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Economia e Mercado - unid_4

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7 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E ECONOMIA BRASILEIRA
7.1 O desenvolvimento econômico
Primeiro, é preciso destacar, mais uma vez, a diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento 
econômico.
 Lembrete
Crescimento econômico é a elevação do produto real da economia 
durante certo período de tempo sem haver mudanças estruturais ou na 
distribuição de renda, nem preocupações com a sustentabilidade desse 
crescimento.
A ideia de crescimento econômico é recente; antes do surgimento do capitalismo, as sociedades 
estavam em estágios comparativamente estagnados; eram basicamente agrícolas e variavam pouco ao 
longo dos anos, com exceção de boas ou más colheitas, guerras e epidemias.
O capitalismo e as mudanças tecnológicas, trazendo a acumulação de capital, alteraram 
de forma radical as estruturas dessas sociedades. Foi graças ao crescimento econômico que os 
países desenvolvidos alcançaram elevado nível de vida após 1850. Isso lhes permitiu realizar 
investimentos para, simultaneamente, criar capacidade produtiva e expandir o consumo e conforto 
da população.
No século XX, a produção industrial cresceu entre 30 e 40 vezes e, como a população mundial 
dobrou, a produção per capita cresceu entre 15 e 20 vezes.
Maiores níveis de bem-estar foram alcançados ao longo desse século, com a utilização de energia elétrica, 
água encanada e rede de esgotos, o que contribuiu para aumentar a expectativa de vida da população.
O crescimento econômico é, então, definido como o aumento contínuo do produto interno bruto 
em termos globais e per capita, ao longo do tempo; esse critério também implica uma melhor eficiência 
do sistema produtivo.
Alguns defendem que o crescimento é um aumento na produção acompanhado de modificações 
nas disposições técnicas e institucionais, isto é, mudanças nas estruturas produtivas e na alocação dos 
insumos pelos diferentes setores da produção.
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Algumas economias crescem a taxas mais elevadas do que outras. Embora seja bastante complexa 
a definição das causas do crescimento econômico, visto que isso depende das peculiaridades de cada 
país e de seus processos históricos, existem algumas razões básicas que determinam o crescimento da 
sociedade:
• A acumulação de capital por meio de aumento de máquinas, indústrias, obras de infraestrutura, 
estradas, energia e melhor preparação de mão de obra.
• A disponibilidade de recursos produtivos (ampliação da mão de obra e outros insumos).
• O aumento de produtividade (melhoria na qualidade da mão de obra, melhoria tecnológica e 
eficiência organizacional na combinação de insumos).
• A atitude da sociedade em relação à poupança.
• O crescimento da população implica um aumento da força de trabalho e da demanda interna.
Na verdade, o crescimento econômico é um elemento fundamental para a geração de uma série de 
benefícios para a sociedade.
Ele se caracteriza como um processo sustentado ao longo do tempo, no qual os níveis de atividade 
econômica aumentam continuamente.
Crescimento econômico, portanto, não deve ser confundido com desenvolvimento econômico, 
porque os frutos da expansão do produto nem sempre beneficiam a economia geral e o conjunto da 
população.
O crescimento econômico, nesse sentido, nada mais é do que um elemento de um processo mais geral 
e abrangente: o desenvolvimento econômico, que provoca, ao longo do tempo, mudanças fundamentais 
em sua organização e instituições.
Assim, o desenvolvimento econômico engloba não apenas a expansão do produto real da economia, 
mas implica também mudanças significativas na estrutura produtiva e social, com melhoria nos 
indicadores sociais e na distribuição de renda.
Dessa forma, o desenvolvimento econômico constitui um conceito mais 
qualitativo, que diz respeito às alterações da composição do produto 
e à alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de 
forma a melhorar indicadores relativos à pobreza, ao desemprego, 
à desigualdade, às condições de saúde, alimentação, educação e 
moradia.108
108 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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 Lembrete
Desenvolvimento econômico engloba não apenas a expansão do 
produto real da economia, mas implica também mudanças significativas na 
estrutura produtiva e da própria sociedade, com melhoria nos indicadores 
sociais e na distribuição de renda.
O processo de desenvolvimento econômico engloba, além das mudanças de caráter quantitativo 
dos níveis do produto nacional, as modificações que alteram a composição do produto e a alocação dos 
recursos pelos diferentes setores da economia.
O fundamental é que o desenvolvimento econômico não pode ser analisado somente por meio de 
indicadores que medem o crescimento do produto.
Sua análise deve ser complementada pela avaliação de índices que representem, mesmo que de forma 
incompleta, a qualidade de vida dos indivíduos. Desse modo, devemos ter um conjunto de medidas que 
reflitam alterações econômicas, sociais, políticas e institucionais.
O crescimento econômico é condição necessária, mas não suficiente, para gerar desenvolvimento.
7.1.1 Origens da questão do desenvolvimento econômico
As preocupações com o crescimento e desenvolvimento econômico têm raízes tanto teóricas como 
empíricas, razões estas originadas das crises econômicas.
O crescimento econômico moderno surgiu com a Revolução Industrial inglesa, entre 1760 e 1850, 
coincidindo com a supremacia do capitalismo como sistema econômico predominante. As inovações 
tecnológicas permitiram produção agrícola crescente, apesar do êxodo rural em direção às cidades.
Esse fenômeno moldou a característica moderna do crescimento econômico: a intensa urbanização.
Embora o desenvolvimento econômico tenha obtido destaque enquanto questão de Estado somente 
no século XX, a preocupação com o crescimento econômico nos principais países da Europa é bem 
antiga.
No entanto, até o surgimento das flutuações econômicas do século XIX e a concentração exacerbada 
de renda e riqueza, o objetivo principal dos que se ocupavam com as finanças públicas era aumentar o 
poder econômico e militar dos homens do poder. Dificilmente, havia preocupação com a melhoria das 
condições de vida da população.
Já no século XVIII, surgiram algumas escolas de pensamento econômico preocupadas com o 
crescimento econômico e distribuição da riqueza. Com A riqueza das nações, em 1776, Adam Smith 
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procurou identificar as razões que determinam o crescimento da riqueza nacional de um país, tentando 
explicar como opera o mercado e qual a importância do aumento do tamanho dos mercados para 
reduzir os custos médios de produção e permitir uma produção lucrativa. O aumento dos mercados 
amplia a renda e o emprego, segundo Smith.
 Lembrete
Adam Smith (1723-1790) é considerado o pai da economia, e sua 
principal obra, A riqueza das nações (1776), foi a grande responsável por 
esse título.
Figura 12 – Adam Smith
O aumento da proporção dos trabalhadores produtivos, em relação aos trabalhadores improdutivos, 
a redução do desemprego e a elevação da renda média da população constituiriam um processo de 
desenvolvimento econômico para Smith. Haveria, portanto, uma redistribuição de renda entre capitalistas, 
trabalhadorese arrendatários.
O contexto histórico da concepção teórica smithiana é a consolidação da expansão capitalista 
moderna, quando se desenrolava a Revolução Industrial, os avanços nas máquinas de fiação e tecelagem, 
invenção da máquina a vapor, entre outras inovações.
Embora o crescimento econômico tenha acelerado com a Revolução Industrial inglesa, o 
desenvolvimento econômico somente emergiu no século XX.
A consolidação da industrialização, e com ela a acentuação das diferenças entre as nações ricas 
e pobres, trouxe consigo também o aprofundamento das diferenças no interior dos próprios países 
desenvolvidos, tornando saliente o desnível do desenvolvimento entre regiões e classes sociais. Surge, 
então, a necessidade de dar maior ênfase ao desenvolvimento econômico.
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Em 1911, Joseph Schumpeter publica a sua Teoria do desenvolvimento econômico, estabelecendo 
pela primeira vez a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico.
Quando há desenvolvimento, diz Schumpeter, existem inovações tecnológicas, o processo produtivo 
deixa de ser rotineiro e os empresários passam a auferir lucros extraordinários.
Com a crise econômica generalizada, que surge a partir do crack da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, 
o drama social do desemprego tornou-se evidente. No entanto, a intensidade das crises era diferente 
entre setores, regiões e classes sociais.
Em períodos de crescimento do produto, toda a sociedade se beneficia; contudo, nas crises, esse 
produto se retrai, e os mais prejudicados são os assalariados e as pequenas empresas. Em nível global, os 
mais prejudicados são os países mais pobres.
Fica evidente, portanto, que uma das condições básicas para o desenvolvimento econômico é a 
estabilidade, e que o ritmo do crescimento econômico deve de dar de tal sorte a atender às reivindicações 
das diferentes classes sociais, regiões e países.
 Lembrete
Contabilidade social: registro contábil da atividade econômica de um 
país num dado período. É uma técnica que se preocupa com a definição e 
os métodos de quantificação dos principais agregados macroeconômicos, 
como produto nacional, consumo global, investimentos, exportações, entre 
outros.
Com o surgimento da contabilidade social, os países passaram a medir suas rendas e seus 
desempenhos, além do surgimento de outros indicadores sociais e econômicos, tornando-se factível 
a comparação da renda per capita dos diversos países e a consequente classificação destes como ricos 
ou pobres. Torna-se, portanto, mais urgente o debate sobre o desenvolvimento econômico e o papel 
do Estado na sua promoção.
Com a publicação desses indicadores econômicos, os países pobres passaram a ser identificados 
como países subdesenvolvidos. Em geral, esses países apresentavam crescimento econômico instável 
e insuficiente, elevado nível de analfabetismo, elevadas taxas de natalidade e mortalidade infantil, 
predominância da agricultura como atividade principal, insuficiência de capital e de certos recursos 
naturais, mercado interno restrito, baixa produtividade, instabilidade política, entre outros aspectos que 
os caracterizavam como países subdesenvolvidos. Até então, inexistiam estatísticas em nível nacional e 
regional, e a visão prevalecente era a de que o setor público deveria abster-se de intervir na economia.
O surgimento da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, bem como dos outros 
organismos internacionais, por ocasião da conferência de Bretton Woods, acentuou a preocupação com 
a melhoria dos indicadores de desenvolvimento econômico.
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A publicação de alguns diagnósticos pela ONU e pelo Banco Mundial evidenciou a necessidade do estudo 
das causas da pobreza das nações, e combatê-la passou a ser um dado econômico, humanitário e político. A 
partir disso, os países pobres passaram a reivindicar mais recursos dos países ricos nos fóruns internacionais.
Com a aplicação da história econômica para analisar fatores relativos ao desenvolvimento econômico, 
constatou-se que o subdesenvolvimento é um produto da própria expansão do capitalismo mundial em 
sua fase oligopolista.
Verificou-se que os países pobres eram colocados numa posição de dependência e subserviência 
com relação aos países ricos no contexto da divisão internacional do trabalho.
Os países desenvolvidos tornavam-se cada vez mais fortes com o aumento dos fluxos internacionais 
de capitais e com as trocas desiguais entre países, pois, enquanto estes produziam bens industrializados 
de alto valor agregado, aqueles eram impelidos a continuar produzindo matérias-primas estratégicas a 
baixo custo e produtos alimentícios de baixo preço para alimentar os trabalhadores dos países centrais 
e não pressionar sua taxa de lucro.
No entanto, alguns economistas mais tradicionais questionaram significativamente essa análise da história 
econômica e construíram teorias que procuram explicar o subdesenvolvimento da escassez de capital.
7.1.2 Desenvolvimento e subdesenvolvimento
A primeira condição para o desenvolvimento econômico é a de que a taxa de crescimento do produto seja 
continuamente superior à taxa de crescimento da população; logo, a renda per capita está crescendo.
Uma melhora nas condições de vida e na distribuição de renda em favor das classes mais pobres 
também é algo imprescindível para evidenciar o desenvolvimento. Para caracterizar um processo de 
desenvolvimento econômico, devemos observar, além disso, ao longo do tempo, a existência de:
• Crescimento do bem-estar econômico.
• Ampliação da economia de mercado.
• Diminuição dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade.
• Melhoria nas condições de saúde, nutrição, educação, moradia e transporte.
• Aperfeiçoamentos institucionais.
• Fatores econômicos estratégicos para o desenvolvimento (este se constitui num fenômeno mais 
global da sociedade, que atinge toda a estrutura sociopolítica e econômica).
Assim, o desenvolvimento econômico deriva da expansão contínua do produto real de uma economia, 
implicando mudanças estruturais e melhorias no bem-estar da população, medido por indicadores 
sociais e econômicos.
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Os indicadores econômicos mais usados são: renda per capita, percentual de residências com 
telefones, consumo de energia e fertilizantes, produção de alimentos e produção total por empregado.
Os indicadores sociais são: expectativa de vida, taxa de mortalidade infantil, analfabetismo, consumo 
diário de calorias per capita, número de pessoas recebendo um salário-mínimo ou menos e índice de 
informalidade do mercado de trabalho.
A existência de um conjunto de insuficiências em relação às economias desenvolvidas
Os elementos que condicionam o subdesenvolvimento são, segundo a teoria econômica tradicional, a 
escassez de capital físico, a insuficiência de capital humano e a relação de dependência com os outros países.
O subdesenvolvimento caracteriza-se por baixa renda por habitante, reduzido nível de poupança e 
insuficiente dotação tecnológica, todos os elementos que limitam o crescimento econômico.
Em geral, as economias subdesenvolvidas apresentam um crescimento econômico sistematicamente 
inferior ao crescimento demográfico, empobrecimento da população, instabilidade e dependência dos 
países ricos. Outras características que normalmente aparecem em economias subdesenvolvidas são:
• Baixo consumo de calorias per capita.
• Baixa produção de alimentos per capita.
• Baixa esperançade vida ao nascer.
• Elevada taxa de analfabetismo.
• Elevada mortalidade infantil.
• Elevadas taxas de desemprego.
• Criminalidade elevada.
• Economia informal significativa.
• Insuficiência de gastos públicos na área social.
• Baixa produtividade.
• Crescimento econômico concentrado.
• Concentração da propriedade e da riqueza.
• Expansão das favelas.
• Empresas nacionais com baixos níveis de competitividade nos mercados internacionais.
7.1.3 Caminhos para o desenvolvimento
Embora esteja claro que a industrialização é um elemento fundamental para o desenvolvimento 
econômico, o processo de desenvolvimento dos países industrializados sempre esteve associado 
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ao aumento da produtividade do setor agrícola, liberando recursos e mão de obra para incrementar 
significativamente o processo de ampliação das indústrias nas cidades.
Em meados do século XX, acreditava-se que a industrialização dos países subdesenvolvidos seria 
assegurada se os mercados internos desses países fossem protegidos da concorrência internacional 
enquanto fortaleciam seu parque industrial.
O modelo de substituição de importações foi a estratégia de desenvolvimento utilizada pela maior 
parte dos países em vias de desenvolvimento a partir da década de 1950.
Esse modelo consistia em proteger os produtores internos da competição 
estrangeira por quotas de importações e tarifas alfandegárias, de modo 
que eles pudessem expandir a sua produção para substituir bens que eram 
anteriormente importados.109
Esse modelo de desenvolvimento esgota-se nos anos 1980 na maior parte dos países em 
desenvolvimento. As estratégias protecionistas fizeram com que os produtores domésticos produzissem 
bens com um custo alto, de baixa qualidade e em um volume insuficiente para atender ao mercado.
A solução adotada amplamente pelos países subdesenvolvidos nos anos 1980 foi a abertura 
comercial, com a redução das barreiras às importações e o incentivo às exportações por uma série de 
políticas cambiais, fiscais e comerciais.
Embora alguns países tenham alcançado amplo sucesso, ao adotarem essas estratégias de crescimento 
baseadas na abertura econômica, países como o Brasil não se beneficiaram significativamente desse 
modelo, apresentando elevados níveis de desindustrialização, desnacionalização das empresas nacionais, 
destruição de postos de trabalho e estagnação do crescimento econômico.
Os principais obstáculos a serem superados para sair do subdesenvolvimento são a debilidade do 
setor público, os desequilíbrios sociais e políticos, as diferenças regionais e culturais e a dificuldade de 
financiamento para investimentos na promoção do desenvolvimento.
Um país em desenvolvimento que queira investir na melhoria da sua estrutura social e econômica deverá 
utilizar a sua poupança interna, ou recorrer à poupança estrangeira por empréstimos ou ajuda financeira.
Assim, é preciso incentivar a formação da poupança interna, com o desenvolvimento de um mercado 
financeiro e de capitais e com o incentivo às pessoas a se absterem de parte do seu consumo presente. Os 
recursos desses indivíduos poderão ser canalizados para a formação de capital e investimento das empresas.
Para atrair poupança estrangeira, um país subdesenvolvido deverá atrair empresas para investir 
diretamente no país, ou então tomar emprestados recursos nos mercados mundiais de capitais ou do 
Banco Mundial.
109 Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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 Saiba mais
O seguinte livro propiciará um panorama mais detalhado do assunto:
PIRES, M. C. Economia Brasileira: da colônia ao governo Lula. São Paulo: 
Saraiva, 2010.
8 BREVE HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
8.1 O processo de substituição de importações
8.1.1 Transformação no modelo econômico brasileiro
Até a República Velha (1889-1930), o bom desempenho das exportações 
determinava os rumos da economia brasileira, que, na época, restringiam-se 
a alguns poucos produtos agrícolas, em especial o café plantado na região 
Sudeste.110
A economia brasileira era, portanto, agroexportadora, e essa foi a forma de inserção da economia 
brasileira na economia mundial desde o período colonial.
A primeira metade do século XX foi marcada por três acontecimentos importantes, que afetaram 
significativamente a economia brasileira:
• A Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
• A grande depressão (1929-1933).
• A Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
No início do século XX, as condições do mercado internacional de café determinavam o desempenho 
da economia brasileira. O Brasil era, à época, o principal produtor de café, mas não o único ofertante, nem 
controlava totalmente esse mercado. O Brasil produzia 3/4 do café exportado para o mercado mundial.
A demanda de café dependia das oscilações no crescimento da economia mundial, 
aumentando em momentos de prosperidade econômica e reduzindo-se quando as 
grandes potências ocidentais entravam em crise ou guerra. As crises internacionais 
tinham um efeito negativo sobre as exportações de café, criando sérias dificuldades 
para toda a economia brasileira, já que boa parte das outras atividades econômicas 
do país dependia direta ou indiretamente do desempenho do setor exportador 
cafeeiro.111
110 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
111 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
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Havia, nas décadas de 1920 e 1930, uma superprodução de café, que pressionava os preços no mercado 
internacional antes mesmo da crise dos anos 1930. O governo tentava corrigir isso desvalorizando a 
moeda nacional para ampliar a exportação, ou então comprava excedentes para estocar e diminuir a 
oferta de café no mercado, o que acabava por agravar a superprodução, já que os produtores mantinham 
os seus lucros e o desejo de produzir sempre mais.
Em 1930, esses dois elementos se conjugaram, a produção nacional de café 
era enorme e a economia mundial entrou numa das maiores crises de sua 
história.112
Após a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, o mundo assiste a uma queda no nível de suas 
atividades e a um crescimento assustador dos níveis de desemprego.
A depressão de 1929 só não destruiu a antiga URSS. Para se ter uma ideia das proporções dessa crise, 
as taxas de desemprego chegaram a 22% na Inglaterra e Bélgica, 27% nos Estados Unidos e 44% na 
Alemanha. O volume do comércio mundial caiu em 60%, e os empréstimos internacionais, em 90%.
Esse fato se refletiu no mercado internacional de café, conjugando excesso de oferta, decorrente 
dos seguidos anos de superprodução cafeeira no Brasil, subsidiado pelo governo, controlado pelas 
oligarquias agrícolas, com queda na demanda internacional, fazendo com que os preços internacionais 
do café tivessem uma queda significativa.
O governo brasileiro foi obrigado a intervir fortemente no mercado, 
comprando e estocando café e desvalorizando o câmbio, para defender 
a rentabilidade do setor cafeeiro e, ao mesmo tempo, salvaguardara 
rentabilidade, o emprego, a renda e a demanda em todas as atividades 
econômicas do país.113
Além disso, a demanda atingiu seu limite. O governo não suportou mais e resolveu queimar 1/3 da 
produção de café entre 1931/1939.
Inicialmente, houve uma queda no nível de renda no Brasil, de 25 a 30%, e o índice de preços 
dos produtos importados subiu 33%.Como consequência, a redução das importações foi por volta de 
60%.
Com isso, parte da demanda, antes satisfeita com importações, passou a ser atendida pela oferta 
interna; assim, a demanda interna passaria a ter importância crescente como elemento dinâmico na 
recessão mundial.
A firmeza da procura interna criou uma situação nova, com a preponderância do setor ligado ao 
mercado interno no processo de formação de capital e no conjunto de investimentos no país.
112 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
113 Disponível em: <http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated>.
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A crise dos anos 1930 foi um momento de ruptura no desenvolvimento 
econômico brasileiro.
A fragilização do modelo agroexportador evidenciou a necessidade da 
industrialização como forma de superar os constrangimentos externos e o 
subdesenvolvimento.114
A grande depressão de 1930 é o marco fundamental no processo de consolidação da produção 
industrial brasileira e mesmo latino-americana. Apesar de a industrialização remontar às últimas décadas 
do século XIX, a indústria só viria a se tornar o fator determinante da dinâmica econômica na década 
de 1930.
Após a crise, o café deixa de ser o produto determinante da economia brasileira e o mercado interno 
torna-se o fator dinâmico principal da economia. Os dados da produção agrícola e industrial do período 
mostram um dinamismo surpreendente no contexto da crise mundial, com aumento da renda nacional, 
contrariando o que ocorria no resto do mundo.
Politicamente, a revolução de 1930 ocasionou a perda da hegemonia política da oligarquia cafeeira 
de São Paulo e Minas Gerais, em favor da classe industrial ascendente, e o processo de industrialização 
intensificou-se.
A forma assumida pela industrialização brasileira, depois de 1930, foi o 
chamado processo de substituição de importações.115
Pelo estrangulamento externo, gerado pela crise internacional, houve 
uma necessidade de produzir internamente o que antes era importado, 
defendendo-se, dessa forma, o nível de atividade econômica.116
Há também uma mudança na pauta de importações do país.
Conforme aumenta a produção interna de bens de consumo, anteriormente importados, 
aumenta também a importação de bens de capital e de bens intermediários necessários a essa 
produção.
Esse modelo de industrialização substitutivo de importações caracteriza-se por ser uma 
industrialização fechada, voltada para dentro do país, que visa a atender ao mercado interno.
As principais características do modelo de substituição de importações são:
• Tendência ao desequilíbrio das contas externas.
114 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
115 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
116 Disponível em: <http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated>.
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• Aumento da participação do Estado na economia, seja na geração de infraestrutura básica, seja 
no fornecimento de insumos básicos, seja na captação e distribuição de poupança.
• Aumento do grau de concentração de renda.
• Êxodo rural intenso.
• Escassez de fontes de financiamento ao desenvolvimento, seja pela inexistência de um sistema 
financeiro desenvolvido, seja pela precariedade do sistema tributário nacional.
Os principais mecanismos de proteção à indústria nacional, utilizados durante o processo de 
substituição de importações, foram a desvalorização cambial, o controle de câmbio, taxas múltiplas de 
câmbio e elevação das tarifas aduaneiras.
Apesar de a dinâmica da economia brasileira ter passado, a partir dos anos 1930, a ser 
determinada internamente, tratava-se de um processo de industrialização ainda incompleto, uma 
vez que os setores produtores de bens de capital e de bens intermediários eram muito pouco 
desenvolvidos no país.
Além disso, por décadas, o país ainda continuou a ter a produção agrícola superior à industrial; 
somente a partir de 1956, com o Plano de Metas, a situação começa a se inverter.
8.2 A era Vargas
Figura 13 – Getúlio Vargas
O então Presidente da República Getúlio Vargas desfere um golpe militar em novembro de 1937. 
Ele havia sido eleito indiretamente em 1934 e seu mandato terminaria em 1938. O Parlamento, as 
Assembleias Estaduais e as Câmaras Municipais foram dissolvidos, e os governadores estaduais, 
substituídos por interventores.
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Esse golpe foi o fim da descentralização política republicana, uma tentativa de afirmação de 
um projeto nacional, no qual caberia ao Estado assumir o papel de indutor do desenvolvimento 
industrial, mudando a forma de intervenção estatal na economia brasileira. O Estado Novo – 
instaurado por Getúlio Vargas – estende-se até 1945, concentrando no Governo Central a maior 
parte dos poderes.
Na verdade, havia por parte do novo governo liderado por Vargas a noção de que os capitais privados 
nacionais ainda eram frágeis, e não fazia parte da estratégia das grandes empresas capitalistas produzir 
nos países subdesenvolvidos. Assim, a única possibilidade de implantar grandes projetos de indústrias de 
bens de produção residia na ação estatal, exatamente essa a proposta de Vargas.
Após o início da Segunda Guerra Mundial, o país passou a apresentar uma balança comercial 
superavitária, com o aumento das exportações para os países aliados e a recuperação dos preços do 
café, em um momento de forte redução das importações.
Observa-se nesse período também um crescimento do produto industrial, de 9,9%, e a taxa de 
crescimento do PIB cresce em 6,4% ao ano entre 1942 e 1945.
Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Brasil redemocratizou-se e houve a eleição do 
Presidente Dutra, que pautou o início de seu governo nos princípios liberais de Bretton Woods: o Estado 
deveria reduzir o grau de sua intervenção na atividade econômica. No entanto, a política do governo 
Dutra não foi muito bem-sucedida para alavancar o crescimento e o desenvolvimento do país.
A única tentativa de intervenção planejada do Estado nesse período foi o Plano Salte, que procurava 
coordenar gastos públicos nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia, estabelecendo 
investimentos para o período entre 1949–1953. Como não foram asseguradas as fontes de financiamento 
para esses investimentos, na prática, o Plano Salte mal saiu do papel.
Nos anos 1950, a conjuntura econômica internacional era marcada pela Guerra Fria, e os interesses 
estratégicos dos Estados Unidos estavam voltados para a reconstrução europeia e japonesa.
Países como o Brasil foram deixados à própria sorte e dependiam basicamente do mercado e dos 
movimentos privados de capitais para o financiamento de seus déficits em transações correntes e seus 
projetos de desenvolvimento.
Nesse momento, Getúlio Vargas volta ao poder, agora por eleições diretas, uma tentativa nacionalista 
de superação dos estrangulamentos do processo de substituição de importações e dos entraves à 
afirmação de um projeto nacional.
A substituição de importação foi importante para o Brasil, porém ainda era preciso importar bens de 
produção, então, era necessário construir as bases para suprir essa necessidade.
Durante esse segundo governo, Vargas procurou implantar as bases de uma indústria de bens de 
produção e de bens de luxo no Brasil.
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Nesse período, temos a criação da Petrobrás, a entrada em operação da Companhia Siderúrgica 
Nacional, o projeto da Eletrobrás é enviado ao Congresso Nacional para apreciação e há a criação do 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).
A tentativa de Vargas de implementar um departamento produtor de bens de produção e de bens 
intermediários enfrentou as dificuldades políticas típicas de um projeto nacionalista.
O desfecho desse processo foi uma crise política que culminou com o suicídio de Vargas e a morte 
de um projeto nacional que nem mesmo chegou a ser implementado.
Com o suicídio de Vargas, assume Café Filho, que implementa uma política econômica ortodoxa, 
com prioridade para as políticas anti-inflacionárias baseadas no controle da moeda.
A principal ação do governo foi a instrução 113 da Sumoc, que permitia às empresas estrangeiras 
instaladas no país importar máquinas e equipamentos sem cobertura cambial.
A política contracionista resultou em falta de liquidez, provocou uma crise bancária e o aumento de 
falências no Rio de Janeiro e em São Paulo.
8.3 O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek
Figura 14 – Juscelino Kubitschek de Oliveira
Juscelino Kubitschek de Oliveira foi um médico, militar e político brasileiro. Conhecido como JK, 
foi prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1951-1955), e presidente do 
Brasil entre 1956 e 1961. Foi o primeiro presidente do Brasil a nascer no século XX e foi o último político 
mineiro eleito para a presidência da república pelo voto direto.
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O plano de metas do governo Juscelino Kubitschek pode ser considerado 
o auge do período de industrialização brasileira. Seu principal 
objetivo era estabelecer uma estrutura industrial mais madura no 
país, impulsionando o desenvolvimento do setor produtor de bens de 
consumo duráveis.117
O Plano de Metas (1956-1960) é uma experiência bem-sucedida de planejamento estatal: amplos 
projetos estatais de infraestrutura, além de o Estado articular grandes somas de investimentos privados 
de origem externa e interna, destinados à indústria automobilística, construção naval e aeronáutica, 
visando sempre ao desenvolvimento industrial acelerado; implantação das indústrias de bens duráveis 
(especialmente automobilística); clara aceitação de capital externo, ao contrário de Vargas; e continuidade 
do processo de substituição de importações.
O Plano de Metas financiava os gastos públicos e privados com expansão dos meios de pagamento 
e crédito, via empréstimos do BNDE e empréstimos do exterior.
Entre 1957-1961, o PIB cresceu 8,2%, resultando num aumento de 5,1% ao ano da renda per capita. 
O desenvolvimento industrial foi liderado pelo crescimento de bens de capital (26,4%) e bens de consumo 
duráveis (23,9%).
O crescimento industrial durante o governo JK foi estruturado pelas empresas estatais, pelo capital 
privado estrangeiro e pelo capital privado nacional, com a participação dominante do capital externo.
O mercado interno era atrativo para as multinacionais europeias. Assim, as empresas multinacionais 
passaram a dominar amplamente a produção industrial brasileira, especialmente os setores mais 
dinâmicos da indústria de transformação.
O financiamento do Plano de Metas era o principal entrave do governo. Não houve uma 
reforma fiscal para fazer frente às metas e aos gastos estipulados, então o financiamento dos 
investimentos públicos foi feito basicamente pela emissão monetária, provocando elevação nas 
taxas de inflação.
Do ponto de vista externo, houve também um crescimento da dívida externa 
e uma deterioração do saldo em transações correntes.118
Observa-se, no período, uma significativa concentração de renda, em decorrência do desestímulo à 
agricultura e investimentos em capital intensivo na indústria.
Os saldos comerciais tornaram-se negativos a partir de 1958, com o novo ciclo de deterioração das 
relações de troca, o crescimento das despesas financeiras e o serviço do capital estrangeiro a partir 
de 1957, também como consequência dos investimentos e empréstimos externos acumulados nessa 
117 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
118 Disponível em: <http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated>.
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década. Apesar da política extremamente liberal seguida por JK relativamente ao capital estrangeiro, os 
organismos internacionais não aprovaram o plano de substituição de importações.
Além disso, a ortodoxia monetarista predominante no FMI e no Banco Mundial também não 
aprovava a condução da política macroeconômica (carregada de déficits fiscais) e a política monetária 
expansionista, que não se preocupava com as crescentes taxas de inflação no período. Em 1959, os 
conflitos entre JK e o FMI resultam em um rompimento. A inflação disparou e atingiu a taxa anual de 
90% em 1964.
Esse conjunto de contradições se manifestou na queda do ritmo do crescimento industrial a partir 
de 1962, configurando a primeira crise econômica brasileira motivada por entraves internos. Até então, 
todas as crises tinham tido origem externa.
8.4 O período militar
8.4.1 O PAEG
Em 1964, a Ditadura Militar é instaurada no Brasil por um novo golpe 
militar, impondo uma solução para a crise econômica e política surgida no 
período, e foi uma pré-condição ao encaminhamento “técnico” das medidas 
de superação da crise econômica – reformas institucionais e alteração na 
condução da política econômica.119
A economia brasileira sofre uma desaceleração que perdura até 1967, e as razões enumeradas para 
a crise econômica são:
• Fim do ciclo de crescimento; só na indústria automobilística, a capacidade ociosa chegou a 
50%.
• Setor de bens duráveis crescia mais do que a demanda (em função da baixa renda).
• As limitações de financiamentos em longo prazo traziam restrições para a demanda.
• Crise cambial que foi agravada pela forte dependência externa.
Tratou-se efetivamente de uma crise cíclica, agravada pelo aumento da instabilidade política e 
das políticas de estabilização recessivas, somando-se a isso o fato de que era uma economia que se 
industrializara mantendo enorme dependência com o setor externo.
Roberto Campos, como ministro, elaborou um plano de ações anti-inflacionárias bastante ortodoxas 
– o PAEG, Plano de Ação Econômica do Governo – e, mais uma vez, foi utilizada a política de contenção 
de gastos públicos e de liquidez.
119 Disponível em: <http://www.coladaweb.com/economia/abordagem-historica-da-economia-parte-1>.
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Na verdade, o Brasil assumiu uma clara subordinação com relação ao capitalismo mundial. Tratava-se 
do aprofundamento do modelo de capitalismo dependente e associado, já hegemônico no país desde o 
Plano de Metas de JK.
Isso resultou no aumento da internacionalização da economia brasileira em relação aos capitais 
externos e à consolidação da oligopolização, com o franco predomínio das empresas multinacionais e o 
aumento da dependência externa, gerando o crescimento da dívida externa no Brasil.
O autoritarismo permitiu ao governo militar executar uma política econômica voltada a garantir os 
investimentos, estimulando ainda mais o processo de oligopolização.
A estrutura básica do sistema financeiro nacional foi criada em 1965, com a instituiçãodo Banco 
Central e do Conselho Monetário Nacional. A reforma tributária de 1967 criou o sistema tributário ainda 
vigente no país: a arrecadação foi significativamente incrementada, sendo centralizada no Governo 
Federal. Fundos parafiscais, como o FGTS, o PIS e o PASEP contribuíram significativamente para o 
aumento da arrecadação do governo, além dos impostos.
As reformas do PAEG alteraram praticamente todo o quadro institucional 
da economia brasileira, adaptando-a às necessidades de uma economia 
industrial. A retomada do crescimento econômico assistida no período 
posterior foi viabilizada pelo esquema de financiamento montado por 
essas reformas, e dotou-se o Estado de maior capacidade de intervenção na 
economia.120
A política adotada no PAEG conseguiu efetivamente uma redução significativa da espiral inflacionária 
e abriu a possibilidade efetiva da retomada do crescimento a taxas jamais vistas na economia brasileira 
no período do chamado “milagre econômico”.
 Lembrete
O governo militar, instituído em 1964, foi responsável por uma grande 
gama de planos econômicos, cujo principal objetivo era o fim da inflação.
8.4.2 O milagre brasileiro
O período entre 1968 e 1973 caracterizou-se pelas maiores taxas de crescimento do produto brasileiro 
da história recente, com relativa estabilidade de preços.
Foi o que se convencionou chamar de milagre brasileiro: um período de intenso crescimento do PIB 
e da produção industrial. A economia brasileira apresentou uma taxa média de crescimento do produto 
acima dos 10% ao ano, com destaque para o produto industrial.
120 Disponível em: <http://www.coladaweb.com/economia/abordagem-historica-da-economia-parte-1>.
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O grande crescimento do comércio mundial e os fluxos financeiros internacionais beneficiaram 
sobremaneira a economia brasileira, possibilitando uma abertura maior comercial e financeira em 
relação ao exterior.
As reformas institucionais e a recessão do período anterior geraram uma capacidade ociosa na 
indústria, possibilitando uma retomada do consumo e da produção e, portanto, uma retomada da 
demanda agregada.
Nesse ciclo expansivo, os setores produtores de bens duráveis e de bens de capital são 
predominantes.
Esse projeto brasileiro de desenvolvimento impôs ao país uma série de distorções que o condenaram 
ao fracasso.
As principais distorções foram: promoção de uma brutal concentração de renda; promoção de um 
crescimento setorial da produção industrial, que teve um comportamento diferente a depender do setor, 
privilegiando o crescimento da produção de bens de produção e de consumo duráveis; transformação 
do Estado em motor do desenvolvimento; ampliação significativa do endividamento externo, e a 
consequência do endividamento seria a crise da dívida dos anos 1980.
As políticas monetária e creditícia de Delfim Neto, durante o milagre econômico, foram fortemente 
expansionistas. O grande questionamento ao milagre refere-se aos aspectos sociais.
Os teóricos do desenvolvimento econômico já chamavam a atenção para a diferença entre 
crescimento e desenvolvimento econômico, entendendo que o desenvolvimento é caracterizado pela 
mudança qualitativa das condições de vida da maioria da população do país.
Na verdade, o milagre econômico brasileiro foi caracterizado como um intenso crescimento da 
acumulação capitalista, beneficiado por altíssimas taxas de lucro, resultantes da compressão significativa 
dos salários, o que chegou a ameaçar a continuidade do processo de crescimento. Há crescimento 
econômico sem melhoria das condições de vida da maior parte da população.
8.4.3 O II PND (1975-1979)
O II Plano Nacional de Desenvolvimento era, ao mesmo tempo, uma resposta do governo militar à 
crise conjuntural da economia brasileira e uma tentativa de superar o próprio subdesenvolvimento do 
país, eliminando os estrangulamentos estruturais de nossa economia. Assim, em 1974, o Brasil entra na 
etapa final do processo de substituição de importações.
No II PND, a maioria dos investimentos para crescimento industrial estava direcionada para o 
departamento produtor de bens de capital e bens intermediários, e ele surge como uma nova tentativa 
de combinar e coordenar as ações e os investimentos governamentais, na figura das empresas estatais, 
com os investimentos da grande empresa privada nacional.
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Figura 15 – General Ernesto Geisel
O governo Geisel tinha como desafio dar continuidade ao crescimento econômico, grande fator de 
legitimação do regime militar.
Nessa fase, as empresas multinacionais participaram do processo de desenvolvimento como 
coadjuvantes das empresas nacionais, pois não estavam mais interessadas em realizar grandes 
investimentos em uma conjuntura de grandes incertezas.
Para a indústria nacional, era a hora de produzir bens mais sofisticados tecnologicamente, com 
financiamentos subsidiados e mercado garantido.
Os empréstimos externos são a principal fonte de financiamento do II PND, fundamentais para o 
fechamento do balanço de pagamentos do país, desequilibrado por grandes déficits em transações 
correntes.
A política do governo Geisel manteve o crescimento, embora a taxas bem inferiores às do milagre 
econômico; porém, trouxe de volta a inflação e adiou os projetos nas áreas de energia, química pesada, 
siderurgia, entre outros. Além disso, os investimentos do II PND refletiram-se em déficit crescente em 
transações correntes e num crescimento significativo da dívida externa.
8.4.4 A “década perdida”
Na década de 1980, a economia brasileira foi marcada por graves desequilíbrios internos e 
externos. A chamada “década perdida” caracterizou-se pela queda nos investimentos e no 
crescimento do PIB, pelo aumento do déficit público, pelo crescimento das dívidas interna e 
externa e pela ascensão inflacionária. Entre 1980 e 1991, o crescimento do PIB girou em torno de 
2% ao ano. A renda per capita do período permaneceu praticamente inalterada ao longo de toda 
a década.
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Figura 16 – General João Baptista de Oliveira Figueiredo
No governo do general Figueiredo, último do regime militar, a política econômica inicial foi heterodoxa: 
controle dos juros; maior indexação dos salários, que passaram a ser reajustados semestralmente e por 
faixas; e a desvalorização cambial de 30% em dezembro de 1979.
Com o agravamento da crise econômica, as pressões políticas contra o regime militar tornaram-se 
insuportáveis e, em 1985, começava a Nova República, um governo civil, eleito indiretamente pelo Congresso 
Nacional.
A escalada inflacionária seria enfrentada com os chamados choques heterodoxos, baseados na 
teoria da inflação inercial. O objetivo era desindexar a economia por meio do uso de políticas de rendas 
apoiadas no congelamento de preços.
A crise da dívida externa brasileira também preocupou os economistas ao longo da década de 1980. 
Ela foi decorrência direta do processo de inserção internacional do país.
O aumento do endividamento foi acelerado a partir do milagre econômico, supostamente financiado 
pela entrada de recursos externos.
A partir do primeiro choque do petróleo (1973) e durante o período de implantação do II PND, o 
endividamento aumentou pelo financiamento dos déficits em transações correntes do país.
Após o segundo choque do petróleo e do choque dos juros externos (1979), o crescimento do 
endividamento passou a se alimentar do aumento dos custos da própria dívidae da deterioração dos 
termos de troca no comércio internacional.
O crescente aumento das despesas com o serviço da dívida estava na origem da deterioração 
das contas internas (crise fiscal do Estado), no estancamento de seu crescimento, na queda do 
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nível de investimentos e na disparada da inflação. A crise da dívida externa conduziu o país à 
hiperinflação.
8.5 A Nova República
A política econômica da Nova República elegeu o combate à inflação como meta principal. Uma 
série de planos econômicos foi implementada na tentativa de derrubar a inflação.
Essa fase é marcada por grandes oscilações nas taxas de inflação e no produto real e completa 
deterioração das contas públicas.
8.6 O governo Sarney
Figura 17 – José Sarney de Araújo Costa
Em 28 de fevereiro de 1986, o governo brasileiro lançou o Programa de Estabilização da Economia 
Brasileira, mais conhecido como Plano Cruzado. Foi efetuada uma reforma monetária que criou o 
cruzado como novo padrão monetário, sendo a taxa de conversão fixada em mil cruzeiros por cruzado.
Com exceção das tarifas industriais de energia elétrica, todos os preços foram congelados por 
tempo indeterminado, obedecendo aos níveis do consumo praticado em 27 de fevereiro, medida que se 
estendeu à taxa de câmbio.
Os salários foram convertidos, tendo como base o poder de compra médio dos últimos seis meses em 
valores correntes, e todos os assalariados receberam um abono de 8%.
Além disso, os salários seriam corrigidos em 60% da variação do custo de vida, nas datas anuais 
dos dissídios coletivos, além de serem automaticamente corrigidos sempre que a inflação acumulasse 
a taxa de 20%. Criou-se um novo indexador para medir as variações de preços, o Índice de Preços ao 
Consumidor (IPC).
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Não foram estabelecidas metas para as políticas monetária ou fiscal. O objetivo básico era extirpar 
a memória inflacionária.
O impacto imediato do plano foi uma explosão de consumo em decorrência do aumento do salário 
real, da despoupança por causa da queda das taxas de juros nominais, da diminuição do recolhimento 
do imposto de renda pessoa física na fonte, do consumo reprimido durante a recessão dos anos 1980, 
da existência de preços defasados com medo de descongelamento, entre outros.
Assim, tornou-se difícil manter o congelamento, dada a pressão da demanda, a defasagem nos 
preços públicos e a pressão por aumento de preços pelos empresários do setor privado.
O fracasso do Plano Cruzado trouxe de volta a inflação e a ameaça de hiperinflação. Para tentar 
solucionar isso, vários planos alternativos foram implementados ao longo do governo Sarney: Cruzadinho, 
Cruzado II, Plano Bresser e Plano Verão, todos fracassados.
Os últimos meses do governo Sarney foram marcados por um verdadeiro caos político e econômico. 
Não havia mais credibilidade nem sustentação política ao governo, após as diversas tentativas fracassadas 
de estabilização econômica.
Embora os três planos (Cruzado, Bresser e Verão) tenham procurado eliminar ou reduzir a inflação, 
esta chegou a atingir, no período, níveis mais alarmantes que antes da implementação dos planos. A 
taxa mensal de inflação em 1989 chegou a 85,12% no início de março.
8.7 O Plano Collor
Figura 18 – Fernando Collor de Mello
Fernando Collor de Mello é eleito e toma posse no dia 15 de março de 1990, anunciando um novo 
plano de estabilização econômica – o Plano Collor –, além de uma série de medidas de grande impacto 
para a economia brasileira.
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O Plano Collor I procurou articular confisco dos depósitos à vista e aplicações financeiras com 
controle dos preços e salários (que teriam correção prefixada), câmbio flutuante, tributação pesada 
sobre as aplicações financeiras e uma “reforma administrativa”, que levou ao fechamento de inúmeros 
órgãos públicos e à demissão de uma grande quantidade de funcionários. Além disso, o presidente 
adotou um programa de redução da dívida interna, de corte nos gastos públicos e aumento da receita 
fiscal.
Com a reaceleração da inflação, outro plano de estabilização foi adotado em janeiro de 1991. 
Mais uma vez, o governo se utilizava do congelamento de preços e salários, também lançava mão 
da unificação das datas-base de correções salariais, além de medidas de contração monetária e 
fiscal.
O período de 1990-1992 foi marcado por uma reestruturação produtiva, uma aceleração da abertura 
da economia, uma desregulamentação dos mercados e uma aceleração dos processos de privatização de 
empresas estatais.
Esse período foi marcado também por forte recessão, aumento do desemprego e queda dos salários 
reais e da massa salarial. O desgaste político do governo, aliado às denúncias de corrupção, acabou por 
levar o presidente Collor ao impeachment em outubro de 1992.
8.8 O Plano Real
No início dos anos 1990, o Brasil havia intensificado os processos de abertura comercial e financeira, 
privatizações, renegociação da dívida externa e desregulamentação do mercado.
Figura 19 – Itamar Franco
Com a deposição de Collor, Itamar Franco assume a presidência e, em 1993, o então Ministro da 
Economia, Fernando Henrique Cardoso, implementou um plano econômico de estabilização, conhecido 
como Plano Real.
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Figura 20 – Fernando Henrique Cardoso
Este foi concebido e implementado em três etapas: o estabelecimento do equilíbrio das contas 
públicas federais, para eliminar a principal causa da inflação; a criação de um padrão estável de valor, 
a Unidade Real de Valor (URV); e a emissão de uma moeda nacional nova, o real, com poder aquisitivo 
estável.
Houve um processo de intenso combate à sonegação fiscal, a ampliação da carga tributária, a 
aceleração das privatizações, o aprofundamento da abertura comercial e a desregulamentação dos 
mercados.
O Plano Real é apontado como a melhor experiência de estabilização da economia brasileira. 
Houve, de fato, uma queda brusca da inflação e o objetivo da estabilização monetária foi amplamente 
alcançado.
No entanto, os fundamentos do Plano Real fizeram com que houvesse uma deterioração significativa 
das contas públicas, uma elevação significativa da dívida pública interna e déficits em transações 
correntes constantes.
 Lembrete
O Plano Real pode ser considerado como o mais bem-sucedido controle 
de inflação implementado no país. Ele foi elaborado por uma equipe que 
contou com diversos economistas, além do sociólogo Fernando Henrique 
Cardoso.
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 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto leia:
MARQUES, R. M. e FERREIRA, M. R. J. (Orgs.). O Brasil sob a nova ordem. 
A economia brasileira contemporânea dos governos Collor e Lula. 1. ed., 
São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
MARQUES, R. M. e BOCCHI, J. I. (Orgs.). Desafios para o Brasil. Como retornar 
crescimento econômico nacional? 1. ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2007.
 Resumo
Como objetivos específicos nesta aula, espera-se que você adquira 
conhecimentos sobre as transformações no modelo econômico brasileiro 
por meio da breve história da economia brasileira.
 Exercícios
Questão 1. (Adaptada do ENADE 2009 – Economia) Os efeitos da crisemundial de 1929 foram 
transmitidos à economia brasileira pelo comércio internacional. No que se refere aos primeiros anos da 
década de 1930, é correto afirmar que:
A) A despeito da crise internacional, o governo brasileiro foi capaz de obter empréstimos estrangeiros, 
podendo, assim, manter a mesma política de defesa do setor cafeeiro praticada antes dos anos 
1930.
B) A produção industrial brasileira não se recuperou rapidamente dos efeitos adversos da crise de 
1929, tendo apresentado baixas taxas de crescimento nos anos de 1934-36.
C) A queda nos preços das exportações brasileiras provocou aumento proporcionalmente maior nas 
quantidades exportadas e, consequentemente, aumento das receitas de exportação.
D) As desvalorizações cambiais do período reduziram a demanda por importações e beneficiaram a 
produção doméstica.
E) O desempenho do comércio internacional introduziu fortes pressões inflacionárias na economia 
brasileira.
Resposta correta: alternativa D.
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Economia E mErcado
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Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a crise de 1929 foi acompanhada pelo desaparecimento gradual dos recursos estrangeiros 
destinados a empréstimos. Sem dinheiro, o governo brasileiro já não podia mais proteger o preço do café 
por meio de benefícios cambiais.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a despeito da crise internacional (e, na verdade, até mesmo em função da crise 
internacional) e com as dificuldades pelas quais passava a economia cafeeira, a indústria brasileira se 
expandiria por meio da produção de bens de consumo. Segundo Rego e Marques (2006), no período de 
1929-1937, o valor da produção industrial cresceu 50%.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: as exportações de café diminuíram significativamente. Não havia mais compradores e 
o preço internacional do produto despencou. Havendo menos exportações, e com o preço do café em 
queda, diminuíram as receitas de exportação.
D) Alternativa correta.
Justificativa: já não havia mais como a depreciação da moeda nacional salvar a pauta de exportação 
e a renda dos fazendeiros e, ao mesmo tempo, tornar possíveis as importações das quais necessitávamos. 
Sem mercado internacional para o consumo do café e sem recursos, a desvalorização cambial dificultou 
ainda mais as operações de importação, permitindo o aumento da produção industrial, particularmente 
daquela destinada à produção de bens de consumo anteriormente importados.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: não houve qualquer relação entre o desempenho do comércio internacional e as pressões 
inflacionárias na economia brasileira. A inflação surgiria como resultado de emissões de moeda para 
sustentar o desenvolvimento da indústria e, posteriormente, em função da retomada de empréstimos 
estrangeiros.
Questão 2. (Adaptada do ENADE 2006 – Economia) Entre 1968 e 1973 a economia brasileira 
apresentou elevadas taxas de crescimento com baixa inflação, sendo tal período apontado como “milagre 
econômico”. Contribuíram para esse “milagre econômico”:
I. a realização de reformas tributária, financeira e salarial, no período 1964-1967.
II. a existência de capacidade ociosa na indústria, no início do período.
III. a conjuntura econômica mundial favorável, em termos comerciais e de financiamento.
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Unidade IV
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Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resolução desta questão na Plataforma.
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figuras
Figura 3
Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 4
Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 8
Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>. Acesso em: 20 fev. 
2011.
Figura 10
KEYNES.GIF. Dimensões: 307×453 pixels. Tamanho: 122,88KB (125.833 bytes). Formato: Imagem GIF. 
Disponível em: <http://www.manchester.edu/academics/departments/econ/keynes.gif>. Acesso em: 16 
abr. 2011.
Figura 11
FICHEIRO:DAVID RICARDO.JPG. Dimensões: 323×372 pixels. Tamanho: 26,56KB (27.197 bytes). 
Formato: Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:David_ricardo.jpg>. 
Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 12
FICHEIRO:ADAMSMITH.JPG. Dimensões: 402×600 pixels. Tamanho: 83,29KB (85.290 bytes). Formato: 
Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:AdamSmith.jpg>. Acesso em: 20 
fev. 2011.
Figura 13
FICHEIRO:GETULIO.GIF. Dimensões: 394×600 pixels. Tamanho: 96,42KB (98.732 bytes). Formato: Imagem 
GIF. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Getulio.gif>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 14
FICHEIRO:JUSCELINO.JPG. Dimensões: 282×600 pixels. Tamanho: 25,36KB (25.970 bytes). Formato: Imagem 
JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Juscelino.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
137
138
Figura 15
FICHEIRO:ERNESTO GEISEL.JPG. Dimensões: 406×599 pixels. Tamanho: 28,97KB (29.670 bytes). 
Formato: Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ernesto_Geisel.jpg>. 
Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 16
FICHEIRO:FIGUEIREDO.JPG. Dimensões: 383×599 pixels. Tamanho: 34,95KB (35.788 bytes). Formato: 
Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Figueiredo.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 17
FICHEIRO:SARNEYOFICIAL.JPG. Dimensões: 316×450 pixels. Tamanho: 61KB (62.467 bytes). Formato: 
Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sarneyoficial.jpg>. Acesso em: 20 
fev. 2011.
Figura 18
FICHEIRO:FERNANDO COLLOR.JPG. Dimensões: 242×383 pixels. Tamanho: 21,46KB (21.980 bytes). 
Formato: Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fernando_collor.jpg>. 
Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 19
FICHEIRO:ITAMAR.JPG. Dimensões: 350×456 pixels. Tamanho: 11,87KB (12.154 bytes). Formato: Imagem 
JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Itamar.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 20
FICHEIRO:FHC-COLOR.JPG. Dimensões: 251×344 pixels. Tamanho: 21,06KB (21.568 bytes). Formato: Imagem 
JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fhc-color.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Tabela
Tabela 1
Fonte: FMI, International Financial Statistics; dados apresentados em Ipeadata.
REFERÊNCIAS 
Textuais
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; BEGG, D. Introdução à economia: para os cursos de administração, 
direito, ciências humanas e contábeis. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2003.
139
GONÇALVES, C. E.; GUIMARÃES, B. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 2009.
GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S. Economia brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2007.
JORGE, F. T.; MOREIRA, J. O. C. Economia: notas introdutórias. São Paulo: Atlas, 1990.
MANKIW, N. G. Introdução à economia: princípios de micro e macro. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MENDONÇA, A. C. D. Câmbio e negócios internacionais. 1. ed. São Paulo: Nobel, 2009.
MONTELLA, M. Economia passo a passo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
TROSTER, R. L.; MOCHÓN, F. M. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2000.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
VIEIRA, M. M.; VIEIRA, E. F. Geoestratégia global. 1. ed. São Paulo: FGV, 2007.
Exercícios 
Unidade I
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). ExameNacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Questão 39. Disponível 
em: <http://public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Unidade II
Questão 1
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame 
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame 
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
140
Unidade III
Questão 1
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame 
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame 
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Administração. Disponível em: <http://public.
inep.gov.br/enade2009/ADMINISTRACAO.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Unidade IV
Questão 1
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame 
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame 
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso 
em: 19 mai. 2011.
Sites
http://www.scribd.com/doc/7160071/Manual-de-Economia-Profess-Ores-Da-Usp
http://pauloadministrador.blogspot.com/
http://www.jorgerodriguessimao.com/economia/principios-gerais-de-economia.html?showall=1
http://www.scribd.com/doc/13145388/Apostila-de-Economia
http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc
http://www.scribd.com/doc/28679535/Economia-e-Mercado
http://www.ebah.com.br/micro-e-macro-economia-pdf-a43129.html
141
http://download.wlsv.com.br/FG/Introducao_a_Economia_2.pdf
http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta
http://www.slideshare.net/ecsette/teoria-de-produo
http://www.scribd.com/doc/13423115/Slides-de-Microeconomia
http://www.fema.com.br/%7Econtabeis/catia/apostila_teoria_economica1.doc
http://administracaonoblog.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated
http://www.scribd.com/doc/37873755/Macro-e-Micro-Economia
http://www.uff.br/peteconomia/pages/utilidades/apostilas/economia/apostilas/economia/nocoes_de_
comer
http://www.centralcursoseconcursos.com.br/arquivos/730925840.pdf
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php
http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated
http://www.coladaweb.com/economia/abordagem-historica-da-economia-parte-1
142
143
144
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Outros materiais