Buscar

DP Esp II Aulas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Dir Penal Especial II					 Prof. Henri Heine Olivier _______________________________________________________________________________________
Código Penal – Parte Especial: Art. 213 a 359
2 avaliações: 3 discursivas e 8 objetivas; 2 trabalhos (vale 5% ou 10% cada um).
1ª. AVALIAÇÃO – até 243
QUADRO-RESUMO DO CÓDIGO PENAL – Títulos VI e VII
	Título
	Capítulo
	Tipo Penal
	VI – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
	I – dos crimes contra a liberdade sexual
	213 - Estupro
214 – Revogado
215 - Violação sexual mediante fraude
216-A - Assédio sexual 
	
	II – dos crimes sexuais contra vulnerável 
	217-A - Estupro de vulnerável 
218 - Corrupção de menores 
218-A - Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente 
218-B - Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável
	
	III – do rapto 
	219 a 222 – Revogados
	
	IV – disposições gerais (aplica-se aos capítulos I e II)
	225 - Ação penal (pública condicionada à representação, exceto menor de 18 e vulnerável: incondicionada)
226 - Aumento de pena (1/4 se com concurso de pessoas e ½ se agente tinha dever de cuidar ou exercia autoridade) 
	
	V – do lenocínio e do tráfico de pessoa para fim de 
prostituição ou outra forma de 
exploração sexual 
	227 - Mediação para servir a lascívia de outrem
228 -Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual 
229 - Casa de prostituição
230 - Rufianismo 
231 - Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual  
231-A - Tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual  
232 - Revogado
	
	VI - do ultraje público ao pudor
	233 - Ato obsceno 
234 - Escrito ou objeto obsceno
	
	VII - disposições gerais (aplica-se a todo o Título)
	234-A - Aumento de pena  (½ se resultar gravidez e 1/6 até ½ se transmite doença sexualmente transmissível que sabe ou deveria saber)
234-B - Segredo de justiça (para todos processos deste título)
	VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
	I - dos crimes contra o casamento
	235 – Bigamia
236 - Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
237 - Conhecimento prévio de impedimento 
238 - Simulação de autoridade para celebração de casamento
239 - Simulação de casamento 
240 – Adultério (revogado)
	
	II - dos crimes contra o estado de filiação
	241 - Registro de nascimento inexistente 
242 - Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido 
243 - Sonegação de estado de filiação 
	
	III - dos crimes contra a assistência familiar
	244 - Abandono material 
245 - Entrega de filho menor a pessoa inidônea 
246 e 247 - Abandono intelectual 
	
	IV - dos crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
	248 - Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes 
249 - Subtração de incapazes 
1.	DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL - Bem jurídico protegido: liberdade sexual
	ESTUPRO – Art. 213
	Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
	Nova tipificação
	Juntou o estupro ao atentado violento ao pudor ( questão de política criminal
	Objeto jurídico
	Dignidade sexual (liberdade sexual)
	Objeto material
	A pessoa que sofre o constrangimento
	Sujeito Ativo e Passivo
	qualquer pessoa, homem ou mulher. Entretanto, se houver conjunção carnal o sujeito ativo e o passivo necessariamente serão de sexos opostos.
	Elemento subjetivo
	Ato libidinoso, constituído de conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Exige DOLO.
	Elemento normativo
	conjunção carnal: introdução peniana na cavidade carnal. Não exige penetração total, nem ejaculação. Isso é irrelevante para caracterização do crime, pois a liberdade sexual foi violada, mas pode ser considerada na dosimetria da pena (por causar maior repulsa)
	Meio de execução
	Violência ou grave ameaça.
Violência física: natureza física (força bruta) alcançando as vias de fato e as lesões corporais leves, que ficam absorvidas.
Violência moral (grave ameaça): atinge o psiquismo da vítima ( deve intimidar a vítima de forma a anular sua capacidade de querer. É subjetivo. Por ser verbal, por escrito, gestos, sinais ou atos simbólicos (forma livre). Por ser por meio justo ou injusto, direito ou indireto.
Entendimento doutrinário: temor reverencial (respeito aos pais) pode ser reconhecido como caracterizador de grave ameaça.
	Diferença 
Estupro X Constrangimento Ilegal
	No constrangimento ilegal não é necessária uma finalidade específica (é uma tipo genérico somente aplicado se não houver uma finalidade específica; havendo, enquadra-se no tipo específico. É o caso do estupro, que é toda forma de violência sexual para qualquer fim libidinoso (finalidade: praticar ao libidinoso)
	Caracterização
	Deve haver DISSENSO da vítima, sincero e positivo. O dissenso não precisa ocorrer somente no início do ato sexual: poderá ocorrer durante o mesmo. Não se considera consenso quando a mulher se entrega ao estuprador por exaustão de suas forças, nem a que sucumbe ao medo (ex: inércia por pânico ou grave situação de fato). A vítima para demonstrar dissenso não precisa chegar às raias do heroísmo.
CP-Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
O consentimento da vítima descaracteriza o crime, ainda que exista violência (por ex: adeptos de sadomasoquismo).
	Denúncia
	deve ser precisa, não podendo ser genérica: descrever o ato sexual violento da forma que ocorreu, especificando todos os fatos ( necessários para garantir o pleno direito de defesa e, se for o caso, permitir dosimetria da pena pelo juiz: em processo penal não se admite presunção. Processo corre em segredo de justiça.
	Consumação
	Crime material - exige um resultado naturalístico: a violação da liberdade sexual da vítima. No caso de conjunção carnal, com introdução parcial ou total do pênis na vagina da ofendida, não havendo necessidade de ejaculação ou rompimento do hímen. Caso o objetivo seja qualquer outro ato libidinoso, a consumação ocorrerá no momento de sua prática, violando a liberdade sexual da vítima.
	Tentativa
	A caracterização depende do objetivo do agente (teoria finalista da ação), bem como o instituto da desistência voluntária (se o objetivo era a conjunção carnal, mas não conseguiu, mas praticou os atos libidinosos introdutórios, responde por tentativa de estupro e não por atos libidinosos consumados).
Há entendimento doutrinário que atos de pouca importância, ainda que ofensivos ao pudor, não devem ser classificados como estupro (ou tentativa), comportando-se como contravenção (ex: passar a mão).
	Outras figuras
	Concurso de pessoas no estupro: 
Co-autor: participa da execução do crime;
Partícipe: participa das fases preparatórias, mas não da execução do crime;
Omissão imprópria (comissivo omissivo) – art. 13 § 2º: o omitente devia e podia agir para evitar o resultado (ex: mãe que sabe que seu companheiro estupro da filha e não faz nada).
Autoria mediata: é autor do crime sem participar da fase de execução (usa um inimputável para cometer o crime ou pratica coação moral irresistível perante outro para que este pratique o crime) ( o autor mediato normalmente tem a pena agravada (art. 62).
Marido e mulher como sujeitosativos do estupro: inviolabilidade do corpo ( liberdade de escolher o parceiro, a hora de realizar a conjunção carnal e o modo de realizá-la.
Crime de ação múltipla (ou de conteúdo misto alternativo = conjunção carnal e/ou outro ato libidinoso). Se o agente realizar mais de um núcleo responderá por um único crime.
Concurso de crimes: se no mesmo contexto fático (mesmo momento) ocorrer conjunção carnal e qualquer outro ato libidinoso NÃO ocorrerá concurso material, NEM haverá crime continuado (o crime continuado somente se caracteriza se praticado em outro cenário, ainda que com a mesma vítima).
Conjunção carnal + coito anal no mesmo contexto fático: o juiz considerará esse cúmulo na dosimetria da pena, no particular aspecto da conseqüência do crime
Dois homens em concurso de pessoas revezam-se na conjunção carnal (curra) respondem por dois crimes (em um por autoria direta e em outro por co-autoria).
Estupro e contágio de moléstia venérea: não ocorrerá o concurso, pois a nova lei criou a majorante do art. 234-A inciso IV:
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 
	Provas da autoria e da materialidade 
	Se a infração deixa vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto, não podendo ser suprido pela confissão do acusado. 
Prova da conjunção carnal: o fato de os laudos de conjunção carnal e de espermatozóide resultarem negativos, não invalida a prova do estupro, dado que é irrelevante se a cópula vagínica foi completa ou não, e se houve ejaculação. A condenação não depende de tal exame, pois há casos em que o estupro não deixa vestígio material.
Prova da Violência Moral: pela dificuldade na colheita da prova, aplica-se o exame de corpo delito indireto (prova testemunhal) se houver. 
	Estupro e Crimes Hediondos
	Lei 8072/90 art. 1.º. “ Segundo a regra do referido artigo todos as formas de estupro são consideradas como hediondo, o que veio ser confirmado com o advento da Lei 12.015/2009. 
	Qualificadoras
	A primeira parte do parágrafo 1.º trata de forma qualificada pelo resultado (crime preterdoloso), a segunda parte é uma qualificadora em razão da idade (< 18 e > 14) 
O parágrafo 2º. trata de qualificadora pelo resultado (crime preterdoloso = dolo no antecedente e culpa no conseqüente)
	Ação penal
	Pública condicionada à representação
	ESTUPRO CONTRA VULNERÁVEL – art. 217-A
	Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:  
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.  
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.  
§ 2o  VETADO
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena -reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.  
§ 4o  Se da conduta resulta morte:  Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
	Objeto jurídico
	Liberdade sexual. Dignidade sexual.
	Objeto material
	O vulnerável: menor de 14 anos ou pessoa sem discernimento para o ato ou impedida de oferecer resistência
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, homem ou mulher.
	Sujeito passivo
	O vulnerável
	Elemento Subjetivo
	DOLO DO AGENTE. Para ser responsabilizado o agente deve ter conhecimento da vulnerabilidade da vítima. Caso contrário pode ocorrer ERRO DE TIPO (ex: o autor desconhece a elementar do tipo, de que a vítima é menor de 14 anos) ou ERRO DE PROIBIÇÃO (a condição do autor não permitia que ele entendesse a extensão de seu ato como crime).
	Vulnerabilidade
	A vulnerabilidade do menor de 14 anos é ABSOLUTA. Já a vulnerabilidade em razão da deficiência mental pode ser relativa ou de oferecer resistência pode ser parcial, ocorrendo, nesse caso, enquadramento no delito de violação sexual mediante fraude – art. 215. 
	Demais condições
	Aplica-se, ao crime em comento, as mesmas regras para o caso de estupro.
	CORRUPÇÃO DE MENORES – art. 218
	Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:  Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.  
	Objeto jurídico
	Dignidade sexual (liberdade sexual)
	Objeto material
	O vulnerável: menor de 14 anos 
	Objetivo
	Dar força ao ECA
	Tipo Subjetivo
	Dolo do agente, de induzir o menor para satisfazer a lascívia de determinada pessoa. Se objetivar favorecer número indeterminado de pessoas enquadra-se no favorecimento da prostituição – art. 218-B
	Pessoa que tem a lascívia satisfeita
	Responde de acordo com sua conduta, que pode ser estupro de vulnerável – art. 217-A ou pelo de satisfação de lascívia mediante presença de menor – art. 218-A
	Condição do agente
	Ocorre a exceção à teoria unitária ou monista, pois impede, por falta de previsão legal, a responsabilização de partícipe de estupro de vulnerável, pela modalidade induzimento, pois quem induz alguém a estuprar vulnerável deveria responder pelo crime do art. 217-A. Ainda não tem jurisprudência sobre a aplicação dessa regra. Alguns acham que essa exceção será afastada e todos passarão a responder pelo crime de forma unitária, ou seja, pelo crime de estupro.
	Atenção
	O crime deste artigo é diferente da corrupção de menores do art. 244-A do ECA
	SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE – art. 218-A
	Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzí-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. Pena- reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
	Objeto jurídico
	Dignidade sexual (liberdade sexual)
	Objeto material
	O vulnerável: menor de 14 anos 
	Objetivo
	Dar força ao ECA. Trata-se de crime sem correspondente na lei antiga.
	Tipo Subjetivo
	Dolo do agente, de praticar na presença ou induzir a presenciar conjunção carnal/ato libidinoso para satisfazer lascívia.
	Caracterização
	Para a caracterização do crime em pauta não pode o agente ter qualquer contato físico com o menor, nem tão-pouco obrigá-lo a despir-se ou adotar conduta sexualmente atrativa: senão enquadra no estupro de vulnerável – art. 217-A.
O menor deve estar fisicamente presente ao ato, pois o núcleo é o verbo presenciar. Em razão do avanço tecnológico pode permitir presença virtual o que para essa corrente restará configurado o crime.
Chamar uma criança para assistir filme pornográfico ( aplica-se as regras do ECA. A norma específica (ECA) sobrepõe sobre o código. 
	Classificação
	Crime comum, doloso, formal, de forma livre, de perigo (não precisa demonstrar que o menor se corrompeu).
	FAVORECIMENTO DE PROSTITUIÇÃO/OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE VULNERÁVEL –art.218-B
	Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que por enfermidade ou deficiência mental, não tiver necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. Pena- reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
§1.º - Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se a também a multa. 
§2.º Incorre nas mesmas penas :
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (quatorze) anos, na situação descrita no caput deste artigo;
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo; 
§3.º - Na hipótese do inciso II do §2.º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
	Objeto jurídico
	Dignidade sexual (liberdade sexual)
	Objetivo
	Darforça ao ECA. Mais abrangente e agravado que o antigo 218 – corrupção de menores.
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, homem ou mulher.
	Sujeito passivo
	O vulnerável.
Depreende-se da locução do artigo em comento que o legislador considerou os menores de dezoito e maior de quatorze anos como portadores de vulnerabilidade relativa e o menor de 14 anos de vulnerabilidade absoluta, portanto se praticar ato libidinoso com estes ocorrerá o estupro de vulnerável – art. 217-A. 
	Elementos objetivos
	Trata-se crime de ação múltipla ou de conteúdo variado (contém vários núcleos, vários verbos no caput, qualquer deles caracterizando o crime): 
Submeter significa: subjugar, dominar, sujeitar.
Induzir significa: inspirar, criar uma necessidade, dar idéia.
Atrair significa: seduzir, chamar a tenção de alguém para algo.
Facilitar significa: colocar à disposição, favorecer o acesso.
Impedir significa: colocar obstáculo.
	Elementos normativos
	Prostituição - é o comércio do próprio corpo em caráter habitual. A prostituição deve visar a satisfação sexual de indeterminado número de indivíduos. Se for de pessoa ou grupo determinado, enquadra-se no 218 (se menor de 14 anos) ou 227 (se maior de 14 anos) 
Exploração sexual – é tirar proveito ou enganar alguém para lucrar. Ex o rufião, cafetão, proxeneta. 
	Efeitos administrativos da sentença
	Havendo a prostituição ou qualquer outra forma de exploração sexual juvenil haverá como efeito específico da condenação a cassação da licença de funcionamento, incluindo todos aqueles estabelecimentos que podem promover a aproximação entre o cliente e a pessoa prostituída, menor de dezoito anos, tais como: motel, hotel, boate, danceteria, bar etc. Tal efeito não é automático, necessita determinação judicial, para tanto. Só pode fechar o estabelecimento após a sentença condenatória.
	Aplicação de multa
	A multa, via de regra, é aplicada em todo crime em que também ocorrer auferimento de vantagem pecuniária. Aqui a multa é aplicada ao agente que incentiva a prostituição ou outra forma de exploração sexual e se aproveita economicamente disto.
	Classificação
	Crime comum, doloso e plurissubsistente (admite tentativa), exceto submeter, induzir, atrair e facilitar, por serem crimes condicionados a uma atitude do sujeito passivo (nessas exceções não admite tentativa)
	VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE - art. 215
	Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único, se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também a multa.
	Objeto jurídico
	Dignidade sexual (liberdade sexual)
	Objeto material
	a pessoa violada na sua liberdade sexual.
	Elemento normativo
	Fraude: significa o engano, o ardil (intelectual), o artifício (material) que leva ao engano. É denominado de estelionato sexual (ex: simula um casamento para obter a conjunção carnal; contrata serviço com prostituta para pagar depois e não paga)
	Antes
	Antigo posse sexual mediante fraude
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, homem ou mulher.
	Sujeito passivo
	 Qualquer pessoa, homem ou mulher. Se for menor de 14 anos ( art. 217-A
	Classificação 
	Crime material, doloso e plurissubsistente.
A exemplo do crime de estupro tem-se que, trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo misto alternativo (conjunção carnal e/ou ato libidinoso), exigindo, também a presença do elemento subjetivo do tipo (finalidade).
	Outras figuras
	Quando houver perturbação ou resistência relativa, logo, há alguma condição de haver inteligência sobre o ato sexual, podendo cuidar da figura do artigo 215. 
O erro pode dar-se quanto a identidade do agente; quanto a legitimidade da obtenção da prestação sexual.
Situação: usa de fraude para cometer o ato sexual e, no momento do ato, a vítima descobre e exige que o autor pare e ele não para ( ESTUPRO – art. 213.
Necessidade de haver DOLO e não haver livre manifestação da vontade da vítima.
	ASSÉDIO SEXUAL - art. 216
	Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. -   Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
        Parágrafo único (vetado)
        § 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
	Objeto jurídico
	a liberdade sexual da pessoa e secundariamente a honra, a liberdade e a autodeterminação no trabalho e a não-discriminação.
	Objeto material
	a pessoa violada na sua liberdade sexual
	Elemento objetivo
	“Constranger” como outro sentido, ou seja, com significado de incomodar, importunar, embaraçar, tolher a liberdade e etc”.
	Elementos normativos
	Hierarquia pressupõe um superior e um subalterno (órgão público). 
Ascendência: nessa o agente goza de prestígio, influência em relação à vítima (iniciativa privada).
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, homem ou mulher (superior hierárquico ou ascendente profissional) – é necessário ter ascendência; entre colegas do mesmo nível, sem ascendência, não é caracterizado o assédio.
	Sujeito passivo
	Qualquer pessoa, homem ou mulher. Se for menor de 14 anos ( art. 217-A
	Classificação 
	doloso, formal e plurissubsistente (admite tentativa), em algumas modalidades
	Outras figuras
	O aumento da pena (§ 2º) visa proteger a relação de trabalho dos menores entre 16 e 18 anos, ou, ainda o aprendiz que pode ter no mínimo 14 anos, é o que depreende-se do art. 7.º da CF, inciso XXXIII.
Não é necessário qualquer comportamento da vítima, bastando que ocorra o constrangimento, trata-se de crime formal e de forma livre (palavras, gestos, escritos, atos, etc.).
Não configura o crime o simples gracejo, mero galanteio, paquera e etc.
Se houver a prática de ato libidinoso, que é absolutamente desnecessário (não precisa chegar às vias de fato), ocorrerá somente o exaurimento do crime (post factum impunível).
Admite-se o concurso de pessoa, inclusive a autoria mediata.
Não cabe na relação professor-aluno: exige a relação de emprego. Pode ser enquadrado como ESTUPRO, se houver grave ameaça.
Não precisa ser necessariamente no ambiente de trabalho e pode ser antes de ser estabelecida a relação de ascendência (promete a contratação desde que...)
Súmula 145: quando a polícia prepara o flagrante não há crime (quando ilude, forja). Pode o esperado, na infiltração.
	DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS AOS CRIMES DOS ART. 213 A 218 – Capítulos I e II - Art. 225 e 226
	Ação Penal aplicável
	PÚBLICA CONDICIONADA mediante representação – precisa de queixa 
	Exceções
	Se a vítima é menor de 18 anos ou vulnerável
Também permanece com efeito a Súmula 608 do STF: “No crime de estupro praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada”, ou seja, havendo violência, pouco importa se se trata de lesão grave ou leve, o art. 101 prevalece sobre o art. 225 (considerado crime complexo).
	Retroatividade benéfica da nova lei
PROCESSUAL
	Cabe ao juiz da execução aplicar a lei mais benéfica ao condenado, definitivamente (CF art. 5.º XI, art. 2.º do CP § único e art. 66 da LEP. Segundo NUCCI “se o processo estiver em estágio de recurso especial ou extraordinário, não podem os Tribunais Superiores, suprimindo instância, aplicar a lei mais benéfica para fim de rever a pena, unificando as infrações”. O processo deve voltar ao juiz sentenciante para que aplique a nova dosimetria e, depois, retorna ao Tribunal Superior, se ainda houver interesse.
Sendo a ação penal pública condicionada, em razão da nova lei, implica na intimação do ofendido para declarar se tem interesse no prosseguimento da ação que, agora depende de sua vontade. Aplicando-se por analogia e por falta de previsãolegal o art. 91 da Lei n.º 9.099/95.
Caso o ofendido negue dar prosseguimento, como conseqüência ocorrerá a extinção da punibilidade nos moldes do art. 107 do CP. 
Caso a ação penal em andamento já tenha sido promovida mediante queixa, esta poderá prosseguir, pois esta modalidade é mais benéfica ao agente.
 Caso esteja na fase de inquérito policial, sendo de ação penal privada, esta deverá ser processada no mesmo tipo de ação, pois sendo mais benéfica ao agente deverá ser mantida.
	Retroatividade benéfica da nova lei
MATERIAL
	O novo crime de ESTUPRO – art. 213 constitui-se em crime de ação múltipla (misto alternativo) – contém várias condutas que compreendem fases de um mesmo crime. O acusado que, antes, respondia por dois crimes (estupro e atentado violento ao pudor), agora responderá por apenas um. 
Defendem alguns doutrinadores que o art. 9.º da Lei n.º 8.072/90 foi revogado pelo advento da Lei n.º 12.015/09. É entendimento do STJ no julgamento do Resp. 1102005/SC:
 ART. 9º LEI DOS CRIMES HEDIONDOS. VIOLÊNCIA REAL. RETROATIVIDADE DO NOVO ART. 217-A.
PENAL. RECURSO ESPECIAL. ESTUPRO. AUMENTO PREVISTO NO ART. 9º DA LEI Nº 8.072/90. VIOLÊNCIA REAL E GRAVE AMEAÇA. INCIDÊNCIA.SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 12.015/2009.
I - Esta Corte firmou orientação de que a majorante inserta no art. 9º da Lei nº 8.072/90, nos casos de presunção de violência, consistiria em afronta ao princípio ne bis in idem. Entretanto, tratando-se de hipótese de violência real ou grave ameaça perpetrada contra criança, seria aplicável a referida causa de aumento.
(Precedentes). 
II - Com a superveniência da Lei nº 12.015/2009 restou revogada a majorante prevista no art. 9º da Lei dos Crimes Hediondos, não sendo mais admissível a sua aplicação para fatos posteriores à sua edição. Não obstante, remanesce a maior reprovabilidade da conduta, pois a matéria passou a ser regulada no art. 217-A do CP, que trata do estupro de vulnerável, no qual a reprimenda prevista revela-se mais rigorosa do que a do crime de estupro (art. 213 do CP).
III - Tratando-se de fato anterior, cometido contra menor de 14 anos e com emprego de violência ou grave ameaça, deve retroagir o novo comando normativo (art. 217-A) por se mostrar mais benéfico ao acusado, ex vi do art. 2º, parágrafo único, do CP. 
Recurso parcialmente provido. 
(REsp 1102005/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, STJ, julgado em 29/09/2009, DJe 19/10/2009) 
	Aumento de pena
	Art.226. A pena é aumentada:
de ¼ se o crime e cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
 de ½ (metade), se o agente é ascendente, padrasto, ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
Art.. 234-A. Nos crimes previstos neste título a pena é aumentada:
 de ½ se do crime resultar gravidez; e
 de 1/6 até a ½ se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 
2.	Do Lenocínio e do Tráfico de Pessoa Para Fim de Prostituição ou Outra Forma de Exploração Sexual. 
	Mediação para servir a lascívia de outrem (LENOCÍDIO)– art. 227
	Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:         Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
 § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
	LENOCÍDIO
	Significa prestar assistência à libidinagem alheia, ou dela tirar proveito.
	Objeto jurídico
	a moralidade pública sexual e os bons costumes, evitando-se o desenvolvimento da prostituição e de comportamentos vistos como imorais no aspecto sexual.
	Objeto material
	a pessoa violada 
	Sujeito Ativo 
	Qualquer pessoa 
	Sujeito passivo
	Qualquer pessoa
	Elemento subjetivo
	é o dolo exigindo a finalidade de satisfazer a lascívia de outrem.
	Elemento normativo
	Lascívia – é a luxúria, sensualidade, libidinagem. 
Obs. O que tem a sua lascívia satisfeita não é co-autor ou partícipe do crime, pois a finalidade do tipo é “satisfazer a lascívia de outrem” e não a própria. Exceção à teoria monista: aqui quem teve a lascívia satisfeita pode ser enquadrado com outro crime (ex: art. 218).
	Consumação
	com a satisfação da lascívia (luxúria) alheia, independentemente do orgasmo
	Tentativa
	é teoricamente possível. 
	Agravantes
	O rol do §1º é taxativo: dessa forma o padastro não é abrangido, a menos que tenha a guarda judicial (não se utiliza analogia ou interpretação extensiva no Direito Penal)
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: 
Se for reconhecida a qualificadora do §2.º (do art. 227):
Haverá concurso com o artigo 129 caput e seus parágrafos (lesão corporal). 
afasta a incidência das qualificadoras menos grave do §1º.
Sempre que houver lucro, aplica-se pena complementar de multa (§ 3º)
	Outras condições
	Exige pessoas certas (um ou grupo de pessoas determinadas). Se for destinado a pessoas indeterminadas, constitui-se em favorecimento da prostituição – art. 228
Não se exige habitualidade (1 vez já caracteriza) e nem a venalidade (pode ou não lucrar).
Não se exigindo a menoridade, mas quando ocorrer qualificará o crime nos termos do §1.º. 
Se for menor de 14 anos aplica-se o art. 218
	Questão
	Se um pai induz a filha a atender um amigo – art. 227-par. 1º.
Se um pai pede ajuda a um amigo para induzir a filha (como as circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam – art. 30: o amigo é enquadrado no caput e o pai no par. 1º)
	Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexuaL – ART. 228
	Art. 228.  Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:  Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.  
§ 1o  Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:  Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:         Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
	Prostituição
	Prostituição – é o comércio do próprio corpo em caráter habitual. Exige-se, ainda, que seja de um indeterminado número de pessoas.
A prostituição em si não constitui crime. O que o caracteriza é a ação de induzir, atrair, facilitar, impedir o seu abandono. Tipo criminal com raras aplicações (em desuso).
Na tipificação foi incluída “outra forma de exploração sexual” (inexistente na lei anterior)
	Objeto jurídico
	a disciplina da vida sexual, de acordo com os bons costumes, a moralidade pública e a organização da família.
	Objeto material
	a pessoa violada 
	Sujeito Ativo 
	Qualquer pessoa, homem ou mulher. Este crime pode ser praticado por omissão, desde que o agente tenha o dever jurídico de impedir o resultado (ex: pai ou mãe que sabendo da ocorrência praticada por outro não faz nada para impedir). 
	Sujeito passivo
	qualquer pessoa, homem ou mulher, inclusive a própria prostituta (somente se ela, sendo prostituta, alguém impeça ou dificulte que ela abandone) e secundariamentea coletividade .
	Elemento subjetivo
	é o dolo. É necessário a finalidade de satisfazer a lascívia de outrem
	Consumação
	Com a realização de qualquer um dos núcleos do tipo. Na modalidade impedir trata-se de crime permanente (permite a prisão em flagrante).
	Outras condições
	não se exige a habitualidade do núcleo do tipo. A habitualidade exigida é do resultado pretendido pelo agente. Ou seja, induzindo, facilitando ou impedindo uma vez só já se caracteriza o crime
	Agravantes
	Similares às do art. 227, com um ADENDO: aqui estão incluídos o padastro e a madastra, o empregador.
	Efeitos da condenação (crimes cometidos contra filho, tutelado, curatelado)
	Art. 92 - São também efeitos da condenação: ...
...   II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;  ...
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.  
	CASA DE PROSTITUIÇÃO – ART. 229
	 Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:   Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
	Casa de Prostituição
	é o local onde as prostitutas permanecem para o exercício do comércio carnal. É o imóvel onde permanecem prostitutas à espera de seus clientes: incluem-se aqui os falsos hotéis e pensões.
Não se enquadram como casa de prostituição os motéis, casas de massagens, drive-in etc. No entanto se enquadram como ESTABELECIMENTOS.
	Objeto jurídico
	a moralidade pública sexual de acordo com os bons costumes e a organização da família. 
	Elemento objetivo
	a conduta está representada pelo verbo “manter” que significa sustentar, prover, conservar o local destinado à exploração sexual (permanente).
Trata-se de crime habitual. Havendo permanência, reiteração, continuidade no acolhimento de pessoas para fins libidinosos o crime é permanente.
	Sujeito Ativo 
	O tipo penal é abrangente, punindo o dono do local, o gerente, os empregados (podem invocar erro de proibição se não sabiam da atividade), que façam ou não mediação direta para o atendimento.
	Sujeito passivo
	a coletividade
	Elemento subjetivo
	é o dolo exigindo a finalidade libidinosa do local e o fim de satisfazer a lascívia e a luxúria de outrem .
	Consumação
	com a manutenção do lugar destinado a exploração sexual, com habitualidade, sem que para isso exija-se a reiteração de práticas sexuais.
	Tentativa
	Não é possível por ser crime habitual
	RUFIANISMO - ART. 230
	 Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.        
§ 1o  Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:  Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.  
§ 2o  Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:  Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência. 
	Rufianismo
	O rufianismo constitui uma espécie de sócio da meretriz, pois tem participação em seus lucros (diferente do cafetão, que oferece a estrutura; inclui o gigolô, que é o que se sustenta com a atividade). Exige-se que o proveito seja econômico.
	Objeto jurídico
	a disciplina da vida sexual das pessoas, impedindo a exploração da prostituição.
	Elemento objetivo
	Tirar proveito. Exige-se que o rufião tenha como estilo de vida explorar a prostituição alheia. (para diferenciar do cafetão que tem outro meio de vida). Grecco não concorda com essa condição.
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, portanto crime comum.
	Sujeito passivo
	quem exerce a prostituição e secundariamente a sociedade.
	Elemento subjetivo
	É o dolo de tirar proveito, aproveitando-se da prostituição alheia
	Classificação
	Crime doloso, plurissubsistente, permanente e habitual
	Tentativa
	Não é possível por ser crime habitual
	Consumação
	. com a habitualidade.
	Sursis processual
	Art. 89 da Lei 9.099 – sursis processual: em crimes com pena mínima de 1 ano o acusado pode se beneficiar da suspensão condicional do processo (sursis processual):
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
	TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOA PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL - ART. 231
	 Art. 231.  Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la no estrangeiro.  Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.  
§ 1º Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la.  
§ 2º A pena é aumentada da metade se:  
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;  
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; 
III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou 
IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude.  
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
	Tráfico
	Trata-se de crime internacional: adota-se o princípio da extraterritorialidade penal.
	Objeto jurídico
	Tutela a moralidade pública sexual e os bons costumes e a liberdade sexual
	Elementos objetivos
	“promover” que significa dar causa, executar, organizar, realizar, tornar possível, fazer acontecer;
“Facilitar” que significa tornar fácil, favorecer, afastar dificuldades e empecilho. 
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, portanto crime comum.
	Sujeito passivo
	Sujeito passivo – homem ou mulher. Caso a vítima tiver menos de 14 anos e houver qualquer ato libidinoso ou conjunção carnal com eventuais clientes, o traficante responderá pelo lenocínio qualificado em concurso material com o estupro de vulnerável.
	Elemento subjetivo
	Dolo, exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo (prostituição ou qualquer outra forma de exploração sexual). Exige que entre no conhecimento da pessoa.
	Classificação
	Duas correntes:
Crime condicionado (crime material) é necessário que a vítima realmente se prostitua, ou seja explorada sexualmente (doutrina majoritária – CP - art. 31). 
Consumação (crime formal) – com a entrada ou a saída da pessoa do território nacional para o exercício da prostituição, sendo desnecessário que a pessoa exerça de fato a prostituição. O exercício constitui mero exaurimento do crime.
	TRÁFICO INTERNO DE PESSOA PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL  - ART. 231-a
	 Art. 231-A.  Promover ou facilitar o deslocamento de alguém dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual:  Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
§ 1o  Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar apessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la.  
§ 2o  A pena é aumentada da metade se:  
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos;  
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; 
 III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou 
IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude.  
§ 3o  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
	Tráfico
	Este trata do tráfico dentro do território nacional
	Objeto jurídico
	Tutela a moralidade pública sexual e os bons costumes e a liberdade sexual
	Elementos objetivos
	“promover” que significa dar causa, executar, organizar, realizar, tornar possível, fazer acontecer;
“Facilitar” que significa tornar fácil, favorecer, afastar dificuldades e empecilho. 
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, portanto crime comum.
	Sujeito passivo
	Qualquer pessoa, e a coletividade secundariamente
	Demais
	Aplicam-se as mesmas condições do crime do art. 231, inclusive a discussão sobre ser formal ou material
3.	DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
	ATO OBSCENO - ART. 233
	 Art. 233 – “Praticar ato obsceno em lugar público ou aberto ou exposto ao público”. 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (ano), e multa.
	Objeto jurídico
	– é o pudor público, que faz com que um ato sexual normal, e até mesmo um ato fisiológico normal se torne ofensivo.
	Elemento objetivo
	Ato obsceno é o ato revestido de sexualidade e que fere o sentimento médio do pudor. A doutrina entende que deve haver gestos. Não se exige a finalidade para atender a lascívia.
Lugar público” – acessível a todas as pessoas têm acesso; acessível a indeterminado número de pessoas; (a publicidade se refere ao lugar público e não a presença de pessoas) – ruas, praças;
Lugar aberto ao público- onde qualquer pessoa pode entrar (pagando ou não) – teatro, cinema. 
Exposto ao público – é o local privado devassável, visível para quem se encontra num lugar público ou aberto ao público. 
	Sujeito Ativo 
	Qualquer pessoa, homem ou mulher
	Sujeito passivo
	é a coletividade (crime vago) e secundariamente a pessoa que presenciar o ato. 
	Elemento subjetivo
	é o dolo. Não exige a finalidade erótica, pois pode ser cometido por vingança, brincadeira ou aposta. Entretanto se não houve dolo, não é enquadrado nesse crime (pode, no máximo, ser enquadrado como contravenção ou injúria).
	Classificação
	Crime formal: não precisa produzir o resultado (ninguém precisa se sentir ofendido).
Crime de perigo – tem a potencialidade de ofender ao pudor público.
Abstrato: não precisa de prova.
	ESCRITO OU OBJETO OBSCENO - ART. 234
	 Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
	Objeto jurídico
	o pudor público, a moralidade pública sexual. 
	Elemento objetivo
	Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda 
Trata-se de crime misto alternativo (crime de ação múltipla) – mais de um núcleo no tipo penal: se cometido mais de uma conduta não há concurso, nem crime continuado
	Sujeito Ativo 
	Qualquer pessoa, homem ou mulher
	Sujeito passivo
	é a coletividade (crime vago) e secundariamente a pessoa que presenciar o ato. 
	Elemento subjetivo
	Crime doloso, exigindo a finalidade do tipo e não exigindo a efetividade da destinação. A concretização da finalidade é punida pelo inciso I do art. 234.
	Outras condições
	Admite erro de tipo (não sabia que era um lugar pública) ou de proibição.
erro de tipo: o sujeito não sabe o que faz;  erro de proibição: o sujeito sabe o que faz, mas entende lícito quando, na verdade, é ilícito.  
Das três figuras assemelhadas, apenas uma é passível de punição, a do inciso II (???) 
	DISPOSIÇÕES GERAIS DOS CRIMES DO TÍTULO II – CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
	Aumento de pena
	de metade, se do crime resultar gravidez;
 de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.
	Segredo de Justiça
	”Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça” - Art. 234-B. Com fundamento neste artigo torna-se obrigatório o segredo de justiça, ficando, os autos, com acesso restrito ao Juiz, ao órgão do Ministério Público, ao réu e ao seu advogado
CF art. 93 inciso IX e artigo 201, § 6.º do CPP. 
A publicidade dos atos processuais, prevista na CF, é uma garantia importante para o cidadão, na medida em que permite o controle dos atos judiciais por qualquer indivíduo integrante da sociedade. Entretanto, existem situações em que o sigilo interessa ao próprio cidadão, para resguardar-lhe aspectos muito importantes, nos quais a publicidade poderia ferir sua intimidade. O segredo de Justiça é decretado justamente nessas situações, em que o interesse de possibilitar informações a todos cede diante de um interesse público maior ou privado, em circunstâncias excepcionais. No fundo, o legislador resguarda a intimidade do indivíduo e também a integridade da família. Não faz sentido, por exemplo, levar ao conhecimento público toda a intimidade de um casal que enfrenta uma separação litigiosa e/ou disputa a guarda dos filhos. Esse tipo de demanda tem, geralmente, interesse somente para as partes do processo. Ainda que assim não seja, eventual interesse de terceiros fica suplantado pela necessidade de preservar a intimidade dos envolvidos. 
4.		CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
4.1.	CRIMES CONTRA O CASAMENTO
	BIGAMIA - ART. 235
	 Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
	Objeto jurídico
	É o interesse do Estado em proteger a organização jurídica matrimonial – a sociedade conjugal, tutelando o casamento monogâmico, evitando reflexos na ordem jurídica que regulamenta os direitos e obrigações entre os cônjuges (O Estado não está preocupado com a questão psicológica ou sentimental). 
No crimes que tem o Estado como vítima, como é o caso, as penas tendem a ser mais altas.
	Pressupostos para o crime
	Pressuposto para o crime – A existência formal de casamento anterior. 
O casamento religioso não é pressuposto para o crime, salvo se for realizado na forma da CF-art. 226-§ 2º (com efeito civil).
A separação judicial, litigiosa ou consensual, não isenta do crime (só o divórcio).
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa: casada, viúva, solteira, divorciada.
	Sujeito passivo
	É o Estado e eventualmente a pessoa enganada. Para alguns doutrinadores o Estado é sujeito passivo mediato.
	Elemento subjetivo
	é o dolo (dolo direto ou eventual). O tipo comporta erro de tipo e de proibição
	Consumação
	ocorre no instante da celebração do novo casamento que aperfeiçoa-se com o “sim” dos dois nubentes (CC – art. 1514)Tentativa
	embora de difícil visualização, é admitida com o começo da realização de algum ato de celebração
	Outras condições
	É crime de concurso necessário, pressupondo a participação de pelo menos duas pessoas. 
No caso do §1.º o crime é de concurso eventual. 
Art. §2º: A anulabilidade é tratada nos arts. 1548 a 1564 do CCB. Se alegada questão prejudicial sobre anulabilidade, somente o juízo cível poderá resolvê-la, ficando o curso da ação penal em suspenso até que a controvérsia seja dirimida por sentença passada em julgado no cível.
Como o crime de bigamia permanece, usualmente desconhecido por muito tempo, foi determinando que o lapso prescricional somente passa a ocorrer da data em que o fato se torna conhecido da autoridade pública (CP - art. 111-IV).
Solteiro pode responder por BIGAMIA? – sim, se induzir uma pessoa a uma pessoa casar com outra casada. CP–art.20-§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
	Prescrição
	Começa a correr da data em que se conhecer da consumação do crime (Qualquer autoridade pública). Art. 111, IV. nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se 
tornou conhecido.
	Punição do parceiro
	Quando o parceiro sabe da bigamia imprópria.
Obs: Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I – pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;
II – por infringência de impedimento.
Art. 1.521. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
	INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO - ART. 236
	Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
	Objeto jurídico
	Tutela a regular constituição familiar através do matrimônio.
	Elementos objetivos
	“Induzindo” é a forma comissiva do delito (CC art. 1557).
 “Ocultando” impedimento que não seja casamento anterior, e sim aqueles que estão presentes no CC art. 1521.
CC - Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
CC - Art. 1.521. Não podem casar: (IMPEDIMENTOS)
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, homem ou mulher, desde que solteira, admitindo o concurso eventual de pessoas (outras pessoas podem induzir ou ajudar no crime).
	Sujeito passivo
	a pessoa que contrair matrimônio desconhecendo a existência de impedimento legal e o Estado, secundariamente. 
	Elemento subjetivo
	é o dolo, NÃO exigindo o elemento subjetivo do tipo (independe de finalidade)
	Consumação
	com a celebração do casamento.
	Tentativa
	é juridicamente impossível em decorrência da condição de procedibilidade.
	Ação Penal
	depende de queixa do contraente enganado – só pode ser intentada após trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 
É o único crime de ação penal privada personalíssima (quer dizer, só o contraente pode intentar a ação; se morrer, nenhum descendente ou ascendente pode intentá-la).
Prescrição: corre a partir do trânsito em julgado da ação que anular o casamento: 6 meses.
	CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO - ART. 237
	Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
   Pena - detenção, de três meses a um ano.
	Objeto jurídico
	a regularidade formal do matrimônio
	Subsidiariedade 
	É um tipo subsidiário em relação ao artigo 236 (se um dos contraentes sabe e esconde do outro, aplica-se o 236)
	Elementos objetivos
	
	Sujeito Ativo 
	homem ou mulher, desde que solteiro
Se ambos, os cônjuges, têm conhecimento e comungam do mesmo sentimento há co-autoria. Haverá autoria colateral se ambos ignoram que o outro conhece a existência de impedimento,
	Sujeito passivo
	É o Estado e como sujeito passivo mediato o cônjuge que contrair núpcias desconhecendo o impedimento.
	Elemento subjetivo
	é o dolo. É afastada a possibilidade do dolo eventual.
	Consumação
	com a efetivação do casamento 
	Tentativa
	teoricamente possível
	Ação Penal
	A ação penal é pública incondicionada em virtude da admissibilidade da co-autoria entre os cônjuges e porque o impedimento torna o casamento nulo e não anulável, pois a nulidade é absoluta.
	Outras 
	Trata-se de uma norma penal em branco (seu preceito não é completo – depende de outras normas: no caso, da norma do Código Civil que define impedimentos para casamento). Não só este como outros artigos deste Titulo contém normas penais em branco.
http://estudosdedireitopenalpartegeral.blogspot.com/2009/06/normas-penais-em-branco.html
	SIMULAÇÃO DE AUTORIDADE PARA CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO - ART. 238
	Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:
        Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.
	Objeto jurídico
	a regular formação da família
	Subsidiariedade 
	Crime de subsidiariedade expressa (“se o fato não constitui crime mais grave”): só é aplicado se a simulação não contribuir para outro crime mais grave, ou seja se for praticado sem outra finalidade. Havendo outra finalidade, isto é usando da falsa autoridade para obter outras vantagens, enquadra-se no crime mais grave praticado. Ex: se usou a simulação para obter favorecimento sexual: aplica-se o crime de abuso sexual mediante fraude – art. 215. 
	Elemento objetivo
	A conduta está representada pelo verbo “atribuir-se” que significa imputar-se , arrogar-se, considerar-se falsamente um Juiz de Paz (CF art. 98 II).
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa.
	Sujeito passivo
	são os cônjuges que agem de boa-fé e o Estado ou vice-versa
	Elemento subjetivo
	Crime doloso – exige o dolo.
	Consumação
	Ocorre quando o agente pratica ato próprio da autoridade de que se atribuiu falsamente.
Para Cezar Roberto Bittencourt nesta modalidade de crime “autoridade competente”, os atos preparatórios são puníveis autonomamente (ou seja, se fraudar um documento seria punido por dois crimes). Diferentemente do que prevê a regra geral que não pune as fases de cogitação e preparação.
	Tentativaem tese é admissível, mas ante a categoria de preparação punível, a tentativa é inadmissível
	Ação Penal
	ação penal é pública incondicionada.
	Outras 
	O casamento realizado perante autoridade incompetente é anulável (CC - art. 1550). A nulidade poderá ser sanada em dois anos quando não alegada, o que não impede a configuração do delito.
	SIMULAÇÃO DE CASAMENTO - ART. 239
	Art. 239 – “Simular casamento mediante engano de outra pessoa”.
Pena - detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
	Objeto jurídico
	a regular formação da família
	Subsidiariedade 
	Crime de subsidiariedade expressa da mesma forma que o 238
	Elemento normativo
	É necessária a utilização de meio enganoso. A outra pessoa refere-se a do outro contraente que em razão do engano imagina estar casando seriamente.
Elemento normativo “engano” (fraude, ardil ou armadilha): quando ausente descaracteriza o crime. Casamento-fantasia.
Se os dois contraentes simulam o casamento, não configura este crime, pois não está presente o “engano” de outra pessoa.
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa, inclusive o magistrado e o oficial do registro civil. 
	Sujeito passivo
	É o Estado e o cônjuge enganado e, ainda, os pais, o tutor, o curador que deu o consentimento.
	Elemento subjetivo
	é o dolo, não se exige uma finalidade
	Consumação
	consuma-se com a efetiva simulação, mesmo que o casamento não se realize
	Tentativa
	é possível, apenas de difícil visualização
	Classificação
	comum, doloso, plurissubsistente.
	Outras 
	O casamento realizado perante autoridade incompetente é anulável (CC - art. 1550). A nulidade poderá ser sanada em dois anos quando não alegada, o que não impede a configuração do delito.
4.1.	CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
	REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE- - ART. 241
	Art. 241 “Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente”.
Pena: reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
	Objeto jurídico
	A segurança do estado de filiação e a fé pública dos documentos oficiais
	Configuração
	Configura essa infração penal registrar filho de mulher que não pariu, ou filho nascido morto como se vivo fosse
	Sujeito Ativo 
	qualquer pessoa alcançando, também, o médico que fornece o atestado do nascimento inexistente e as testemunhas de seu registro no ofício próprio.
	Sujeito passivo
	É o Estado e as pessoas que foram prejudicadas, de alguma forma, pelo registro inexistente.
	Elemento subjetivo
	é o dolo, não se exigindo a presença do dolo específico
	Consumação
	com a efetiva inscrição do nascimento inexistente no registro civil. Trata-se de crime especial em relação ao falso documental
	Tentativa
	É perfeitamente possível, pois trata-se de crime material e plurissubsistente
	Prescrição
	passa a correr da data em que o fato se torna conhecido da autoridade pública – CP art. 111-IV
	Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém nascido - - ART. 242
	Art. 242 – “Dar parto alheio como próprio, registrar como seu filho de outrem, ocultar recém nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil”: Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único – “Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: detenção de 1 a 2 anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena”.
	Objeto jurídico
	A segurança do estado de filiação e a fé pública dos documentos oficiais
	Elementos objetivos
	Crime pluriofensivo – com 4 condutas (dar parto alheio, registrar, ocultar ou substituir). 
	Sujeito Ativo 
	Crime comum (qualquer um pode cometer), exceto na modalidade ”dar parto alheio como próprio” em que o sujeito ativo é a mulher, somente (a mulher tem como seu filho que outra deu o parto). 
Se a mulher dá o parto e pede para outra registrá-lo é falsidade ideológica (art. 299).
Registrar como seu filho de outrem é crime próprio do homem
	Sujeito passivo
	o Estado, bem como os herdeiros prejudicados, as pessoas lesadas com o registro e os recém-nascidos.
	Elemento subjetivo
	Crime doloso, exigindo, nas modalidades “ocultar ou substituir recém nascido” a presença do elemento subjetivo do tipo (finalidade) de “suprimir ou alterar direito inerente ao estado civil”. 
Não é o caso da troca involuntária de bebê em maternidade quando não há dolo.
	Consumação
	consuma-se com a realização efetiva de qualquer das condutas descritas no tipo penal, crime material e plurissubsistente.
	Prescrição
	na modalidade de “registrar como próprio o filho de outrem”, a prescrição só passa a correr da data em que o fato se torna conhecido (CP 111-IV)
Nas demais modalidades o prazo prescricional segue a regra geral (CP 111-I)
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:   
 I - do dia em que o crime se consumou;  
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;   
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;   
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.
	SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO - ART. 243
	Art. 243 – Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
	Objeto jurídico
	a tutela da segurança do estado de filiação
	Sujeito Ativo 
	Crime comum
	Sujeito passivo
	é o Estado, bem como o menor que é lesado em seus direitos inerentes ao estado civil.
	Elemento subjetivo
	material doloso , exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo, que é a finalidade de prejudicar direito inerente ao estado civil. É plurissubsistente (vários atos).
	Outras
	O delito aqui tratado distingue-se de outros delitos que podem parecer assemelhados, como é o caso do crime de abandono de incapaz (art. 133) ou exposição ou abandono de recém-nascido (art. 134), onde uma das principais distinções consiste na conduta criminosa em abandonar a pessoa deixando-a desprovida no mínimo necessário, com exposição direta ou indireta à riscos de vida (que não é o caso do art. 243).
 
�
QUESTÕES CONCEITUAIS IMPORTANTES
	ELEMENTOS DO TIPO PENAL
	OBJETIVOS
	É o verbo transitivo, núcleo do tipo, eventualmente acompanhado de referências ao sujeitos ativo e passivo, ao objeto, ao lugar, ao tempo ou à ocasião e aos meios empregados. Não exige interpretação, pois demonstra diretamente a ação.
	SUBJETIVOS
	concernentes ao estado anímico do agente, como o fim desejado e a intenção. Ex: no art. 131 ("com o fim de"), no art. 161, § 1o, I ("em proveito próprio ou de outrem"), no art. 234 ("para fim de comércio") etc.
	NORMATIVOS
	pressupostos que podem ser determinados tão-só mediante juízo de valor da situação de fato (grave ameaça, violência, atos libidinosos, conjunção carnal). Exige interpretação.
Podem ser referir a termos jurídicos (documento, certidão, atestado, função pública etc) ou extrajurídicos (mulher honesta, dignidade, moléstia etc) e outra sob a forma de franca referência ao injusto (indevidamente, sem justa causa, sem as formalidades legais etc)..
	REGRAS DO TIPO PENAL
	Tipo Básico ou Fundamental
	CAPUT, onde estão as ELEMENTARES 
	Tipo Derivado
	PARÁGRAFOS, INCISOS, ALÍNEAS – onde estão as CIRCUNSTÂNCIAS (agravam ou atenuam o crime)
Concurso necessário: exige vários sujeitos para que seja praticado
Concurso eventual: pode ser cometido por uma pessoa ou pelo concurso de vários sujeitos.
Artigo sobre crimes sexuais – art. 227 a 234-B - http://jus.uol.com.br/revista/texto/13442/crimes-sexuais
Sobre irretroatividade da lei processual penal - http://jus.uol.com.br/revista/texto/11937/analise-da-retroatividade-versus-a-irretroatividade-da-norma-que-revogou-o-protesto-por-novo-juriação penal no atual crime de estupro: http://jusvi.com/artigos/41870
FIM DA 1ª. PARTE
�
2ª. parte – 2ª. prova
	Título
	Capítulo
	Tipo Penal
	TÍTULO IX - DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
	
	286 - Incitação ao crime
287- Apologia de crime ou criminoso
288 - Quadrilha ou bando
	TÍTULO X - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
	CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
	289 - Moeda Falsa
290 - Crimes assimilados ao de moeda falsa
291 - Petrechos para falsificação de moeda
292 - Emissão de título ao portador sem permissão legal
	
	CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
	293 - Falsificação de papéis públicos
294/295- Petrechos de falsificação
	
	CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
	296 - Falsificação do selo ou sinal público
297 - Falsificação do selo ou sinal público
298 - Falsificação de documento particular
299 - Falsidade ideológica
300 - Falso reconhecimento de firma ou letra
301 - Certidão ou atestado ideologicamente falso
301-§ 1º e 2º. - Falsidade material de atestado ou certidão
302 - Falsidade de atestado médico
303 - Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
304 - Uso de documento falso
305 - Supressão de documento
	
	CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
	306 - Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
307/308 - Falsa identidade
309/310- Fraude de lei sobre estrangeiro
311- Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
	TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
	312 – Peculato
313 - Peculato mediante erro de outrem
313-A - Inserção de dados falsos em sistema de informações
313-B - Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
314 - Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
315 - Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
316 – Concussão
316 § 1º - - Excesso de exação
317 - Corrupção passiva
318 - Facilitação de contrabando ou descaminho
319 – Prevaricação
320 - Condescendência criminosa
321 - Advocacia administrativa
322 - Violência arbitrária
323 - Abandono de função
324 - Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
325 - Violação de sigilo funcional
326 - Violação do sigilo de proposta de concorrência
	
	CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
	328 - Usurpação de função pública
329 – Resistência
330 – Desobediência
331 – Desacato
332 - Tráfico de Influência
333 - Corrupção ativa
334 - Contrabando ou descaminho
335 - Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
336 - Inutilização de edital ou de sinal
337 - Subtração ou inutilização de livro ou documento
337-A - Sonegação de contribuição previdenciária
	
	CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
	338 - Reingresso de estrangeiro expulso
339 - Denunciação caluniosa
340 - Comunicação falsa de crime ou de contravenção
341 - Auto-acusação falsa
342 - Falso testemunho ou falsa perícia
344/343 - Coação no curso do processo
344 - Coação no curso do processo
345/346 - Exercício arbitrário das próprias razões
347 - Fraude processual
348 - Favorecimento pessoal
349 - Favorecimento real
350 - Exercício arbitrário ou abuso de poder
351 - Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
352 - Evasão mediante violência contra a pessoa
353 - Arrebatamento de preso
354 - Motim de presos
355 - Patrocínio infiel/ Patrocínio simultâneo ou tergiversação
356 - Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
357 - Exploração de prestígio
358 - Violência ou fraude em arrematação judicial
359 - Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito
�
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA - Título IX do CP
	INCITAÇÃO AO CRIME - ART. 286
	Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime (INCLUSIVE SE FOR PARA PRÁTICA DO USO DE DROGAS). Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. – É CRIME FORMAL – MESMO QUE NÃO VENHA A OCORRER A AÇÃO. – É considerado como crime vago, sendo a coletividade que fica em risco – sujeito passivo deste crime. – FATO FUTURO
	Objeto jurídico
	É a paz pública, pois a ameaça não é apenas individual mas coletiva
	Sujeito Ativo 
	Qualquer pessoa: crime comum
	Sujeito passivo
	A coletividade, portanto é considerado crime vago.
	Elemento subjetivo
	é o dolo,, sendo irrelevante os motivos que determinam a conduta do agente.
	Consumação
	com a simples incitação pública
	Tentativa
	tratando-se de crime formal, é admissível na forma escrita; se for oral é inadmissível.
	Caracterização
	Trata-se de crime de perigo abstrato.
Trata-se de crime de ação livre, podendo ser praticado por qualquer meio: palavras, gestos ou escritos.
A incitação deve ser pública, perante número indeterminado de pessoas.
A incitação deve ser de crime determinado, não sendo admissível a incitação genérica de crime. Não se aplica a contravenção (ex: incitar ao jogo do bicho = contravenção)
	Questões especiais
	Se a incitação for:
prática de suicídio – art. 122 do CP;
prática de lascívia alheia ou prática da prostituição – art. 227 e 228 do CP;
por meio de comunicação: rádio, TV, jornais, etc.–art. 19 da Lei 5.250/67–Lei de Imprensa.
Incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional – art. 20 da Lei n.º 7.716/89.
	Outras
	Crime de perigo abstrato
Incitar (a crime futuro) é diferente de Apologia ao Crime - art. 287 (crime já ocorrido)
Aqui não aplica a regra de impunibilidade do art. 31
A incitação tem que ser pública a um número indeterminado de pessoas. Não se aplica a ambiente doméstico
Se tem norma específica não se reporta a essa regra (ex: Lei de Drogas
	APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO - ART. 287
	Art. 287 – “Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime” Detenção, de 3 meses a 6 meses, ou multa. – FATO PASSADO.
	Objeto jurídico
	a paz pública. Atinge-se com a conduta o sentimento de segurança e garantia da coletividade
	Elementos normativos
	Apologia (louvar, elogiar, enaltecer, exaltar, gabar, aprovar e defender). 
Fato criminoso – é o fato previsto no Código Penal e na legislação penal especial (extravagante). 
	Sujeito Ativo 
	Qualquer pessoa: crime comum
	Sujeito passivo
	A coletividade, portanto é considerado crime vago.
	Elemento subjetivo
	é o dolo (DE ATINGIR A PAZ PÚBLICA), sendo irrelevante os motivos que determinam a conduta do agente.
	Consumação
	com a percepção, por indeterminado número de pessoas, da apologia. Crime formal.
	Tentativa
	tratando-se de crime formal, é admissível na forma escrita; se for oral é inadmissível.
	Caracterização
	Trata-se de crime de perigo abstrato.
Trata-se de crime de ação livre, podendo ser praticado por qualquer meio: palavras, gestos ou escritos.
DIFERENÇA ENTRE 286 E 287 (286 – incitar FATO FUTURO); 287 – apologia FATO PASSADO)
NÃO EXISTE INCITAÇÃO OU APOLOGIA A CRIME DOLOSO, SÓ A CRIME DOLOSO
	não É MAIS FORMAÇÃO DE QUADRILHA OU BANDO E SIM DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA - ART. 288 – IMPORTANTE***
	Art. 288 - Associarem-se no mínimo três ou mais pessoas, em associação criminosa, não sendo mais quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: CRIME FORMAL – QUE SE ASSOCIA COM A MERA ASSOCIAÇÃO NESSA FINALIDADE. – serve para majorar a pena do roubo. – Decisão do STJ.
        Pena - reclusão, de um a três anos.
        Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.
	Objeto jurídico
	É a paz pública
	Elemento normativo
	Quadrilha ou bando é a associação, estável, com o fim de cometer reiteradamente crimes (não é para praticar crime eventualmente). Difere de organização criminosa (quando organizada,com estrutura e meios). Se diversas pessoas se reúnem para cometer crime eventual ( concurso de pessoas
Pratica de múltiplos crimes (de uma mesma espécie ou variados), mas sempre dolosos. A pessoa pode aderir a qualquer momento (não importa o momento da adesão).
Quadrilha (urbana), bando (interior).
Obs: Completou 12-18 já é adolescente e até os 12 incompleto é criança.
	Sujeito ativo
	Qualquer um - crime comum
	Sujeito passivo
	é a coletividade (crime vago = quando sujeito passivo não tem personalidade jurídica; trata-se do coletivo)
	Elemento subjetivo
	Elemento subjetivo – é o dolo exigindo-se para tanto o elemento subjetivo do tipo (dolo específico), que é praticar CRIMES (não se aplica a contravenções nem atos administrativos)”. Se for para cometer só UM CRIME é CONCURSO EVENTUAL.
	Consumação
	Consuma-se com a simples associação de quatro ou mais pessoas para a prática de crimes e não pelos resultados ou pela simultânea co-participação dos elementos coligados. Se for praticado crime (por ex: assalto a mão armada): respondem pelo concurso material os que participaram do crime e pela formação de quadrilha os que não participaram do crime mas faziam parte da quadrilha.
	Tentativa
	Inadimissivel
	Outras condições
	Não importando que um dos associados seja inimputável, ou que não seja identificado. 
Trata de crime permanente e crime de concurso necessário (crime plurissubjetivo). 
Trata-se de crime autônomo, tem existência própria. É uma preparação para cometer crimes (é uma preparação punível – exceção à regra geral)
Haverá concurso material entre o crime de quadrilha e as demais infrações efetivamente praticadas.
Art. 15 do CP. Formada a quadrilha e na hora da prática do crime desiste: responde somente pelo crime de formação de quadrilha. A formação é uma preparação punível.
 “A formação de quadrilha independe de o crime de furto ser praticado em concurso de agentes ou não, havendo concurso material, portanto.” – Decisão do STF – não configura o bis in idem ( razão: porque os crimes visam proteger bens jurídico distintos (no furto: o patrimônio e na formação de quadrilha: a paz pública)
	Agravamentos de pena
	Situações em que ocorre concurso material e agravamento da pena
Quadrilha ou bando armado e furto ou roubo majorado pelo emprego de arma (art. 157 - § 2º.) – concurso material (basta 1 única arma). O participante da quadrilha somente será enquadrado em concurso material de outro crime se tiver participado efetivamente do mesmo. Ex: quadrilha de 6 pessoas comete assalto a Banco, do qual somente 4 participam: 
Quadrilha ou bando e extorsão mediante seqüestro qualificado pela circunstância de o crime ter sido cometido por quadrilha ou bando (art. 159 –§ 1º.)– concurso material.
Não existe requisito temporal. Não importa o momento em que foi formada ou o tempo de formação. Não tem requisito de parentesco: podem ser estranhos ou conhecidos ou parentes.
Quem estiver no comando da quadrilha tem a pena agravada em função do art. 62:
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes
“Quando houver denúncia, a respeito do crime de quadrilha ou bando persistir a associação criminosa passa a constituir novo crime. 
Parágrafo único – “A pena aplica-se em dobro se a quadrilha ou bando é armado” Não precisa que todos tenham arma: 1 armado já caracteriza a quadrilha armada..
O art. 8º da Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos) dispõe que será de 3(três) a 6(seis) de reclusão a pena - prevista no art. 288 do CP, quando se tratar de associação visando a prática de crime hediondo. 
Se a quadrilha visa a prática de crimes comuns, aplica-se o art. 288 (quadrilha ou bando genérico).
Se a quadrilha visa cometer crimes hediondos, tortura ou terrorismo, aplica-se o art. 288 com a pena de reclusão de 3 a 6 anos 
Se a quadrilha visa cometer crimes de tráfico de entorpecentes (art. 33 da Lei 11.343/2006) aplica-se o art. 35 da mencionada Lei (associação criminosa com a pena 3 a 10 anos de reclusão)
	Delação premiada
	Art. 8º, § único da Lei 8.072/90. Este artigo prevê a redução da pena de 1/3 a 2/3 ao associado que denunciar o bando ou quadrilha à autoridade, possibilitando o seu desmantelamento: 
Entende-se por autoridade o juiz, promotor de justiça, delegado, policial militar e etc.
É necessário para a concessão da redução que a quadrilha ou bando seja desmantelada, existindo nexo causal entre isto e a delação – a chamada DELAÇÃO EFICAZ.
só reduz a pena no crime de formação de quadrilha, não se aplicando aos outros porventura praticados (outro tipo de situação em que a delação reduz a pena do crime – objetivo: libertar a vítima: art. 159 - § 4º)
�
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA – Generalidades - Título X do CP
Conceito – Fé pública é a crença na veracidade dos documentos, símbolos e sinais que são empregados pelo homem no convívio social. Visa garantir a segurança jurídica das relações. A FÉ PÚBLICA:
do ponto de vista da objetividade indica autenticidade documental;
do ponto de vista da subjetividade, aponta a confiança a priori que os cidadãos depositam na legitimidade de documentos, símbolos e sinais.
A violação da fé pública constitui CRIME DE FALSO.
Súmula 17 do STJ: 
STJ Súmula nº 17 - 20/11/1990 - DJ 28.11.1990 - Estelionato - Potencialidade Lesiva
Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Falsificar é inovar com fraude. É contrafazer, reproduzir, imitando. A falsificação pode ser total, ou parcial.
Alterar é modificar por qualquer forma: rasurar, acrescentar, apagar, retirar informações de documento já formado.
Extensão da proteção: o objeto jurídico dos crimes de falso não se encerra na proteção da fé pública. De forma secundária outros interesses são tutelados.
Dano potencial. O prejuízo inerente à falsidade não precisa ser efetivo nem necessariamente patrimonial. Basta a possibilidade de dano. Só haverá dano potencial quando o documento falsificado for capaz de iludir ou enganar um número indeterminado de pessoas. (Ex: nota de 3 reais: é apenas estelionato, pois não existe tal nota)
A falsidade pode ser: 
material ou externa – na falsidade material o vício incide na parte externa do documento (ex: pega o CRLV de outro carro e altera o documento).
ideológica – na ideológica o vício incide sobre as declarações que o objeto jurídico deveria possuir, sobre os conteúdos das idéias (ex: pega um CRLV em branco e preenche com meus dados e do carro e utiliza como verdadeiro ( falsidade ideológica; assinar carteira de trabalho por salário inferior ao verdadeiramente pago). 
Requisitos do crime de falso: 
imitação da verdade pode ocorrer de duas formas:
immitatio veritatis: imitação da verdade ( ex.: criar um documento falso);
immutatio veri: mudança do verdadeiro (ex.: modificar o teor de um documento).
Relevância jurídica : a conduta deve incidir sobre fato juridicamente relevante. É necessário que o fato da falsidade crie, modifique, extinga ou perturbe algum direito.
Os delitos de falso em sua maioria são formais. Não se exige que terceiro venha sofrer efetivamente um prejuízo.
Objeto jurídico genérico – é a fé pública. 
Objeto jurídico secundário – um grande número de bens jurídico e outros objetos materiais, que podem vir a sofrer dano em conseqüência da conduta delituosa.
	DA MOEDA FALSA - ART. 289
	Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
        Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
        § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
        § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação,

Outros materiais