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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS Cristiane Oliveira de Souza[1: Acadêmica do 5° período do curso de Direito – Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná. E-mail: cris.opo.ro@gmail.com] Alexandra Cristina de Brito[2: Acadêmica do 4º período do curso de Direito – Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná. E-mail: alexandrabrito_@hotmail.com] Johanes Lopes de Moura[3: Professor orientador pós graduado em Direito Constitucional – Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná. E-mail: johanesmoura.adv@gmail.com] Pôster Introdução A Constituição Federal é a lei mais importante do nosso país, onde estão previstos os Direitos e Garantias Fundamentais. As Garantias têm como características o fato de serem ações que podem ser ajuizadas perante o Poder Judiciário para tutelar algum direito constitucional. Essas ações constitucionais destinadas a tutelar direitos fundamentais são também chamadas de Remédios Constitucionais, que são instrumentos à disposição do operador do Direito para garantir a aplicação da lei. Objetivos Com base no assunto abordado, pretende-se ampliar o conhecimento sobre as garantias fundamentais difundidas na Constituição Federal, e conectá-las sob a promoção de ações constitucionais com ênfase no Habeas Corpus e Mandado de Segurança Individual. Metodologia A metodologia utilizada foi pesquisa com leitura exploratória, aprofundando as ideias apresentadas com o procedimento de pesquisa bibliográfica, de modo a estabelecer uma compreensão sobre a aplicação das ações constitucionais. Resultados e Discussão A Constituição trouxe ao todo nove ações constitucionais: o Habeas corpus, o Habeas data, o Mandado de segurança individual, o Mandado de segurança coletivo, o Direito de petição, o Direito à certidão, o Mandado de injunção, a Ação popular e Ação civil pública. O habeas corpus é a ação constitucional para a tutela da liberdade de locomoção, utilizada sempre que alguém estiver sofrendo, ou na iminência de sofrer restrição em seu direito de ir e vir, está previsto na Constituição Federal no Art. 5.º, LXVIII. Esse instituto tem sua origem apontada pelos doutrinadores na Magna Carta em 1215. Foi introduzido na legislação brasileira em 1832, e em 1891 foi elevado à condição de garantia constitucional. Na Constituição de 1891 o habeas corpus era mais amplo, ele era destinado a tutelar qualquer direito, não só o de locomoção, mas foi a única exceção, somente nesta Constituição foi diferente, onde ficou conhecido como Teoria Brasileira do Habeas Corpus. Essa amplitude do habeas corpus encerrou-se com a reforma constitucional de 1926, que restringiu essa ação constitucional apenas para a tutela da liberdade de locomoção. Qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira tem legitimidade ativa para impetrar o habeas corpus em favor de pessoa física que está sofrendo ou na iminência de sofrer constrangimento ilegal em seu direito de ir e vir. Para Pedro Lenza: “referida ação pode ser formulada sem advogado, não tendo de obedecer a qualquer formalidade processual ou instrumental, sendo gratuita” (2008, p.641). Sujeito passivo é a pessoa em relação a quem é impetrado a ordem de habeas corpus, apontado como a responsável pela coação ilegal. Em princípio a ordem deveria ser concedida contra autoridades públicas, mas em face da realidade, a jurisprudência tem admitido habeas corpus impetrados contra atos de particulares, como diretores de estabelecimento psiquiátrico, casas geriátricas, clínicas de repouso e donos de fazenda. Há três modalidades de habeas corpus: o repressivo, preventivo e de ofício. No habeas corpus repressivo, concede-se a ordem para fazer cessar o constrangimento à liberdade de locomoção já existente. O habeas corpus preventivo é quando houver ameaça ao direito de ir e vir, expede-se um salvo-conduto, documento emitido pela autoridade competente, para impedir que a pessoa venha a ter restringido seu direito de locomoção. O habeas corpus de ofício é concedido pela autoridade judicial, sem pedido, quando verificado no curso de um processo que alguém está sofrendo ou na iminência de sofrer constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoção. A Constituição Federal em seu Art. 142, § 2.º, estabelece que não caberá habeas corpus em relação ao mérito das punições disciplinares militares. Pedro Lenza assim anota: “trata-se de impossibilidade de se analisar o mérito de referidas punições, não abrangendo, contudo os pressupostos de legalidade” (2008, p. 644). O mandado de segurança está previsto na Constituição Federal no Art. 5.º, LXIX, é uma ação constitucional residual para a tutela de direito líquido e certo quando não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando houver ato irregular praticado por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de função pública. A Constituição de 1934 criou o mandado de segurança, que foi suprimido na Constituição de 1937, e reintroduzido em nosso ordenamento jurídico pelo texto constitucional de 1946. A jurisprudência entende que direito líquido e certo é o que pode ser comprovado pela apresentação de documentos comprobatórios. A legitimidade ativa para ingressar em juízo com o mandado de segurança é do titular do direito líquido e certo violado ou ameaçado de violação, e este deverá estar acompanhado de advogado. Neste sentido Alexandre de Moraes ensina sobre a legitimidade ativa: “tanto pode ser pessoa física como jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada ou não em nosso País, e também órgãos públicos despersonalizados, mas dotado de capacidade processual” (2007, p.150). Daí conclui-se que as exigências para impetrar o mandado de segurança são: que o direito invocado esteja sob a jurisdição da Justiça brasileira e capacidade postulatória, não se fazendo distinção entre aquele que possui o direito invocado. Sujeito passivo é a autoridade coatora que pratica ou ordena a execução ou inexecução do ato impugnado, são equiparados às autoridades os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público. Quanto a classificação do mandado de segurança este poderá ser repressivo de uma ilegalidade já cometida, ou preventivo que busca colocar fim na iminência de constrangimento ilegal. O mandado de segurança está regulamentado pela Lei nº 12.016/2009, que em seu Art. 5º excluí seu cabimento em três hipóteses: de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; e de decisão judicial transitada em julgado. O prazo para impetração do mandado de segurança é de cento e vinte dias, a contar da ciência do interessado do ato a ser impugnado. Este prazo é contado a partir da publicação no Diário Oficial ou pela notificação individual. Passado esse prazo, ocorre a decadência do direito de impetrar essa ação, não a perda do direito material, podendo o titular do direito líquido e certo violado valer-se das vias ordinárias. Conclusão Diante o exposto verifica-se a importância de tais instrumentos constitucionais, podendo constatar que as garantias fundamentais vieram de longa data e sofreram alterações ao longo dos anos conforme as reformas constitucionais. As ações constitucionais tornaram-se parte da evolução da sociedade, e sua utilização é cada vez mais frequente nos dias de hoje, tornando-se a expressão máxima da segurança jurídica no ordenamento brasileiro, principalmente para efetivar a busca pelos direitos. Palavras-chave: Ações constitucionais. Garantias fundamentais. Habeas corpus. Mandado de segurança individual. Referências LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12. ed. – São Paulo: Saraiva, 2008. MORAES, Alexandre de. – Direito Constitucional. 22. ed. – São Paulo: Atlas, 2007. PINHO, Rodrigo César Rebello. – Teoria geral da constituição e direitos fundamentais. – 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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