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Dor Abdominal

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Medicina – 3º Período – Arielle Moraes
Prática Médica I – Dor Abdominal
Dor Abdominal
A cavidade abdominal possui muitos órgãos, mas nem todos são capazes de causar dores. Fechar o diagnóstico de uma dor abdominal é um grande desafio para o médico, pois todos os órgãos estão pertos um dos outros. Por isso é importante saber diferenciar as dores típicas de cada patologia. Nesse estudo está incluído os órgãos abdominais e pélvicos. 
Anamnese 
▪ Localização da dor
▪ Tipo da dor – queimação, cólica, pontada, pressão
▪ Tempo de duração
▪ Intensidade
▪ Outros sintomas associados
▪ Fatores desencadeadores
▪ Região para onde irradia
Região Hipocondríaca Direita
▪ Fígado – hepatite que causa enjôo, vômitos, mal estar e desconforto abdominal
▪ Vesícula – cálculos que causam obstrução ao serem excretados. Normalmente alimentos gordurosos fazem piorar essa dor. 
Obs: O fígado normalmente leva culpa de tudo. Mais comum sofrer de hepatite ou cirrose como doença do fígado. Então muitas vezes o problema nem é no fígado, mas sim pode ser um problema de vesícula, gástrico, coleocistite, entre outros. No fígado mesmo só as doenças citadas acima. Em farmácias normalmente se vendem protetores hepáticos, que são usados indevidamente para certas injúrias abdominais que certamente não estão relacionadas com o fígado, mas sim com outros órgãos.
Região Inguinal Direita
▪ Apêndice – inicia-se na região umbilical e depois vai para a região inguinal direita, e ainda a dor é progressiva.
 - Tríade de apendicite (compõem o quadro inicial): Dor abdominal, vômito e anorexia. Após o quadro ser instalado pode apresentar febre também, não precisando necessariamente ter ocorrido a ruptura. Indica a inflamação do apêndice com proliferação bacteriana. 
 - Sinal de Blumberg: Dor ou piora da dor à descompressão súbita do ponto de McBurney.
 - Sinal de Rovsing: A palpação do quadrante inferior esquerdo do abdômen do paciente resulta em dor no quadrante inferior direito. 
 - Leucograma: realização de leucogramas seriados para avaliação de uma leucocitose e possível inflamação. 
 - Em caso de suspeita de apendicite, o paciente é internado e observado por pelo menos 12 horas até que se tenha certeza do diagnóstico. Então o paciente é encaminhado para o centro cirúrgico. Caso o apêndice tenha se rompido, a região abdominal fica rígida e dolorosa, sendo difícil a palpação. 
▪ Ovário – ooforite ou ovarite (bilateral)
▪ Ureter – cálculo renal obstruindo ureter (normalmente em algum estreitamento). É tratado com muita hidratação. Se a obstrução for em uma parte baixa do ureter, a dor será hipogástrica. Dor aguda e intensa de início súbito. 
▪ Gravidez Ectópica – ocorre na trompa. Exige cirurgia de emergência. 
Epigástrico
▪ Estômago – úlcera duodenal, úlcera gástrica, gastrite. Dor em queimação. Não tem como fazer o diagnóstico só pela dor, sendo necessário exames de imagem e endoscopia para verificar a real situação. 
▪ Pâncreas – pancreatite: dor abdominal em barra na parte alta do abdômen. Pancreatite pode dar febre. Normalmente relacionado com o alto consumo de bebidas alcoólicas. 
Obs: Paciente idoso com dispepsia (sintomas de queimação), cansaço e presença de sangue nas fezes, possivelmente pode ser uma úlcera gástrica que esteja sangrando e herniando. 
É possível diferenciar a úlcera gástrica da úlcera duodenal a partir de uma pergunta feita ao paciente. Pergunta-se: “Quando você se alimenta, a dor piora ou melhora? ” Se a pessoa comer e melhorar a dor, provavelmente é úlcera gástrica, pois ao se alimentar aumenta o pH do estômago e assim a dor se alivia. 
Se piorar é úlcera duodenal, pois ao se alimentar e o alimento passar do estômago para o duodeno, haverá uma queimação. 
Hipogástrico
▪ Bexiga – cistite. Normalmente uma uretrite (inflamação da uretra) evolui para a cistite
▪ Útero – parte baixa do abdômen. Comumente pode ser um mioma (tumor benigno no útero) ou uma inflamação. Também pode ser cólica menstrual, sendo menos frequente queixas por essa causa. 
Região Hipocondríaca Esquerda 
▪ Estômago
Região Inguinal Esquerda
▪ Intestino (cólon descendente) – divertículos provocando diverticulite
▪ Ovários
▪ Ureter
▪ Gravidez Ectópica 
Obs: Às vezes a diverticulite pode ser confundido com apendicite. 
A diverticulite se apresenta como uma dor arrastada e progressiva que dura há mais de 15 dias, sendo nesse momento que o paciente procura atendimento. Costuma ocorrer mais comumente no cólon descendente e ocorre melhora da dor com o uso de Buscopam. A diverticulite é uma dor durante a peristalse, ou seja, dói de tempo em tempo conforme a peristalse intestinal é realizada. 
Já a apendicite se caracteriza por uma dor aguda que se agrava em cerca de 24 horas, sendo nesse momento que o paciente irá procurar atendimento devido à dores. Não apresenta quadro melhora, somente com cirurgia.
Principais Causas 
▪ Gastrite e úlcera péptica/gástrica
▪ Colecistite e cálculos na vesícula
▪ Pancreatite aguda
▪ Hepatite aguda
▪ Cálculos renais
▪ Apendicite
▪ Diverticulite
▪ Infecção intestinal
▪ Parasitoses
▪ Cólica menstrual
▪ Tumores 
▪ Obstrução intestinal
▪ Aneurisma de aorta abdominal
▪ Hérnia estrangulada
▪ Endometriose e mioma uterino
▪ Anemia falciforme – crises de sequestro esplênico e crises tromboembólicas, além de dores articulares
▪ Peritonite – inflamação da fáscia que envolve o peritônio que atinge a cavidade, sendo um quadro muito mais grave. Pode ser uma evolução da apendicite. Conduta cirúrgica.
▪ Dor de cavidade de tórax – dor de infarto e de pneumonia irradiando para a região epigástrica e abdominal
▪ Dor por exercícios físicos
Diagnóstico
▪ Ultrassom
▪ Tomografia Computadorizada
▪ Endoscopia Digestiva
▪ Colonoscopia
Obs: A conduta e a forma de diagnóstico mais adequado para cada caso será aprendido posteriormente.
Doenças Infecciosas e Parasitárias 
A febre está quase sempre presente nas infecções virais, bacterianas e por protozoários e nos processos inflamatórios de fundo imunoalérgico (artrite reumatoide, lúpus eritematoso). Na maior parte das doenças infecciosas e parasitárias, a febre logo se acompanha de sinais e sintomas indicativos do órgão afetado, facilitando o reconhecimento da enfermidade. Exemplos: febre e dor de garganta nas amigdalites; febre, dor pleurítica e tosse com expectoração hemoptoica nas pneumonias; febre, náuseas e icterícia na hepatite infecciosa; febre e lesões cutâneas na erisipela; febre, dor abdominal e contratura da parede no abdome agudo. 
As parasitoses são mais comuns em crianças e apresentam dor tipo cólica. A dor abdominal por verminose depende do tipo de verminose. A Giardia por exemplo entra na mucosa do intestino onde se multiplica e depois sai. Nessa saída a mucosa é gravemente perfurada e provoca dor. Já a Ascaris forma bolos de vermes que causam oclusão intestinal e consequente dor abdominal. As dores abdominais por parasitoses podem estar associadas também à febre. 
As infecções intestinais também são mais comuns em crianças e se caracterizam pela dor abdominal, diarreia e vômito, sendo as gastroenterites. Podem ou não estarem relacionados com a presença de parasita. Mas sempre que houver uma criança com gastroenterite, deve-se pensar na possibilidade de uma parasitose que esteja predispondo o quadro de gastroenterite. Nas infecções intestinais, a diarreia é considerada algo bom e não deve ser administrado medicamento para a diarreia, somente é feita hidratação para repor o líquido perdido. Medicamento para diarreia é indicado em casos de sangramento, ou seja, disenteria. No caso de disenteria é indicado também fazer o uso de antibióticos para o caso de ser contaminação por Salmonela ou Shigella. O rotavírus também é uma causa comum de gastroenterite, podendo causar também sangramentos. Mas para o ministério da saúde, em caso de diarreia com sangue é feita hidratação com soro e a administração de antibióticos. 
Hérnias 
As hérnias normalmente não causam dor. 
▪ Umbilical – dificilmente encarcera ou estrangula– Conduta: expectante (espera). Com o desenvolvimento dos músculos reto abdominais, por volta dos 2 ou 3 anos, a hérnia é fechada. Em adultos é um caso cirúrgico. 
▪ Inguinal – pode encarcerar ou estrangular – Conduta: exclusivamente cirúrgica. 
Então as hérnias podem encarcerar ou estrangular. Encarceramento é a saída da alça sem sofrimento da alça, e a alça estrangulada é com sofrimento, sendo uma emergência. Então a hérnia só causa dor se ela sair.

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