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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Matéria Orgânica no Solo Prof. BUENO Iporá - GO 2012 1 MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO Embora um solo produtivo seja composto de menos que 5% de matéria orgânica, esta quantidade determina em grande parte a produtividade do solo. É fonte de alimento para os microorganismos do solo, influenciando nas propriedades físicas do solo. Importância da Matéria Orgânica no Solo - Maior permeabilidade ao ar e àgua, devido a formação de agregados; - Aumento da capacidade de retenção de água; - Aumento da CTC e CTA; - Disponibilização de macro e micronutrientes; - Controle do pH do solo: efeito tampão; - Produçao de substâncias ativadoras e/ou inibidoras do crescimento de microrganismos. Definições e caracterização da matéria orgânica Material orgânico – é todo material de origem orgânica, reconhecível ou não. Que contenha o elemento carbono em sua estrutura. Húmus – Substância de natureza orgânica já em estádio avançado de alteração, não sendo possível reconhecer sua origem. Composição da matéria orgânica: - Carboidratos e proteinas – São os compostos mais importantes e se decompõem rapidamente, contribuindo para o aumento de N, P e S no solo; - Lipídios (ceras e resinas) – Componentes resistentes a decomposição que contribuem com S e P para o solo; - Lignina – Composto muito resistente à decomposição que persiste no solo como um dos principais componentes do húmus. Imobilização e mineralização da MO – Decomposição da MO por microrganismos heterotróficos. Quando é adicionado MO ao solo, alimento disponível, há um aumento da população e atividade microbiana. Parte dos compostos simples e da energia liberada são utilizados para o metabolismo e reprodução, aumentando a biomassa dos microrganismos. Este aumento da biomassa representa uma Imobilização temporária dos nutrientes que agora fazem parte dos tecidos microbianos. Mineralização – Os nutrientes imobilizados podem atingir grandes quantidades nos tecidos dos microrgânismos que quando mortos retornam à sua forma solúvel e disponível para o aproveitamento pelas plantas. 2 Relação entre carborno e nitrogênio da MO (C/N) A relação C/N serve de parâmetro para conhecer o tempo de decomposição e a quantidade de nutrientes presentes no material orgânico. Matéria orgânica com baixa relação C/N decompõem-se mais rápido e liberam maior quantidade de nutientes para o solo. Plantas jovens à medida que crescem e se desenvolvem aumentam a relação C/N, ou seja, a relação C/N aumenta com a idade da planta. Material C/N Arroz (casca) 63/1 Bagaço de cana 22/1 Bagaço de laranja 18/1 Capim-colonião 28/1 Capim-jaraguá 64/1 Mucuna preta 22/1 Crotalária 23/1 Esterco de gado 18/1 Esterco de galinha 10/1 Mandioca (folha) 12/1 Mandioca(casca-raiz) 96/1 Serragem de madeira 850/1 Tabela 1 – Relação C/N de alguns materiais ADUBAÇÃO ORGÂNICA A adubação orgânica consiste em fornecer ao solo, fertilizantes orgânicos, com a finalidade de aumentar o teor de M.O do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Fertilizantes orgânicos (estercos) Composição média (%) Fertilizantes N P2O5 K2O Esterco eqüinos 1,4 0,5 1,7 Esterco de ovinos 1,4 1,0 2,0 Esterco de bovino 1,7 0,9 1,4 Esterco de suínos 1,9 0,7 0,4 Esterco de aves 3,0 3,0 2,0 Tabela 2 – Composição média dos principais estercos. COMPOSTAGEM Compostagem é o conjunto de técnicas utilizadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na matéria-prima original. 3 Materiais utilizados na compostagem - Dejetos de animais (estercos de galinha, gado, porco, carneiro, etc.); - Cascas e bagaços de frutas; - Resíduos de culturas (cascas de arroz, palha de milho, vagem seca de feijão, etc.); - Folhas e ramos de mandioca, bananeira; - Restos de capim (colonião, elefante, brachiara, quicuiu, etc). - Serragem, restos de capina, aparas de grama, restos de folhas do jardim; -Além desses materiais, também podem ser utilizados para enriquecer o adubo orgânico: farinha de osso, cinzas e terra vegetal. Preparo da pilha de compostagem A montagem da pilha ou leira é realizada alternando-se os diferentes tipos de resíduos em camadas com espessura em torno de 20 cm. Por exemplo: Forma-se uma camada com restos de capina, acompanhada por outra com cascas e bagaços de frutas, mais outra camada de resíduos de culturas, outra com dejetos de animais. A seguir adiciona-se uma camada de serragem e depois outra com cinzas farinha de ossos e terra vegetal, assim sucessivamente até esgotarem todos os materiais. 4 Temperatura do composto Quanto a temperatura do composto, inicialmente aumenta até atingir em torno de 60 a 70°C. Com a decomposição dos materiais orgânicos a temperatura vai decrescendo, girando em torno de 40°C. Controle da temperatura Para se controlar a temperatura pode-se usar termômetro apropriado ou, de uma maneira mais rústica, introduz-se barras de ferro até o centro do composto. Essas devem ser tocadas periodicamente com a palma da mão. 5 Caso o calor seja suportável ao toque, provavelmente se tem a temperatura ideal. Se a mão não suportar o toque, então é necessário revirar a leira. Se a barra de ferro estiver fria, não está ocorrendo a compostagem. Deve-se revirar o composto para promover aeração e reativação do processo de compostagem. Durante o reviramento se o composto estiver seco, deve-se umedecê-lo uniformemente. Final da compostagem O composto está pronto quando após o revolvimento da leira a temperatura não mais aumentar. Isso após 9 a 16 semanas, dependendo do material orgânico utilizado, das condições ambientais (no verão é mais rápido) e do cuidado no revolvimento constante e uniforme da leira. O material humificado (composto) se apresentará com cor marrom escura, homogêneo, sem restos vegetais e com relação C/N entre 10 e 15.
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