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LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO 2ed

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LINGUAGENS E
PRODUÇÃO DE TEXTO
FTC DIGITAL | CIDADE DIGITAL – 2016
2ª EDIÇÃO REVISADA E AMPLIADA
IMES
Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/C Ltda.
William Oliveira
Presidente
Liane Soares
Gerente Acadêmica e de Avaliação
MATERIAL DIDÁTICO
Autor
Paulo César da Silva Gonçalves
Revisão
Paulo César da Silva Gonçalves
Airá Manuel Santana dos Santos
Equipe
Israel Dantas
Júlia Centurião
Rafael dos Anjos
Imagens
Corbis/Image100/Imagemsource
© 2016 by IMES
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, tampouco 
poderá ser utilizado qualquer tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informa-
ção, sem a prévia autorização, por escrito, do Instituto Mantenedor de Ensino Superior da 
Bahia S/C Ltda.
2016
Direitos exclusivos cedidos ao Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia S/C 
Ltda.
www.ftc.br
www.faculdadedacidade.edu.br
BLOCO TEMÁTICO 1: LINGUAGENS, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS 7
TEMA 1 – LINGUAGEM E TEXTO 7
1.1 CONTEÚDO 1 - LINGUAGENS SUAS DIVERSIDADES E COMUNICAÇÃO 7
1.2 CONTEÚDO 2 - DIFERENTES MÍDIAS E TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO 25
1.3 CONTEÚDO 3 - VOCABULÁRIO: ADEQUAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO 28
1.4 CONTEÚDO 4 - PRELIMINARES DO TEXTO 33
TEMA 2 – TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL 42
2.1 CONTEÚDO 5 - O TEXTO NARRATIVO E O DESCRITIVO 42
2.2 CONTEÚDO 6 - O TEXTO DISSERTATIVO 47
2.3 CONTEÚDO 7 - O GÊNERO TEXTUAL 52
2.4 CONTEÚDO 8 - EXEMPLOS DE GÊNERO TEXTUAL E EXERCÍCIO 56
BLOCO TEMÁTICO 2: CONEXÃO E SENTIDO TEXTUAL 67
TEMA 3 – A COESÃO TEXTUAL – OS CONECTIVOS 67
3.1 CONTEÚDO 9 - CONCEITO E TIPOS DE COESÃO TEXTUAL 67
3.2 CONTEÚDO 10 - O PRONOME DEMONSTRATIVO CONFORME SUA POSIÇÃO E EMPREGO NO 
 TEXTO 72
3.3 CONTEÚDO 11 - O PRONOME RELATIVO NA LIGAÇÃO DOS PERÍODOS 77
3.4 CONTEÚDO 12 - A CONJUNÇÃO NA LIGAÇÃO DOS PERÍODOS 81
TEMA 4 – A COERÊNCIA TEXTUAL - A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS 87
4.1 CONTEÚDO 13 - CONCEITO E TIPOS DE COERÊNCIA TEXTUAL 87
4.2 CONTEÚDO 14 - PONTUAÇÃO: A VÍRGULA 92
4.3 CONTEÚDO 15 - QUALIDADES DE UM TEXTO 100
4.4 CONTEÚDO 16 - DEFEITOS DE UM TEXTO 101
REFERÊNCIAS 105
SUMÁRIO
Prezado(a) discente, 
Tudo bem com você?
Na formação escolar, ao longo dos nossos estudos em linguagens, sem dúvida, a leitura é impres-
cindível para a compreensão e, consequentemente, a interpretação de diversos tipos de textos que nos 
cercam. Porém, deixo claro que a leitura a qual me refiro é a de mundo, pois como bem disse Paulo Frei-
re: “A leitura de mundo precede a leitura da Palavra”. 
O objetivo precípuo desta disciplina é a produção de textos orais e escritos com unidade, aten-
tando‐se aos diversos contextos sociocomunicativos, bem como a produção de textos articulados e com 
proficiência verbal. Para isso, estudaremos aspectos de nossa língua, a exemplo da coesão textual, como 
também daremos bastante ênfase à semântica textual, ou seja, à coerência entre as partes dos textos.
O meu desejo é que você, com a metodologia aplicada e os recursos da disciplina digital, possa 
adquirir autonomia para melhor desenvolver os seus estudos. Para que isso aconteça, é indispensável 
o conhecimento do Plano de Ensino para que você tome conhecimento das particularidades do cur-
so. Também será necessário o acesso às ferramentas oferecidas no Ambiente Virtual de Aprendizagem 
(AVA), como, por exemplo, o Fórum Desafio local em que estará sempre disponível um texto para análise 
e discussão. Há ainda o Chat, ambiente direto de conversação comigo, em horário pré-determinado para 
você interagir, tirar dúvidas ou sugerir alguma atividade. Outro material importante é o Web disponível 
também no AVA. Mais alternativas de estudo serão disponibilizadas; por isso não deixe de acessar o AVA.
Vale ressaltar que, ao longo deste módulo, você encontrará diversos exercícios, os quais servirão 
de parâmetro para as nossas avaliações; bem como para futuros testes no decorrer de sua formação, a 
exemplo do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
Enfim, esse Componente Curricular será uma ferramenta fundamental para a continuidade de sua 
formação enquanto graduando, pois lhe proporcionará, como já foi dito, mais embasamento para me-
lhor compreender o mundo que o cerca através das diversas linguagens e textos. 
Atenciosamente, 
Prof. Paulo César da Silva Gonçalves
APRESENTAÇÃO
7
TEMA 1 – LINGUAGEM E TEXTO
1.1 CONTEÚDO 1 - LINGUAGENS SUAS DIVERSIDADES E COMU-
NICAÇÃO
Para iniciarmos os nossos estudos sobre Linguagens, tomaremos como parâmetro o conceito apre-
sentado por Cunha e Cintra, (1985, p. 1). Segundo esses gramáticos, a Linguagem “é um instrumento 
complexo de processos – resultado de certa atividade psíquica profundamente determinada pela vida 
social – que torna possível a aquisição e o emprego de uma LÍNGUA qualquer”. Nessa perspectiva: a fala, 
os gestos, o desenho, a pintura, a dança, o Código Morse, a música, os sinais de trânsito, o Código Braile, 
os sinais dos surdos‐mudos, os filmes, entre outros, são exemplos de linguagens e têm como objetivo 
primordial a comunicação e a interação social entre os indivíduos.
A partir dos exemplos de linguagens apresentados, percebe‐se que a linguagem escrita não é a 
única para a comunicação se estabelecer. Daí a classificação em Linguagem Verbal e Linguagem Não Ver-
bal, as quais serão trazidas para estudo neste momento a partir de vários textos. Vejamos.
TEXTO 1
Santa Clara, padroeira da televisão
Santa clara, padroeira da televisão
Que o menino de olho esperto saiba ver tudo
Entender certo o sinal certo se perto do
encoberto Falar certo desse perto e do
distante porto aberto Mas calar
Saber lançar-se num claro instante
Santa clara, padroeira da televisão
Que a televisão não seja o inferno, interno, ermo
Um ver no excesso o eterno quase nada (quase nada)
Que a televisão não seja sempre vista
Como a montra condenada, a fenestra sinistra
Mas tomada pelo que ela é
De poesia
[...]
(CAETANO VELOSO. CD CIRCULADO, 1992.)
A poesia verbal, de Caetano Veloso versa sobre a televisão. Nela percebemos a construção de ca-
racterísticas, a partir de adjetivos, provavelmente, com o intuito de ressignificar a ideia pejorativa que ao 
longo dos anos foi construída sobre ela. Além disso, mesmo sendo uma linguagem totalmente verbal, os 
adjetivos nos faz refletir sobre a própria televisão no que concerne ao seu formato físico. Nesse sentido, 
vejamos o que diz dois autores de nossa língua. 
Na leitura da canção acima, Caetano Veloso, o autor, fala sobre a televisão, um dos mais impor-
tantes meios de comunicação contemporâneos, que transmite mensagens, sobretudo através 
das imagens eletrônicas. Ele não a vê de forma totalmente negativa, como a “montra [vitrine] 
condenada”, “fenestra [janela] sinistra”; o “inferno” ou o “ermo”. Ele acredita que ela contém 
mais do que um “quase nada”. Considera, na verdade, que ela contém uma boa dose de “poesia”. 
E acha que é preciso “entender certo o sinal certo” da televisão, que fala ao mesmo tempo do 
“perto” e do “distante”. Para isso invoca Santa Clara, numa espécie de oração poética. Todavia, o 
mais importante que o autor reconhece que esse veículo é transmissor de um tipo específico de 
linguagem e, por isso, dedica‐lhe uma canção (FERREIRA; PELLEGRINI, 1999, p. 33).
TEXTO 2
Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro plano de trepadeiras entrelaçadas, com 
pequenos jasmins e grandes campânulas roxas, por onde flutua uma borboleta cor de marfim, com um 
pouco de ouro nas pontas das asas.
BLOCO TEMÁTICO 1: LINGUAGENS, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
8
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, há pombos de cintilante alvura, e pás-
saros azuis tãorápidos e certeiros que seria impossível deixar de fixá‐los, para dar alegria aos olhos dos 
que jamais os viram ou verão.
E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que pousam nesses muros e nesses telhados, e aí con-
versam, namoram‐se, amam‐se, e dizem adeus, cada um com seu destino, entre a floresta e os jardins, 
o vento e a névoa?
Mas por detrás estão as velhas casas, pequenas e tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos 
infantis, com seus varais carregados de toalhas de mesa, saias floridas, panos vermelhos e amarelos, 
combina dos harmoniosamente pela lavadeira que ali os colocou. Se eu fosse pintor, como poderia per-
der esse arranjo, tão simples e natural, e ao mesmo tempo de tão admirável efeito? [...]
(CECÍLIA MEIRELES. ILUSÕES DO MUNDO. RIO DE JANEIRO: NOVO AGUILAR, 1976. 9. 17-8)
No texto 2, a poeta Cecília Meireles tece sua poesia como se pintasse um quadro. 
Dessa forma, proporciona ao leitor a possibilidade dele inferir, a partir da linguagem verbal o texto 
imagético. Isso somente é possível pela riqueza dos detalhes retratados nas comparações e adjetivações. 
Assim, poderíamos até falarmos na mistura de dois códigos (FERREIRA; PELLEGRINI, 1999).
Figura 1 – Almanaque Abril 2014
Disponível em: <http://baixar‐livro‐gratis.com/?p=171622>. Acesso em: 09 set. 2015.
A figura 1 refere‐se a uma propaganda. Nesse tipo de texto, geralmente, conjugam‐se a linguagem 
verbal e não verbal, a qual pode ser denominada também de visual ou imagética. Um dos objetivos dessa 
linguagem é divulgar um produto e, em alguns casos, persuadir alguém a adquirir algum produto, por 
exemplo. Sobre isso Ferreira e Pellegrini (1999) exemplificam.
A colagem de fotografias com temas diferentes aponta para a diversidade dos assuntos que po-
dem ser encontrados. Usam‐se cores fortes e atraentes. Os textos verbais trazem dados nu-
méricos que referendam o alcance do almanaque. O resultado tem grande força de apelo ao 
consumo do que está sendo anunciado, e é com isso que trabalha a propaganda (FERREIRA; 
PELLEGRINI, 1999, p. 34).
Na comunicação diária, utilizamo‐nos de meios que dispensam o uso da palavra. Nossos gestos e 
olhares são prova disso. A maneira como nos vestimos e até como nos portamos em vários ambientes 
que frequentamos também comunicam, a quem nos observa, preferências e modo de vida.
Há, portanto, uma mistura natural de linguagens no nosso quotidiano: usamos a linguagem verbal 
juntamente com outras linguagens não verbais, como forma de estabelecer comunicação e interação.
Existem, por exemplo, nas artes, vários meios de expressão que dispensam o uso da palavra: a 
fotografia, a mímica, a pintura, a escultura, a dança. Cada um deles tem o código expressivo próprio: a 
pintura usa linhas e cores; a música usa sons: a escultura usa formas e volumes; o cinema usa luz e mo-
vimento etc.
No entanto, segundo Ferreira e Pellegrini (1999), em nosso tempo, convivemos mais com a lin-
guagem visual da fotografia, do cinema, da televisão, dos computadores e dos veículos publicitários, em 
razão da velocidade da transmissão das imagens. Além disso, coexistimos na contemporaneidade com a 
fluidez das redes sociais com os dispositivos móveis, a exemplo dos tablets, dos smartphones, ipads, en-
tre outros. Esses através de aplicativos como o Instagram, WhatsApp etc., fomentam a linguagem verbal 
e não verbal de forma instantânea.
9
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Nesse sentido, percebemos quão é importante entendermos e percebermos que a linguagem 
apresenta-se de várias formas e que o verbal e o não verbal, às vezes, se unem para dar maior amplitu-
de no entendimento dos diversos formatos de textos apresentados com o objetivo de tornar comum a 
linguagem e, consequentemente, nos ajudar na comunicação e logicamente na interação e co-criação 
social.
 
COMUNICAÇÃO E O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
A palavra ʺcomunicaçãoʺ se origina do latim, communis, communicare, que significa ʺcomumʺ, 
ʺpôr em comumʺ. Portanto, a essência da palavra está associada à ideia de convivência, de comunidade, 
de relação de grupo e de sociedade.
A necessidade de se comunicar é intrínseca ao homem, que vive em permanente interação com a 
realidade que o cerca e com os outros seres humanos, dividindo sua visão de mundo e trocando experi-
ências por meio de um sistema organizado por sinais: a linguagem. 
A Comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e respostas provocados atra-
vés de um sistema completo ou parcialmente compartilhado. É todo o processo de trans-
missão e de troca de mensagens entre seres humanos.
Disponível em: < http://www.salves.com.br> Acesso em: 06 abr. 2010
Para se estabelecer comunicação, tem de ocorrer um conjunto de elementos constituídos 
por: um emissor (destinador), que produz e emite uma determinada mensagem, dirigida a 
um receptor (destinatário). Mas para que a comunicação se processe efetivamente entre es-
tes dois elementos, a mensagem deve ser realmente recebida e decodificada pelo receptor, 
por isso é necessário que ambos estejam dentro do mesmo contexto (ambos devem conhe-
cer os referentes situacionais), precisam utilizar um mesmo código (conjunto estruturado de 
signos) e estabelecer um efetivo contato através de um canal de comunicação. Se qualquer 
um destes elementos ou fatores falhar, ocorre uma situação de ruído na comunicação, en-
tendido como todo o fenômeno que perturba de alguma forma a transmissão da mensagem 
e a sua perfeita recepção ou decodificação por parte do receptor.
Disponível em: < http://www.salves.com.br> Acesso em: 06 abr. 2010.
Vejamos um exemplo para ilustrar um Ruído na Comunicação!
Figura 2 – Ruídos na comunicação
Disponível em: <http://www.nanihumor.com/2013/05/ruidos‐na‐comunicacao.html>.Acesso em: 10 jun. 2015.
Perceberam o que pode acontecer quando um dos elementos da comunicação não é bem 
empregado pelo emissor do texto, ou quando o receptor não se atenta para a mensagem? 
Fique atento(a)!
Nesse contexto, vale ressaltar que o canal de comunicação é, sem dúvida, um dos mais importan-
tes nesse processo, isso porque é nele que as mensagens são “depositadas”. Dessa forma, ao interagir-
mos em mídias sociais como o Facebook, o Istagram, o WhatsApp etc, temos que perceber a importância 
10
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
dele como um condutor de informações independente do tipo de código utilizado para que a mensagem 
seja inteligível e emissor e receptor possam se comunicar e interagir socialmente.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM E INTENÇÃO COMUNICATIVA
Segundo Medeiros (1998, p, 26.), “A linguagem desempenha várias funções, e é do predomínio de 
um dos elementos da comunicação (emissor, canal receptor, código, mensagem, referente) que decor-
rem as várias funções”. 
Nesse sentido, quando se estabelece a comunicação, todos os fatores entram em jogo. É possível 
falar em predominância de um deles, conforme o tipo de linguagem, prevalecendo uma determinada 
função da linguagem (CAMPEDELLI; SOUZA, 1999).
Assim, é imprescindível salientar que as funções da linguagem aparecem em todos os textos pro-
duzidos em nosso labor diário, independente da formação acadêmica. Nesse sentido, no momento em 
que um enfermeiro preenche um relatório, um dentista prescreve um medicamento, um jornalista escre-
ve uma matéria etc, as funções da linguagem estão presentes e como asseverado um ou mais de um dos 
elementos da comunicação surgem. 
Tomando como base essa perspectiva, veremos as diversas intenções comunicativas a partir das 
funções da linguagem.
FUNÇÃO EXPRESSIVA OU EMOTIVA
Caracteriza‐se por estar centrada no emissor da mensagem; assim, exprime a atitude dele em rela-
ção ao conteúdo. Percebe‐se a linguagem subjetiva, o que facilita a exploração de figuras da linguagem, a 
exemplo das semânticas. Nesse sentido, Medeiros (1988, p. 26) enfatiza que esse tipo de função
“Revela,sobretudo, a personalidade do emissor. O emissor preocupa‐se em exteriorizar emo-
ções e atitudes interiores sem se preocupar com quem recebe a mensagem”. Assim, a primeira 
pessoa do discurso aparece em demasia. Para exteriorização desses sentimentos, há muita fre-
quência de exclamações, de interjeições, de diminutivos afetivos. Muitos exemplos dessa função 
são encontrados em textos memorialistas, e em autobiografias. 
Vejamos um exemplo:
Proibida pra Mim
(Charlie Brown Jr.)
Ela achou meu cabelo engraçado
Proibida para mim, no way! Disse que não podia ficar,
Mas levou a sério o que eu falei
Eu vou fazer de tudo que eu puder
Eu vou roubar essa mulher para mim
Eu posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei o seu nome
Se não eu quem vai fazer você feliz? Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer
Em uma noite especialmente boa
Não há nada mais que a gente possa fazer...
Observem que no exemplo a partir da música de Charlie Brown Jr. O eu lírico expressa‐se a si mes-
mo, ou seja, está centrado na primeira pessoa do discurso.
FUNÇÃO CONATIVA
Esta função tem como foco o destinatário. Dessa forma, o receptor passa a ser o centro das aten-
ções. Seu conteúdo tem destino predeterminado com a função precípua em convencer o leitor a uma 
determinada ideia. Diante disso, prevalece o emprego de imperativos e vocativos. Esse tipo de lingua-
gem é bastante comum nos comícios no momento em que um candidato quer convencer o eleitor das 
11
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
qualidades dele. Na publicidade também é bastante utilizada. Além disso, nos sermões religiosos seu 
emprego é grande (MEDEIROS, 1988). 
Observem o exemplo:
 Figura 3 – Anúncio publicitário
Disponível em: <http://www.ibipora.pr.gov.br/noticia/mostrar/1652CUIDADO!+A+DENGUE+N%C3%83O+TIRA+F%C3%89RIAS.html>. Acesso em: 09 set. 2015.
O exemplo acima valeu‐se da função conativa ou apelativa, ao trazer o verbo no imperativo, a 
saber: “Não deixe que sua família seja contaminada por este mosquito”. Além disso, a linguagem não 
verbal tem o objetivo de persuadir o leitor a não permitir que o mosquito se alastre.
FUNÇÃO REFERENCIAL
O foco dessa função é o que se informa. Sendo assim, centra-se no referente. Uma de suas caracte-
rísticas principais é o emprego da linguagem denotativa, logo, é objetiva e sem muitas figuras de lingua-
gem. Isso porque preserva a informação e tem a preocupação em não ensejar margem a interpretações 
diversas. No entanto, deve‐se ter cuidado para não produzir textos sem possibilidade de dialogicidade. 
Como exemplo, Medeiros (1988) destaca o noticiário jornalístico, as cartas comerciais e as publicações 
técnicas com traços predominantes desta função.
Vejam um exemplo desta função:
Figura 4 – O Globo
Disponível em: <https://portugaweb.wordpress.com/>. Acesso em: 09 set. 2015.
O exemplo acima ratifica o objetivo da função referencial ou denotativa que é transmitir a mensa-
gem da realidade, sendo assim está centrada no contexto. Outro aspecto importante é a abordagem do 
texto em terceira pessoa, além de apresentar uma linguagem clara e objetiva.
FUNÇÃO FÁTICA
Talvez seja a função que mais utilizamos por estar arraigada ao nosso cotidiano e, muitas vezes, 
nem percebemos que estamos fazendo uso dela. No entanto, ao cumprimentarmos um amigo ou um 
ente querido, estamos nos apropriando de sua característica principal, o teste do canal de comunicação. 
Assim, sua performance está centrada no canal de comunicação ao estabelecermos um diálogo. É a fun-
ção necessária para testarmos o canal comunicativo, iniciarmos uma conversa, interromper uma prosa, 
uma ligação, ou mesmo na contemporaneidade terminarmos um diálogo em aplicativo de mensagem 
instantânea.
12
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Observe o exemplo:
PLIM PLIM
Figura 5 – Propaganda Rede Globo
Disponível em: <https://media.lovemondays.com.br/logos/566dad/globo‐1‐original.png>. Acesso em: 13 Jan. 2016.
No exemplo acima, a função fática está bastante latente, pois a chamada dessa emissora, ou seja, 
o “PLIM PLIM” dá ao receptor o sinal do início ou do final de um programa. Dessa forma, o canal de co-
municação está sendo testado. Essa função é comum nas conversas de rua, nas quais os interlocutores 
não disponibilizam muito tempo para os discursos e são percebidas mensagens que mais parecem mo-
nólogos.
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
Nesta função, sua característica principal centra‐se no código, isto é, seu objetivo é a própria lin-
guagem. Nesse sentido, ela serve para dar explicações ou precisar o código utilizado pelo emissor (ME-
DEIROS, 1988). Logo, a metalinguagem aparece em poemas tecidos com o objetivo de demonstrar como 
se faz o próprio poema. Em peças teatrais que versam sobre a temática do teatro ou do elenco. Nesse 
contexto, o exemplo clássico, indubitavelmente, é o dicionário com seus verbetes indicando o significado 
de um vocábulo. Também de uma gramática que esmiúça as regras gramaticais (FERREIRA; PELLEGRINI, 
1999).
Preste atenção ao exemplo abaixo:
Profissão de Fé
[...]
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o
E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara
O Ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel a pena, como em prata firme
Corre o cinzel. [...]
Torce, aprimora, alteia, lima
Disponível em:< http://naslinhaseentrelinhasdostextos‐cris.blogspot.com.br/2011/08/profissao‐de‐fe‐de‐olavo‐bilac‐poema.html>. Acesso em: 
10 jun. 2015.
Percebe‐se que a poesia acima “fala” de sua própria criação literária, de como ela foi produzida, a 
dificuldade de achar a palavra adequada para convencer o leitor da importância dela. Assim, fica eviden-
te a característica da função metalinguística.
FUNÇÃO POÉTICA
Preocupa‐se com a mensagem concernente ao ritmo e a sonoridade; como também a sua forma. 
Segundo Medeiros (1988, p. 28‐29) essa função “explora as possibilidades estruturais da língua; a estru-
tura das mensagens sobrepuja em importância o conteúdo das informações que ela veicula.” Nesse tipo 
de linguagem, busca‐se a beleza do texto na expressividade proporcionada pelo adorno das palavras. 
13
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
De acordo com Ernani e Nicola (1997), a função poética ou expressiva não é exclusividade da poesia, ela 
é encontrada também em textos em prosa. No entanto, caberá ao autor utilizar de maneira propícia os 
recursos da linguagem conotativa.
Vejam abaixo o poema:
A SERRA DO ROLA MOÇA
MÁRIO DE ANDRADE 
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...
Eles eram do outro lado, 
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar. 
Disseram adeus pra todos 
E se puserem de novo 
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes, 
Na altura tudo era paz. 
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam! 
Riam até sem razão.
 A Serra do Rola-Moça
 Não tinha esse nome não.
 As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões, 
Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos, 
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
 Buscando o despenhadeiro.
Ali, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz...
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou.
E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.
A poesia de Mário de Andrade é um exemplo da função poética, percebe‐se nela que o autor não 
está preocupado com o referente e sim com a forma de apresentaçãoda poesia, também com o trabalho 
com as palavras. Enfim, a forma sobrepõe‐se ao conteúdo.
Como visto através das funções da linguagem, podemos produzir textos com diversas perspecti-
vas. Nesse sentido, é importante ressaltar que todo profissional de acordo com sua área de atuação no 
momento da produção textual faz uso de uma ou mais funções. 
EXERCÍCIO
QUESTÃO 1
Após ler o poema, analise as assertivas e, em seguida, responda o que se pede.
NOVA POÉTICA
“Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito,
Saí um sujeito de casa
com a roupa de brim branco
14
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
muito bem engomada,
e na primeira esquina
passa um caminhão,
salpica‐lhe o paletó ou a calça
de uma nódoa de lama:
É a vida
O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.
Sei que a poesia é também orvalho.
Mas este fica para as menininhas,
as estrelas alfas,
as virgens cem por cento
e as amadas que envelheceram sem maldade.”
(Manuel Bandeira)
I‐ No poema, há predominância da função metalinguística.
II‐ Percebe‐se a predominância da função referencial. Os versos 1 e 2 confirmam.
III‐ É clara a predominância da função fática, porque o autor sempre inicia os versos testando o 
canal de comunicação.
A(s) afirmativa(s) que convergem com a predominância da função da linguagem é (são):
a) I, II e III.
b) Apenas I.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas I e III.
Como visto no processo de comunicação, o homem utiliza várias linguagens para conseguir in-
teragir e viver socialmente integrado. Contudo, infelizmente, boa parte da população se vê fora desse 
contexto ou parcialmente integrado, daí podendo até ser chamado de analfabeto funcional ou mesmo 
de analfabeto. Nesse contexto, as diversas linguagens orais e escritas, verbais e não verbais são fomen-
tadas nas tecnologias e difundidas nas diferentes mídias. Dessa forma, se faz mister esclarecer o que são 
mídias e como elas são tratadas e empregadas. Vale ressaltar que essa temática encontra‐se na literatura 
denominada de Diferentes Mídias e Tratamento da Informação. 
Para tanto, é importante deixarmos claro algumas questões em relação ao emprego da palavra 
mídia tão falada na contemporaneidade; como também definirmos alguns conceitos acerca do tema 
diferentes mídias e tratamento da informação. Nesse sentido, observe a figura abaixo.
 
Figura 6 – Convergências das mídias
Disponível em: <https://informacaoglobalizada.wordpress.com/2010/12/05/convergencia‐de‐midias/>. Acesso em: 09 set. 2015.
15
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
A palavra mídia é originada do latim “médium”. Até a década de 1960, o termo “media” em 
inglês era utilizado no Brasil. Para não fazer média com o mercado, o termo “aportuguesou‐
se para mídia, designando os meios e veículos de comunicação.
Mídia são os meios de comunicação: TV, rádio, internet, jornal e outdoor, entre outros. O 
veículo de comunicação é a razão social do meio (empresa ou instituição) são emissoras e 
títulos: Rádio Jovem Pan, Revista Carta Capital, Rede Globo, Bandeirantes, Record, Portal 
Terra, entre outras; são empresas que investem num determinado meio (ou vários tipos de 
meios) e elaboram conteúdos diversos a serem veiculados, juntos formam a mídia.
Fonte: REBOUÇAS. Fernando. Info escola Navegando e Aprendendo. <Disponível em: http://www.infoescola.com comunicacao/mídia>. Acesso 
em: 03 jun. 2015.
Conforme vimos na figura acima, várias são as mídias e, com certeza, sem elas não poderíamos 
nos comunicar como hoje fazemos. Na verdade é uma dependência somente com passagem de ida para 
mundos próximos e distantes dos nossos olhos. Para entendermos melhor essas diversidades de mídias, 
saibam que elas se classificam em: primárias, secundárias e terciárias. Nesse sentido, Vermelho diz:
Mídia primária é o próprio corpo como a primeira mídia do homem. São todos os recursos que 
dispomos para produzir mensagens, para estabelecermos uma relação com o outro. Como diz 
Baitello (2008) são todos “[...] os sons, os movimentos, os odores, os sabores e as imagens que 
se especializam em códigos, conjuntos de regras com seus significados, ‘frases’ e ‘vocábulos cor-
porais’.” (VERMELHO, 2009, p.40) 
De acordo com o recorte textual apresentado, a partir do texto da pesquisadora, a mídia primária 
é aquela originária através dos códigos de linguagens produzidos pelas características biológicas do ho-
mem, a exemplo do olhar, dos odores, dos gestos, enfim por todo o amálgama que o ser humano produz 
de acordo com sua constituição corporal. Nesse sentido vejamos o que a mesma autora diz da mídia 
secundária.
Como resultado do fim do nomadismo e a ampliação do processo de socialização nas primeiras 
comunidades, começam a surgir técnicas que permitiram ao homem ampliar sua capacidade 
comunicativa, o que os autores Baitello e Pross vão denominar de “máscaras”, na verdade, são 
os aparatos que se sobrepõem à mídia primária objetivando diversificar sua potencialidade co-
municativa.
Num primeiro momento, ainda rudimentares, surgem as pinturas corporais, as inscrições nas 
pedras (inscrições rupestres), as roupas e os adereços corporais. [...] (VERMELHO, 2009, p.41)
Nesse viés, percebemos que as características biológicas apresentadas nas mídias primárias são de 
certa forma, potencializadas e expressadas em forma de manifestações artísticas e culturais que funcio-
navam e funcionam como meio de comunicação e interação social.
Já em outro período bem mais distante das pinturas rupestres, a humanidade desenvolveu outras 
habilidades com as mídias secundárias também pela necessidade de se comunicar. Considerando essa 
perspectiva, surgiram os textos escritos: carta, imprensa, livro, jornal, entre outros.
Ainda tomando como parâmetro Vermelho (2009), a autora assevera que a diferença da mídia 
primária da secundária é que a secundária necessita de um suporte externo ao sujeito para transportar e 
manter a mensagem. Dessa forma, o papel, por exemplo, possibilita que o texto e/ou a imagem perma-
neça registrada e possa ser acessada em qualquer tempo e em qualquer lugar.
Por último, veremos as mídias terciárias, as quais para que o processo de comunicação seja efe-
tivado, é necessária a presença de ferramentas. Essas ferramentas são aparatos técnicos que codificam 
e decodificam as mensagens. De acordo com Vermelho (2009) podemos elencar como meios que são 
considerados mídia terciária: televisão, cinema, computador etc. Para que possa acessar a mensagem é 
necessário equipamento específico e isso só foi possível com o domínio da eletricidade, da transmissão 
de mensagens por meio de ondas, onde o conteúdo pode ser codificado para ser transmitido e/ou gra-
vado e decodificado para ser recebido. 
Com o fomento das mídias terciárias, entramos na era das tecnologias, a era em que as informa-
16
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
ções começaram a chegar para a sociedade com mais celeridade, a exemplo da utilização do telégrafo 
que estreitava a comunicação entre as pessoas em lugares distantes, às vezes, até separadas por conse-
quência de conflitos sociais como a 1ª Grande Guerra Mundial.
Diante do exposto, em relação às diferentes mídias, percebemos que houve uma grande evolução 
em relação às mídias primárias, secundárias e terciárias. Contudo, todas elas ainda coexistem nas nossas 
relações, a exemplo das pinturas rupestres que foram originadas há milhares de anos, mas ainda estão 
tão presentes por serem magníficas obras de artes; como também por serem objetos de estudo por an-
tropólogos, geólogos; pintores entre outros profissionais de diversas áreas do conhecimento. 
Nesse sentido, não podemos nos esquecer das mídias secundárias, como por exemplo, a impressa 
tão importante para levar informação e culturaatravés dos livros, dos jornais, entre outros do gênero. 
Contudo, as mídias terciárias merecem destaque especial na contemporaneidade, não que sejam mais 
importantes do que as demais, mas com o advento do computador e da internet, as relações em socie-
dade se modificaram de maneira surpreendente e milhares de pessoas dependem dela para se relacio-
narem e sobreviverem.
EXERCÍCIO
QUESTÃO 2
De acordo com o exposto sobre as diferentes mídias, em sua opinião a aparição das mídias secun-
dárias anulou as mídias primárias? Justifique a sua resposta.
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QUESTÃO 3
Em sua prática discente, qual a importância das mídias terciárias? Justifique a sua resposta!
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Para refletir acerca das mídias primárias assista ao filme A Guerra do Fogo.
Figura 7 – Filme Guerra do Fogo
Fonte: disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?q=A+GUERRA+DO+FOGO&>. Acesso em: 05 jun. 2012.
17
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Como vimos anteriormente, as mídias se expandiram e evoluíram de acordo com a necessidade da 
sociedade. Além disso, percebemos que nessa evolução não houve anulação de uma em detrimento da 
outra. Isso porque, entre outros aspectos, elas são interdependentes, o que, sem dúvida, é favorável para 
a cultura da linguagem e da informação. Neste capítulo, apresentaremos um breve relato do surgimento 
das mídias terciárias, a saber: o rádio, a televisão e o computador com o advento da internet. Nesse sen-
tido, também evidenciaremos a contribuição delas para a sociedade. Para maior entendimento, observe 
a figura abaixo.
 
Figura 8 – Aula lúdica
Fonte: Disponível em:< http://jardinssaecanas.blogspot.com.br\2001\12natal.html> Acesso em: 05 jun. 2012.
A figura acima representa uma aula lúdica em que os professores tentam a partir da música de-
monstrar aos seus alunos a importância da tecnologia de massa para formação educativa e social do ser. 
Neste momento, nos ateremos a um breve relato acerca do surgimento do rádio e sua importância para 
sociedade.
Segundo Gebran (2009), a partir da investigação de fenômenos correspondentes às oscilações não 
perceptíveis ao ouvido humano, o homem conseguiu gerar e utilizar ondas de frequência superiores a 
20Khz. Esse é o conceito base do rádio, que permite realizar comunicações à distância sem o vínculo com 
os fios condutores usados na telefonia e telegrafia. 
Ainda Gebran (2009) diz que algumas teorias afirmam o surgimento do rádio em 1830, quando 
Morse colocou em prática a comunicação telegráfica, inventou um código que consiste em colocar em 
cada letra, número, ou signo ortográfico um ou vários intervalos de distinta duração de tempo (conheci-
dos como retas e pontos), denominado em seguida de Código Morse.
Nesse contexto, Vermelho assevera que o surgimento do rádio possui uma longa história que se 
inicia no século XIX (1831) quando Michael Faraday descobriu o princípio da indução eletromagnética. 
Meio século depois, Gram Bell e Weilliam H. Preece conseguiram transmitir sinais telegráficos através 
da água do mar usando bobinas de indução; alguns anos depois Marconi obteve do governo Italiano a 
patente do seu invento: um telégrafo que não utilizava fios para transmitir a mensagem. Assim nascia o 
rádio (VERMELHO, 2009).
Em 1916 foi transmitido o primeiro programa de rádio e o primeiro registro de radiojorna-
lismo da história, com a transmissão das eleições presidenciais nos EUA. No ano de 1919, 
iniciava a famosa “Era do Rádio”.
Desde o Início do rádio até se tornar uma mídia de massa, foram menos de duas décadas; 
essa rapidez pode ser comparada ao que assistimos muito recentemente em torno da mídia 
digital, com os computadores pessoais e, depois, a internet.
No Brasil, a primeira transmissão oficial foi no dia 7 de setembro de 1922, em comemoração 
ao centenário da independência do Brasil, com o discurso do então presidente da República 
Epitácio Pessoa, nesse ano, os Estados Unidos já contavam com 382 emissoras.
O rádio comercial foi criado em seguida, resultante do crescente processo de consumo des-
sa mídia, o pai do rádio no Brasil foi Edgard Roquete Pinto. Ele e seu sócio Henry Morize, 
18
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
fundaram em 1923 a primeira estação de rádio brasileira: a Rádio Sociedade do Rio de Ja-
neiro que era mantida pelos seus associados. Essa origem produziu marcas na história dessa 
mídia no Brasil inspirando as atuais rádios educativas e comunitárias.
Fonte: VERMELHO, Sônia Cristina. Mídias e Linguagens. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
O Brasil estava atrasado em relação às novas tecnologias quando comparado aos Estados Unidos. 
Isso porque enquanto estávamos estreando em 1922 com uma transmissão, o referido país já contava 
com 382 emissoras e, provavelmente, com milhões de transmissões. Levando‐se em conta o papel do 
rádio para sociedade como divulgador de informações culturais, políticas, religiosas, educacionais, entre 
outras.
Nesse sentido, o rádio se tornou um veículo de informação e comunicação prestigiado por parte 
da sociedade de massa e, é claro, que o Brasil também faz parte dessa parcela que teve nesse aparelho 
um aliado para seus momentos de alegria e tristeza. Nesse contexto, é importante esclarecer o que sig-
nifica a sociedade de massa. Observe abaixo.
 
O conceito da sociedade de massa passa por várias áreas do conhecimento, não é um con-
ceito particular do campo da comunicação. A sociologia, a psicologia e a antropologia estão 
se debruçando sobre esse fenômeno da modernidade, pois o conceito é discutido tendo 
como pano de fundo as transformações no modo de produção da vida material que teve 
início com a Revolução Industrial no século XVIII e apresentou um maior desenvolvimento 
ao longo do século XX.
A sociedade de massa está atrelada à ideia de um “Consumo de Massa”, ou seja, consumo 
de produtos dos mais variados possíveis, desde um simples eletrodoméstico até as produ-
ções culturais: livros, filmes, músicas etc. Segundo autores da Sociologia, fase de expansão 
territorial do capitalismo encontra‐se praticamente vencida desde o final do século passado. 
Essa afirmação está baseada no fato de que, nesse início de século XXI, raros são os grupos, 
indivíduos ou povos que não estão incluídos na dinâmica na sociedade de consumo de mas-
sa, uma sociedade globalizada em termos de sistema econômico, e que ampliou, junto com 
a oferta de produtos em dimensão mundial, as contradições que esse sistema carrega. [...]
Fonte: VERMELHO, Sônia Cristina. Mídias e Linguagens. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
A televisão e a sociedade
Figura 9 – Programas de Televisão
Fonte: Disponível em:< http://www.iplay.com.br/Imagens/Divertidas/0z3a/Descobrimos_Coisas_Do_Fundo_Do_Bau. >Acesso em: 13 jun. 2012.
Provavelmente, alguns de vocês já assistiram ou assistem ainda a alguns dos programas televisivos 
acima apresentados. Muitos deles compuseram e influenciaram na identidade cultural de vários jovens 
da sociedade internacional e brasileira. Mas como surgiu a televisão? Qual importância da televisão para 
humanidade? Qual ainfluência desse aparelho eletrônico para a sociedade?
19
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Segundo Gebran (2009), a história da televisão se inicia no século XIX, com a mobilização de físicos 
e matemáticos preocupados com a transmissão de imagens a distância. O primeiro invento a conseguir 
tal feito ocorreu em 1842 por Alexander Bain, com a transmissão telegráfica de uma imagem (fac‐símile), 
atualmente conhecido como fax. Com a descoberta do Selênio em 1817, pelo químico Jons Jakob Berze-
lius, foi possível mais de cinquenta anos depois transformar energia luminosa em energia elétrica, pelo 
experimento do inglês Willoughby Smith. Essa foi à descoberta primordial que proporcionou a formula-
ção da teoria de transmissão de imagens por meio de corrente elétrica. Paul Nipkow em 1884 inventou 
um disco com orifícios em espiral, com a mesma distância entre si, que fazia com que o objeto se subdi-
vidisse em pequenos elementos que juntos formavam uma imagem. Nesse contexto, observe abaixo a 
história da televisão em uma perspectiva diacrônica no mundo.
Gebran (2009) traz uma perspectiva bastante acertada em relação à televisão quando ele afirma 
que o ato de assistir promove mediações cognitivas, culturais, situacionais e estruturais ligadas à inten-
cionalidade do emissor, seja ele do setor empresarial, governamental, midiático, entre outros. 
Nesse sentido, o receptor sendo um sujeito ativo pertencente a um contexto sociocultural espe-
cífico, o qual vivencia e interpreta as informações obtidas pelo aparelho transmissor de acordo com sua 
vivência, sua cultura e valores emanados pela própria sociedade. Logo, a recepção das imagens não é 
apenas para entretenimento ou informação, mas também funciona como objeto de reflexão crítica da 
realidade em que o cerca. Assim, nos indagamos acerca da importância da televisão para humanidade, 
como também sobre o seu papel de poder influenciar a sociedade no seu modo de se comportar no meio 
em que vive. 
EXERCÍCIO
QUESTÃO 4
E para você, a televisão manipula a sociedade? Justifique a sua resposta.
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O COMPUTADOR E O ADVENTO DA INTERNET
Figura 10 – 1º Computador do mundo
Disponível em: < http://tugabreak.blogspot.com.br/2010/05/1‐computador‐do‐mundo.html>. Acesso em: 13 jun. 2012.
O 1º computador do mundo chamava-se ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Com-
puter), foi criado há 64 anos por 2 cientistas norte‐americanos , John Presper Eckert e John 
W. Mauchly e tinha como objetivo ajudar o exército norte‐americano nos cálculos de preci-
são necessários para a balística.
20
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Para além de ocupar várias salas e pesar cerca de 30 toneladas, consumia á volta de 200.000 
watts de potência.
Foi construído com 17 468 tubos de vácuo, 7200 díodos, 1500 relés, 70 000 resistências, 10 
000 condensadores, e milhares de interruptores que eram usados para programação, cada 
interruptor tinha valor 1 ou 0 conforme estivesse ligado ou desligado .
Por que é que o computador se chama computador?
Por essa altura existia uma equipe de cerca de 80 mulheres cuja função era resolver manu-
almente equações necessárias para os cálculos da balística. Á função que estas mulheres 
tinham o exército deu o nome de computadores.
Mais tarde, 6 destas mulheres foram convidadas para a fase de testes deste computador. 
Como o computador passou a realizar os cálculos que estas pessoas faziam, ficou com nome 
que davam à sua função.
Disponível em: < http://tugabreak.blogspot.com.br/2010/05/1‐computador‐do‐mundo.html>. Acesso em: 13 jun. 2012.
Poucos anos antes de se iniciar a 2ª grande guerra dos tempos modernos, a sociedade se equipava 
e se armava para ela. Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, Hungria, entre outros países buscavam formas 
de se destacarem em tecnologia. Nesse contexto, o computador foi um diferencial para nações que ti-
nham esse fim.
Segundo Gugik (2009), podemos conceituar computador como um grupo de artifícios eletrônicos 
que efetua o tratamento automático de informações e processamento de dados. Os computadores são 
de suma importância hoje em dia, pois podem realizar diversas tarefas com uma grande velocidade e 
precisão, fato que o homem jamais conseguiria sozinho. 
Os inconvenientes relacionados ao grande espaço ocupado pelo computador foram minimizados 
durante a década de 1950, com o descobrimento dos chips, minúsculas pastilhas de materiais semicon-
dutores nas quais são baseados os circuitos eletrônicos. 
Nos anos 1960, a IBM, uma das precursoras na fabricação de computadores, lançou o seu “Sis-
tema/360”, com nove processadores de meia polegada cada um. Após isso, várias empresas também 
criaram seus sistemas e o uso empresarial e científico das máquinas ganhou enorme força ao final da 
década. 
Hoje, na contemporaneidade, os computadores são pequenos e leves, contudo capazes de arma-
zenar milhares de informações para serem utilizadas a bem da cultura, da educação, das relações sociais, 
entre outras atribuições desse grande invento do século XX.
Segundo Gebran (2009, p. 29) “muitas das vezes os computadores são utilizados como meros 
transmissores de informações. Contudo, sua capacidade ultrapassa bastante essa característica”.
Os computadores, segundo Tapscott (1999), são um novo tipo de produto social. Eles são chama-
dos “produtos inteligentes com possibilidade de desencadear alterações nas relações entre as pessoas. 
Portanto, o que os caracteriza basicamente é que eles não são meros produtos para um consumo ime-
diato, trazem acoplados novos rumos para aqueles que os utilizam.
Nessa perspectiva, com o computador seu usuário ampliou a possibilidade de se comunicar e 
desenvolver trabalhos. Foi assim nas empresas para catalogar e arquivar suas planilhas, seus processos, 
também na educação por poder armazenar diversos conteúdos sem a necessidade de ocupar muito es-
paço. Além disso, o computador é a mídia que maior impacto provocou na educação desde a televisão.
Segundo Simão Neto (2010, p. 114) “é muito comum que o primeiro contato de uma escola com 
o mundo dos computadores seja no momento em que ela opta pela informatização de suas áreas admi-
nistrativas, como a secretaria, tesouraria e setor financeiro.” Entretanto, as escolas além de informatizar 
suas seções, devem também utilizar os computadores para desenvolverem projetos pedagógicos com 
seu alunado para que ela se inclua na sociedade informatizada. Nesse sentido, o advento da internet 
estreitou bastante esse caminho e está ajudando para que crianças, jovens e adultos se beneficiem com 
esse legado. Mas quando surgiu a internet? Quais os benefícios dela para sociedade?
De acordo com Bandeira ( 2009, p. 327‐328), “o pesquisador americano Ted Nelson criou o projeto 
21
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Xanadu¹ em 1960 e se tornou um dos precursores do conceito de Internet, segundo a ideia do termo 
em inglês World Wide Web (www) ou uma grande teia mundial”. O invento baseava‐se na ideia de uma 
grande biblioteca virtual interligada com uso do hipertexto ou marcadores que serviam para conectar 
um assunto a outro, um livro a outro e que, potencialmente, originou uma rede que poderia conter toda 
a produção intelectual do mundo.
 
A precursora da Internet, a Apranet foi criada a partir de um projeto militar norte‐americano 
em plena Guerra Fria, durante a década de 1960, com o objetivo de assegurar a eficiência 
das comunicações entre os pontos estratégicos do país. Nos primórdiosda comunicação 
eletrônica e do desenvolvimento das tecnologias de armazenamento, os recursos usados 
pelo pesquisados no projeto Xanadu eram limitados e custosos. O elevado custo do byte 
armazenado até o aparecimento dos computadores pessoais e das mídias eletronomagné-
ticas entre as décadas de 1970 e 1980 foi um dos limites a ser vencido antes da integração 
dos meios de comunicação e informação. Por outro lado, ainda na década de 1970, a mi-
croeletrônica contribuiu para o desenvolvimento de chips e possibilitou a redução dos com-
putadores e dispositivos de memória que fomentam a capacidade de processamento das 
máquinas. Neste período, as pesquisas mundiais na microeletrônica e nas comunicações 
resultaram a descoberta das fibras ópticas, no compact disc (CD), nas bases da telefonia 
móvel celular e na expansão da internet comercial que chega ao Brasil (apud SIQUEIRA, 
2007, p. 191-197).
Como vimos, a internet foi criada nos Estados Unidos em plena Guerra Fria para proteger os siste-
mas de defesa do país, sendo assim tinha uma perspectiva bélica. Hoje, a internet não é somente utiliza-
da com o fim bélico, mas com diversos fins, a exemplo do entretenimento; como também o educacional, 
entre outros. Nesse contexto, aprofunde‐se mais sobre a internet na educação a partir do texto que 
segue abaixo.
A influência da internet na Educação
Abordando a aprendizagem, em sua classificação mecânica e significativa, pode‐se dizer que 
ela é muitas vezes efêmera, ou seja, logo esquecida pelo cérebro e outras vezes guardada e 
fácil de ser retomada. A primeira constitui a aprendizagem mecânica, produto já superado 
das velhas “decorebas” ensinadas na escola; a segunda representa a aprendizagem signifi-
cativa, que precisa ser praticada em sala de aula. Não existe consenso sobre o processo de 
construção da aprendizagem significativa pelos neurônios, no qual as diferentes e múltiplas 
inteligências são estimuladas. Alguns educadores defendem a teoria inatista, compreende a 
aquisição do conhecimento como um dado da natureza humana; outros defendem a teoria 
empirista, segundo a qual as experiências “riscam” o cérebro, gravando dados que ficam 
como cicatrizes na mente.
Nesse sentido, Moran (2000) explica como ocorre a aprendizagem significativa e como a 
teoria interacionista concebe o conhecimento. O conhecimento é sempre resultante das 
intenções do indivíduo (e suas abordagens hereditárias) com o meio e sua diversidade de 
estímulos sociais e culturais. Ao nascer, o indivíduo já possui todas as inteligências, embora 
algumas mais aguçadas que outras, e os estímulos que recebemos do ambiente interagem 
com elas, gerando o conhecimento. Não se nasce com cérebro vazio, aprende-se por meio 
das próprias ações sobre os objetos do mundo. Considerando‐se essa visão de aprendiza-
gem, duas premissas parecem ficar bastante claras:
• O aluno que não aprende é mal estimulado para interagir sobre os objetos do mundo;
• O professor que faz discursos em sala de aula é um apaixonado defensor da teoria em-
pirista e, portanto, não ensina absolutamente nada, ainda que trabalhe muito.
¹Disponível em:www.xanadu.net/. Acesso em: 14 jun. 2012.
22
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Além das duas premissas, tem‐se o verdadeiro professor, que estimula as inteligências múl-
tiplas do aluno a interagir com o meio, desafiando‐o a perceber as inúmeras “leituras” pos-
síveis.
Informações que não apresentam relação com o conhecimento do aluno são desperdiçadas, 
é necessário fazer de cada nova lição um significado para que interajam com os outros que 
fazem parte da estrutura dos neurônios. Desse modo, as inteligências serão estimuladas a 
“aprender a aprender”. Razão pela qual, deve-se compreender a importância das tecnolo-
gias na educação, como a internet.
GEBRAN, Maurício Pessoa. A influência da internet na Educação. Tecnologias Educacionais. Curitiba: IESDE.Brasil S.A., 2009, p. 93‐94.)
EXERCÍCIO
QUESTÃO 5
Uma pequena instituição de ensino profissionalizante recebeu recursos para a aquisição e instala-
ção de computadores. A verba é limitada e não permite a compra de todos os recursos tecnológicos que 
a instituição havia pleiteado. Sua diretora está enfrentando um dilema. A primeira opção é comprar 20 
computadores e montar um laboratório de informática para seus alunos e professores, porém não vai ser 
possível ofertar o acesso à internet, dado o custo de “cabeamento”, conexão, provedor e outros. A segun-
da opção é adquirir apenas um projetor e cinco computadores, porém com uma boa conexão à internet.
Se você estivesse no lugar dessa diretora, que decisão tomaria? E como justificaria sua escolha 
para seus alunos e professores?
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CONCEPÇÕES SOBRE TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO
Como visto, a sociedade se vale de diferentes mídias para se comunicar. Vale ressaltar e lembrar 
que até os gestos são denominados de mídias. Nesse sentido, enfocaremos e analisaremos como as 
informações são transmitidas e tratadas a partir da diversidade de possibilidade de comunicação e infor-
mação. Para tanto, faremos um recorte na mídia impressa e daremos mais ênfase à mídia eletrônica com 
a utilização do computador e da internet.
Segundo Gebran (2009), vivenciamos uma revolução tecnológica baseada na Tecnologia de Infor-
mação. Também, segundo, ele o computador é uma máquina programada pelo homem e o seu uso é 
geral, se estende não somente nos escritórios e indústrias, mas também em toda a vida cotidiana. Obvia-
mente que as outras mídias são fundamentais para a sociedade contemporânea, contudo se observar-
mos bem, praticamente todas elas, hoje, são de certa forma dependentes da utilização do computador 
pelo homem. A partir desse pensamento, podemos denominar a sociedade atual como a Sociedade da 
Informação. Saiba um pouco mais acerca desse tema.
A sociedade da informação se caracteriza por um estágio de desenvolvimento social onde 
há a possibilidade de seus membros (cidadãos, empresas e administração públicas) obte-
rem e compartilharem qualquer informação, instantaneamente, de qualquer lugar e da ma-
neira mais adequada.
Informação e conhecimento estão intimamente ligados, e, portanto, nessa sociedade a es-
cola deve ser o local onde seja desenvolvida a capacidade dos alunos aprenderem e a ma-
nutenção de sua motivação para o aprendizado, tornando‐se aptos a se relacionarem com o 
mundo e a intervirem nos problemas que os cercam.
23
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Assim, os pilares da educação se restringem a aprender a conhecer, aprender a fazer, apren-
der a viver juntos e aprender a ser. Nessa nova concepção ampliada de educação é possível 
fazer com que todos possam descobrir, reanimar e fortalecer seu potencial criativo, reve-
lando o tesouro escondido em cada um. Para tal basta os docentes encontrarem os pontos 
fortes nos seus alunos, focalizá‐los, incentivá‐los.
Peter Ducker (1993) enfatiza que a escola na sociedade da informação, além de acompanhar 
as novas tecnologias, deverá repensar o seu papel e a sua função no ensino, seu foco, sua 
finalidade, seus valores.
[...]
A sociedade da informação é fruto do deslocamento de paradigma nas estruturas industriais 
e nas relações sociais emanadas da Revolução Industrial no século XIX, designando uma 
nova forma de organização econômica e social.
A sociedade industrial baseava‐se no paradigma newtoniano‐cartesiano e era suportada por 
três fatores: os meios de transporte, a energia e a indústria. A estrutura organizacionaldes-
sa social se caracterizava pela hierarquia e burocratização, com produtos, serviços e salários 
padronizados, com a autoridade figurada no chefe com a centralização das decisões e do 
poder, tendo a informação como fonte de poder.
Com a revolução advinda da tecnologia de informação, motivada pela invenção do primeiro 
computador, emerge a sociedade da informação, a qual privilegia a inteligência, as ativida-
des criativas e inovadoras. São prioridades nesse tipo de sociedade os valores intangíveis 
tais como competências, ambiente organizacional, foco nos clientes.
[...]
GEBRAN, Maurício Pessoa. Sociedade da Informação. Tecnologias Educacionais. Curitiba: IESDE.Brasil S.A., 2009, p. 167‐168.)
Diante do exposto, percebemos que a sociedade contemporânea está intrinsecamente ligada à in-
formação e faz uso dela para diversificadas funções. Nesse sentido, também ficou claro que a partir dela 
e tendo uma perspectiva educacional, o cidadão pode aprender a fazer, aprender a aprender e aprender 
a ser uma pessoa melhor para si e para os outros. Também observamos que essa mesma informação 
pode ser objeto de valor econômico quando usado, por exemplo, em uma empresa para informar acerca 
de algum investimento. Além disso, com essa informação oriunda das tecnologias de informação o su-
jeito pode e deve usá-la para aplicar todas as suas habilidades e competências e se destacar no mercado 
de trabalho, por exemplo.
Nesse meio, percebemos o quanto a informação é importante no processo de comunicação. Veja-
mos o que diz Charaudeau (2010) acerca desse fenômeno.
Se existe um fenômeno humano e social que dependa precipuamente da linguagem, é o da in-
formação. A informação é, numa definição empírica mínima, a transmissão de um saber, com a 
ajuda de uma determinada linguagem, por alguém que o possui a alguém que se presume não 
possuí-lo. Assim se produziria um ato de transmissão que faria com que o indivíduo passasse de 
um estado de ignorância a um estado de saber, que o tiraria do desconhecido para mergulhá‐lo 
no conhecido, e isso graças à ação, a priori benévola, de alguém que, por essa razão, poderia ser 
considerado um benfeitor.
Essa definição mínima, por mais altruísta que pareça, suscita problemas consideráveis: quem 
é o benfeitor e quais são os motivos de seu ato de informação? Qual a natureza do saber a ser 
transmitido e de onde ele vem? Quem é esse outro para quem a informação é transmitida e que 
relação mantém com o sujeito informado? Enfim, qual é o resultado pragmático, psicológico, 
social desse ato e qual é seu efeito individual e social? (CHARAUDEAU, 2010, p. 33)
Nesse texto de Charaudeau (2010), percebe‐se a confirmação da importância da informação no 
processo de comunicação; isso porque com ela o indivíduo passaria do estado de ignorante para o estado 
do saber. Contudo, nesse contexto, se faz mister alguns questionamentos no que concerne a veracidade 
da informação como também saber quem está informando e para quem essa informação é destinada. 
24
LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
Verdadeiros Problemas
A informação não existe em si, numa exterioridade do ser humano, como podem existir cer-
tos objetos da realidade material (uma árvore, a chuva, o sol) cuja significação, certamente, 
depende do olhar que o homem lança sobre esses objetos, mas cuja existência é indepen-
dente da ação humana. A informação é pura enunciação. Ela constrói saber, e como todo sa-
ber, depende ao mesmo tempo do campo de conhecimento que o circunscreve, da situação 
de enunciação na qual se insere e do dispositivo no qual é posta em funcionamento. Antes 
de defini‐la de maneira mais precisa, evoquemos os verdadeiros problemas suscitados pelo 
fato de informar.
Com relação à fonte, para além da questão de saber qual é a natureza da informação, colo-
ca‐se uma primeira questão que concerne à sua validade, isto é, o que constitui seu valor de 
verdade. Essa questão suscita, então, uma série de indagações: o que é a “autenticidade” 
de um fato? O que é a “verossimilhança” de um fato? Qual a sua pertinência? Enquanto fato 
de informação? Tais indagações correspondem a questões que o receptor poderia formular: 
“será que isso existe?” (é “existencialmente” verdadeiro?); “será que isso é possível?” (é 
possivelmente verdadeiro?); será que isso precisa ser comunicado?” (será pertinente).
[...]
 CHARAUDEAU, Patrick. Discursos das mídias. 2. ed. São Paulo:Contexto, 2010, p. 36‐37.
 Assista ao filme Todos os homens do presidente e reflita como a informação é tratada na obra.
Figura 11 – Capa do filme Todos os Homens do Presidente
http://coisasdecomunicacao.blogspot.com.br/2012/04/analise‐do‐filme‐todos‐os‐homens‐do.html. Acesso em: 25 jul. 2012.
Em relação às mídias impressas Charaudeau (2010) enfatiza que a informação midiática fica preju-
dicada porque os efeitos visados, correspondentes às intenções da fonte de informação, não coincidem 
necessariamente com os efeitos produzidos no alvo, pois este reconstrói implícitos a partir de sua própria 
experiência social, de seus conhecimentos e crenças. Nesse contexto, essas informações podem produzir 
efeitos de banalização, de saturação ou de dramatização. Além disso, ele argumenta que:
Se as manchetes de jornais são diferentes, é porque, para se diferenciar do concorrente, cada 
jornal deve produzir efeitos diferentes. Imaginemos como seria uma imprensa com manchetes 
idênticas em todos os jornais, com números sem comentários, transcrições de decretos, citações 
in extenso.
Não há “grau zero” da informação. As únicas informações que se aproximam do grau zero, enten-
dido este como ausência de todo implícito e de todo valor de crença, o que seria característico 
da informação puramente factual, são aquelas que se encontram em páginas de anúncios de 
jornais: os programas dos cinemas, dos teatros e de outras manifestações culturais; as farmácias 
de plantão, os diversos anúncios classificados etc. No que concerne às informações de caráter 
explicativo, essas também não podem pretender a uma espécie de grau zero, que implicaria um 
caráter de unicidade: a pretensão de ser a única explicação válida. Isso porque a informação não 
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LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
escapa a um outro paradoxo: cada vez que se dá uma explicação, esta sempre pode ser subme-
tida a uma outra inquirição, numa cadeia infinita de “porquês”, tendo cada explicação “seu lado 
de sombra²”.
Os acontecimentos que surgem no espaço público não podem ser reportados de maneira exclu-
sivamente factual: é necessário que a informação seja exposta em cena de maneira a interessar 
o maior número possível de cidadão – o que não garante que se possam controlar seus efeitos. 
Sendo assim, as mídias recorrem a vários tipos de discursos para atingir seus objetivos (CHARAU-
DEAU, 2010, p. 59-60).
Como se viu no discurso de Charaudeau (2010), as informações fornecidas pelos jornais têm em 
sua essência valores de crença, entendido nesse contexto como gamas de conhecimentos específicos de 
cada cidadão. Considerando esse viés, percebemos que essas mídias na tentativa de apresentar para 
sociedade a notícia de forma inédita e interessante buscam produzir efeitos diferentes a cada edição de 
jornal. Esses efeitos são produzidos de acordo com a linguagem empregada que tendem a ser diferentes 
nos diversos jornais. 
Como se percebe o tratamento da informação pode variar de acordo com o interesse do jornal. 
Sendo assim, em razão dessa mídia tratar-se de um meio de comunicação de massa é necessário que to-
memos cuidado para que ela não sirva de um meio de alienação na tentativa, por exemplo, de persuadir 
uma pessoa a adquirir um bem de consumo. Além disso, nessa ânsia desenfreada pela venda, muitas mí-
dias impressas acabam fornecendo para população conteúdos com péssimas qualidades de conteúdos.
Não somente as mídias impressas, a exemplo dos jornais, podem causar problemasno tratamento 
da informação. Hoje, na contemporaneidade, com a expansão das Tecnologias de Informação e Comu-
nicação – (TIC), a sociedade está mais propensa a receber essas informações mais rápidas a partir do fo-
mento da internet. Nesse contexto, veremos a seguir alguns exemplos de textos divulgados na internet, 
local que chamaremos de ciberespaço; como também veremos como essas informações são tratadas 
nesses ambientes.
1.2 CONTEÚDO 2 - DIFERENTES MÍDIAS E TRATAMENTO DE 
INFORMAÇÃO
Como dissemos nos reportaremos, neste capítulo, ao tratamento da informação fomentada na 
internet. Para tanto, tomaremos como exemplo alguns sites a exemplo da Wikipédia, do Youtube e do 
Facebook. No entanto, antes de enveredarmos por esses sites, analisaremos o que dizem Castells e Lévy, 
respectivamente, acerca da internet.
A internet é de fato uma tecnologia da liberdade – mas pode libertar os poderosos para oprimir 
os desinformados, pode levar à exclusão dos desvalorizados pelos conquistadores do valor [...] 
precisamos situar nossa ação no contexto específico de dominação e libertação em que vivemos: 
a sociedade de rede, construída em torno das redes de comunicação da internet. (CASTELLS, 
2003, p. 225)
A Internet é um especo de comunicação propriamente surrealista, do qual “nada é excluído”, 
nem o bem, nem o mal, nem suas múltiplas definições, nem a discussão que tende a separá‐los 
sem jamais conseguir. A internet encarna a presença da humanidade a ela própria, já que todas 
as culturas, todas as disciplinas, todas as paixões aí se entrelaçam. Já que tudo é possível, ela 
manifesta a conexão do homem com a sua própria essência, que é a aspiração à liberdade. (LÉVY, 
2008, p. 12)
Os autores, nos dois enxertos apresentados, nos trazem problemas capitais da contemporaneida-
de no que diz respeito ao acesso das informações através da internet. Isso porque o mesmo ambiente 
que pode libertar pela diversidade de conteúdos bem articulados e embasados em pesquisas e fontes 
seguras; pode, em outro momento, desinformar pela possibilidade de no mesmo ambiente, a internet, 
encontrarmos textos sem nenhum critério de pesquisa e veracidade dos fatos apresentados. Daí o mes-
mo ambiente que liberta pode se transformar em um manancial de prisão e dependência.
Nesse contexto, a internet apresenta diversos sites informativos. Um bastante conhecido e aces-
² Como está exposto por M. Mouillaud em “L’information ou La part de l’ombre”, Études de comunication n. 15, Bulletin Du Certeic, Université 
de Lille, 1994.
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LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
sível é o Wikipédia, contudo há uma crítica bastante contundente em relação à sua referência como não 
sendo uma fonte segura de informações. Essa crítica se deve ao fato de sua edição poder ser efetuada 
por qualquer participante dessa enciclopédia virtual. Dessa forma, o ideal seria imaginá‐lo como um 
ambiente provável de pesquisa, mas não tomar a Wikipédia como um site oficial de informação, mas sim 
um ambiente rico em informações, mas passível de erros conceituais que pode desinformar muito mais 
que informar.
 
Hackers e Crackers: as diferenças
Com os acontecimentos dos últimos dias, muito foi falado sobre hackers e crackers. Mas, afi-
nal, o que estes termos significam e quais as diferenças entre esses experts da computação?
Para entender um pouco melhor, é necessário saber o que cada um dos nomes significa. 
Hackers são indivíduos que elaboram e modificam softwares e hardwares de computadores, 
seja desenvolvendo funcionalidades novas ou adaptando as antigas. Já cracker é o termo 
usado para designar quem pratica a quebra (ou cracking) de um sistema de segurança.
Na prática, os dois termos servem para conotar pessoas que têm habilidades com compu-
tadores, porém, cada um dos “grupos” usa essas habilidades de formas bem diferentes. Os 
hackers utilizam todo o seu conhecimento para melhorar softwares de forma legal e nunca 
invadem um sistema com o intuito de causar danos. No entanto, os crackers têm como 
prática a quebra da segurança de um software e usam seu conhecimento de forma ilegal, 
portanto, são vistos como criminosos.
As denominações foram criadas para que leigos e, especialmente a mídia, não confundis-
sem os dois grupos. O termo “cracker” nasceu em 1985, e foram os próprios hackers que 
disseminaram o nome em sua própria defesa. A ideia era que eles não fossem mais confun-
didos com pessoas que praticavam o roubo ou vandalismo na internet.
[...]
KOHN, Stephanie. Hackers e Crackers: as diferenças. Olhar Digital. Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noti-
cias/hackers_e_crackers_saiba_as_diferencas>. Acesso em: 05 jul 2012. 
Antes de enveredarmos por exemplos de outros sites importantes no tratamento da informação, 
é pertinente falarmos um pouco de uma nomenclatura bastante falada na atualidade, a Cibercultura.
A cibercultura deriva do conceito de ciberespaço, historicamente demarcado pelo escritor 
William Gibson, que criou o termo em seu romance de ficção científica Neuromancer em 1984, 
definindo‐o como um tipo de rede de computadores conectado por via mental (neural), gerando 
uma comunicação global, utilizando‐se de um espaço não‐fisico.
[...]
A maior transformação na vida social se dá pelo fato de que o ciberespaço., além de um espaço 
de dados, está se configurando como um espaço de convivência, de interação social e de comu-
nicação, onde as pessoas formam comunidades virtuais³. A internet, entre outras peculiaridades, 
conecta inteligências e é preciso entender como ela afeta a vida, os negócios, a política e a edu-
cação. [...] (GEBRAN, 2009, p. 92‐93) 
Nesse contexto de transformação a partir do ciberespaço, é importante salientar que a linguagem 
utilizada nos diversos ambientes proporcionados pela rede, deverá ser sempre observada a sua adequa-
ção aos milhares de receptores que a comunicação em rede proporciona. Dessa forma, mais uma vez, 
salientamos a preocupação com o tratamento da informação.
Outro exemplo importante de site interativo proporcionado pelo ciberespaço é o Youtube. A partir 
dele poderemos acessar vídeos de diversos temas como, por exemplo: esporte, reportagem, cinema, 
vídeo, jogos, entretenimento, humor, música, entre outros. Nesse sentido, é importante mencionar que 
esses vídeos representam textos diversos independentes de alguns serem não verbais. Dessa forma, 
também deveremos tomar cuidado com a linguagem empregada nas postagens deles, bem como nos 
³ Também denominadas de comunidades on‐line, são agregações sociais que surgem na internet, com uma qualidade suficiente de pessoas 
motivadas por interesses que vão do conhecimento científico ao conhecimento espontâneo, utilizando esses espaços para trocas intelectu-
ais, sociais, afetivas e culturais que permitem a expressão dos seus sentimentos e estabelecimentos de teias de relacionamentos, mediadas 
pelo computador e conectadas à rede.
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LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
comentários efetuados no próprio ambiente de navegação. Isso porque, se o tratamento da informação 
não for adequado pode gerar constrangimento para o autor do vídeo; como também essa ação poderá 
ser considerada como ilegal de acordo com as normas das publicações nas redes. Esses tipos de viola-
ções, hoje, são classificados como ciberbully.
 Assista ao filme Ciberbully e reflita sobre o tratamento das informações na rede virtual.
 Figura 12 – Cena do filme Ciberbully
Disponível em: http://blogsopmeninas.blogspot.com.br/2011/07/emily‐osment‐estreiando‐em‐um‐filme.html. Acesso em: 05 jul. 2012.
Nesse contexto da temática, diversas mídias e tratamento da informação, especificamente abor-
dando a internet como meio de comunicação de massa na contemporaneidade, se faz mister falarmos 
acerca do Hipertexto por ser uma fonte de indexação e organização e se constituir a partir de recursos 
como animação, sons, filmes,desenhos, links, vídeos, jogos separados ou mixados ao mesmo tempo. 
Também por serem poderosos instrumentos de comunicação, possibilitando manipulação, desconstru-
ção, reconstrução de acordo com o interesse de cada usuário.
Como exemplo de um hipertexto, podemos citar o Facebook por possibilitar o acesso a diversos 
recursos no mesmo ambiente. Além disso, ele tem a propriedade de desenvolver a comunicação em 
dois momentos específicos um síncrono que é o bate papo on‐line, ou seja, em tempo real e um outro 
momento denominado de assíncrono, podendo ser o mural, por exemplo. Nesse sentido, também o fa-
cebook é um tipo de gênero textual e, dessa forma, merece um olhar especial em relação ao tratamento 
de sua linguagem, bem como no tratamento da informação. A partir desse pensamento, não podemos 
nos vislumbrar de maneira displicente e deixarmos de priorizar o tratamento adequado da linguagem 
para que todos entendam a mensagem enviada porque o objetivo desses ambientes a priori é ou deveria 
ser a comunicação.
EXERCÍCIO
QUESTÃO 6
Nos dias atuais, as novas tecnologias se desenvolvem de forma acelerada e a Internet ganha papel 
importante na dinâmica do cotidiano das pessoas e da economia mundial. No entanto, as conquistas 
tecnológicas, ainda que representem avanços, promovem consequências ameaçadoras. Leia os gráficos 
e a situação‐problema expressa através de um diálogo entre uma mulher desempregada, à procura de 
uma vaga no mercado de trabalho, e um empregador. Apresente uma conclusão que pode ser extraída 
da análise:
a) Dos dois gráficos;
b) Da situação‐problema, em relação aos gráficos.
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LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
 
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1.3 CONTEÚDO 3 - VOCABULÁRIO: ADEQUAÇÃO E CONTEXTU-
ALIZAÇÃO
Vocabulário é um grupo de palavras conhecidas por um indivíduo ou qualquer outra entidade, 
concreta (um grupo definido de pessoas, por exemplo) ou abstrata (como um grupo profissional ou so-
cial, uma língua, um dialeto).
O vocabulário próprio de uma pessoa é definido como o conjunto de palavras que cada pessoa é 
capaz de compreender ou, então, o conjunto de palavras que uma pessoa é capaz de utilizar na formação 
de novas frases. A palavra ʺbetãoʺ faz parte do vocabulário de quase todos os portugueses, contudo só 
alguns brasileiros sabem que esta palavra tem o mesmo significado que ʺconcretoʺ, apesar de brasileiros 
e portugueses falarem a mesma língua. Contudo, mesmo compreendendo o vocábulo, os brasileiros ra-
ramente o utilizarão. Poderemos, portanto, considerar que a palavra betão faz parte do vocabulário de 
uma minoria de brasileiros que a conhece.
A riqueza do vocabulário individual é, geralmente, considerada como um reflexo do nível de leitura 
de mundo do falante e da sua inteligência em várias áreas. Assim, muitos testes de inteligência utilizam 
questões relacionadas ao vocabulário.
A seleção do vocabulário é, sem dúvida, um dos passos primordiais para a construção do texto. 
Não basta apenas escolhê‐lo, mas também observar se ele será bem empregado no contexto ao qual o 
produtor de texto irá utilizá‐lo. Ledo engano do produtor ou falante que pensa ser o vocábulo rebuscado 
o melhor para a produção textual. O ideal é empregar palavras simples, mas objetivas e inteligíveis.
Diversas empresas utilizam o vocabulário em processos seletivos. Em provas de fluência verbal 
são observados aspectos, como a quantidade de palavras utilizadas por minuto de uma determinada 
classe de palavra. Além desse tipo de provas, nas entrevistas são observados o emprego dos vocábulos 
em relação ao seu contexto. Dessa forma, ratifica‐se a escolha e o emprego do vocabulário adequado 
nas produções.
O vocabulário varia de acordo com o estilo empregado pelo produtor do texto, ele pode ser pró-
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LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE TEXTO
prio do escritor, ou de acordo com o público receptor. Nessa perspectiva, vejamos o que Medeiros (1988) 
diz sobre o assunto:
Estilo vem do latim, stilus, que era uma haste pontiaguda, como um estilete usado para escrever. 
Por metonímia passou a designar a forma de escrever própria de um escritor e, por extensão, o 
conjunto de meios de expressão utilizados com fins lucrativos.
Defini‐se estilo como a forma de escrever própria de um escritor, a forma de exprimir o pensa-
mento por meio da linguagem. Daí exigir que o escritor escolha entre as possibilidades de ex-
pressão que existem na língua. Portanto, decorre da vontade do escritor, do seu impulso emotivo 
e do seu propósito de sugestionar o receptor.
Ressalte-se aqui a importância das palavras dentro do seu campo de atuação, pois elas re- têm 
particularidades dos seres que designam: há uma cadeia de palavras mais utilizadas pelas crian-
ças, outras pelas mulheres, outras pelos homens, ou seja, a palavra varia conforme a situação 
(MEDEIROS 1988, p. 74-75) 
Vejamos a seguir exemplos de diferentes estilos a partir da obra do escritor Paulo Mendes Campos 
(1979, p. 39‐42). Vale ressaltar que eles não são os únicos exemplos de estilo, mas sim um exemplo lúdico 
para ajudá‐los a compreender a diversidade de vocábulos em diferentes contextos.
OS DIFERENTES ESTILOS
“... Narra‐se aqui, em diversas modalidades de estilo, um fato comum da vida carioca, a 
saber: o corpo de um homem de quarenta anos presumíveis é encontrado de madrugada 
pelo vigia de uma construção, à margem da Lagoa Rodrigo de Freitas, não existindo sinais 
de morte violenta.”
ESTILO INTERJETIVO – Um cadáver! Encontrado em plena madrugada! Em pleno bairro de 
Ipanema! Coitado! Um homem desconhecido! Menos de quarenta anos! Um que morreu 
quando a cidade acordava! Que pena!
ESTILO COLORIDO – Na hora cor de rosa da aurora, à margem da cinzenta Lagoa Rodrigo de 
Freitas, um vigia de cor preta encontrou um cadáver de um homem branco, cabelos louros, 
o- lhos azuis, trajando uma calça amarela, casaco pardo, sapato marrom, gravata branca 
com bolinhas azuis. Para este o destino foi negro.
ESTILO ANTIMUNICIPALISTA – Quando mais um dia de sofrimento e desmandos nasceu 
para esta cidade tão mal governada, nas margens imundas, esburacadas e fétidas da Lagoa 
Rodrigo de Freitas, e em cujos arredores falta água há vários meses, sem falar nas frequen-
tes mortandades de peixes já famosas, o vigia de uma construção (já permitiram, por debai-
xo de pano, a ignominiosa elevação de gabarito em Ipanema) encontrou o cadáver de um 
desgraçado morador dessa cidade sem policiamento. Como não podia deixar de ser, o corpo 
ficou ali entregue às moscas que pulam naquele perigoso foco de epidemias. Até quando?
ESTILO REACIONÁRIO – Os moradores da Lagoa Rodrigo de Freitas tiveram na manhã de 
hoje o profundo desagrado de deparar com o cadáver de um vagabundo que foi logo esco-
lher para morrer (de bêbado) um dos bairros mais elegantes desta cidade, como se já não 
bastasse para enfeiar aquele local uma sórdida favela que nos envergonha aos olhos dos 
americanos que nos visitam ou que nos dão a honra de residir no Rio.
ESTILO ENTÃO – Então um vigia de uma construção em Ipanema, não tendo sono saiu para 
um passeio de madrugada. Encontrou então o cadáver de um homem. Resolveu então pro-
curar um guarda. Então o guarda veio e tomou então as providências necessárias. Ai então 
eu resolvi te contar isso.
ESTILO ÁULICO – À sobremesa, alguém falou ao Presidente, que na manhã de hoje o cadá-
ver de um homem havia sido encontrado na Lagoa Rodrigo de Freitas. O presidente exigiu 
imediatamente que um dos seus auxiliares telegrafasse em

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