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Patologias do Sistema Digestivo Anatomia Patológica Unipam Eduardo Coulaud eduardocoulaud@unipam.edu.br Nomenclatura Processos inflamatórios da cavidade oral • Língua → glossite • Tonsila → tonsilite • Gengiva →gengivite • Palato mole → angina • Restante da mucosa oral → estomatite Cavidade oral 1. Estomatites • Conceito • Classificação: estomatites superficiais e estomatites profundas Estomatites Superficiais: Catarrais, Vesiculares e Erosivas → ulcerativas (profundas) Estomatites Profundas: Consequentes a invasão microbiana, podem ser purulenta ou necrótica (gangrenosa) Cavidade oral Estomatites Superficiais Estomatite Vesicular Bolhas contendo líquido claro e fino, podem se romper e ulcerar Febre Aftosa (FMD) Vesículas na cavidade oral, patas, úbere e rúmen Notificação Obrigatória Estomatite Erosiva → Ulcerativa Urêmica (cão) Cavidade oral Estomatites Profundas Estomatites granulomatosas Actinobacillus lignieresii “Língua de pau” Patogenia lesões prévias > piogranulomas > linfáticos espessos com tecido de granulação > fibrose 2. Neoplasias 2.1) Epulis ou epulides Neoplasia benigna do ligamento periodontal Macroscopia: massas firmes, róseo acinzentadas situadas nos espaços interdentários, forma de cogumelo, superfície lisa. Presentes nos dentes molares e caninos. Cavidade oral Cavidade oral3. Dente e periodonto REVISÃO ANATOMOFISIOLÓGICA Dentina →odontoblastos (continuamente) Esmalte → ameloblastos (antes erupção) Cemento→camentoblastos(continuamente) Gengiva PERIODONTO dois tecidos mineralizados + dois tecidos moles osso alveolar gengiva cemento ligamento periodontal Cavidade oral PLACA DENTÁRIA • Massa dentária densa, não calcificada, firmemente aderida à superfície do esmalte, metabolicamente ativa (produz polímeros) • Película do esmalte + bactérias Gram+ aderidas polímeros aderência de outras bactérias (Gram–) • Características: • Não é visível macroscopicamente; • Localiza-se principalmente no colo dentário; • Formação relativamente lenta; • Depende da saliva(pH), dieta, flora bucal. Alterações Dentárias com Envolvimento Bacteriano Cavidade oral CÁLCULO OU TÁRTARO DENTÁRIO placa bacteriana calcificada (mineralizada) • Precipitação de minerais da saliva sobre a placa bacteriana organizada; • Proximidade dos ductos de glândulas salivares, coloração variável (herbívoros - esverdeada), textura e aderência diferentes (carbonato, fosfato) Alterações Dentárias com Envolvimento Bacteriano Cavidade oral CÁRIE DENTÁRIA • Desmineralização destrutiva dos tecidos mineralizados do dente e desintegração da matriz orgânica Alterações dentárias com envolvimento bacteriano Cavidade oral CÁRIE DENTÁRIA ALTERAÇÕES DENTÁRIAS COM ENVOLVIMENTO BACTERIANO CÁLCULO DENTÁRIO PLACA DENTÁRIA DOENÇA PERIODONTAL Cavidade oral Cavidade oral DOENÇA PERIODONTAL [Doença, usualmente crônica, que afeta os elementos de sustentação do dente, culminando com a perda dentária] Periodonto = estrutura anatômica responsável pela fixação do dente nos processos alveolares (osso alveolar + ligamentos) Alterações dentárias com envolvimento bacteriano Cavidade oral CORRENTE INFLAMATÓRIA placa + tártaro gengivite reabsorção do osso alveolar perda do dente CORRENTE METABÓLICA > reabsorção do osso alveolar (distúrbio metabólico do Ca) perda de sustentação do dente gengivite DOENÇA PERIODONTAL Cavidade oral SEQUÊNCIA DE EVENTOS • Aumento dos espaços interdentários; • Migração do epitélio juncional (gengiva hiperêmica e edematosa); • Retração da gengiva; • Exposição gradual do colo e raiz: • Formação da bolsa periodontal: • Ulceração da gengiva (gengivite fibrinonecrótica); • Aumento da mobilidade dentária; • Perda dentária DOENÇA PERIODONTAL Cavidade oral ALTERAÇÕES FUNCIONAIS APTIALISMO = redução da produção de saliva Possíveis causas: • Febre, desidratação, iatrogenia (espasmolíticos), acidose láctica, avitaminose B, sialoadenopatias obstrutivas 4. GLÂNDULAS SALIVARES Cavidade oral ALTERAÇÕES FUNCIONAIS PTIALISMO (SIALORRÉIA) = aumento da produção de saliva Possíveis causas: • Intoxicação por organofosforados e metais pesados, encefalites, estomatites, intoxicação por drogas parassimpaticomiméticas (alcalóides, eslaframina, produzidos por fungos, ex. Rhizoctonia leguminicola) GLÂNDULAS SALIVARES Cavidade oral CORPOS ESTRANHOS • Exógenos = partículas alimentares (vegetais) • Endógenos = cálculos salivares ou sialólitos formados por deposição concêntrica de minerais (carbonato de cálcio) em torno de um núcleo (partícula alimentar) [cavalo] GLÂNDULAS SALIVARES Cavidade oral CORPOS ESTRANHOS Consequências • Retenção no ductos • Inflamação (sialoadenites) • Dilatação do ducto • Aptialismo • Hipotrofia da glândula GLÂNDULAS SALIVARES Cavidade oral DILATAÇÃO/ECTASIA Rânula → dilatação cística dos ductos das glândulas sublinguais Mucocele →cavidades císticas, uni ou multiloculadas, adjacentes aos ductos (conseqüente da ruptura dos ductos) GLÂNDULAS SALIVARES Condições clínicas (histórico) que merecem avaliação esofágica mais detalhada: • Taxa de crescimento reduzida e caquexia • Ptialismo • Disfagia • Pneumonia de aspiração • Timpanismo 5. ESÔFAGO ESTENOSE E OBSTRUÇÃO NORMAL ESTENOSE OBSTRUÇÃO ESÔFAGO ESTENOSE • Congênitas: aplasia segmentar, imperfurações; • Adquiridas: cicatrização de úlceras ou de esofagites (refluxo), neoplasia intramural, compressão externa (bócio, neoplasias da tireóide, timo e linfonodos cervicais e mediastínicos), anomalia vascular (persistência dos arcos aórticos D); OBSTRUÇÃO • Alimento: alimento mal mastigado e mal ensalivado, alimentos de grande volume (batata, maçã, fruta de lobo, manga, laranja), bolo de alimentos fibrosos ou de grãos; • Corpos estranhos: osso, plástico, latas, pedras, tecido, cordões, sabugos, etc.. 5.1 ESTENOSE E OBSTRUÇÃO ESÔFAGO LOCAIS DE FIXAÇÃO (regiões com lume mais estreito) 1- Base do Coração 2- Esfíncter Cranial (região laringe) 3- Esfíncter caudal (região do cárdia) 4- Passagem para cavidade torácica (meato) CONSEQUÊNCIAS • Locais: dilatação da porção anterior e atonia (megaesôfago); • esofagite, necrose e ulceração perfuração (consequências); • formação de divertículos (hérnia da mucosa); • Sistêmicas: disfagia, timpanismo (ruminantes), caquexia ESTENOSE E OBSTRUÇÃO DO ESÔFAGO ESÔFAGO Estenose ESÔFAGO Obstrução Objeto retido no esfíncter caudal (região do cárdia) ESÔFAGO DILATAÇÕES PARCIAIS (parte da circunferência do lume) *Divertículo de impulso - secundário ao aumento da pressão intra luminal + corpo estranho ou obstrução/estenose (hérnia da mucosa) *Divertículo de tração - secundário à aderência fibrosa periesofágica DILATAÇÕES TOTAIS MEGAESÔFAGO • Congênito (primário) • cão = lesão dos neurônios motores superiores do centro da deglutição • gato = associado a estenose pilórica funcional • Adquirido • hipoadrenocorticismo, polimiosite imuno-mediada, lupus eritrematoso sistêmico, miastenia gravis, doença de Chagas (auto-anticorpos contra receptores M(2) muscarínico-acetilcolina), neuropatia axonal ESÔFAGO DILATAÇÃO/DIVERTÍCULO (consequentes à estonese ou obstrução) NORMAL DIVERTÍCULO DE TRAÇÃO MEGAESÔFAGO DIVERTÍCULO DE IMPULSO Dilatação Divertículo de tração Divertículo de impulso ESÔFAGO MEGAESÔFAGO • Inespecíficas erosivas e ulcerativas, acompanham inflamações da orofaringe e do rume- retículo (viroses: BVD, IBR, FCM), irritantes químicos e cáusticos, alimentos quentes;• Específicas esofagite de refluxo e esofagites parasitárias; 5.2 ESOFAGITES ESÔFAGO ESOFAGITE DE REFLUXO • Ação do ácido clorídrico (emese crônica), pepsina e sais biliares do refluxo gástrico sobre a mucosa do esôfago; • Incoordenação do esfíncter esofágico inferior; • Macroscopia: Áreas hiperêmicas, erosões lineares e ulcerações (membrana fibrinonecrótica) na porção distal do esôfago, podendo estender-se até a porção proximal ESÔFAGO ESOFAGITES PARASITÁRIAS • Larvas de Gasterophilus (equinos), úlceras focais; • Larvas de Hypoderma lineatum (bovinos), hemorragia, edema e necrose; • Spirocerca lupi (cães), granulomas císticos fibrossarcoma ESÔFAGO 6. PRÉ ESTÔMAGOS Exame macroscópico • Volume e aspecto da serosa • Conteúdo (ingesta) • Odor • Mucosa PRÉ ESTÔMAGOS ALTERAÇÕES POST MORTEM Maceração post mortem: desprendimento da mucosa, normal, inicia-se poucas horas depois da morte, resultado da ação microbiana. *Está inibida nas alterações distróficas da mucosa, ruminite aguda, cicatrização e distúrbios da fermentação microbiana Coloração normal da mucosa dos Pré Estômagos PRÉ ESTÔMAGOS TIMPANISMO Distensão dos pré-estômagos por acúmulo de gases, em decorrência de sua não eliminação (falha no processo de eructação) [em condições normais, todo o gás produzido nos pré-estômagos é eliminado na eructação] PRÉ ESTÔMAGOS PROCESSO DE ERUCTAÇÃO (funcionamento normal) 1. Estádio de separação: as bolhas gasosas atravessam a ingesta e se coalescem com o gás livre do saco dorsal do rúmen. 2. Estádio de deslocamento: por contração do rúmen, o gás livre é empurrado para frente e para baixo, em direção ao cárdia. 3. Estádio de transferência: o cárdia se abre e o gás passa para o esôfago. 4. Estádio esofageano: por contração retrógrada do esôfago, o gás livre é empurrado para a faringe. 5. Estádio faringopulmonar: pela abertura do esfíncter nasofaríngeo, o gás passa aos pulmões, sendo absorvido ou exalado na expiração PRÉ ESTÔMAGOS PRÉ ESTÔMAGOS CLASSIFICAÇÃO • Primário ou espumoso: comprometimento do primeiro estádio da eructação. • Essencialmente nutricional, aumento da tensão superficial das bolhas gasosas que ficam presas na ingesta (espuma) e não se coalescem com o gás livre. Agudo. • Leguminosas ricas em proteínas solúveis (tensoativas) ou aumento da viscosidade do líquido rumenal (formação de lodo) • Secundário, de gás livre ou patológico: comprometimento dos demais estádios da eructação. • Resposta a patologias do próprio rúmen ou do esôfago que comprometem o trajeto dos gases. Crônico e recorrente; • Atonia rumenal (vagal ou física), obstrução física ou funcional do cárdia e do esôfago TIMPANISMO PRÉ ESTÔMAGOS PRÉ ESTÔMAGOS TIMPANISMO Patogenia ANÓXIA MORTE Dilatação dos pré-estômagos Compressão sobre o diafragma Inibição dos movimentos respiratórios Compressão da veia cava posterior/aorta Redirecionamento da circulação PRÉ ESTÔMAGOS ACHADOS MACROSCÓPICOS • Abdome distendido; • Exsudação sanguinolenta pelos orifícios naturais craniais (boca, narina); • Sangue escuro e pouco coagulado (hipoxigenado); • Hemorragias puntiformes no tecido subcutâneo do pescoço e tórax, na traquéia e pleura de lobos craniais; • Edema, congestão e hemorragia dos linfonodos e músculos da cabeça e pescoço; • Congestão e petéquias ou equimoses no esôfago (linha do timpanismo); • Coágulos nos brônquios e seios paranasal e frontal; • Fígado, rins e baço isquêmicos • Conteúdo rumenal dependente do tipo de timpanismo; OBS... Hérnia inguinal, ruptura de diafragma, prolapso de reto podem ocorrer post mortem TIMPANISMO PRÉ ESTÔMAGOS CORPOS ESTRANHOS Endógenos • Tricobezoários ou egagrópilos - pêlos • Fitobezoários - fibras vegetais [pouca importância patológica a não ser quando regurgitados para o esôfago (timpanismo) ou propelidos para o piloro e intestino (obstrução intestinal)] PRÉ ESTÔMAGOS PRÉ ESTÔMAGOS CORPOS ESTRANHOS Exógenos ou ingeridos (plásticos, pano, etc) pontiagudos e perfurantes (prego, fios de arame, grampos de cerca etc.) RETÍCULO reticulite reticuloperitonite traumática PRÉ ESTÔMAGOS DIREÇÃO DO CORPO ESTRANHO • Ântero-ventral - pericardite traumática • Antero-lateral – pleurite gangrenosa • Ventral - abscessos subcutâneos na região do processo xifóide • Lateral direita - parede do omaso/ goteira retículo-omaso-abomaso = paralisia vagal • Lateral esquerda - esplenite supurada ou gangrenosa RETICULOPERITONITE TRAUMÁTICA PRÉ ESTÔMAGOS RUMINITES • Virais - doenças virais da mucosa rumenal (necrose e úlceras)– IBR,BVD,FCM • Putrefativa - bezerros aleitados em balde • Química cáusticos sólidos uréia [uréia amônia] acidose láctica (concentrados = CH ↑ fermentáveis) PRÉ ESTÔMAGOS ACIDOSE LÁCTICA [sobrecarga, indigestão por grãos] • Ingestão de quantidades excessivas (tóxicas) de carboidratos facilmente fermentáveis (grãos). • Maior casuística na engorda confinada, rebanhos leiteiros e animais de exposição (elite) Consequências • Aguda, morte; crônica, queda da produção RUMINITES ACIDOSE LÁCTICA Patogenia EXCESSO DE CHO Streptococcus bovis D ácido láctico - acumula pH ruminal ( ac. graxos voláteis) pH ruminal = 4,5-5 Morte protozoários/bactérias inibição Streptococcus proliferação Lactobacillus + ácido láctico parada da salivação pH ruminal < 4-4,5 inibição Streptococcus proliferação Lactobacillus + ácido láctico parada da salivação pH ruminal = 4-4,5 ACIDOSE LÁCTICA H+ no rúmen atonia ruminal = timpanismo secundário aumento da pressão osmótica hemoconcentração/desidratação (desequilíbrio ácido básico) MORTE ACIDOSE LÁCTICA H+ no rúmen morte da flora ruminal - sobrevida de anaeróbios e fungos absorção de lactato colapso circulatório sequelas SEQUELAS • Necrose isquêmica do córtex renal • Acidose e alcalose metabólicas • Polioencefalomalacia (depleção flora produtora de tiamina) • Laminite (má perfusão periférica) • Rumenite necrobacilar • Rumenite mucormicótica Realizar avaliação macroscópica mais detalhada em casos com histórico indicativos de: • Inapetência; anorexia; vômito (emese); hipoproteinemia, hematoemese, melena, distensão abdominal; Alteração post mortem relevante: • Maceração e digestão enzimática da mucosa Estômago / Abomaso ESTÔMAGO SECREÇÃO GÁSTRICA Funções: hidrólise das proteínas (ácido clorídrico e pepsina) início da emulsificação das gorduras (movimentos peristálticos) continuidade temporária da lipase lingual (gordura do leite e ácidos graxos voláteis, absorvidos no próprio estômago). Regulação da secreção ácida: mecanismo complexo e integrado, envolvendo fatores neurócrinos, endócrinos e parácrinos ESTÔMAGO HCO3 –muco H + célula mucosa célula produtora de bicarbonato BARREIRAS DA MUCOSA SECREÇÃO DE MUCO: células produtoras de muco ou gel mucoso SECREÇÃO DE BICARBONATO: células produtoras de bicarbonato (HCO3 –) AUMENTO DO FLUXO SANGÜÍNEO: mediado pelas prostaglandinas (PGI2, PGA e PGE) inibe a secreção estimulada pela histamina ESTÔMAGO DILATAÇÃO GÁSTRICA • PRIMÁRIA - origem nutricional, alimentos facilmente fermentáveis, aguda; Dilatação gástrica aguda em equinos Dilatação gástrica em caninos • SECUNDÁRIA - impedimento físico ou funcional do esvaziamento do estômago, aguda ou crônica [corpos estranhos, neoplasias, constrições e estenose pilórica; atonia (lesão do vago, pancreatite, medicação anticolinérgica) distensão (aerofagia, trânsito lento de alimento grosseiro)]ESTÔMAGO ESTÔMAGO CONSEQUÊNCIAS • Atonia (distensão mecânica da parede), com agravamento da dilatação • Deslocamento variável torção ou volvo • Ruptura (cavalo) • Distúrbios metabólicos por retenção das secreções digestivas no estômago • Estase venosa na cavidade abdominal DILATAÇÃO GÁSTRICA MACROSCOPIA Estômago dilatado, congestão passiva ou isquemia de órgãos próximos ao estômago (compressão), ↑ pressão intratorácica →atelectasia pulmonar, congestão de órgãos torácicos ESTÔMAGO Dilatação Gástrica no Equino Fatores Predisponentes *estômago pequeno; *excessiva alimentação (Acesso a paiós, preparação para exposições); Patogenia Consumo excessivo de grãos (↑ fermentação) → esgarçamento da parede da curvatura maior → Ruptura → hemorragia → extravasa conteúdo para cavidade abdominal → peritonite → choque neurogênico → morte ESTÔMAGO TORÇÃO OU VOLVO Cães: raças de grande porte *Rotação do estômago sobre seu eixo; *Consequência da dilatação gástrica + estômago com grandes volumes (após refeições fartas, comer apenas uma vez ao dia) + frouxidão do ligamento gastro hepático; *A obstrução venosa + pressão exercida pelo retorno venoso causam redução do enchimento cardíaco e choque. ESTÔMAGO ESTÔMAGO TORÇÃO OU VOLVO • Obstrução venosa + compressão das veias cava e porta; redução do enchimento cardíaco e choque circulatório; • Desequilíbrio ácido básico e hidroeletrolítico • Fator depressor do miocárdio liberado pelo pâncreas isquêmico • MORTE IMPACÇÃO • Equinos e ruminantes; • provocada por condensação do conteúdo (restrição hídrica), alimentos fibrosos e grosseiros, grãos moídos fino (empastamento) e estenose física ou funcional (indigestão vagal) do piloro; CORPOS ESTRANHOS • Grande variedade de corpos estranhos ingeridos acidentalmente podem estar presentes no estômago dos monogástricos; • Gastrite aguda com ou sem ulceração e hemorragia (gastrorragia); ESTÔMAGO ESTÔMAGO ESTÔMAGO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS – GASTRITES • Gastrite = termo mal definido, empregado para injúrias agudas da mucosa acompanhadas de erosões e hemorragias, mas com reação inflamatória típica ausente; • Gastrite aguda típica - erosões superficiais, assoalho de úlceras pépticas estáveis, infarto venoso, infecções por Clostridium, fungos e viroses sistêmicas; • Gastrite crônica - rara nos animais domésticos, atinge apenas a superfície e é inespecífica ESTÔMAGO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS – GASTRITES • Gastrite metaplásica crônica - parasitas gástricos (ostertagiose e tricostrongilose), acloridria, diarréia e perda de proteínas plasmáticas; • Physaloptera (cão e gato); Habronema, Trichostrongylus axei, Gasterophilus (equino); Ostertagia, Haemonchus (ruminantes); Hyostrongylus rubidus (suíno). • Gastrite micótica - consequência invariável da acloridria, necrose e ulceração da mucosa, fungos dos gêneros Rhizopus, Absidia e Mucor [trombose de arteríolas e vênulas infarto hemorrágico necrose e hemorragia edema e hemorragia da submucosa extensão à serosa] ESTÔMAGO ESTÔMAGO ÚLCERAS GÁSTRICAS Patogenia pouco clara. Desequilíbrio entre os fatores agressivos e os fatores defensivos da mucosa, favorável aos agressivos. HIPERSECREÇÃO ÁCIDA OU FALHA NA INTEGRIDADE DA MUCOSA [úlceras gastroduodenais (piloro e duodeno) são resultantes de hipersecreção; perda da resistência da mucosa] ESTÔMAGO HIPERSECREÇÃO • Secreção basal alta (expansão da massa de células parietais estimulada pela gastrina); • Gastrinomas (neoplasias do pâncreas secretoras de gastrina); • Aumento da liberação de histamina (mastocitoma e mastocitose); • Glicocorticóides e estresse (estímulo da produção de gastrina ÚLCERAS GÁSTRICAS ESTÔMAGO PERDA DA RESISTÊNCIA DA MUCOSA • Antiinflamatórios não esteróides (metabolismo das prostaglandinas); • Refluxo duodenal [redução da quantidade de muco e lesão da membrana celular (liposolúveis)]; • Glicocorticóides e estresse (menor renovação do epitélio, menor disponibilidade de ac. araquidônico (precursor das prostaglandinas); • Redução do fluxo sangüíneo (menor secreção de bicarbonato e hipóxia celular). ÚLCERAS GÁSTRICAS ESTÔMAGO CONSEQUÊNCIAS • Formação de tecido de granulação na base e bordas da úlcera; • Metaplasia e hiperplasia da mucosa ao redor da úlcera; • Preenchimento do defeito pela mucosa hiperplásica e metaplásica adjacente; • Perfuração com extravasamento de conteúdo gástrico para o peritônio; • Pancreatite; • Aderências. ÚLCERAS GÁSTRICAS ESTÔMAGO SUÍNOS (porção esofágica) • Consequência de hiperceratose e paraceratose [dietas com excesso de cobre, ricas em amido e pobre em proteínas e ricas em ácidos graxos poliinsaturados (aumento dos requisitos de vit. E e Se)] EQUINOS (porção esofágica) • Mesma patogenia da dos suínos, mas de etiologia desconhecida • Parasitismo (larvas de Habronema e Gasterophilus) ÚLCERAS GÁSTRICAS ESTÔMAGO Normal Grau I Grau II Grau IVGrau III Intestinos Anomalias do Desenvolvimento Atresia anal INTESTINO OBSTRUÇÃO INTESTINAL • Obstrução simples - apenas impedimento do trânsito intestinal • da porção anterior • da porção posterior • Obstrução estrangulada - além do impedimento do trânsito intestinal ocorre impedimento circulatório, com isquemia e infarto intestinal INTESTINO OBSTRUÇÃO SIMPLES Obstrução simples da porção anterior Intestino delgado superior e médio, aguda e quanto mais anterior mais severa Acúmulo de líquido (da ingesta e das secreções gástrica, biliar, pancreática e intestinal) + gás (fermentação do alimento) sequestro de água e eletrólitos desequilíbrio hidroeletrolítico morte [nos animais que vomitam, há exacerbação da perda de água e eletrólitos pelo vômito desidratação, hipocloremia, hipocalemia e alcalose] INTESTINO OBSTRUÇÃO SIMPLES Obstrução simples da porção posterior Íleo e intestino grosso, pode haver desequilíbrio hidroeletrolítico, mas é pouco importante, sem distensão aguda, geralmente crônica distensão progressiva, aumento da secreção intestinal e super crescimento bacteriano serosa permeável à toxinas toxemiamorte [acidose metabólica (desidratação + catabolismo de gorduras e proteína muscular) dada à parada de ingestão e assimilação de alimentos] INTESTINO OBSTRUÇÃO SIMPLES Obstrução completa Obstrução incompleta hipertrofia muscular compensatória do segmento anterior à obstrução ou progressão ou acúmulo de conteúdo sólido obstrução completa [distenção, acúmulo de gás e líquido, interferência com o retorno venoso (congestão), desvitalização da mucosa, necrose, gangrena, perfuração, peritonite difusa, segmentos distais à obstrução vazios e colapsados] INTESTINO OBSTRUÇÃO ESTRANGULADA Patogenia obstrução do lume + obstrução vascular isquemia necrose da mucosa atonia não absorção de água e eletrólitos, efusão de líquido e sangue para o lume, proliferação de anaeróbios (produção de gás e distensão), produção de toxinas gangrena e toxemia depressão cardiovascularmorte invasão transmural por bactérias perfuração peritonitemorte INTESTINO Obstrução Estrangulada INTESTINO OBSTRUÇÃO ESTRANGULADA • Intestino e mesentério edematosos, congestos e hemorrágicos; • Parede intestinal espessa • Coloração vermelho escura a negra • Lume distendido por líquido sanguinolento e gás • Havendo gangrena, parede negra e esverdeada INTESTINO CAUSAS Obstrução mecânica Por fechamento do lume Estreitamentos Congênitos: atresia e estenose Adquiridos: inflamação, neoplasias Obturação Corpos estranhosFecalólitos Parasitas OBSTRUÇÃO INTESTINAL INTESTINO CAUSAS Obstrução mecânica Por fechamento do lume Compressão externa por hérnia por torção ou volvo por intussuscepção Obstrução nervosa Obstrução vascular Trombose-embolismo Redução da perfusão OBSTRUÇÃO INTESTINAL INTESTINO ESTREITAMENTOS CONGÊNITOS E ADQUIRIDOS Congênitos Atresia: do íleo, do jejuno, do cólon e do ânus Estenose: agangliose do cólon Adquiridos Alterações murais: abscessos, cicatrização e neoplasias primárias (pólipos colo-retais, tumores polipóides, adenocarcinoma, linfossarcoma, carcinóides OBSTRUÇÃO INTESTINAL INTESTINO Corpos estranhos objetos arredondados ou pontiagudos aréia (saibrose) fecalólitos ou enterólitos impacção do cólon (cães, eqüinos) Parasitas bolos ou massas enoveldas Compressão externa neoplasias de órgãos vizinhos, linfonodos aumentados, necrose da gordura, aderências INTESTINO Compressão externa Hérnia = deslocamento do intestino dentro da cavidade abdominal (hérnia interna) ou para fora dela (hérnia externa), por um forame natural ou adquirido. [só é causa de obstrução quando há o encarceramento] hérnia interna - conteúdo herniário + anel herniário (denominação da hérnia) hérnia externa - conteúdo herniário + anel herniário (denominação da hérnia) + saco herniário (peritônio parietal) + envoltórios acessórios OBSTRUÇÃO INTESTINAL INTESTINO HÉRNIA OBSTRUÇÃO INTESTINAL anel herniário conteúdo herniário saco herniário Compressão externa • Torsão ou volvo: rotação em torno do eixo maior das vísceras (torsão) ou do eixo maior do intestino (volvo), consequente à dilatação (gás) e hipermotilidade [comum em animais jovens] • Intussuscepção ou invaginamento: penetração de um ou mais segmentos intestinais dentro de outro segmento [corpos estranhos lineares, cirurgia intestinal prévia, lesões intramurais] OBSTRUÇÃO INTESTINAL OBSTRUÇÃO INTESTINAL torção intussuscepção OBSTRUÇÃO NERVOSA - ÍLEO PARALÍTICO obstrução funcional, segmentar ou atingindo todo o intestino, fatores reflexos e neurogênicos que estimulam os neurônios do plexo mioentérico, inibindo a contração muscular e provocando atonia causas: irritações peritoniais OBSTRUÇÃO INTESTINAL OBSTRUÇÃO VASCULAR obstrução dos vasos, sem obstrução concomitante do lume (infarto sem estrangulamento; isquemia intestinal) patogenia: isquemia severa lesão da mucosa contração espástica (hiperexcitabilidade da muscular) hipomotilidade atonia seqüestro do conteúdo necrose da parede (incluindo a serosa) inflamação aderências perpetuação da atonia absorção de toxinas pelo peritônio choque. OBSTRUÇÃO INTESTINAL OBSTRUÇÃO VASCULAR causas: obstrução venosa, obstrução arterial e menor afluxo sangüíeno (baixa perfusão) obstrução venosa: trombose primária das veias mesentéricas [coagulação intravascular disseminada (CID), tromboflebite micótica], trombose da veia porta obstrução arterial: endoarterite, tromboembolismo das artérias mesentéricas, pasteurelose septicêmica (ovinos), bacteremia por Haemophilus sommus (bovino) OBSTRUÇÃO INTESTINAL OBSTRUÇÃO VASCULAR baixa perfusão: choque hipovolêmico, choque endotóxico, CID, doença hepática crônica com hipertensão porta, hipotensão por insuficiência cardíaca, menor circulação colateral (flexura pélvica, ápice do ceco e reto dos eqüinos), espasmos arteriais (tromboxana), intoxicação por mercúrio e por antiinflamatórios não esteróides (fenilbutazona, flumixina-meglumina) OBSTRUÇÃO INTESTINAL OBSTRUÇÃO VASCULAR reperfusão: hipóxia de curta duração + grau pequeno ou intermediário de necrose da mucosa [a lesão é mediada por radicais livres gerados pelo desdobramento na mucosa da xantinodesidrogenase em xantinoxidase e da ação da NADPHoxidase nas células inflamatórias (neutrófilos)] radicais livres danos às proteínas e iniciação da cascata de peroxidação de lípides lesão celular OBSTRUÇÃO INTESTINAL SISTEMA DE DEFESA DO INTESTINO Flora normal ou indígena (dependente da espécie e da dieta) 1. Competição pelos receptores de adesinas 2. Subprodutos microbianos - fatores antimicrobianos 3. Produção de ácidos graxos 4. Manutenção do potencial de oxi-redução 5. Competição pela energia ou outros nutrientes INTESTINO SISTEMA DE DEFESA DO INTESTINO Fatores do hospedeiro 1. Movimentos intestinais (peristaltismo, CMM) 2. Secreção de muco 3. Secreção de IgA (bloqueia a ligação receptor-adesina) 4. Complexo IgA-antígeno e excreção pela bile 5. Tecido linfoide (Placas de Peyer) 6. Renovação epitelial INTESTINO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS MECANISMO DAS DOENÇAS BACTERIANAS 1. Desequilíbrio da flora indígena ou vantagem competitiva; 2. Disponibilidade anormal de substrato- nutriente; 3. Estimulação imunomediada 4. Alteração dos fatores de resistência do hospedeiro INTESTINO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS - ENTERITES [alteração pouco definida, podendo ser confundida com alterações puramente fisiológicas ou maceração da mucosa] Classificação quanto à extensão 1. difusa = enterite 2. localizada = duodenite, jejunite, ileíte, tiflite ou cecite, colite e proctite INTESTINO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS - ENTERITES Classificação quanto ao curso 1. aguda; 2. subaguda; 3. crônica e 4. cronicoativas Classificação quanto à localização da inflamação 1.superficial (limitada à lâmina própria) 2. transmural (toda a parede e linfonodos regionais) INTESTINO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS - ENTERITES Classificação morfológica - tipos básicos 1. Catarral 2. Hemorrágica 3. Purulenta 4. Fibrinosa 5. Diftérica INTESTINO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS - ENTERITES Classificação morfológica - associações/tipo do infiltrado 1. Fibrino-hemorrágica 2. Fibrinodiftérica 3. Fibrinopurulenta 4. Erosiva, ulcerativa, cística 5. Eosinofílica, linfoplasmocitária, granulomatosa, histiocitária INTESTINO RENOVAÇÃO EPITELIAL - INTESTINO DELGADO Atrofia de vilosidades com criptas intactas = aceleração da descamação (corona e rotavírus, coccídios, bactérias enteroinvasivas e toxinas necrotizantes de clostrídios) com hipertrofia das criptas = estimulação crônica, resposta mediada por células (parasitismo, coccidiose superficial, giardíase, antígenos alimentares, doença de Johne, histoplasmose, enterite granulomatosa idiopática) INTESTINO - ENTERITES RENOVAÇÃO EPITELIAL - INTESTINO DELGADO Atrofia de vilosidades com dano às criptas = necrose das células das criptas ou impedimento de sua proliferação = alterações radiomiméticas (químicos citotóxicos, inibidores de mitose, parvovírus, vírus da diarréia bovina, linfossarcoma) INTESTINO - ENTERITES RENOVAÇÃO EPITELIAL - INTESTINO GROSSO Aumento da taxa de renovação do epitélio superficial e das glândulas (microerosões da superfície) Danos ao compartimento proliferativo = erosão e ulceração, hemorragia (mesmos agentes que lesam o compartimento proliferativo do intestino delgado, coronavírus em bezerros e coccídioa) INTESTINO - ENTERITES RENOVAÇÃO EPITELIAL - INTESTINO GROSSO Hipertrofia do compartimento proliferativo alongamento e dilatação das glândulas (inflamação aguda, crônica ou cronicoativa da lâmina própria) aumento do ciclo do epitélio (desinteria suína, complexo adenomatose intestinal do suíno, colite histiocitária ulcerativa do cão, colite granulomatosa e colite idiopática dos cães) INTESTINO - ENTERITES
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