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Violência de gênero
Conceitos e relação entre gêneros
Em busca da melhor compreensão a respeito do que se trata a violência de gênero, é preciso previamente compreender o conceito de violência de forma genérica. De origem latina, “o vocábulo vem da palavra vis, que quer dizer força e se refere às noções de constrangimento e de uso da superioridade física sobre o outro” (Minayo, 2005, p. 14).
Segundo definição da Organização Mundial de Saúde, violência é “o uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultarem lesão, morte, dano psicológico, deficiência, desenvolvimento ou privação”. (XX)
Trata-se de um fenômeno cultural e histórico, presente nos mais diversos períodos da humanidade. Para Minayo (1990), “a violência é uma construção histórica que tem a cara da sociedade que a engendra”.
De acordo com Minayo (2005), dada a sua construção histórica, há certa dificuldade em se atribuir definição concreta ao termo violência, uma vez que este é um fenômeno da ordem de vivência humana e suas manifestações provocam ou são provocadas levando-se em consideração as emoções de quem a comete, se submete ou presencia, passando sempre os eventos violentos pelo crivo moral da sociedade.
Senso comum: violência como crime, corrupção e pecado. A violência dominante na consciência contemporânea é a criminal e delinqüencial. Esse tipo de fenômeno nunca teve a tolerância social, uma vez que ele fere, antes de tudo, a moral fundamental de todas as culturas.(minayo, 2005, p. 14)Visão erudita: violência interiorizada na consciência, negação de direitos, instrumento de poder e portadora de especificidade histórica. Filósofos e cientistas também têm contribuído para pensar o assunto.[...] esse fenômeno não pode ser tratado apenas como uma força exterior aos indivíduos e aos grupos. Sua visão se projeta na direção contrária ao senso comum que costuma colocá-la como um fenômeno sempre produzido pelo “outro”(minayo,2005, p.15)
Para Arendt (1994) APUD Minayo (2005) a violência é um meio e instrumento para conquista do poder, entretanto, não se confunde com o próprio poder, uma vez que só é empregada quando há falta de capacidade de convencimento e argumentação de quem o detém.
Dentro desta relação entre poder e violência podemos contextualizar a violência de gênero.
A violência de gênero se caracteriza no emprego da violência contra uma pessoa em razão do gênero a qual pertence.  “É o conceito mais amplo, abrangendo vítimas como mulheres, crianças e adolescentes de ambos os sexos. ” (Saffioti,2001 http://www.scielo.br/pdf/cpa/n16/n16a07.pdf)
O conceito de violência de gênero, carrega em si todo contexto histórico e cultural em que a nossa sociedade foi erguida. Segundo a diretora nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), Adélia Moreira Pessoa
 a violência de gênero não pode ser vista como um ato isolado – ela emerge de uma combinação complexa de fatores históricos, econômicos, culturais, sociais, institucionais, interacionais, familiares, pessoais em um contexto onde a mulher, apesar do reconhecimento da igualdade nas leis, ainda, muitas vezes, é tratada como inferior.
Uma vez que as mulheres são as maiores vítimas da violência de gênero na nossa sociedade, (ESTATICAS) tal conceito tornou-se praticamente um sinônimo ao se tratar de violência contra a mulher. Para Pessoa (2013):
O uso da categoria de gênero pode explicar melhor a violência contra a mulher pois o sexo - realidade biológica do ser humano - não é suficiente para explicar o comportamento diferenciado do masculino e do feminino em sociedade; dessa forma, as questões ligadas a gênero, envolvendo o jogo das diferenças, onde os papéis são definidos culturalmente entre agentes imersos em relações de poder distribuído de modo desigual entre os sexos podem trazer luz sobre a violência contra a mulher.
Portanto, a forma como foi construída a relação entre os gêneros foi determinante para criação de uma cultura de dominação de um em relação ao outro. O papel que homem e mulher exercem em sociedade, colocava ambos em passo de desigualdade.
De acordo com alguns estudos a respeito da violência de gênero, esta surge como reflexo do patriarcalismo que se caracteriza pelo exercício da autoridade do homem sobre a mulher e filhos no seio familiar, em que historicamente a mulher é vítima pelo homem em seu exercício de controle social. Outros estudiosos definem a violência contra mulher como expressão da ideologia da dominação da mulher pelo homem. Um terceiro entendimento, relativiza as noções de dominação masculina e vitimização feminina como uma forma de comunicação, na qual a mulher não seria vítima, mas sim, cumplice da violência. (PESSOA, 2013)

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