma palhinha com a extremidade mascada.
Mas, no país dos faraós, a cor é uma necessidade quase fundamental da expressão visual.
De fato, os edifícios que hoje nos aparecem em pedra, no seu estado natural original eram decorados com cores brilhantes, a tornarem simbolicamente mais vivas as figurações e, ao mesmo tempo, para fins mágicos, uma vez que a magia era uma das constantes que compunham a produção egípcia.
Já na monarquia Antiga as regras da representação pictórica estavam bem definidas e os seus princípios fundamentais eram considerados como ditados do tempo dos deuses, mítica época das origens de todo o mundo egípcio. O corpo feminino será sempre representado a amarelo claro ou rosa, o masculino a castanho avermelhado. Os fundos são geralmente brancos e, na monarquia Recente, a partir da XIX dinastia, por vezes a amarelo.[3: Que diz respeito à pintura; que se assemelha à pintura.]
O rosto está sempre de perfil, mas com um olho visto de frente (para poder ver o observador e seu mundo), o busto está de frente, e as pernas aparecem novamente de perfil.
A mais antiga decoração pictórica da arte egípcia foi encontrada num tumulo de Hierakonpólis e foi pintada com predomínio do amarelo, do negro e do branco. O processo não difere do dos nossos dias.
Um escriba traçava as inscrições e é provável que houvesse um sacerdote a controlar a exatidão, passando depois para a cor.
No que respeita o fabrico das cores, o amarelo e o castanho eram obtidos de terra natural, o branco com o gesso, o azul e o verde com escórias de pastas de vidro, com cobalto e cobre como pigmentos, o negro do negro-de-fumo.
As cenas de caça são sempre executadas com grande atenção e naturalidade.
Na IV dinastia, os relevos pintados aparecem mais requintados e ricos; e, a pouco e pouco, os temas foram-se tornando mais animados. Na monarquia Média existe uma certa disparidade de resultados, em conformidade com as zonas. As imagens de algumas cenas têm realmente alturas diferentes e sugere uma perspectiva ilusória. As cores também se tornam mais variadas com a aparição de esfumados intermédios.
O uso da cor é em geral mais livre e desenvolto. Na dinastia o realismo dos temas da vida quotidiana acentua-se ainda mais, mas a execução continua a ser sempre descuidada. A pintura da monarquia Recente é representada sobretudo pelas decorações murais dos túmulos de Tebas, uma das maiores coleções de pintura que a antiguidade nos deixou e que diz respeito a cerca de 400 anos de história, desde o reinado da rainha Hatshepsut (por volta de 1500), até ao final da XX dinastia.
A preparação com estuque e a pintura sobre superfície plana eram, pois, uma solução prática e econômica numa época em que estratos sociais mais alargados também tinham adquirido privilégios funerários.
No início do período os relevos de Deir el-Bahari, o templo funerário de Hatshupsut, lembram os modelos menfitas da monarquia Antiga.
De resto, o renascimento nacionalista do país, que depois da expulsão dos Hicsos atingiu o máximo poderio e extensão da sua história, provocara um regresso aos valores do seu glorioso passado.
Essa recuperação da tradição atenua-se nos reinados de Amenófis II e Tutmósis IV, em que surgem figurações muito mais suavizadas; as próprias cores, sobre a parede rochosa preparada com estuque empastado de palha, para lhe aumentar a coesão. 
Estilo, então libertado do passado formal, é vulgarmente chamado de gracioso. Com o reinado de Amenófis III o desenvolvimento da pintura atinge o auge: são estabelecidos critérios estéticos definidos, virados para o classicismo expressivo.
Por volta do final da dinastia (cerca de 1350), dá-se o parêntesis amarniano de Amenófis IV-Akhenaton, de que já se viram os êxitos na estatuária.
Com o retorno da XVIII dinastia, regressa-se, nos túmulos tebanos de Ramose e de Tutankhamon, às formas acadêmicas pré-amarnianas. A procissão de escravos no túmulo de Ramose continua a ser um dos mais belos exemplos de pintura documental, com numerosos objetos de uso diário e as carpideiras vestidas de alvo linho plissado. As sucessivas dinastias ramessidas (XIX - XX) tiveram uma pintura mais descuidada, mas de grande virtuosismo e frescura de execução.
Com a XXI dinastia inicia-se um período de declínio, embora mantendo-se um bom nível nos sarcófagos de madeira telada e pintada e nos rolos de papiro funerário.
Na monarquia Recente, a partir da XVIII dinastia, os sarcófagos são de madeira ou de cartonnage, e além de antropomórficos.[4: Cartonnage é um tipo de material usado nas máscaras funerárias do antigo egípcio, feito de camadas de linho ou papiro coberto com gesso.]
A superfície dos sarcófagos, sobretudo na época ramessida, é branca ou amarela, com inscrições a negro e o rosto pintado. Exemplos requintadíssimos ostentam também decorações com ramos de folhas e flores.
Um setor particularíssimo da arte pictórica egípcia é o das ilustrações em vinheta que figurem nos rolos de papiro.
Estes rolos começaram a ser produzidos a partir da XVIII dinastia, tendo-se tornado frequentíssimos até ao final do Egito faraônico. As vinhetas podem se grandes e alternadas nas páginas do papiro escrito, ou podem ser pequenas e sobrepostas aos blocos de coluna de hieróglifos.
Neste breve perfil histórico da pintura egípcia, não podemos esquecer os artistas. De muitos deles não só sabemos o nome, como também a que família pertenciam. Através de documentos diretos, citações e, inscrições contabilísticas, estelas funerárias, inscrições tumulares.
No templo de Ramsés II viveu pai, cujos filhos Parahotis, Paraembeb e Hebra continuaram o seu trabalho de pintor.
Artes Menores
Não é de todo errado afirmar que os egípcios viviam para melhor gozarem o mundo do além. De resto, conhecemos a sua civilização precisamente graças ao achado, nos túmulos.
Conservaram-se sobretudo as cerâmicas, as joias e mobiliário, frequentemente de uma espantosa beleza.
Da monarquia Antiga existe uma grande produção de vasos de todas as formas e dimensões, sobretudo de alabastro. Este era trabalhado com instrumentos de cobre e polido com pastas abrasivas à base de areia siliciosa.
Já na época pré-dinástica os artesãos tinham criado vasilhas com saibro e também com pedras duríssimas com uma perícia incrível.
O alabastro substitui as pedras vulgares e teve grande difusão por ser mais fácil de trabalhar.
Durante a XII dinastia são introduzidas nas artes decorativas novas técnicas, também por influência estrangeira, em particular de Creta e da costa do próximo oriente. Espelhos de bronze polido, com cabo em forma de flores de papiro, estão entre os produtos indicativos de uma consumada maturidade no trabalho dosmetais. Mas as obras obras-primas desta época são as coroas encontradas em Dahshur, pertencentes à princesa Khnumet, finíssimos entrelaçados de fios de ouro, pequeninas flores de esmalte, placas e cinzelados.
Uma outra arte que teve particular desenvolvimento na monarquia Média foi a da cerâmica.
Cerâmica manifesta-se sobretudo no fabrico dos usciabtis, figuras funerárias em miniatura, esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o morto nos trabalhos mais ingratos do além.
Já presente nos túmulos da monarquia Média, os usciabtis atingiram a sua melhor qualidade durante a monarquia Recente. A utilização do alabastro e do ónix continua nos vasos canapos destinados a conter as vísceras do defunto.
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