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Economia e Mercado (60h - Comum)_unid_III(2)

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Unidade III
5 INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Nos módulos anteriores nos detivemos nas análises de como são determinados os preços e as 
quantidades dos bens produzidos sob o ponto de vista dos consumidores e das empresas.
Observamos como evoluem os preços e a produção com base nas análises individualizadas de cada 
mercado específico. Era uma análise centrada nas questões microeconômicas.
 Lembrete
Macroeconomia é a parte da economia que estuda o comportamento 
da economia como um todo, por meio de preços e quantidades absolutas.
Fazem parte dela os movimentos globais nos preços, na produção ou 
no emprego.
A macroeconomia preocupa-se com as grandes questões econômicas que determinam o nosso bem-estar, 
o de nossas famílias e o de todos da sociedade.
Também estuda o comportamento global do sistema econômico, não se detendo meramente na 
análise do comportamento individual das unidades econômicas.
Ela procura analisar, ainda, a economia geral, observando a determinação e 
o comportamento de grandes agregados, como renda e produto nacionais, 
nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de 
juros, demanda agregada, oferta agregada, entre outros.64
A macroeconomia faz questões do tipo:
Por que está difícil arrumar um emprego?
Por que os preços estão subindo a todo o momento?
Por que o Copom não reduz a taxa de juros Selic?
Por que o governo apresenta déficit orçamentário?
64 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
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O país está acumulando bens ou está se endividando?
O que é Copom?
O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de 
estabelecer as diretrizes da política monetária. Ele define e analisa o relatório de inflação. O Copom se 
reúne para decidir se altera ou não os juros básicos da economia. No primeiro dia, técnicos do Banco 
Central (BC) expõem o comportamento dos principais indicadores econômicos. No segundo, a diretoria 
fixa a Selic. A Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições 
financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, Selic identifica também a taxa 
de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é 
considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre 
os juros de toda a economia.
 COPOM – Comitê de Política Monetária – Formado pelo presidente do BC e por sua diretoria
Dir. de 
Liquidações
 e 
Desenvolvimento
Dir. de Política
Monetária
Dir. de 
Administração
Dir. de 
Liquidações
 e 
Desenvolvimento
Presidente
Dir. de Política
Econômica 
Dir. de Assuntos
Internacionais Dir. de NormasCopom
Figura 9
Essas questões envolvem conceitos centrais de economia, como desemprego, inflação, taxa de juros 
da economia, déficit orçamentário do governo, balança comercial, entre outros. Todos esses conceitos 
são fundamentais para a compreensão da economia e a determinação das decisões de política econômica 
de um país.
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Portanto, o objetivo primordial da macroeconomia é entender o funcionamento da economia de 
forma a permitir tanto o conhecimento quanto a atuação sobre o nível da atividade econômica de um 
determinado país ou de um conjunto de países.
Para isso, a macroeconomia centra-se no estudo de uma série de variáveis básicas, o que lhe permite 
estabelecer objetivos concretos e construir a política econômica de um país.
 Saiba mais
A leitura a seguir ajudará a compreender melhor os assuntos abordados 
na unidade:
FROYEN, R. T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 1999.
5.1 Estrutura básica da macroeconomia
Para a macroeconomia, existem quatro mercados fundamentais a serem analisados: o mercado de 
bens e serviços, o mercado de trabalho, o mercado monetário e de títulos e o mercado cambial.
No mercado de bens e serviços, efetua-se a agregação de todos os 
bens produzidos pela economia durante certo período de tempo e se 
define o chamado produto nacional, o qual representa exatamente essa 
agregação.65
O nível geral de preços representa justamente a média de todos os preços 
dos bens produzidos por essa economia.66
Nesse mercado, portanto, é determinado o nível de produção agregada e o nível geral de preços. Essa 
determinação está condicionada pelo comportamento da demanda e da oferta agregadas de bens e serviços.
A demanda agregada representa a demanda de quatro grandes agentes econômicos: consumidores, 
empresas, governo e setor externo.
A oferta agregada representa a evolução do nível de emprego e da capacidade 
instalada na economia.67
O equilíbrio no mercado de bens e serviços é dado pela igualdade entre 
demanda agregada de bens e serviços e oferta agregada.68
65 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
66 Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/7160071/Manual-de-Economia-Profess-Ores-Da-Usp>.
67 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
68 Disponível em: <http://www.jorgerodriguessimao.com/economia/principios-gerais-de-economia.html?showall=1>.
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No mercado de trabalho, realiza-se a compra e a venda de mão de obra e analisa-se como se 
estabelecem salários e o nível de emprego.
Temos, nesse mercado, a agregação de todos os tipos de trabalho existentes 
na economia.69
A demanda de mão de obra depende do custo efetivo dessa mão de obra para as 
empresas (taxa de salário real) e do nível de produção desejado. A oferta de mão 
de obra depende do custo efetivo da cesta básica de consumo dos trabalhadores 
(salário real) e do crescimento da população economicamente ativa.70
O equilíbrio desse mercado ocorre quando a oferta de mão de obra se iguala à demanda por mão de obra.
Como as transações da economia dependem da utilização de moeda, a macroeconomia se detém na 
análise de um mercado monetário.
No mercado monetário, procura-se avaliar o comportamento da moeda e sua influência na determinação do 
nível geral de preços e nas quantidades produzidas, e também seu papel no desempenho da economia geral.
A interação entre a demanda e a oferta de moeda determina a taxa de juros, e a condição de 
equilíbrio desse mercado é a igualdade entre demanda e oferta de moeda. Nesse mercado, também são 
determinados a taxa de juros e o estoque de moeda.
Junto com o mercado monetário, analisa-se o comportamento do mercado de títulos, quando alguns 
agentes emprestam recursos (agentes que gastam menos do que ganham) a outros agentes deficitários 
(aqueles com níveis de gastos acima do seu nível de renda).
Procura-se definir qual a importância desse fluxo de recursos para a determinação das principais 
variáveis macroeconômicas. Nesse mercado são definidos os preços dos títulos, que também atuam 
sobre a determinação da taxa de juros.
Como a taxa de juros é determinada tanto no mercado monetário como no mercado de títulos, 
geralmente, faz-se a análise desses dois mercados em conjunto, constituindo o mercado financeiro.
O mercado de divisas existe porque existem transações com o resto do 
mundo em moeda estrangeira.71
No mercado cambial, procura-se analisar os fluxos de moeda estrangeira nopaís, o que esses fluxos 
representam como intercâmbio econômico com o resto do mundo e qual o impacto dessa interação nas 
variáveis relevantes da economia.
69 Disponível em: <http://www.jorgerodriguessimao.com/economia/principios-gerais-de-economia.html?showall=1>.
70 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
71 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
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A oferta de divisas depende das exportações e da entrada de capitais 
financeiros e a demanda de moeda estrangeira está condicionada pelo 
volume de importações e pela saída de capital financeiro.72
Nesse mercado é determinada a taxa de câmbio e seu equilíbrio corresponde ao ponto cuja oferta 
de divisas se iguala à demanda por divisas. Quando o Banco Central (BC) fixa antecipadamente a taxa 
de câmbio, temos um regime de taxas de câmbio fixas; quando a determinação da taxa de câmbio se dá 
pela interação entre oferta e demanda de divisas, temos um regime de taxas de câmbio flutuantes.
A chamada “flutuação suja” ocorre quando o Banco Central, num regime de taxas flutuantes, interfere 
no mercado cambial comprando ou vendendo divisas para controlar a flutuação da taxa de câmbio.
A abordagem global feita pela macroeconomia permite não apenas estabelecer relações entre os 
grandes agregados, mas também compreender melhor as interações entre esses diversos mercados.
Não existe conflito entre as análises da microeconomia e macroeconomia; mas uma diferença de enfoque.
Enquanto a microeconomia examina o comportamento das famílias e das empresas, supondo os 
agregados econômicos constantes (coeteris paribus), a macroeconomia examina o comportamento 
desses agregados, ignorando as diferenças entre as famílias e os indivíduos.
Por exemplo, a microeconomia estuda a determinação dos preços numa 
única indústria, considerando constantes os preços das demais indústrias; a 
macroeconomia estuda o nível geral de preços, sem considerar as mudanças 
dos preços relativos dos bens das diferentes indústrias.73
As preocupações primordiais da macroeconomia são com os aspectos de curto prazo; as análises em 
longo prazo são feitas pela teoria do crescimento econômico.
 Lembrete
A macroeconomia, por preocupar-se com grandes questões, baseia-se 
em quatro grandes mercados: o mercado de bens e serviços, o mercado de 
trabalho, o mercado monetário e de títulos e o mercado cambial.
5.1.1 Metas da política macroeconômica
Resumidamente, os principais objetivos da análise macroeconômica 
concentram-se na determinação do comportamento das seguintes variáveis: 
nível geral de preços, nível de produto, taxa de salários, nível de emprego, 
taxa de juros, quantidade de moeda, preço e quantidade de títulos, taxa de 
câmbio e quantidade de divisas.74
72 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
73 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
74 Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/7160071/Manual-de-Economia-Profess-Ores-Da-Usp>.
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Todas essas variáveis são fundamentais para definir a política macroeconômica de um país. Essa 
política é constituída pelo conjunto de medidas governamentais destinadas a influir sobre o desempenho 
da economia geral.
A política macroeconômica possui os seguintes objetivos:
• Elevação do nível de emprego.
• Controle dos processos inflacionários.
• Distribuição de renda mais equitativa.
• Crescimento econômico.
As chamadas políticas de estabilização concentram-se, sobretudo, no emprego e na estabilização 
de preços, preocupações estas de curto prazo. A distribuição de renda envolve tanto aspectos de curto 
prazo, relacionados ao nível de emprego e de salários, quanto os de longo prazo. Já as análises acerca do 
crescimento econômico envolvem questões eminentemente de longo prazo.
5.1.2 A questão do emprego
Com o surgimento do sistema capitalista de produção e consequente 
utilização do trabalho assalariado em larga escala, emerge o mercado 
de trabalho como uma instituição fundamental ao funcionamento da 
economia. De uma forma bastante ampla, ele pode ser entendido como a 
compra e venda de serviços de mão de obra, representando o locus onde 
trabalhadores e empresários confrontam-se e, dentro de um processo de 
negociações coletivas que ocorre algumas vezes com a interferência do 
Estado, determinam conjuntamente os níveis de salário, o nível de emprego, 
as condições de trabalho e os demais aspectos relativos às relações entre 
capital e trabalho.75
Uma das principais preocupações da macroeconomia é entender as oscilações que acontecem no mercado 
de trabalho, procurando detectar as razões que levam a economia a apresentar porcentagens elevadas de 
desemprego em alguns momentos e analisar medidas possivelmente eficazes para combatê-lo.
Até a década de 1930, a maioria dos economistas não tinha uma preocupação com o desemprego, 
porque predominava a visão liberal de que os mercados seriam levados ao equilíbrio com pleno emprego 
de recursos pela simples interação entre oferta e demanda, sem a interferência dos governos.
Segundo esse pensamento, não haveria entraves significativos no mercado de trabalho. Para os 
economistas da época, o desemprego não refletia falta de vagas no mercado de trabalho, existindo tão 
somente o desemprego friccional (resultante do funcionamento normal da economia) ou o desemprego 
sazonal ou cíclico (resultante dos altos e baixos da atividade econômica).
75 Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/13145388/Apostila-de-Economia>.
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O desemprego friccional resulta da mobilidade da mão de obra. Ocorre quando um ou mais indivíduos 
se desempregam de um trabalho para procurar outro. Também poderá ocorrer quando se atravessa um 
período de transição, de um trabalho para outro, na mesma área.
O desemprego sazonal resulta, basicamente, da variação do ritmo da atividade econômica ao longo 
do ano. É uma forma de subemprego comum nas regiões agrícolas, motivado pelo caráter sazonal do 
trabalho em certos setores da agricultura.
No entanto, com a crise econômica provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, 
os níveis de investimento e de produção caíram vertiginosamente, gerando uma queda nos níveis de emprego 
sem precedentes na história, o que acabou por atingir as economias dos países de todo o mundo.
Houve uma explosão nos índices de desemprego tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo, 
o que provocou uma grande queda da atividade econômica. Para se ter uma ideia da profundidade da 
crise, entre 1929 e 1933 o produto nacional dos Estados Unidos caiu 30%, e a taxa de desemprego 
chegou a 25% da força de trabalho em 1933. Essa depressão evidenciou a necessidade de analisar mais 
detidamente as oscilações do mercado de trabalho.
 Lembrete
John Maynard Keynes (1883-1946), economista inglês, rompeu com 
os pilares da teoria clássica ao abordar o tema do desemprego como 
involuntário e não voluntário, como definiam os seus antecessores.
Com a teoria de John Maynard Keynes, analisou-se o desemprego detalhadamente e aprofundou-se 
na análise macroeconômica. Keynes evidenciou que a economia capitalista não tinha a capacidade 
de promover automaticamente o pleno emprego e a sociedade vivia às voltas com inúmeras pessoas 
buscando-o constantemente, sem conseguir. Keynes introduz na análise macroeconômica a preocupaçãocom o papel do Estado na economia, seu grau de intervenção e sua ação como produtor de bens e 
serviços. O Estado teria um papel fundamental na promoção do emprego e no equilíbrio da economia.
Figura 10 – John M. Keynes
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O desemprego tende a refletir desequilíbrios no mercado de trabalho, 
expressando a falta de capacidade do sistema econômico em prover 
ocupação produtiva para todos aqueles que a desejam.76
O desemprego ocorre quando a pessoa não desenvolve uma atividade produtiva, mas está procurando 
uma oportunidade de trabalho. Ele é caracterizado por duas formas básicas: desemprego aberto e 
desemprego oculto.
Nas sociedades em que o desemprego é protegido pelo sistema social, caracterizado por programas 
abrangentes de intermediação de mão de obra, requalificação profissional e seguro-desemprego, 
entende-se que somente aquelas pessoas que efetivamente não realizaram qualquer atividade produtiva 
e mantiveram uma pressão permanente sobre o mercado de trabalho por uma nova ocupação devem ser 
consideradas desempregadas. Essa situação é denominada de “desemprego aberto”.
É preciso cuidado na classificação da condição de desemprego nos países onde o sistema de proteção 
social ao desemprego é inexistente ou limitado. Nessas economias, o desempregado, em geral, deve 
financiar a procura de trabalho, resolver a renda decorrente da perda do emprego anterior e definir, de 
maneira autônoma, uma estratégia para a busca de uma nova ocupação.
Nesse sentido, a procura de trabalho pode associar-se a alguma atividade remunerada realizada 
de maneira irregular e descontínua, impedindo que o desempregado utilize completamente o tempo 
existente para buscar oportunidade de trabalho. Denomina-se essa situação de “desemprego oculto por 
trabalho precário”.
As conjunturas econômicas muito desfavoráveis podem desestimular a procura de trabalho, criando 
uma desocupação mais prolongada, que induz o desempregado a perder suas esperanças de obter, em 
curto prazo, um novo trabalho. Esse é o “desemprego oculto por desalento”.
O nível de desemprego da economia é medido estatisticamente pela taxa de 
desemprego, e ela representa a relação entre o número de desempregados 
(D) e o total da força de trabalho ou população economicamente ativa 
(PEA). Entende-se por PEA o conjunto de elementos empregados (E) e 
desempregados (D), num dado instante do tempo, e captado por um inquérito 
estatístico, a partir da definição de atividade econômica dos indivíduos.77
Assim, a taxa de desemprego total se apresenta como segue:
Td: taxa de desemprego total.
D: população desempregada total.
PEA: força de trabalho total.
76 Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/13145388/Apostila-de-Economia>.
77 Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/13145388/Apostila-de-Economia>.
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A taxa de “desemprego aberto” é definida como a relação entre a população em desemprego aberto 
e a população economicamente ativa. Assim, temos:
Tda: taxa de desemprego aberto.
Da: população em desemprego aberto.
PEA: total da força de trabalho.
A taxa oficial de desemprego não mede toda a recessão, pois deixa de considerar os trabalhadores 
desestimulados, os subempregados e os sem registro em carteira.
5.1.3 A estabilidade de preços
A inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, assim, todos os bens 
produzidos na economia terão seus preços elevados durante um período de tempo. Por definição, a 
inflação é um fenômeno monetário e, à medida que o nível geral de preços se eleva, há uma depreciação 
no valor real da moeda.
A taxa de inflação mede o percentual de aumento no nível médio de preços da economia. Ela 
representa uma média ponderada da elevação dos preços. Assim, os preços de alguns produtos aumentam 
mais do que os de outros; no entanto, a inflação implica sempre alta generalizada de preços, isto é, há 
uma tendência para o aumento geral de preços.
No Brasil, são estimados basicamente dois tipos de índice de preços, os Índices Gerais de Preços, IGPs, 
e os Índices de Preço ao Consumidor, (IPCs).
Índices Gerais de Preços são número-índices que medem a evolução dos preços de todos os bens e 
serviços representativos de uma economia (IGPs).
Índice de Preços ao Consumidor são número-índices que pesquisam os aumentos de preços dos bens 
e serviços consumidos pelas famílias (IPCs).
Há no país duas instituições que calculam índices de preços com abrangência nacional: Fundação 
Getúlio Vargas (FGV) e Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE).
Além delas, há institutos de pesquisa que estimam índices de preços regionais, como a Fundação 
Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), que elabora o IPC referente ao município de São Paulo.
As consequências da inflação são:
• Sobre a distribuição de renda: os trabalhadores saem perdendo, pois seus salários são reajustados 
periodicamente, ao passo que os preços de bens e serviços sobem quase diariamente. Os empresários 
defendem seus ganhos repassando o aumento de seus custos para o consumidor, elevando o 
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preço de seus produtos. Por outro lado, os donos de imóveis têm suas propriedades valorizadas e 
os profissionais liberais podem aumentar seus honorários.
• Sobre a balança comercial: com a inflação, os preços dos bens e serviços produzidos internamente 
tendem a ficar mais elevados do que os dos importados, levando as pessoas a aumentarem o 
consumo das mercadorias importadas, o que contribui para o déficit na balança comercial. A alta 
taxação desses produtos é uma forma de o governo evitar esse desequilíbrio.
• Sobre as expectativas: num processo inflacionário, a incerteza dos empresários em relação aos 
lucros leva-os a uma diminuição nos investimentos, reduzindo a capacidade produtiva do sistema 
econômico.
A macroeconomia preocupa-se em determinar as causas do crescimento da inflação, bem como em 
avaliar quais os custos desse aumento para a sociedade, para propor soluções e avaliar as consequências 
das políticas adotadas no combate ao aumento generalizado de preços. No entanto, é preciso ter em 
mente que um pouco de inflação faz parte dos ajustes de uma sociedade em crescimento.
Uma elevada taxa de inflação implica que os preços estão aumentando rapidamente e acarreta uma 
série de entraves sobre a distribuição de renda, as expectativas da sociedade, o balanço de pagamentos 
e o desempenho da atividade econômica geral.
O processo inflacionário pode ter diversas causas, mas sua questão básica pode ser representada pela 
disputa entre diferentes agentes econômicos pela distribuição de renda.
A inflação representa, assim, um conflito distributivo pela repartição do produto numa economia 
mal-administrada.
Para a teoria econômica existem duas correntes básicas que explicam as 
causas da inflação: uma acredita que a inflação é provocada pelo excesso de 
demanda agregada (inflação de demanda), e a outra acredita que a inflação 
é causada por elevações de custos e redução da oferta agregada (inflação 
de custos).78
A inflação provoca uma distorção nos preços relativos dos produtos, quando os preços de alguns 
produtos ou insumos aumentam mais do que os de outros. As relações de troca entre a agricultura e a 
indústria podem piorar se os preços dos insumos industriais usados na produção agrícola crescem mais 
do que os preços dos produtos agropecuários.
Além disso, a distorção nos preços relativos pode provocardistorções na distribuição de renda, 
prejudicando determinadas camadas sociais.
Se não existirem mecanismos generalizados de indexação de preços e de renda, aqueles segmentos 
que auferem rendimentos fixos, como os trabalhadores assalariados, tendem a perder com a inflação, 
78 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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em benefício dos grupos que possuem rendimentos passíveis de reajuste periódico, como os empresários 
e profissionais liberais.
Assim, a inflação provoca uma redução relativa do poder aquisitivo das 
classes que dependem de rendimentos fixos.79
A classe trabalhadora é, sem dúvida, aquela que mais perde com a elevação das taxas de inflação.
Quando as taxas de inflação superam os aumentos de preços em nível internacional, o produto 
nacional torna-se relativamente mais caro do que os produtos estrangeiros.
Isso favorece as importações (compra de bens de consumo e de produção ou serviços por parte de 
um determinado país e provenientes de outro) e representa um desestímulo às exportações (envio de 
mercadorias comunitárias com destino a um terceiro país). O resultado disso é uma deterioração do 
saldo da balança comercial (diferença entre as exportações e importações).
A deterioração rápida e contínua do valor da moeda, provocada por um processo inflacionário, 
desestimula a aplicação dos recursos no mercado de capitais financeiros e estimula a aplicação desses 
recursos em bens como terras e imóveis, que costumam valorizar-se.
Uma vez diagnosticada a inflação, se ela for inflação de demanda, poderá ser combatida por políticas 
monetárias restritivas, com a redução da oferta de moeda e com cortes no crédito, ou com políticas 
fiscais restritivas, como o corte de gastos do governo e aumento de impostos.
Todas essas medidas fazem com que a demanda agregada se reduza. Se a inflação for de custos, 
poder-se-ão utilizar políticas monetária e fiscal restritivas, mas o impacto delas sobre o processo 
inflacionário será menor do que se a inflação fosse de demanda.
É preciso ter em mente que as causas da inflação diferem entre os países, dependendo do estágio de 
desenvolvimento e da estrutura de mercado.
Mesmo dentro de um país, os fatores inflacionários diferem de período para período, sendo preciso, 
para determinar qual a política econômica mais adequada ao combate do processo inflacionário, analisar 
detidamente todas as variáveis relevantes ao período. A redução do desemprego pode gerar pressões por 
aumento de preços e da utilização dos fatores produtivos, o que poderá ocasionar um conflito entre as 
metas de redução da inflação e a ampliação do emprego.
Assim, temos que a indexação é o reajuste do valor das parcelas dos diversos tipos de contrato 
(trabalho, aluguel, financiamento) pela inflação do período passado. E, ainda, temos que:
Inércia inflacionária: é a resistência que os preços de uma economia oferecem 
às políticas de estabilização que atacam as causas primárias da inflação.
79 Disponível em: <http://download.wlsv.com.br/FG/Introducao_a_Economia_2.pdf>.
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Conflito distributivo: é a disputa entre trabalhadores e empresários por 
uma participação maior na renda. Os trabalhadores lutam por aumentos 
de salários e quando os obtêm, os empresários os repassam para os preços 
de seus bens e serviços. Como resultado, a inflação não diminui, mesmo se 
eliminadas suas causas primárias.80
5.1.4 Crescimento econômico
Crescimento econômico implica colocar à disposição da coletividade 
uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento 
populacional.81
O aumento do nível de vida e do emprego está ligado ao crescimento econômico, na medida em 
que ele representa um processo sustentado ao longo do tempo, cujos níveis de atividade econômica 
aumentam constantemente.
Assim, quando há crescimento econômico, a curva de possibilidades de produção (analisada no 
módulo I) desloca-se para a direita, seja pela elevação nos estoques de fatores de produção, seja pelo 
uso mais produtivo desses fatores resultante de avanço tecnológico.
 Observação
No Brasil, atualmente, utilizamos o sistema de metas de inflação, que 
determina em que patamar a inflação deve se situar, fazendo os esforços 
necessários para mantê-la.
É interessante que se faça a diferenciação entre crescimento econômico e desenvolvimento 
econômico:
• Crescimento econômico: expansão do produto real da economia durante certo tempo, sem 
implicar mudanças estruturais e distribuição de renda.
• Desenvolvimento econômico: aumento do produto real per capita associado à melhoria dos 
indicadores sociais, melhoria da distribuição de renda e crescimento do produto industrial no 
produto total.
A elevação do produto nacional pode ser alavancada por políticas econômicas 
que estimulem a atividade produtiva, quando existir desemprego e 
capacidade ociosa.82
80 Disponível em: <uni.educacional.com.br/.../Aula_2-Resumo%20de%20Macroeconomia.doc>.
81 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
82 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
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Caso a economia esteja já produzindo no limite de uso de seus recursos produtivos, uma elevação 
do produto nacional que resulte em crescimento econômico dependerá de um aumento nos recursos 
produtivos disponíveis ou de um avanço tecnológico que eleve a produtividade e, por conseguinte, a 
produção.
No entanto, as políticas econômicas de estímulo ao crescimento, hoje, devem levar em conta os 
efeitos da elevação do produto nacional sobre o meio ambiente, para que o resultado do crescimento 
seja o desenvolvimento sustentável e não a degradação ambiental, a poluição, o esgotamento das 
reservas naturais, que representam um risco à própria população.
Assim, mais do que o crescimento econômico, a principal meta de política econômica dos governos 
atualmente é o desenvolvimento econômico sustentável, considerando-se não apenas o crescimento da 
renda nacional, mas a distribuição dessa renda e o impacto do crescimento econômico no ambiente.
Para medir o crescimento econômico, podem ser empregadas duas medidas:
• A taxa de crescimento do PIB em termos reais.
• O PIB real por habitante, ou PIB per capita.
 Lembrete
PIB é o produto interno bruto e representa a renda devida à produção 
dentro dos limites territoriais do país.
A busca do crescimento econômico pode facilitar a solução da pobreza, na medida em que a elevação 
do produto nacional pode efetivamente reduzir os conflitos sociais sobre a distribuição da riqueza.
No entanto, nos países subdesenvolvidos, inclusive no Brasil, as metas de crescimento e distribuição 
de renda equitativa não se conciliam, e o crescimento econômico tem ocorrido por um aprofundamento 
da distribuição desigual de renda, favorecendo os segmentos mais ricos da população.
Assim, o Estado deve avaliar bem os entraves mais urgentes da sociedade, para definir as metas 
de política econômica que devem ser enfatizadas, observando os possíveis conflitos entre diferentes 
objetivos.
Cada combinação de políticas afetará os grupos da sociedade de forma diferente, e qualquer que 
seja a escolha do administrador público, ela estará sujeita à objeção política da parcela da população 
afetada negativamente por suas escolhas.
Complementando:
• Contas nacionais: a soma das contas da renda nacional necessárias para representara atividade 
econômica de um país denomina-se sistema de contas sociais ou nacionais. É o mesmo princípio 
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de partidas dobradas da contabilidade geral, cujo princípio é o de que todo crédito tem um 
débito.
• Produto Interno Bruto: é a soma dos valores monetários dos bens e serviços finais.
• Renda nacional: é a renda nacional menos os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos das 
empresas (imposto de renda) e as contribuições feitas à previdência social, mais as transferências 
do governo, ou seja, as despesas com inativos, pensionistas, salário-família e outros benefícios 
pagos pela previdência social mais os juros pagos.
• Renda pessoal disponível: é a renda pessoal menos os impostos diretos pagos pelas pessoas, ou 
seja, o imposto de renda.
• Distribuição inter-regional de renda: é a forma como a renda nacional de um país, num período, 
é distribuída entre as regiões desse país.
• Renda per capita: é a renda de um país, por período de tempo, dividida pelo número de habitantes 
do país.
• Distribuição funcional de renda: é a forma como a renda de um país, num período de tempo, é 
distribuída entre os fatores de produção, trabalho e capital.
5.2 O papel do Estado na atividade econômica
Como vimos na parte anterior, são muitos os instrumentos de política macroeconômica que permitem 
ao Estado atuar de forma significativa para minimizar as flutuações econômicas e atingir as metas de 
elevar o produto nacional, estabilizar preços, elevar o nível de emprego e até mesmo promover uma 
distribuição de renda mais justa.
O papel do setor público na atividade econômica cresceu substancialmente no século XX, pela 
própria evolução da sociedade. Até a década de 1930, a ação do Estado se resumia a garantir justiça e 
segurança, para maximizar o bem-estar social. A oferta dos outros bens e serviços que correspondiam 
às necessidades do conjunto da população era responsabilidade do setor privado.
No entanto, no início do século XX, a estrutura do capitalismo mundial transformou-se e a economia 
assistiu a um intenso processo de formação de grandes monopólios, que agiam para reduzir a quantidade 
ofertada de produtos e elevar seus preços.
O surgimento dos monopólios deixa claro que a economia funcionando sem a intervenção do Estado 
tendia a garantir privilégios daqueles segmentos que detinham o poder econômico e, portanto, eram 
possuidores dos grandes capitais formadores de blocos monopolistas.
Evidencia-se a necessidade da regulação da atividade econômica pelo setor público, sob pena de não 
haver respostas satisfatórias para as questões básicas da economia: o que produzir, como e para quem. 
Isso fica ainda mais claro com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, quando a economia mundial 
testemunha índices de desemprego assustadores e uma queda significativa na atividade econômica.
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Como resposta à grande depressão, há uma ampliação das funções econômicas do Estado, que 
passa a ofertar bens públicos, a elevar significativamente seus gastos, a ampliar sua participação na 
produção nacional e a expandir também a legislação que buscava a regulamentação da atividade 
econômica.
Surgem novas funções para o Estado após os anos 1930, que passa a oferecer à sociedade não 
apenas bens públicos, como saúde, educação e segurança, mas também bens privados, como produtos 
siderúrgicos, energia e transportes. Nesse processo de elevação do papel do Estado na economia, dois 
fatos foram de fundamental importância.
Primeiro, o sucesso do New Deal, amplo programa de fomento elaborado nos Estados Unidos para 
retirar a economia americana da depressão dos anos 1930, que consistiu numa elevação da intervenção 
e dos gastos do governo, provocando a elevação da demanda agregada, do emprego e da renda.
Esse programa mudou a concepção clássica de que o governo deveria permanecer neutro, exercendo 
o mínimo de funções e, portanto, não deveria intervir diretamente na atividade produtiva, deixando o 
mercado dar o tom da economia.
Um outro fato de profunda relevância para a ampliação do papel do Estado na atividade econômica 
foi a publicação da Teoria geral do emprego, juro e moeda, de John Maynard Keynes, em 1936.
Nessa obra, Keynes propunha que a retração do consumo gera uma crise de insuficiência de demanda 
e, para trazer a economia de volta ao pleno emprego, seria imprescindível a elevação dos gastos do 
governo, a forma mais eficaz de combater a depressão econômica.
A evolução histórica do mundo e da economia, ao longo do século XX, também foi de fundamental 
importância para o crescimento das funções atribuídas ao Estado.
Além dos elevados níveis de desemprego do início dos anos 1930, que conduziram o Estado à 
ampliação de seus gastos, uma série de outros fatores induziu o processo de alargamento da intervenção 
governamental na atividade econômica.
A Segunda Guerra Mundial ampliou a participação do Estado na economia pelas necessidades de 
aumento de gastos. Após o fim do conflito, para a reconstrução da Europa destruída pela guerra, a 
Guerra Fria e a concorrência com os países do socialismo real, foi necessário que o Estado aparecesse 
como grande agente de avanço do desenvolvimento, fortalecendo o planejamento econômico.
Outros fatores fundamentais para a ampliação das funções atribuídas ao Estado foram: o crescimento 
da renda per capita, as mudanças tecnológicas, o crescimento populacional, o surgimento de novos 
grupos sociais atuando na política e as mudanças da previdência social.
Todos esses fatores contribuíram, de forma significativa, para um aumento da demanda de bens 
e serviços públicos e conduziram, inevitavelmente, a um aumento dos gastos do governo e de sua 
participação na economia.
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O desenvolvimento dos mercados financeiros e do comércio internacional tornaram as relações 
econômicas mais complexas, o que também ocasionou o alargamento do papel do Estado na atividade 
econômica.
5.2.1 As funções econômicas do setor público
Conforme vimos anteriormente, ao longo do século XX, ficou evidente que o mercado não é capaz 
de garantir o bem-estar da sociedade, seja por não conseguir fornecer certos bens e serviços, seja pelo 
sistema de preços não possuir a capacidade plena de autorregulação, seja por provocar uma distribuição 
de renda injusta.
Assim, o setor público intervém na economia, desempenhando quatro funções básicas: assegurar uma 
melhor alocação de recursos produtivos, melhorar a distribuição de renda, proporcionar a estabilidade 
econômica e promover o crescimento econômico.
Ao intervir na economia, o Estado objetiva o progresso social e econômico do país e, para conseguir 
isso, os governos buscam, por sua ação, elevar o nível de emprego, promover a estabilidade de preços, 
alavancar o desenvolvimento econômico, promover uma distribuição de renda mais equitativa e 
equilibrar os intercâmbios comerciais com o resto do mundo.
5.2.2 Função alocativa
Por intermédio do exercício da função alocativa, o governo fornece bens e serviços que não podem 
ser fornecidos adequadamente pelo mercado, os chamados bens públicos, e intervém na oferta do setor 
privado, pela política fiscal.
Por causa das falhas do mercado, uma série de bens e serviços deixaria de ser ofertada, não fosse a 
interferência do setor público.
Assim, o governo aloca recursos escassos e oferta bens e serviços públicos que o setor privado não 
consegue ou não se dispõe a oferecer,mas que são imprescindíveis à população.
O setor público, portanto, complementa a iniciativa privada em setores, cujo volume de investimento 
necessário é muito elevado, de longa maturação, e oferece bens públicos.
Os bens públicos são aqueles cujos investimentos para a produção não se orientam pelo mecanismo 
de preços. Esses bens não são vendidos no mercado, e são de livre acesso para toda a sociedade, não 
importando o nível de renda ou a condição social.
Logo, os bens públicos são bens de consumo coletivo e o fato de um agente econômico utilizar o 
serviço oferecido pelo poder público não significa que haverá redução da oferta para os demais agentes.
Assim, o governo determina a produção desses bens para satisfazer às necessidades da população geral, 
sem exatamente se preocupar com a rentabilidade desse investimento nem com a obtenção de lucro.
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O setor público, no exercício de sua função alocativa, pode oferecer bens sociais, como saúde e 
educação. Os custos desses bens, em geral, são muito elevados, comprometendo o acesso da população 
mais pobre a eles.
Assim, o governo pode tanto oferecer diretamente esses bens, como pode também conceder subsídios 
à atividade privada para fornecê-los à população mais carente.
O Estado também pode atuar, nesse sentido, na oferta de bens de mercado, cuja produção represente 
um custo alto, risco elevado e grande incerteza, o que inviabilizaria o desenvolvimento dessas atividades 
pelo setor privado.
São exemplos disso o desenvolvimento pelo setor público brasileiro dos ramos petrolífero, de 
telecomunicações, siderurgia e energia nos anos 1950.
5.2.3 Função distributiva
Muitas vezes, o livre funcionamento dos mecanismos de mercado não conduz ao bem-estar de 
toda a sociedade e a uma distribuição de renda equitativa. Na maior parte das vezes, o mercado, 
deixado à própria sorte, provoca a concentração de renda e riqueza nas mãos de um pequeno número 
de pessoas, enquanto a maioria da população padece do empobrecimento, do subemprego e até do 
desemprego.
Assim, faz-se necessária a intervenção do setor público ao promover uma distribuição de renda mais 
justa.
O governo, por meio da tributação, retiraria recursos dos segmentos mais ricos da sociedade, classes 
sociais, setores econômicos ou regiões, e os transferiria para os grupos mais carentes.
Exemplo desse tipo de política é o estabelecimento de impostos progressivos, como o imposto 
de renda, em que os indivíduos mais ricos pagam uma alíquota maior de imposto, para gastar 
mais em segmentos mais pobres e para investir nas áreas (saúde, educação, saneamento, entre 
outros) que beneficiariam a parcela mais carente da população. A concessão de incentivos fiscais 
aos investimentos privados em regiões pobres também seria um exemplo desse tipo de política 
governamental.
Gastos com a melhoria da qualidade de ensino, a ampliação de vagas nas escolas e a implementação 
de cursos profissionalizantes podem facilitar o acesso dos mais pobres à educação e ao mercado de 
trabalho, o que caracterizaria também uma política pública de melhoria da distribuição de renda.
Mas a ampliação desses gastos, em geral, irá depender de um aumento na tributação, que costuma 
penalizar os setores de maior renda do país.
O mecanismo das transferências diretas de receita tributária para estados e municípios mais pobres 
também se caracteriza como uma política distributiva do setor público.
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5.2.4 Função estabilizadora e de crescimento econômico
Para elevar o nível de emprego e de atividade econômica, reduzir a taxa de inflação, manter a 
estabilidade da moeda ou alcançar o equilíbrio nas transações do país com o exterior, o setor público 
adota uma série de políticas para controlar os grandes agregados econômicos. Para isso, o governo 
utiliza instrumentos de política fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas, o que trabalhamos no 
módulo anterior.
Quando existe desemprego, para elevar a demanda agregada, o governo aumenta seus gastos; caso 
haja déficit público e inflação, o governo intervém com uma política fiscal contracionista, reduzindo 
gastos e procurando desaquecer a economia. Para controlar preços e salários, o governo pode atuar 
tanto para manter o nível da demanda agregada, como para estimular o crescimento desta.
Podemos ainda destacar a função estatal de promoção do crescimento econômico, quando o 
governo atua para ampliar os investimentos públicos e estimular os investimentos do setor privado 
pela concessão de incentivos e financiamentos. Isso provoca uma elevação da formação de capital e um 
crescimento econômico em longo prazo.
5.3 Mercado monetário
5.3.1 A moeda
A introdução da moeda nas transações comerciais foi uma inovação que revolucionou as relações 
econômicas.
Moeda é um ativo com o qual as pessoas compram e vendem bens, é uma unidade representativa de 
valor e um instrumento de troca, com aceitação generalizada em determinada comunidade.
Ela constitui um bem que serve de padrão de valor ou equivalente geral para todos os demais bens 
trocados na economia. Os preços são expressos pela moeda, as dívidas e os bens e serviços são pagos 
em moeda.
A moeda é, portanto, um instrumento ou objeto aceito pela coletividade 
para intermediar transações econômicas, e sua aceitação é garantida por 
lei.83
O comércio sem moeda é denominado de escambo, no qual é necessária uma dupla coincidência de 
valores. Ao contrário, a moeda não exige essa dupla coincidência de valores e amplia a faixa de trocas 
mutuamente vantajosas.
Com a moeda há comércio porque as pessoas vendem o que têm em troca de moedas; as pessoas 
usam moeda para comprar o que querem.
83 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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Nos tempos primitivos, o homem produzia tudo de que necessitava para si e sua família, mas, com 
o convívio social, outras necessidades foram surgindo e, portanto, foi necessário criar um sistema de 
trocas.
Nessa época, utilizava-se o escambo, isto é, a troca de mercadorias por mercadorias. As trocas eram 
raras, pois as pessoas tendiam a produzir o necessário a uma vida rudimentar.
Com o desenvolvimento da agricultura e da produção, os indivíduos passam a produzir um 
excedente, que começam a levar ao mercado para ser trocado pelos bens de que necessitavam e não 
produziam.
No entanto, a paridade (comparação) entre as mercadorias era muito subjetiva, isto é, não havia 
regra para atribuição de valores.
O fluxo de trocas de bens e serviços na economia ocasionava diversos transtornos, dada a necessidade 
de existirem duas pessoas dispostas a trocar duas mercadorias ao mesmo tempo, na proporção desejada.
Surge, então, a moeda-mercadoria; com a evolução da economia do escambo: 
certas mercadorias passam a ser aceitas por todos, por suas características 
peculiares ou pelo próprio fato de serem escassas.84
Moeda é tudo aquilo que serve como meio de troca num sistema econômico. Ela surgiu na antiguidade 
e os mais estranhos objetos e até mesmo animais eram utilizados, como:
• O sal, na Roma Antiga.
• O bambu, na China.
• Os fios de seda, na Arábia.
À medida que a civilização se desenvolveu, os metais preciosos (ouro e prata) tornaram-se o meio de 
troca mais comum, por uma série de razões:
• São reconhecíveis.
• Têm pouco peso.
• São divisíveis.
• São escassos.
A moeda-mercadoria podia ser guardada e usada sódepois, no momento em que se necessitava 
obter certos bens e serviços, havendo, então, a separação entre os atos de vender e comprar.
84 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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As mercadorias mais aceitas nesse período como moeda eram o gado, o fumo, peles, couros, óleo de 
oliva, cobre, ferro, prata, diamante, ouro e sal. A vantagem é que essas mercadorias podiam se reproduzir 
durante a acumulação.
Suas desvantagens eram o volume e a dificuldade de transporte. Por isso, todas essas mercadorias 
utilizadas como moeda foram posteriormente substituídas pelo ouro e pela prata. Qualquer bem pode 
ser usado como moeda, desde que seja aceito por todos e apresente facilidade de manuseio, transporte 
e conservação.
Os metais preciosos passam a assumir a função de moeda por sua durabilidade, sua imunidade à 
corrosão, grande valor e beleza, pelo fato de serem escassos e por serem divisíveis em peso. Para exercer 
o controle sobre os metais em circulação, foi implementada a cunhagem da moeda pelos governantes, 
o que deu origem à moeda metálica.
Por segurança, muitos indivíduos guardavam seus metais preciosos em 
casas especializadas e as pessoas que ficavam responsáveis pelo ouro e prata 
emitiam certificados de depósitos dos metais.85
O ourives gradativamente passou a exercer a função de banqueiro, porque as pessoas passaram a 
procurá-lo não apenas para guardar seu ouro e prata, mas também para fazer empréstimos. O surgimento 
da moeda-papel proporcionou maior divisão do trabalho e a especialização resultante estimulou o 
crescimento econômico.
O surgimento da moeda-papel possibilitou que as pessoas, de posse desses 
certificados de depósitos dos metais, efetuassem pagamentos de bens e 
serviços com esses certificados, que eram transferíveis, e qualquer um de 
posse deles poderia retirar o montante correspondente de metal junto 
ao ourives. À medida que os depositários dos metais foram ganhando a 
confiança da coletividade, os certificados de depósito foram ganhando 
livre circulação e passaram gradativamente a ter aceitação de todos, já que 
possuíam lastro e podiam ser convertidos em ouro a todo o momento.86
O papel-moeda surge com a criação dos estados nacionais: cada Estado passou a emitir seu papel-moeda 
lastreado em ouro – era o nascimento do padrão-ouro. No entanto, o ouro era mercadoria escassa, e vincular 
a emissão de moeda à quantidade de ouro existente limitava a expansão das economias dos países e do 
comércio internacional, já que o estoque de ouro impunha um limite à oferta monetária.
Os banqueiros perceberam que os recibos de depósitos circulavam entre o público, sem que os 
depósitos fossem tocados.
Esses depósitos passaram a funcionar como garantia ou reserva de valor. Mais tarde, os bancos 
começaram a emitir bilhetes independentemente do recebimento de depósitos.
85 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
86 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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Surgia a moeda baseada na confiança da conversibilidade em ouro, quando o depositante assim o 
solicitasse. A soma dos bilhetes que circulavam no mercado tornou-se, aos poucos, superior ao valor 
total das moedas metálicas efetivamente depositadas nos bancos.
Gradativamente, a moeda-papel com lastro, conversível em metal, foi substituída pelo papel-moeda, 
sem lastro correspondente e sem conversibilidade.
O papel-moeda também é uma moeda fiduciária, porque se baseia na confiança, mas sua aceitação 
é forçada por lei.
A partir de 1920, para superar esses obstáculos, a emissão de moeda era critério das autoridades 
monetárias, mas ainda mantendo certa paridade com as reservas de ouro de cada país.
A moeda passa a ser aceita por força de lei, denominando-se moeda 
de curso forçado ou moeda fiduciária, não sendo lastreada por metais 
preciosos.87
Com a passagem do padrão-ouro para a moeda fiduciária, sem lastro com 
aceitação garantida por lei, a moeda não é mais função do estoque de ouro, 
o que dá às autoridades monetárias maior capacidade de afetar a quantidade 
de moeda, de acordo com as necessidades do país.88
Complementando, temos:
• Moeda metálica: moeda cunhada em metal precioso que trazia impresso o seu peso.
• Papel-moeda: surgiu com a emissão de recibos pelos cunhadores e assegurava ao seu portador 
certa quantidade de ouro expressa no documento.
• Moeda escritural: os banqueiros logo perceberam que havia sempre uma quantidade razoável 
de ouro e de prata que não era retirada dos cofres e passaram a emitir recibos num montante 
superior ao estoque de metais preciosos que tinham sob a sua guarda. Isso passou a permitir que 
os banqueiros fizessem negócios lucrativos, como emprestar dinheiro a juros, comprar títulos 
etc.
• Padrão-ouro: sistema monetário em que o papel-moeda emitido pelas autoridades monetárias 
tem uma relação com a quantidade de ouro que o país possui. Atualmente, não é mais seguido.
• Moeda fiduciária: não tem um valor próprio, decorrente do material de que é fabricada. Seu valor 
vem da garantia que o governo estabelece por meio das autoridades monetárias. É a moeda de 
curso legal e obrigatória no país, com a qual devem ser feitas todas as transações comerciais e 
financeiras. No Brasil a moeda fiduciária é o real.
87 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
88 Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/13145388/Apostila-de-Economia>.
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5.3.2 Funções da moeda
As principais funções da moeda são:
• Isolar as vendas das compras: a moeda torna desnecessária a dupla coincidência de vontades.
• Instrumento ou meio de trocas: serve para intermediar o fluxo de bens, serviços e fatores de 
produção da economia.
• Denominador comum monetário: a moeda permite a colocação de um preço em todos os bens.
• Padrão de pagamento diferido: em quase todos os contratos, o pagamento futuro geralmente é 
estipulado em moeda.
• Reserva de valor: as pessoas guardam suas economias, acumulando certa quantidade de moeda 
(geralmente numa conta bancária), porque a posse de moeda representa liquidez imediata para 
quem a possui.
5.3.3 Tipos de moeda
• Moedas metálicas: são emitidas pelo Banco Central e constituem uma pequena parcela da oferta 
monetária. Objetivam facilitar as operações de menor valor.
• Papel-moeda: é também emitido pelo Banco Central e representa uma parcela significativa do 
volume de dinheiro em poder do público.
• Moeda escritural: é a moeda contábil, representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais.
• Moeda manual: moedas metálicas e moedas em poder do público (famílias e empresas).
5.4 Oferta de moeda
A oferta de moeda representa o estoque de moeda disponível para uso da coletividade, a fim de 
atender às suas necessidades a qualquer momento. A moeda pode ser ofertada pelas autoridades 
monetárias e pelos bancos comerciais.
O conjunto formado pela moeda manual (ou moeda corrente) e os depósitos à vista formam os 
meios de pagamento de uma economia. Os meios de pagamento representam quanto a sociedade 
dispõe de moeda física, seja com os indivíduos, seja com as empresas, seja depositada nos bancos.
Mas é importante ressaltar que meios de pagamento são a moeda que não está rendendo juros, que 
não está aplicada em contas ou ativos remunerados. Logo, meios de pagamento representam a moeda 
com liquidez imediata.
O dinheiroque pertence aos bancos não faz parte do conceito de meios de pagamento, já que 
representa seus encaixes e suas reservas. Cadernetas de poupança e depósitos a prazo também não são 
considerados meios de pagamento, porque não possuem liquidez imediata, mas rendem juros.
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 Lembrete
Liquidez da moeda: capacidade que ela tem de ser um ativo prontamente 
disponível e aceito para as mais diversas transações.
A criação ou a destruição de moeda manual corresponde, respectivamente, a um aumento ou 
diminuição de moeda em poder do público, enquanto para a moeda escritural, a sua criação ou 
destruição ocorre quando há um acréscimo (ou decréscimo) dos depósitos à vista ou em curto 
prazo nos bancos comerciais. Logo, a oferta de moeda pode-se dar pelo Banco Central do Brasil 
(Bacen), que tem o monopólio das emissões de moeda, e pelos bancos comerciais por meio dos 
depósitos à vista.
5.4.1 Conceitos de moeda em economia
A moeda é o mais líquido dos ativos. Quanto mais fácil e rapidamente um ativo puder ser trocado 
por um bem sem ocorrer uma perda, mais líquido ele é.
• M0 = moeda em poder do público (papel-moeda e moedas metálicas).
• M1 = M0 + depósitos à vista nos bancos comerciais.
• M2 = M1 + fundos do mercado monetário + títulos públicos em poder do público.
• M3 = M2 + depósitos em poupança.
• M4 = M3 + títulos privados (depósitos a prazo e letras de câmbio).
Quando uma economia experimenta processos inflacionários profundos, a relação entre a quantidade 
de moeda e o total de ativos financeiros se reduz, porque as pessoas passam a procurar as aplicações 
financeiras que rendem, como meio de defenderem-se da inflação.
Ocorre, então, a chamada desmonetização da economia. Inversamente, quando as taxas de inflação 
são baixas, os indivíduos preferem manter mais moeda em seu poder a aplicar em ativos financeiros. O 
grau de monetização da economia é dado pela relação M1/M4.
Quando há um aumento da quantidade de meios de pagamentos, temos criação de moeda. Ao 
contrário, quando essa quantidade se reduz, temos destruição de meios de pagamento.
5.4.2 Oferta de moeda pelo Banco Central
O objetivo do Banco Central é regular a moeda, o crédito e as taxas de juros, para compatibilizar 
essas variáveis com o nível de crescimento do produto, mantendo a liquidez do sistema, para atender às 
necessidades de transações da economia.
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O Banco Central é, portanto, o órgão responsável pelo controle da oferta de moeda na economia, pela 
execução das políticas monetárias, da regulamentação e da fiscalização das atividades de intermediação 
financeira do país.
5.5 Política monetária
O conjunto de atos do Bacen para controlar a quantidade de dinheiro e a taxa de juros e, em geral, 
as condições de crédito, constitui a política monetária de um determinado país.
A política monetária pretende influir na atividade econômica, atuando sobre o gasto total da 
economia e, em particular, sobre o gasto das famílias e sobre o investimento das empresas.
O Ministério da Fazenda estima e calcula qual evolução devem seguir as principais variáveis da 
economia: inflação, desemprego e crescimento econômico. É a partir dessas previsões que o Bacen 
estima qual quantidade de dinheiro deve existir na economia, para que os objetivos pretendidos sejam 
alcançados.
A política monetária refere-se aos processos de oferta de moeda, aos instrumentos utilizados e aos 
mecanismos de transmissão de seus efeitos. A oferta de moeda é realizada tanto pelas autoridades 
monetárias, por meio de emissão de notas e moedas metálicas, quanto pelos bancos comerciais, que, 
apesar de não poderem emitir, podem criar ou destruir moeda.
Os principais instrumentos de política monetária são:
• Reservas obrigatórias: os bancos comerciais guardam uma parcela dos depósitos como 
reservas e com a finalidade de atender ao movimento do caixa; se o Banco Central aumenta 
ou diminui o percentual do depósito compulsório, há uma alteração significativa na oferta 
de moeda.
• Operações de mercado aberto (open market): essas operações consistem em vendas ou compras, 
por parte do Banco Central, de títulos governamentais no mercado de capitais; quando o Bacen 
compra, ele aumenta a oferta monetária e quando vende a diminui.
• Regulamentação e controle do crédito: ocorre sobretudo pela política de juros, controle de prazos 
e regras para o financiamento aos consumidores. A taxa Selic (Sistema de Liquidação e Custódia) 
também configura aumento ou diminuição da oferta monetária; taxa de juros menor, maior a 
oferta monetária, e vice-versa.
• Controle das emissões de moeda: o Banco Central controla, por força de lei, o volume de moeda 
manual da economia, cabendo a ele as determinações das necessidades de novas emissões e em 
que volume.
• Política de redesconto: consiste na liberação de recursos pelo Banco Central aos bancos comerciais, 
por empréstimos ou redesconto de títulos.
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Temos uma política monetária expansionista quando houver uma redução do percentual dos 
depósitos compulsórios, recompra de títulos públicos ou diminuição da regulamentação no mercado de 
crédito, com redução de taxas de juros.
Uma política monetária contracionista será caracterizada por restrições de crédito; aumento da taxa 
de juros; aumento dos compulsórios sobre depósitos dos bancos comerciais.
 Observação
O Banco Central é o instrumento pelo qual o governo federal controla 
o sistema financeiro e, consequentemente, intervém na economia. Cabe ao 
Banco Central zelar pela estabilidade da moeda por meio do controle dos 
meios de pagamento. A estabilidade da moeda consiste na manutenção do 
seu valor, tanto em relação às moedas estrangeiras, por meio das taxas de 
câmbio, como em relação às mercadorias produzidas no país.
5.6 Oferta de moeda pelos bancos comerciais
A multiplicação da moeda escritural ou dos depósitos à vista pelos bancos comerciais também pode 
ser a origem de uma expansão da oferta de moeda. Essa multiplicação é feita pelos bancos, porque lhes 
é permitido emprestar mais moeda do que têm em depósitos.
A utilização generalizada de cheques e de cartões de débito e crédito faz com que a maior parte do 
volume de moeda do sistema permaneça no sistema bancário.
O banco só precisa guardar em seus cofres uma parte dos depósitos à vista, o que lhe permite cobrir 
as despesas com o pagamento de cheques e os depósitos compulsórios e voluntários. O restante do 
dinheiro de que os bancos dispõem poderão ser emprestados a seus clientes.
Ora, mas o cliente que pegou o dinheiro emprestado no banco pode fazer um depósito à 
vista nesse ou noutro banco. Desse novo depósito o banco retém o montante de reservas que 
cubra as reservas técnicas e os depósitos compulsórios e voluntários junto ao Bacen. O que 
sobra ele pode voltar a emprestar para outro cliente, que fará novo depósito à vista e assim 
sucessivamente.
Dessa forma, apesar de não poder emitir moeda, o banco comercial cria meios de pagamento, pelo 
fato de poder fazer promessas de pagamento com os recursos depositados por seus clientes. Isso cria 
um mecanismo multiplicador dos saldos monetários. O efeito multiplicador da moeda escritural é 
dado por uma progressão geométrica decrescente; ele é dado pelo inverso da porcentagem da reserva 
bancária.
Assim, quanto menor o recolhimento compulsório, maior o poder de multiplicação dos bancos e 
maior a oferta de moeda.
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A determinação do nível de depósitos compulsórios dos bancos é uma forma de o Bacen controlar a 
oferta de moeda bancária e, portanto, controlar a oferta de moeda da economia.
O multiplicador bancário depende também da quantidade de moeda em poder do público, em relação 
ao saldo dos depósitos à vista nos bancos. É a chamada taxa de retenção do público. Se ela aumenta, 
diminui a capacidade de os bancos emprestarem e elevarem os meios de pagamento; se ela diminui, o 
inverso ocorre.
O multiplicador da base monetária leva em consideração essa taxa de retenção do público. A base 
monetária constitui-se do total de moeda em poder do público somado às reservas dos bancos comerciais.
É o total da moeda emitida, excluindo apenas a moeda que permaneceu nas mãos do Banco Central. 
A base monetária representa toda moeda nas mãos do setor privado, inclusive dos bancos.
Há uma relação inversa entre o multiplicador e as taxas de retenção de moeda pelo público e de 
reservas bancárias. A decisão do público de reter mais moeda em seu poder diminui a quantidade 
disponível de recursos na rede bancária para os bancos emprestarem.
Portanto, temos:
• Sistema financeiro: é composto pelo conjunto das instituições que realizam a intermediação 
financeira, assim como daqueles órgãos que normalizam e fiscalizam esse processo. Obviamente, a 
principal função do sistema financeiro é viabilizar e facilitar o processo de intermediação financeira.
• Intermediação financeira: é o processo de transferência de recursos dos agentes superavitários 
para os deficitários, realizado pelo sistema financeiro.
• Spread: é a diferença entre a taxa de juros cobrada pelo sistema financeiro dos agentes deficitários e 
a taxa de juros paga aos agentes superavitários. Constitui a remuneração do sistema financeiro.
O sistema financeiro é normatizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelas leis 
aprovadas pelo Congresso Nacional.
Cabe ao Banco Central implementar as determinações do CMN e do Congresso Nacional.
O CMN e o BC são chamados de autoridades monetárias do país.
O CMN é integrado pelos seguintes membros: presidente do Banco Central, ministro da Fazenda 
e o ministro-chefe da Secretaria de Planejamento.
5.7 A taxa de juros
A taxa de juros expressa o preço do dinheiro no tempo. Ela representa a rentabilidade para os 
aplicadores e o custo dos empréstimos para os tomadores. Ela tem um papel estratégico nas decisões 
dos mais variados agentes econômicos.
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Quando se analisam as empresas, a taxa de juros influencia as decisões dos produtores para 
investimentos, ampliação de capacidade produtiva, compra de matérias-primas, compra de máquinas e 
equipamentos, definição do volume de estoques, entre outros.
Os níveis atuais das taxas de juros e as expectativas futuras do comportamento dessas taxas serão 
fundamentais na decisão dos empresários. As taxas de juros são, portanto, um instrumento importante 
para fomentar os investimentos e ampliar o nível de atividade econômica.
Para os consumidores, quanto menor a taxa de juros, maior seu poder de compra, e quanto 
maior a taxa de juros, menor seu poder de compra. Assim, a taxa de juros é um instrumento 
importante de política governamental, tanto para incentivar, quanto para conter o consumo da 
população.
A taxa de juros é fundamental para definir a eficácia das políticas econômicas, porque, quanto maior 
a sensibilidade dos investimentos à taxa de juros, maior a eficácia da política monetária. Quanto maior 
a sensibilidade da demanda de moeda para especulação relativamente à taxa de juros, menor a eficácia 
da política monetária.
A eficácia da política monetária é maior que a eficácia da política fiscal quanto à velocidade de 
implementação, pois as decisões das autoridades monetárias são geralmente aplicadas imediatamente, 
enquanto as decisões de política fiscal dependem da observância do processo legislativo propugnado 
na Constituição Federal de 1988, que indica a necessidade de respeitar-se o Princípio da Anterioridade 
da Lei Fiscal.
No entanto, em relação ao grau de intervenção na economia, a política fiscal é mais profunda que a 
política monetária. Alterações em alíquotas de impostos ou a criação de novos impostos afetam mais o 
setor privado que a política monetária.
Autoridades de apoio ao sistema financeiro nacional
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – tem atuação no mercado de ações, no mercado 
de futuros e derivativos, além de supervisionar também a área de fundos mútuos, clubes de 
investimento e carteiras de investidores.
• Superintendência de Seguros Privados (Susep) – é o órgão responsável pelo controle e fiscalização 
do mercado de seguros, previdência aberta, capitalização e plano privado de assistência à saúde.
• Secretaria de Previdência Complementar (SPC) – é um órgão executivo do Ministério da 
Previdência e Assistência Social, responsável pelo controle e fiscalização dos planos e benefícios e 
das atividades das entidades de previdência privada fechada.
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – fundado em 1952, 
é a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do governo federal, 
sendo a principal instituição financeira de estímulo ao desenvolvimento econômico e social 
do país.
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Títulos públicos e dívida interna
O Tesouro Nacional necessita de recursos para fazer frente às suas despesas. Partes desses 
recursos têm origem na arrecadação tributária. No entanto, muitas vezes o governo federal necessita 
emprestar dinheiro do público. Esse empréstimo é formalizado pela emissão de títulos públicos. 
A colocação desses títulos para o mercado é realizada pelo Banco Central, por meio de leilões. 
Devemos lembrar que quem vende os títulos é o Tesouro Nacional. Os destinatários desses títulos 
são, normalmente, as instituições financeiras em geral, destacando-se os bancos comerciais. Podemos 
dizer que o somatório dos títulos públicos em poder do público constitui-se em dívida interna. Para 
fazer política monetária, o BC poderá utilizar tanto os títulos emitidos por ele mesmo quanto os 
emitidos pelo Tesouro Nacional.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto leia:
TEIXEIRA, E. Economia monetária: a macroeconomia no contexto 
monetário. 1. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002.
MC CREADIE, K. A riqueza das nações de Adam Smith. Uma interpretação 
moderna e prática. 1. ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
6 INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL
O comércio internacional se constitui no intercâmbio de bens, serviços e capitais entre os diversos 
países. Muitos teóricos em economia tentaram explicar as razões que levam os países a comercializarem 
entre si. A diversidade de condições de produção, a possibilidade de redução de custos, a obtenção de 
economias de escala na produção de certos bens vendidos no mercado internacional foram algumas das 
explicações sugeridas pelos economistas ao longo dos anos.
Fundamentalmente, o comércio internacional surge pela impossibilidade de os países produzirem 
todos os bens de que necessitam, porque ou os países não dispõem de matérias-primas necessárias à 
sua produção, ou não dispõem de tecnologia e conhecimento suficiente para produzir determinados 
bens.
Livre-cambismo
O livre-cambismo pressupõe a liberdade total no comércio internacional com o objetivo de fornecer 
o acesso à população de bens:
• Em quantidade suficiente.
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• De boa qualidade.
• No menor preço possível.
Protecionismo
Na dificuldade de se estabelecer uma definição para o protecionismo, podemos dizer que todas 
as ações contrárias ao livre-cambismo, na forma definida anteriormente, serão consideradas como 
protecionismo. Nesse sentido, podemos ter barreiras que prejudicam o comércio entre os países. Essas 
barreiras poderão ser tarifárias e não tarifárias.
Barreiras tarifárias
• Direitos aduaneiros: são as tarifas (impostos de importação e de exportação) cobradas em razão 
da entrada e saída de mercadorias do país. Os direitos aduaneiros são cobrados principalmente em 
razão da entrada de mercadorias (direitos de importação).
• Direitos de importação – razões para sua instituição:
– Receitas públicas para o governo.
– Equilibrar o balanço de pagamentos.
– Proteção à indústria nascente.
Barreiras quantitativas
• Licenças de limitação
– Dosando a importação.
– Proibição da importação quando há similar nacional.
• Sistema de cotas
– Limitação pela quantidade de bens importados.
– Limitação pela quantidade de divisas disponíveis para a importação.
• Barreiras técnicas
– Restrições de caráter qualitativo.
– Restrições de caráter ecológico.
– Restrições de caráter sanitário.
Muitas vezes, as diferenças entre capacidades tecnológicas e disponibilidade de recursos produtivos 
justificam o intercâmbio de bens e serviços que poderiam ser produzidos dentro do próprio país.
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Segundo o princípio das vantagens comparativas, cada país deveria 
especializar-se na produção daquela mercadoria em que é mais eficiente, 
ou que tenha custos relativamente menores.89
A existência de uma diferença nos custos relativos seria, então, suficiente para que cada um deles 
se especializasse naquela produção para a qual um país dispõe de uma vantagem comparativa em 
relação a outro, e trocassem o produto entre si. Essa especialização resulta numa ampliação da produção 
mundial, ampliando a capacidade do sistema econômico de satisfazer os desejos dos indivíduos.
 Lembrete
A teoria das vantagens comparativas foi formulada por David Ricardo, em 1817.
Figura 11 – David Ricardo
Embora as vantagens do livre comércio sejam evidentes, existem situações em que se faz necessária 
a adoção de medidas protecionistas, seja para proteger uma indústria considerada estratégica para 
o país, seja para fomentar a industrialização e a criação de empregos, seja para tornar possível o 
desenvolvimento de indústrias ainda embrionárias, ou para combater os déficits na balança comercial.
As principais medidas protecionistas são a implementação de impostos de importação ou tarifas 
aduaneiras, o estabelecimento de quotas para importação e os subsídios à exportação.
O subsídio à exportação é uma ajuda ao fabricante nacional de determinados bens, para que possa 
exportá-los a preços menores e mais competitivos.
Dumping
É quando um produto é introduzido no mercado de outro país a preço inferior ao seu valor normal, e 
também quando o preço de exportação for inferior ao preço compatível, praticado no curso de operações 
comerciais normais, de um produto similar destinado ao consumo no país exportador.
89 Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>.
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Direitos antidumping (medidas compensatórias)‏
Poderá ser adotado pelo país importador, primeiro de forma provisória, enquanto corre o processo, 
e depois de forma definitiva após a decisão do processo tomada pelas autoridades governamentais do 
país importador.
Formas de se aplicar direitos antidumping
• Aplicar uma sobretaxa na importação.
• Valor fixo por unidade.
As informações relevantes para a decisão de importar ou exportar são preços domésticos, preços 
externos e taxa de câmbio.
Período Exportações mundiais (média no período)US$ bilhões
1950-1960 91,2
1961-1970 195,7
1971-1980 986,2
1981-1990 2.302,3
1991- 2001 4.995,8
Tabela 1 – Crescimento do comércio mundial (1950-2001)
Balanço de pagamentos
É o registro de pagamentos e recebimentos feitos com o estrangeiro, ou ainda, o registro de todas as 
transações econômicas que os residentes no país fazem com o resto do mundo durante período anual.
O balanço de pagamentos tem seu significado econômico, déficit ou superávit.
O déficit significa que, no período analisado, há uma maior saída do que entrada de moeda estrangeira 
no país.
Superávit representa uma maior entrada do que saída de moeda estrangeira no país.
Reservas internacionais correspondem à quantidade de moeda estrangeira e ouro monetário que o 
país mantém acumulado.
As transações realizadas com o exterior podem decorrer de diversos tipos de atividades. Como 
exemplo de entrada e saída de moeda estrangeira do país, temos: a exportação e a importação de 
mercadorias, o recebimento e o pagamento de juros do exterior, o fluxo de entrada e as saídas de capital 
com o objetivo de investimento etc.
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6.1 Taxa de câmbio
Quando dois países mantêm relações econômicas entre si, é preciso fixar-se a 
relação de troca entre suas moedas, já que nessas relações entram necessariamente 
em jogo duas moedas diferentes.90
A taxa de câmbio é o preço de uma moeda expressa em outra. Pode também 
ser definida como o preço da moeda estrangeira (divisa) em termos da 
moeda nacional.91
É uma variável econômica muito importante porque intermedeia todas as transações entre residentes 
e não residentes de um país; todas as contas do balanço de pagamentos são influenciadas pela taxa de 
câmbio.
Não é simples explicar a determinação da taxa de câmbio: são inúmeros determinantes, principalmente 
o regime cambial (regra que a autoridade monetária de um país adota para determinar a taxa de câmbio 
ou preço das divisas). O regime cambial define duas formas básicas de determinação das taxas de 
câmbio:
• Institucionalmente, pela decisão das autoridades econômicas, que periodicamente fixam essas taxas 
a partir de seus balanços de pagamentos, de suas reservas em ouro e dos acordos internacionais 
(taxas fixas de câmbio).
• O Bacen fixa o preço das moedas e garante a conversão de moeda estrangeira em nacional.
Por meio do funcionamento do mercado, quando ocorre a flutuação 
automática das taxas de câmbio, em decorrência das pressões da oferta e 
demanda por divisas estrangeiras (taxas flutuantes ou flexíveis).92
Os mercados de divisas são aqueles nos quais se compram e vendem as moedas dos diferentes 
países. Nesse mercado, faz-se a troca da moeda nacional pelas moedas de países com os quais se 
mantêm relações econômicas, originando um conjunto de ofertas e demandas de moeda nacional em 
troca de moedas estrangeiras.
O conjunto de agentes econômicos que transfere recursos de um país para outro forma o mercado 
de divisas, ou mercado cambial.
Divisas são moeda e títulos representativos de valor em moeda estrangeira. 
Essas operações são realizadas no mercado cambial e não envolvem 
deslocamentos de moeda de um país para outro; na prática, ocorrem apenas 
débitos e créditos em contas mantidas em bancos comerciais.
90 Disponível em: <http://download.wlsv.com.br/FG/Introducao_a_Economia_2.pdf>.
91 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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