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Manual Inventário e Partilha Extrajudicial 2016

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República Federativa do Brasil 
ESTADO DE PERNAMBUCO 
8º OFÍCIO DE NOTAS DO RECIFE 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
 
Ivanildo de Figueiredo Andrade de Oliveira Filho 
Tabelião Público 
Professor da Faculdade de Direito do Recife - UFPE 
 
MANUAL DE INVENTÁRIO E PARTILHA 
EXTRAJUDICIAL 
 
Índice 
 
1 - Apresentação; 
2 - Instrumentos para realização do inventário extrajudicial; 
3 - Assistência do advogado; 
4 - Documentos para comprovação de propriedade; 
5 - Imposto de transferência causa mortis; 
6 - Aceitação e renúncia de herança; 
7 - Cessão de direitos hereditários; 
8 - Representação; 
9 - Etapas para lavratura de inventário extrajudicial; 
10 - Custo; 
11 - Registro; 
12 - Legislação específica; 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
2 
 
 
1 - Apresentação 
Com a morte da pessoa natural, surgem inúmeras dúvidas a respeito dos 
trâmites legais a serem seguidos para partilha de bens entre os herdeiros e liquidação 
de dívidas deixadas pelo falecido. O que fazer em um momento como esse? A partir do 
falecimento do indivíduo, diz-se que está "aberta a sucessão", isto é, o administrador 
provisório - aquele que está em posse e na administração dos bens do inventário - ou 
as outras pessoas legitimadas pelo Art. 617 do Código de Processo Civil de 2015, 
podem - e devem - requerer a abertura do inventário do falecido. Esse requerimento 
deve ocorrer dentro de 60 (sessenta) dias, a contar da abertura da sucessão. Caso 
contrário, haverá a possibilidade de cobrança de multa fiscal. 
 Portanto, em que consiste o inventário? Inventário é a descrição enumerada, 
registrada, detalhada e minuciosa do patrimônio, dos bens e das coisas deixadas pela 
pessoa falecida, para que se possa proceder à liquidação dos bens e à partilha do 
acervo hereditário entre seus herdeiros e sucessores. Através do inventário, portanto, 
faz-se a identificação dos sucessores, da herança, das eventuais dívidas e das 
obrigações deixadas pelo falecido, para futura partilha ou adjudicação do resultado aos 
herdeiros. 
 Com o surgimento da Lei 11.441, de 2007, tornou-se facultativo o inventário 
judicial, havendo a possibilidade do inventário ser extrajudicial, isto é, extinguiu-se a 
obrigatoriedade da intervenção do juiz, desde que observados os requisitos legais, os 
quais serão explicitados ao longo deste sintético guia. Portanto, possibilita-se a 
realização do inventário por Escritura Pública, de forma que pode ser feito em 
Tabelionato de Notas. 
 
 
 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
3 
 
 
2 – Características e requisitos do inventário extrajudicial 
 Para realizar-se um inventário extrajudicial são necessários o preenchimento de 
requisitos e a apresentação de documentos específicos, que atestem a condição de 
herdeiros e identifique os bens integrantes do espólio. 
2.1) Requisitos para a realização de um inventário extrajudicial: 
a) Todos os herdeiros devem ser capazes; 
 A capacidade aqui referida é a capacidade de exercício, isto é, a aptidão para 
praticar pessoalmente os atos da vida civil, exercendo seus direitos, praticando atos 
jurídicos. Essa capacidade deve ser verificada no momento da assinatura da escritura, 
da celebração do negócio jurídico. 
 Aqueles que não possuem capacidade de exercício - quer por limitações 
orgânicas ou psicológicas -, são considerados "incapazes". Existindo herdeiro incapaz, 
é vedada a utilização do inventário extrajudicial, sendo obrigatório o inventário ser 
judicial. 
b) Deve haver uma concordância de todos quanto à divisão dos bens 
inventariados; 
 Caso haja litígio, conflito quanto à divisão dos bens inventariados, existirá a 
necessidade de se passar para as vias judiciais. 
c) O falecido não pode ter deixado testamento; 
 Antes de considerar tal requisito, devemos nos questionar: o que seria um 
testamento? É um ato personalíssimo, unilateral, solene e revogável (pode ser 
revogado por outro testamento) pelo qual alguém dispõe no todo ou em parte de seu 
patrimônio para depois de sua morte. Em caso de existência de testamento, a utilização 
da via judicial é obrigatória, segundo o art. 610 do Código de Processo Civil. 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
4 
 
 Havendo testamento, efetua-se a sua abertura e seu cumprimento, conforme a 
forma de testamento deixada pelo falecido. O testamento pode ser ordinário (cujas 
subdivisões são: público, particular e cerrado) ou especial - que são criados tendo em 
vista situações de emergência e são provisórios (cujas subdivisões são: militar, 
marítimo ou aeronáutico). 
 Em caso de testamento cerrado, público ou especial, após a morte do testador, o 
testamento deve ser apresentado ao juiz que o mandará registrar, arquivar e cumprir, 
caso não haja vício externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade (CPC de 205, 
arts. 735 a 737). 
 Existe uma exceção, contudo, à essa regra da existência de testamento: a 
utilização da via extrajudicial será possível caso o testamento deixado pelo falecido não 
possua conteúdo patrimonial (ex: testamento que reconhece um filho ou perdoa o 
indigno). 
d) Presença obrigatória de advogado. 
 As partes devem estar assistidas por advogado comum ou advogados de cada 
uma delas ou defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. 
Estas assinaturas, vale ressaltar, são imprescindíveis para a validação do negócio 
jurídico, pois é solenidade essencial. Quando ausente, gera a nulidade absoluta do 
negócio jurídico. 
Além do exposto, cabe a realização de outras ressalvas: 
- O inventário e partilha não são atos do tabelião, mas sim dos próprios herdeiros e 
interessados. Diferentemente do juiz, que processa o inventário, profere a sentença e 
decide sobre a partilha, o tabelião não decide sobre o inventário e a partilha, apenas 
verifica o cumprimento das exigências legais, qualifica e formaliza juridicamente a 
vontade das partes. 
 
- Existe a possibilidade, vale ressaltar, de livre escolha do Tabelião de Notas para 
abertura do inventário, independentemente de sua localização, bem como do domicílio 
do falecido ou da localização dos bens a serem inventariados. Portanto, em qualquer 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
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caso de inventário extrajudicial, sempre será possível que o mesmo seja realizado no 
Tabelionato de Notas. 
 
- Finalmente, tratando-se de bens imóveis que permanecem em nome do falecido, o 
inventário extrajudicial, por si, não realiza a transferência do bem: ainda se faz 
necessário regularizar a situação perante o Registro de Imóveis. 
 
2.2) Documentos a serem apresentados: 
 
a) Certidão de óbito do autor da herança; 
b) Documento de identidade oficial e CPF das partes e do autor da herança; 
c) Certidão comprobatória do vínculo de parentesco dos herdeiros; 
d) Certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos herdeiros casados e pacto 
antenupcial registrado, se houver; 
e) Certidão de propriedade de bens imóveis (fornecidas pelo Cartório de Registro de 
Imóveis das Comarcas onde estiverem localizadas os bens) e direitos a eles 
relativos; 
f) Documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens móveis, direitos e 
ações, inclusive de cotas em empresas e aqueles trazidos à colação pelos herdeiros, 
se houver; 
g) Certidão Negativa de Tributos em nome do Espólio (Municipal, Estadual e Federal); 
h) Certidão de situação de Ocupação/Aforamento (caso o espólio possua bens 
imóveis). 
 
É possível a emissão das Certidões através da Internet no seguintes sites: 
 
http://www.receita.fazenda.gov.br (Tributos Federais) 
http://efisco.sefaz.pe.gov.br(Tributos Estaduais - Pernambuco) 
http://www.recife.pe.gov.br (Imóveis – IPTU – Recife) 
http://www.spu.planejamento.gov.br (Certidão de situação de Ocupação/Aforamento – 
Imóveis). 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
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i) Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) se houver imóvel rural a ser 
partilhado; A obtenção da CCIR é possível através do site do INCRA, vide o passo a 
passo: 
 
1) www.incra.gov.br >>> 2) "Serviços" >>> 3) CCIR >>> 4) "Clique aqui para a emissão 
de Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR)" 
 
j) Certidão Negativa de inexistência de testamento, onde houver Cartório específico de 
registro, o que poderá ser suprido por declaração das partes no corpo da Escritura; 
 
k) Procuração com poderes específicos para os interessados que não puderem 
comparecer pessoalmente ao Tabelionato de Notas; 
 
Além do exposto, cabe a realização de outra ressalva: conforme o Art. 23 da 
Resolução 35/2007 do CNJ, "Os documentos apresentados no ato da lavratura da 
escritura devem ser originais ou em cópias autenticadas, salvo as identidades das 
partes, que sempre serão originais". 
 
3 - Assistência do advogado 
A presença do advogado ou defensor público é requisito indispensável à 
realização do inventário extrajudicial, sendo exigido que na lavratura das escrituras 
constem seus respectivos nomes e registros na OAB. 
O tabelião não pode indicar advogados, assim como não pode manter 
advogados de plantão no tabelionato à espera de inventários. Ao cidadão que não 
possui condições financeiras de constituir procurador, deve ser indicada a Defensoria 
Pública ou em último caso, a Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
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As partes podem ser representadas por um único advogado ou cada uma delas 
pode ser acompanhada por seu próprio representante. Caso haja algum herdeiro que 
seja advogado, este pode atuar em causa própria. 
Não há a exigência do instrumento de procuração, sendo necessário apenas que 
todos os advogados firmem a escritura. Porém, em caso de procuração para que o 
herdeiro seja representado no inventário, esta deve ser realizada através de escritura 
pública com poderes especiais. Se não realizado desta forma, algum interessado pode 
sugerir a nulidade do ato por vias judiciais, comprovando em juízo a ausência do 
instrumento processual. 
 
4 - Documentos para comprovação de propriedade 
Os documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens devem ser 
apresentados no ato de lavratura da escritura, na forma original ou em forma de cópia 
autenticada. 
Para os bens imóveis se faz necessário apresentar certidão de propriedade e 
direitos a eles relativos. 
Em caso de imóveis urbanos, são necessários os seguintes documentos: 
a) Certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis; 
b) Cadastro Imobiliário na Prefeitura ou carnê de IPTU; 
c) Certidão negativa de tributos municipais incidentes sobre imóveis; 
d) Declaração de quitação de débitos condominiais; 
Em caso de imóveis rurais, são necessários os seguintes documentos: 
a) Certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis; 
 
 
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Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
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b) Cópia autenticada da declaração de ITR dos últimos 5 (cinco) anos ou Certidão 
Negativa de Débitos de Imóvel Rural emitida pela Secretaria da Receita Federal – 
Ministério da Fazenda; 
c) CCIR – Certificado de Cadastro de Imóvel Rural expedido pelo INCRA; 
Para os bens móveis, documentos necessários à comprovação da titularidade, se 
houver, serão: 
- Documento de veículos, extratos bancários, certidão da junta comercial ou do cartório 
de registro civil de pessoas jurídicas, notas fiscais de bens, jóias e outros. 
Com a assinatura da escritura, são produzidos automaticamente os efeitos do 
inventário, independentemente de homologação judicial. Portanto, para realizar a 
transferência dos bens para o nome dos herdeiros é necessário apresentar a escritura 
do inventário para registro, nos respectivos locais competentes, a depender dos tipos 
de bens. Por exemplo: Cartório de Registro de Imóveis (bens imóveis), no DETRAN 
(veículos), no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial 
(sociedades), nos Bancos (contas bancárias). 
 
5 - Imposto de transmissão causa mortis 
O ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer 
Bens ou Direitos) ou ICD, como é denominado em Pernambuco, é um Imposto Estadual 
devido por toda pessoa física ou jurídica que receber bens (móveis ou imóveis) ou 
direitos como herança (em virtude da morte do antigo proprietário) ou como doação. 
 Compete ao Senado Federal estabelecer as alíquotas máximas do ICD 
(Constituição Federal, art. 155). Por meio da Resolução nº 9/1992, o Senado fixou em 
8% (oito por cento) a alíquota máxima do tributo. 
 Quando a transmissão é de bens imóveis e respectivos direitos, o ICD compete 
ao Estado da situação do bem ou ao Distrito Federal. Assim, se um imóvel está 
localizado em Pernambuco e tem sua propriedade transferida em virtude de sucessão 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
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causa mortis, não importa onde foi processado o inventário ou arrolamento ou onde 
estão domiciliados doador e donatário, o ICD pertencerá ao Estado de Pernambuco. 
 Quando a transmissão, decorrente de sucessão causa mortis, é de bens móveis, 
títulos e créditos, o ICD compete ao Estado (ou Distrito Federal) em que se processar o 
inventário ou arrolamento. Se alguém falece e tem seu inventário processado em São 
Paulo, a este Estado caberá o ICD, mesmo que relativo a bens móveis localizados em 
Pernambuco. 
 Segundo o art. 35 do Código Tributário Nacional, nas transmissões causa mortis 
ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros, isto é, cada 
herdeiro deverá recolher o ICD. A base de cálculo da alíquota será o valor de mercado 
dos bens ou direitos objeto da transmissão. Esse valor será levantado segundo 
estimativa fiscal realizada pelo Auditor Fiscal do Tesouro Estadual. 
 Para pagar o ICD no Recife, em Jaboatão dos Guararapes ou em Olinda, o 
contribuinte deverá formalizar o pedido de lançamento do ICD através do 
preenchimento de formulário próprio que deverá ser entregue na Unidade de Controle 
do ICD/UICD, localizada na Av. Dantas Barreto, nº 1186, 16º andar, Bairro São José, 
Recife, CEP 50020-904. 
 As alíquotas do ICD são fixadas livremente pelos Estados, respeitando o limite 
máximo de 8% (oito por cento) fixado pelo Senado Federal. Em Pernambuco, nos 
casos de transmissão causa mortis a alíquota será aquela vigente na data do óbito: 
Data do óbito Alíquota 
Até 1982 2% 
De 1983 até 1996 4% 
De 1997 a 2000 Tabela Progressiva 
De 2001 em diante 5% 
 
Tabela progressiva (aplicável de 1997 a 2000): 
Valor total dos bens Parentesco 
1º grau 2º e 3º graus 
Até R$ 16.650,00 4% 6% 
De R$ 16.651,00 a R$ 82350,00 6% 8% 
Maior que R$ 82.351, 00 8% 8% 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
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A partir da Lei 15.601, de 30/09/2015, as alíquotas do ICD em Pernambuco passaram a 
ser as seguintes: 
 
Valor do quinhão ou da doação Alíquota do ICD 
até R$ 200.000,00 2% 
acima de R$ 200.000,00 até R$ 300.000,00 4% 
acima de R$ 300.000,00 até R$ 400.000,00 6% 
acima de R$ 400.000,00 8% 
 
 O imposto poderá ser pago à vista com uma redução de 10% (dez por cento) 
sobre o valor imposto, ou poderá ser parcelado em até 06 (seis) parcelas, sem direito a 
desconto. Se o contribuinte dentro do prazo de recolhimento do tributo (30 dias daciência da notificação de lançamento do ITCMD), não efetuar o pagamento, o crédito 
tributário será inscrito na Dívida Ativa do Estado acrescido de uma multa de 5% (cinco 
por cento). 
 Nos casos de inventário ou arrolamento que não for aberto dentro do prazo de 
60 (sessenta dias) do óbito, o imposto será calculado com acréscimo de multa 
equivalente a 1% (um por cento) do valor do imposto. 
 
6 - Aceitação e renúncia de herança 
Determina a lei que, aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao 
herdeiro, a partir da abertura da sucessão. Caso o herdeiro renuncie à herança, não 
ocorre a transmissão (Código Civil, art. 1804). 
 A aceitação da herança é o ato pelo qual o herdeiro confirma seu desejo de 
receber a herança, sem que seja necessária a concordância de terceiros. Mesmo 
havendo a transmissão aos herdeiros no momento em que ocorreu o falecimento e a 
abertura da sucessão, faz-se precisa a aceitação, que funciona como mera 
confirmação. Antes da aceitação existe uma situação provisória na qual ainda é 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
11 
 
possível que ocorra a recusa, já que o herdeiro não é obrigado a aceitar a herança. De 
acordo com o Art. 1808 do Código Civil, não é possível a aceitação ou renúncia parcial 
do quinhão. 
 São consideradas possíveis duas formas de aceitação: 
a) Expressa: é aquela que se faz por declaração escrita, podendo o escrito 
ser público ou particular. Não sendo possível a aceitação verbal. 
b) Tácita: é aquela pela qual o herdeiro pratica atos que indicam a aceitação. 
Em síntese, atos definitivos de administração do espólio ou dos bens do 
falecido. Como, por exemplo, o pagamento dos tributos do imóvel e a 
contratação de funcionários para a conservação. Atos oficiosos, como o 
funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e 
guarda provisória não se caracterizam como aceitação tácita (Código Civil, 
art. 1805). São apenas simples favores à pessoa do morto e aos herdeiros 
ou soluções de problemas urgentes. 
 A aceitação é dada como presumida caso o herdeiro não se manifeste, 
permaneça em silêncio. Nesses termos, o interessado na declaração de aceitação do 
herdeiro poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo de até trinta 
dias para o herdeiro se pronunciar. 
 Conforme consta no Art. 1809 do Código Civil, caso o herdeiro faleça antes de 
ter aceitado a herança expressa ou tacitamente, direito de aceitar a herança se 
transfere aos seus herdeiros. 
 Se aceita a herança por um dos herdeiros e recusada por outro, o quinhão 
recusado volta ao monte e se partilha entre os demais herdeiros que aceitaram a 
herança. 
 Na renúncia, ato pelo qual o herdeiro recusa a herança, não é criado qualquer 
direito ao renunciante, pois se considera que ele nunca foi herdeiro. A renúncia à 
herança não pode ocorrer antes da abertura da sucessão, isto é, antes da morte de seu 
autor. 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
12 
 
 Os efeitos da renúncia são retroativos à data de abertura da sucessão. Os 
herdeiros do renunciante, portanto, não herdam por representação, porque a renúncia 
significa que o renunciante nunca foi herdeiro. Como decorrência lógica, não se pode 
transmitir algo que nunca se teve primeiramente. 
 São considerados dois tipos de renúncia: 
a) Abdicativa: quando o declarante simplesmente diz que não aceita a 
herança, que será devolvida ao monte hereditário, visando à partilha entre 
os demais herdeiros. 
b) Translativa: quando o herdeiro recebe a herança e a transfere a certa 
pessoa. Também chamada de renúncia in favorem, necessita da 
aceitação prévia da herança para que depois haja a transferência, por isso 
não é considerada uma renúncia, mas sim uma cessão de direitos, que 
será explicada no próximo tópico. 
 A grande diferença entre os dois tipos de renúncia é que se realmente for 
abdicativa, haverá apenas a incidência do ICD (Imposto de Transmissão Causa Mortis 
e Doação), sem que seja necessária a incidência de impostos inter vivos. O que não 
quer dizer que o herdeiro renunciante terá que pagar algum imposto quando fizer a 
renúncia, quem pagará o ICD será os outros herdeiros. O herdeiro renunciante não 
pagará nada, pois é tratado como se herdeiro não fosse. 
 Para renunciar à herança, o declarante deve fazê-lo por escritura pública ou 
termo judicial, sendo nula a renúncia por instrumento particular (Código Civil, Art. 1806). 
A lei não permite a renúncia tácita, mas apenas a expressa. 
 Caso o herdeiro prejudique os seus credores, renunciando à herança, eles 
poderão, com autorização judicial, aceitar a herança em nome do renunciante. O 
credor, no entanto, não se torna herdeiro ou representante do herdeiro, pois após 
pagas as dívidas, o remanescente não pertencerá ao credor nem ao renunciante. A 
habilitação dos credores no inventário deve ser feita no prazo de 30 (trinta) dias 
seguintes ao conhecimento da renúncia. 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
13 
 
 Entende-se que a renúncia da herança necessita, para sua validade, da 
concordância do cônjuge de bens, exceto se o casamento se der sob o regime da 
separação absoluta (Resolução nº 35/2007 do CNJ, art. 17). 
 Tanto a renúncia quanto a aceitação da herança são irrevogáveis, salvo em 
casos de vícios do consentimento, como a coação, a violência, o dolo e o erro (Código 
Civil, art. 1812). Não se pode aceitar ou renunciar a herança sob condição ou termo, 
isto é, os efeitos da aceitação e da renúncia não poderão estar subordinados a um 
evento futuro, seja incerto (condição) ou certo (termo) (Código Civil, art. 1808). 
 
7 - Cessão de direitos hereditários 
O herdeiro pode, se assim desejar, ceder a sua herança total ou parcialmente. 
Cessão não é renúncia. Na renúncia, é como se o herdeiro não tivesse recebido a 
herança, ele recusa a herança, abre mão da herança. Já na cessão, o herdeiro 
transfere a herança que recebeu a uma outra pessoa (um beneficiário). 
Essa cessão pode ser gratuita, ou seja, o herdeiro vai ceder os direitos 
hereditários para o beneficiário sem receber nada em troca, e pode ser onerosa, o 
herdeiro pode negociar com outras pessoas os seus direitos hereditários. Ele pode 
“vender” os seus direitos hereditários, pode ceder esses direitos em troca de dinheiro, 
algum bem ou algum valor. O herdeiro pode alienar esses direitos, pode negociá-los 
com outrem. 
Se a cessão for gratuita, o herdeiro pode ceder os direitos hereditários para 
qualquer pessoa. Agora, se a cessão for onerosa, ele primeiro terá que oferecer a 
cessão aos outros herdeiros com o mesmo preço e com iguais condições de 
pagamento (este é o direito de preferência). Somente se nenhum dos outros herdeiros 
aceitar as condições oferecidas pelo herdeiro cedente (aquele que quer ceder o seu 
quinhão) é que ele vai poder oferecê-la a outra pessoa que seja estranha à sucessão 
(Código Civil, art. 1.794). Ou seja, somente se nenhum dos herdeiros quiser a cessão 
nas condições oferecidas, é que o herdeiro cedente poderá oferecer para alguém que 
não seja herdeiro. 
 
 
Tabelionato Figueiredo 
Manual de Inventário e Partilha Extrajudicial 
 
14 
 
Em relação aos impostos a serem pagos, na cessão existe uma dupla tributação: 
um tributo vai incidir na transmissão que se deu do “de cujus” para o herdeiro (Imposto 
causa mortis) e outro tributo vai incidir na cessão dos direitos sucessórios do herdeiro 
para o terceiro (Imposto inter vivos). Se a cessão foi gratuita, incidirá duas vezes o ICD 
(Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), pois a primeira incidência do ICD é 
por causa da transmissão causa mortis (do de cujus para o herdeiro) e a segunda 
incidência é por causada cessão que, por ter sido gratuita, será considerada uma 
doação. Agora, se a cessão for onerosa, irá incidir o ICD por causa da transmissão 
causa mortis e depois irá incidir o ITBI (Imposto sobre Transmissão inter vivos de bens 
imóveis e Direitos a ele relativos) por causa da transferência onerosa dos direitos 
hereditários do herdeiro para o terceiro. 
Caso o herdeiro não ofereça o seu quinhão aos demais e aliene diretamente os 
seus direitos sucessórios a um estranho à sucessão, sem, portanto, respeitar o direito 
de preferência, qualquer dos herdeiros pode, no prazo de 180 dias, depositar o valor e 
ter para si a herança cedida. Caso mais de um herdeiro esteja interessado na herança 
cedida, o quinhão hereditário vai ser dividido entre eles, na proporção das respectivas 
quotas hereditárias (Código Civil, art. 1.795). 
A cessão pode ser feita desde o início do inventário até a partilha de bens. Caso 
a partilha já tenha ocorrido, os bens já são dos herdeiros e qualquer herdeiro poderá 
transferir os seus bens a terceiros através da venda ou da doação. É importante 
destacar que, depois de feita a cessão, o beneficiário não se tornará herdeiro, ele vai 
ter os direitos hereditários do herdeiro, ou seja, ele vai poder receber o quinhão que 
caberia ao herdeiro que lhe cedeu os seus direitos, mas isto não o colocará na posição 
de herdeiro. 
A cessão de direitos sucessórios deve ser realizada através de escritura pública. 
O herdeiro pode ceder todo o quinhão hereditário que tem direito ou uma parte dele, 
mas não poderá ceder bens determinados. Não é possível individualizar os bens a 
serem transmitidos. (Código Civil, art. 1.793 § 2o). Enquanto a herança for indivisa (não 
tiver sido feita a partilha de bens e divido qual bem cabe a cada herdeiro), na cessão 
não se pode discriminar as coisas que pretende alienar, não se pode dizer quais são os 
 
 
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bens do inventário que a cessão abrange, salvo por autorização judicial (Código Civil, 
art. 1.793, § 3º). 
Na cessão, o herdeiro não está transmitindo bens e sim direitos hereditários. Por 
exemplo, temos um inventário em que os bens do espólio são um carro e um imóvel 
(um apartamento). Nós temos dois herdeiros desse inventário e o falecido era solteiro, 
não deixou viúva meeira, os herdeiros são Tício e Mévio. Antes da partilha, Tício não 
pode alienar, doar e nem ceder direitos hereditários referentes, especificamente, ao 
carro e nem ao imóvel. Ele não pode alegar que tem direito a um dos bens. O que Tício 
pode fazer é ceder, gratuita ou onerosamente, o quinhão hereditário dele. E o que é o 
quinhão dele? Nesse caso, como só temos dois herdeiros, o quinhão de Tício é 50% do 
espólio (que é composto por um carro e por um imóvel). Na cessão de direitos 
hereditários não se pode vender bens determinados porque até a partilha ser finalizada 
não está decidido se Tício irá ficar com o carro ou se será Mévio que ficará com o bem. 
Pode ser que Tício fique com o imóvel, pode ser que Mévio fique, não tem como saber. 
Até a partilha não se sabe quem ficará com o quê. 
A cessão de direitos sucessórios só vai abranger os direitos do quinhão 
hereditário que o herdeiro tinha no momento em que se concretizou o negócio. Caso, 
supervenientemente (depois de feita a cessão), o herdeiro que cedeu seu quinhão, 
adquira direitos em decorrência de substituição (Código Civil, arts. 1.947 a 1.960) ou de 
direito de acrescer (Código Civil, arts. 1.941 a 1.946), a cessão que ele fez não vai ter 
abrangido tais direitos, salvo se, no próprio instrumento de cessão, as partes 
estabelecerem o contrário. (Código Civil, art. 1.793 § 1º). 
Com exceção de o casamento ser o de regime de separação total de bens 
(Código Civil, art. 1.687), caso o herdeiro que queira ceder o seu quinhão hereditário 
seja casado ou conviva em união estável, ele necessitará da concordância do seu 
cônjuge ou companheiro para realizar a cessão. 
O cônjuge ou o companheiro do falecido, apesar de não serem herdeiros e sim 
meeiros, podem ceder sua meação. 
 
 
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O herdeiro menor de idade não pode ceder o seu quinhão hereditário, mesmo 
com a anuência dos seus pais. Só será possível a cessão dos direitos hereditários de 
um menor de idade se ele obtiver uma autorização judicial para este fim. É também 
proibida a celebração de contrato de cessão de direitos hereditários que tratar de 
herança de pessoa viva (Código Civil, art. 426). 
Por fim, se o falecido tiver feito um testamento e nele estiver contido a “cláusula 
de inalienabilidade à herança”, o herdeiro não vai poder realizar a cessão, ele só 
poderá renunciar. 
 
8 - Representação 
 
Quando há a morte de um herdeiro antes da abertura da sucessão são os seus 
descendentes que irão sucedê-lo em todos os direitos, irão receber a herança no lugar 
dele. Importante frisar que os descendentes, portanto, herdam na qualidade de 
representantes do herdeiro pré-morto e não por direito próprio. Também podemos dizer 
que há o fenômeno da representação quando o herdeiro se tornar indigno ou for 
deserdado da herança (Código Civil, arts. 1.814 a 1.818 e 1.961 a 1.965). 
Os representantes só herdam o que caberia ao herdeiro pré-morto, se vivo fosse. 
Em outras palavras, o seu quinhão é dividido igualmente entre os que representam. 
(Código Civil, arts. 1.854 e 1.855). Agora, para que seja considerado herdeiro por 
representação, o descendente do herdeiro pré-morto precisa ser pessoa já nascida ou 
concebida no momento da abertura da sucessão (Código Civil, art. 1.798). 
O herdeiro por representação comparece em nome do ascendente, ele não é 
herdeiro direto e sim sucessor do herdeiro direto (que é o herdeiro que faleceu), 
portanto, por ser descendente do herdeiro pré-morto, diz-se que ele herda por estirpe. 
Na partilha de bens, os quinhões são divididos em tantas porções quantas são os 
herdeiros diretos (herança por cabeça), só que, no caso de um herdeiro direto falecer, 
 
 
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considera-se que há uma estirpe e dentro de cada estirpe se subdivide o quinhão do 
herdeiro falecido pelo número de seus descendentes. 
No caso de herança por representação, considera-se que ocorreu uma única 
transmissão da herança. O falecido transmite diretamente a herança aos descendentes 
do herdeiro que faleceu, portanto só incidirá um imposto causa mortis e não dois. 
Se ocorrer renúncia do herdeiro direto, os seus descendentes não poderão 
herdar o quinhão que lhe cabia por representação, pois se tem que entender que, 
quando renuncia, o herdeiro direto abriu mão da herança, portanto, é tratado como se 
herdeiro não mais fosse, pois o renunciante fica fora da sucessão. 
Agora, caso ocorra a hipótese de existirem mais de um herdeiro por 
representação de um ascendente em comum, caso um deles renuncie, a parte que lhe 
cabia não retornará para a herança do inventariado (autor da herança), ela ficará para 
os outros herdeiros por representação, os que não renunciaram. 
Caso uma pessoa renuncie a herança que tinha direito a receber de outra 
pessoa (um filho renuncia a herança do pai, por exemplo), isto não significa que esse 
herdeiro que renunciou não poderá representar o falecido se, posteriormente, ele for 
herdeiro de outra pessoa (seu avô, por exemplo). Ou seja, se um filho renuncia a 
herança que tinha direito a receber de seu pai, ele ainda poderá ser herdeiro por 
representação no inventário de seu avô (caso o avô venha a falecer posteriormente) 
para receber a parte que lhe caiba dentro do quinhão que pertenceria ao seu pai 
(Código Civil, art. 1.856). Isto se dá porque, no exemplo mencionado, o filho foi 
renunciante na sucessãodo pai, entretanto não foi renunciante na sucessão do avô. 
Entre os ascendentes, não há o que se falar de direito de representação. 
Também não há direito de representação quanto ao cônjuge sobrevivente e nem 
quanto ao companheiro na união estável. Por exemplo, a esposa não pode herdar por 
representação o quinhão hereditário que caberia ao falecido marido no inventário do 
sogro. Por fim, não é possível existir direito de representação nos casos de sucessão 
testamentária em que o beneficiado por testamento falece antes do testador. 
 
 
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O direito de representação pode ocorrer também em relação aos irmãos do 
falecido. Na hipótese de os irmãos do de cujus serem chamados à sucessão, se um 
deles for pré-morto, os seus filhos (sobrinhos do falecido) representarão o pai na 
sucessão do tio (Código Civil, 1.853). 
 
9 - Etapas para lavratura de inventário extrajudicial 
A possibilidade de realizar o inventário e a partilha por via extrajudicial é uma 
oportunidade bastante conveniente, tendo em vista a celeridade que confere ao 
processo. 
Há, contudo, o devido procedimento para sua realização. 
ETAPA PROCEDIMENTO 
1 - Requerimento Apenas podem requisitar a realização extrajudicial do 
inventário os herdeiros, o cônjuge supérstite (viúvo ou viúva) 
e os cessionários de direitos hereditários. Logo, devem esses 
ser auxiliados por advogado responsável pela condução do 
processo junto ao Tabelionato de Notas. 
2 - Requisitos É necessário, em princípio, para que se possa iniciar o 
processo administrativo, que sejam cumpridos os requisitos 
objetivos e subjetivos: Partes maiores e capazes; consenso 
entre as partes; não existência de testamento; assistência de 
Advogado. 
3 – Documentos Cumpridos os requisitos para abertura do processo, o 
advogado deve comparecer ao Tabelionato de Notas, 
portando os documentos exigidos no art. 22 da Resolução 
CNJ 35/2007. 
4 – Esboço da 
partilha 
Após a entrega da documentação pelo advogado, segue o 
esboço da partilha, um dos documentos necessários para 
iniciar o processo e de responsabilidade do advogado, que 
 
 
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servirá de base para a Secretaria da Fazenda do Estado 
realizar o lançamento do ICD. 
5 – Avaliação fiscal e 
pagamento do ICD e 
custas 
Com a análise da minuta da escritura de inventário e partilha 
pela Fazenda Estadual, e aprovação pelos sucessores e 
herdeiros, deve-se efetuar o pagamento do ICD e dos 
emolumentos do cartório para assim ser providenciada a 
lavratura de escritura de inventário e partilha extrajudicial. 
6 – Assinatura da 
escritura 
Na data agendada, os herdeiros e sucessores, juntamente 
com o advogado, comparecem ao Tabelionato de Notas 
para a assinatura da Escritura de Inventário. 
7 – Qualificação das 
partes e dos 
procuradores 
Devem estar presentes no Tabelionato de Notas todos os 
interessados ou seus representantes, portando os 
documentos de identidade e a procuração pública, se houver, 
e o advogado, que pode ser comum a todas as partes, para a 
assinatura da Escritura de Inventário. 
8 – Emissão do 
traslado da escritura 
O Tabelionato de Notas deve, após a assinatura da 
escritura, extrair um traslado que, caso haja bens imóveis no 
inventário, deverá ser registrado junto ao Cartório de Registro 
Imobiliários (RGI), para que se efetue a transferência da 
propriedade. 
9 – Bens imóveis 
situados em 
jurisdição diversa 
Nos casos em que houver bens registrados em cartórios 
diversos, deve-se apresentar o referido traslado em cada um 
deles, a fim de que haja a transferências de todas as 
propriedades para os herdeiros. 
10 – Bens móveis No caso de haverem bens móveis inventariados, passíveis 
também de registro, deve o herdeiro levar ao órgão 
responsável pelo registro o traslado, a fim de que lhe sejam 
também transferidas as propriedades desses. 
 
 
 
 
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10 - Custo 
 No que concerne aos custos para realização do processo, cabe dividi-los em três 
partes: o valor a ser pago para lavratura da escritura de inventário; os honorários 
advocatícios (tendo em vista que é previsto na Lei número 11.441/2007, a assistência 
necessária de advogado às partes); e os custos para emissão de documentação 
necessária, discriminada no ponto 2-B (Instrumentos para a realização do Inventário 
extrajudicial – Sobre os documentos a serem apresentados), para iniciar o processo. 
O valor a ser pago para lavratura de escritura de inventário extrajudicial e artilha 
é variável de acordo com a quantidade de bens a inventariar e o valor da respectiva 
avaliação fiscal para efeito de recolhimento do Imposto Causa Mortis e Doação – ICD. 
Para cada bem inventariado, o valor da transmissão por herança ou doação 
poderá variar de R$ 149,25 a R$ 4.445,53, além da Taxa de Prestação de Serviços 
Notariais e Registrais do Tribunal de Justiça do Estado, variável de 0,2% a 0,3% do 
valor declarado de cada bem. 
 Quanto aos honorários advocatícios, a OAB-PE estabelece que, caso o 
advogado seja único para todos envolvidos no inventário, será de 2% a 5% sobre o 
valor do monte-mor (valor total do inventário), respeitando o valor mínimo de 
R$1.000,00. Caso, no entanto, o advogado seja representante exclusivamente de uma 
das partes, o valor estabelecido é de 2% a 5% sobre o valor que couber à parte, 
respeitando também o mínimo de R$1.000,00. Vale lembrar que se as pessoas não 
puderem arcar com os custos advocatícios, podem se dirigir à Defensoria Pública e 
realizar o Inventário Extrajudicial com a assistência de um Defensor Público. 
 Cabe ainda ressaltar quanto emissão da documentação necessária para iniciar o 
processo de inventário, que nenhum deles é atrelado necessariamente a custo algum, 
uma vez que podem ser utilizados, no processo, os respectivos documentos originais. 
Não obstante, há custos específicos para remissão desses documentos em caso de 
perdas. Quanto às certidões negativas de tributos municipais, estaduais e federais em 
nome do espólio, bem como quanto a Certidão de Transferência de situação de 
 
 
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Ocupação/Aforamento, é imprescindível pontuar que são gratuitas e podem ser 
emitidas via internet nos sites da Prefeitura do Recife (para os municipais)1, da 
Secretaria de Estado de Fazenda de Pernambuco (para os estaduais)2, da Receita 
Federal (para os federais)3 e da Secretaria de Patrimônio da União (para a Certidão de 
situação de Ocupação/Aforamento)4. 
 
11 – Registro 
Após o cumprimento de todas as condições necessárias, será expedida uma 
escritura pública, na qual deverá constar a qualificação dos herdeiros, a descrição dos 
bens partilhados, e a assinatura das partes. É necessário enfatizar que essa escritura 
não depende de homologação do juiz e que de acordo com a Lei 11.441 de 2007, dá 
legitimidade para constituir o registro de imóveis. 
 Posteriormente à lavratura da escritura pública, o inventariante deverá se dirigir 
ao órgão competente para que haja o registro perante a este órgão e que seja efetivada 
a transferência do bem. 
No caso de o bem ser imóvel, por exemplo, é imprescindível que os herdeiros se 
dirijam ao Cartório de Imóveis, em posse da escritura e documentos pessoais, para 
realizar o registro junto a este órgão, de forma que sejam efetivamente transferidos os 
direitos reais sobre o referido bem, passando a ser o autor o novo titular e proprietário. 
De modo a proporcionar a celeridade do procedimento no Cartório de Imóveis, é 
necessário que a escritura pública apresentada esteja inserida dentrodos trâmites 
legais, tendo como fundamento a Leis de Registros Públicos (6.015/1973), a qual regula 
o registro do imóvel quando este é partilhado a partir de inventário extrajudicial. 
Além disso, deverá haver averbação nos demais órgãos públicos competentes, 
como a Prefeitura Municipal, para a transferência do cadastro de contribuinte do 
Imposto Predial e Território Urbano. Assim, o carnet do referido imposto será emitido 
 
1
 http://www.recife.pe.gov.br/pr/secfinancas/ 
2
 www.sefaz.pe.gov.br 
3
 http://www.receita.fazenda.gov.br/grupo2/certidoes.htm 
4
 www.spu.planejamento.gov.br 
 
 
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em nome do novo proprietário. Independente dessa averbação, o adquirente 
responderá pelo IPTU desde a emissão da nova escritura. Destaca-se que se o imóvel 
for edificado em terreno da marinha, o autor também deverá fazer a averbação da 
transferência na Secretária do Patrimônio da União no prazo de 30 (trinta) dias a partir 
da emissão do registro. Caso não o faça, pagará uma multa de 0,5% (meio por cento) 
ao ano sobre o valor que o imóvel for avaliado e terá seu nome inscrito nos cadastro de 
Dívida Ativa da União. 
Já no caso de o bem inventariado ser alguma quantia retida em bancos ou bens 
retidos em cofre, o autor poderá se dirigir para o banco correspondente munido apenas 
da escritura pública e dos seus documentos pessoais para poder liberar o valor e o 
respectivo objeto. Apenas com apresentação desses documentos o autor será 
considerado o novo proprietário e poderá legitimar sua ação. 
No que se refere aos bens móveis, deve-se analisar se estes são regidos por 
alguma entidade, na qual precisem ter seu registro modificado. Os automóveis, por 
exemplo, são regulados pelo DETRAN e se o autor do inventário quiser legitimar a 
mudança de propriedade, deve se dirigir a este órgão competente e estar munido da 
escritura pública para efetuá-lo. 
Ainda é necessário destacar que quando o objeto da partilha se tratar de direitos 
autorais, os quais devem ser regulados no Cartório de Registros Públicos, também só 
poderá fazer a alteração de propriedade em caso de inventário extrajudicial se estiver 
em posse da referida escritura. 
 
12 – Legislação específica 
 
Como foi dito anteriormente, esse método extrajudicial se tornou possível a partir 
da Lei 11.441/2007, que buscou facilitar o procedimento do inventário permitindo uma 
maior celeridade na transmissão dos bens, já que é realizado em tabelionato de notas. 
Além disso, viu-se nesse procedimento administrativo a possibilidade de partilha de 
 
 
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bens a partir de um consenso entre os herdeiros, se estes forem maiores e capazes. 
De acordo com esta lei, é imprescindível que todos os herdeiros estejam assistidos por 
advogado, comum ou não, de acordo com a preferência das partes. Ainda é permitida a 
escolha do tabelião de notas que fará a lavratura da escritura pública pelos herdeiros. 
 Os prazos estabelecidos para a abertura e conclusão do inventário extrajudicial 
são os mesmos que o judicial, estabelecidos no art. 983 do CPC, quais sejam 60 
(sessenta dias) para a abertura e 12 (doze) meses para encerramento do 
procedimento, a contar a partir do início do inventário. 
De modo a facilitar o procedimento, ao término do inventário extrajudicial, será 
emitida uma escritura pública, a qual não depende de homologação judicial e é título 
hábil para o registro imobiliário, para a transferência de bens e direitos, bem como para 
promoção de todos os atos necessários à materialização das transferências de bens e 
levantamento de valores. 
No que se refere aos custos, toma-se como base a Lei nº 10.169/2000, a qual 
determina que para aplicar os valores dos emolumentos, deverá ser levada em conta a 
natureza pública e o caráter social dos serviços de registro, sendo atendidas as regras 
do art. 2º da referida lei. 
Ainda dispõe a Lei 11.441/2007 que se houver necessidade, ocorrerá, a 
nomeação de um (ou alguns) herdeiro(s), na escritura pública, com os mesmos poderes 
de um inventariante, para representação do espólio no cumprimento de obrigações 
ativas ou passivas pendentes (como por exemplo, o levantamento de FGTS, de 
restituição de IR ou de valores depositados em bancos ou comparecimento para a 
lavratura de outras escrituras. Uma vez que há consenso das partes, não há a 
necessidade de se seguir a “ordem de nomeação” do art. 617 do CPC de 2015. 
Considera-se possível que herdeiros que não possuam os requisitos estabelecidos 
pela Lei 11.441/2007, de ser maior e capaz na época do óbito, mas que atinjam essas 
condições até o momento da propositura de abertura do inventário, possam ingressar 
com o inventário extrajudicial. Ainda é admitida a aplicação da referida lei se o óbito 
 
 
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tiver ocorrido antes da vigência da mesma, desde que o inventário tenha sido proposto 
depois que esta passou a vigorar. 
Em síntese, o objetivo da Lei 11.441/2007 foi desafogar o judiciário de ações onde 
não existem litígios, oferecendo a possibilidade de serem resolvidas pela via 
administrativa ou extrajudicial, resguardando os mesmo efeitos que seriam fornecidos 
caso a ação tramitasse em juízo.

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