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História Do Mobiliario

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Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 1 
Notas de Aula: Arquitetura de 
Interiores 
 
João Ademar de Andrade Lima 
joaoademar@terra.com.br 
www.joaoademar.com 
 
 
História do Mobiliário 
(Baseado em "Mobiliario", Enciclopedia Encarta, on line, 2005, 
es.encarta.msn.com, com imagens do Google) 
 
Materiais e Design 
 
Historicamente, o material mais usado para fabricar 
móveis é a madeira, ainda que também se utilize outros, co-
mo o metal e a pedra e, mais recentemente, até o plástico! 
Seu design vem sempre se refinando e se adaptando ao esti-
lo de cada época, desde a antiguidade até os nossos dias. 
Os requisitos básicos do design de mobiliário são 
complexos. A aparência (ou estética) do móvel tem sido tão 
importante quanto a funcionalidade e a tendência geral tem 
sido de projetar o mobiliário como complemento da arquite-
tura de interiores; algumas formas têm sido concebidas a 
partir da arquitetura, como, por exemplo, pés em forma de 
coluna. 
Os desenhos podem ser simples ou muito elabora-
dos, dependendo do uso a que estão destinados e da época 
em que foram realizados. Os documentos mais antigos, como 
alguns escritos da Mesopotâmia, descrevem interiores deco-
rados com telas de ouro e móveis dourados. Alguns exem-
plos do antigo Egito são muito elaborados e, originalmente, 
estavam revestidos de metais preciosos, ainda que se 
encontre, também, muitas peças com design mais simples. 
Contudo, os estudos de mobiliários históricos acabaram 
focando as peças mais luxuosas, criadas para a realeza, a 
nobreza e a classe alta, especialmente porque, de uma 
maneira geral, são mais bem conservadas. 
O mobiliário artístico, com seus desenhos elabora-
dos, também revela muito sobre a época em que se realizou, 
porque reflete, com clareza, as mudanças e a evolução dos 
gostos da sociedade que o utilizou. Por outro lado, os mó-
veis mais simples, direcionados para o grande público, tendi-
am a ser puramente funcionais e, portanto, atemporais; me-
sas e cadeiras utilizadas pela classe trabalhadora no ano de 
1800 a.C. são surpreendentemente similares às mesas e ca-
deiras utilizadas em algumas sociedades rurais no ano de 
1800 d.C.; pinturas holandesas do século XVII e americanas 
do início do século XIX, muitas vezes, representam interiores 
rurais extraordinariamente parecidos. 
 
Dados Históricos do Mobiliário 
 
Os móveis existem pelo menos desde o período 
neolítico (7000 a.C.). Todavia, a história do mobiliário advém 
da observação de peças “tecnicamente” mais recentes, que 
resistiram até os nossos dias: as das IV e V Dinastias do an-
tigo Egito (2680 – 2407 aC). 
 
Mobiliário Egípcio 
 
 O clima seco do Egito e seus elaborados ritos fu-
nerários contribuíram para a conservação das referências ao 
seu mobiliário, que englobava tamboretes, mesas, cadeiras e 
bancos. As pinturas em 
murais dão uma idéia do 
desenho e da utilização 
do mobiliário na vida da 
aristocracia egípcia. Os 
métodos utilizados no 
Egito antigo continuam 
sendo utilizados hoje, 
tanto no design quanto 
na construção. 
Um tamborete 
egípcio ilustrado em um 
painel de madeira da 
tumba de Hesire tem 
duas patas de animal 
que servem de suporte, não se diferindo de uma outra cadei-
ra encontrada na tumba de Tut Anj Amón. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 2 
Pesquisadores reconstruíram cadeiras, mesas, 
bancos e encostos com restos originais encontrados na tum-
ba da rainha Heteferes. 
 A cadeira tem patas de animal, um encosto e bra-
ços com painéis entalhados com desenhos em forma de pa-
piro. A cama tem cabeceira e pé. As decorações em relevo 
mostram símbolos que remetam a deuses e a cenas religio-
sas. 
O design de outras mesas e tamboretes que se têm 
conservado são mais simples, com pés lisos, mas muito bem 
trabalhados. 
Pode-se deduzir que os ornamentos se aplicaram 
originalmente em forma de revestimentos metálicos estam-
pados. Contudo, os murais mais antigos ilustram peças feitas 
em tapeçaria. 
Os exemplos e as ilustrações existentes sugerem 
que a decoração era muito variada. Aplicavam-se lâminas de 
ouro nos pés das cadeiras e mesas, e se utilizavam incrusta-
ções de marfim e de outros materiais. A utilização de ele-
mentos formais como pés antropomorfos e móveis para 
guardar objetos que imitavam edifícios em miniatura foi muito 
popular no Egito antigo e nas culturas que se seguiram. 
 
Mobiliário da Mesopotâmia 
 
Mesmo não se tendo conservado qualquer exem-
plar do mobiliário da Mesopotâmia, é possível se ter uma i-
déia do aspecto de mesas, tamboretes e tronos, graças às 
representações vistas nos relevos e ilustrações do período 
compreendido entre 3000 
a.C e 800 a.C.. Uma gravura 
em pedra, do ano de 2300 
a.C., representa um trono 
sem encosto que parece ter 
sido elegantemente talhado, 
mas com pés retos e 
simples. O mobiliário que se 
pode ver em um mural de 
Assurnasirpal II e sua rainha 
é mais elaborado, com 
mesas e tronos apoiados 
em pés com forma de a-
nimais e trombetas, com 
relevos adornados. 
Mobiliário de Creta e Mecenas 
 
 Os móveis remanescentes da civilização Micênica, 
da Grécia continental, e da Minóica, das 
ilhas do Egeu, são também escassos. 
Representações em relevo 
dos anéis minóicos e de 
pequenas peças em 
bronze e cerâmica são 
praticamente os únicos e-
xemplos. 
Uma excelente expressão é o salão do trono de 
Knósos, cuja configuração sugere que se utilizava uma deco-
ração muito bem elaborada. 
 
Mobiliário Grego 
 
Poucos exemplares de móveis gregos resistiram 
até o nosso tempo, de modo que os conhecemos melhor 
graças às pinturas e às esculturas da época. Seus aspectos 
gerais podem ser reconstituídos a partir de detalhes de jar-
ros pintados, caixas funerárias e outras esculturas em relevo, 
como as encontradas no Pártenon. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 3 
Também se conserva um pequeno número de tro-
nos de mármore e elementos de madeira isolados, proveni-
entes de distintas peças. 
Na Grécia, assim como no Egito, havia uma tendên-
cia de se basear a ornamentação do mobiliário em elementos 
arquitetônicos, com o uso, por exemplo, da simetria e da re-
gularidade do desenho. 
Por outro lado, a cama grega, chamada de “kliné”, 
era bastante diferente, especialmente no 
que se refere à sua funcionalidade, 
comparando-se ao equivalente egípcio. 
O Grego a utilizava para comer e 
descansar, e dispunha de uma parte horizontal 
para reclinar-se à altura da mesa, no lugar de estar à altura 
do solo. O apoio para a cabeça era, geralmente, curvo e não 
se utilizavam apoios para os pés. 
Móveis funcionais e simples conviviam com outros 
mais elaborados. A inovação mais significativa dos projetistas 
gregos foi a cadeira conhecida como “klismos”. Confortável e 
muito popular, ela foi bastante utilizada principalmente nos 
períodos arcaico e clássico. 
O “klismos” é basicamente liso, como pés curvados 
para fora desde o assento e um espaldar que se constituía 
em uma simples tábua retangular curvada desde os lados 
até o centro. 
As mesas representadas nas pinturas eram, geral-
mente, pequenas e, na maioria das vezes, retangulares. As 
mesas redondas de origem grega surgiram no período hele-
nístico. 
Mobiliário Romano 
 
 À primeira vista, o desenho dos móveis romanos 
parece estar baseado nos protótipos gregos. No primeiro 
século da era cristã, o 
opulento desenho roma-
no revelava-se numa 
forte influência grega. As 
ruínas de Pompéia e 
Herculano proporcionam 
uma clara documentação 
da bela decoração do-
méstica e mostram os 
lugares em que se 
encontravam os móveis. 
Os grafismos de Pompéia ilustram a utilização de 
móveis e sugeriam a existência de uma grande variedadede 
peças. Os exemplos existentes indicam que, na época roma-
na, se utilizava mais o bronze e o mármore no mobiliário que 
na época grega. Os desenhos eram mais complexos, ainda 
que utilizassem a mesma ornamentação. Além das pequenas 
mesas – comuns na Grécia – se utilizavam mesas retangula-
res maiores e outras redondas, 
de diversos tamanhos. 
Também se começou a 
criar desenhos mais 
práticos, como mesas 
que se podia mover e 
outras com bases do-
bráveis. 
 
 
Mobiliário Bizantino e da baixa Idade Mé dia 
 
 Apesar da conservação de muitas peças do princí-
pio da era cristã e do período bizantino, existem poucos mo-
biliários, tanto do oriente como do ocidente. A arte bizantina 
tem sido muito admirada; a riqueza das igrejas imperiais, 
como as de Istambul, indicam que existiu um luxo paralelo no 
mobiliário dos palácios e das famílias poderosas. Os 
mosaicos de Bizâncio sugerem que a 
ornamentação clássica ainda era 
utilizada. 
O chamado trono 
de Dagoberto I, obra de 
bronze retorcido, com patas 
de animais, semelhantes 
aos móveis romanos, mas 
com uma forma mais audaz, 
é um verdadeiro monumento 
bizantino, assim como o 
trono do bispo Maximiliano, 
com relevos de marfim completos por um marco 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 4 
de madeira, desenhados para uso eclesiástico, revelando a 
rica e estilizada ornamentação do período e dando uma idéia 
de como se concebia o desenho do mobiliário comum da é-
poca. 
O período compreendido entre os séculos XI e XII, 
que esteticamente se associa o romantismo, se destaca pelo 
soerguimento da espiritualidade cristã e pelo grande número 
de igrejas construídas na Europa ocidental; contudo, prati-
camente não se têm registros históricos sobre o mobiliário 
que, em geral, era muito rudimentar. As peças mais comuns 
eram arcas ou cofres e bancos de pedra ou madeira. 
 
Mobiliário Gótico 
 
A arquitetura gótica inseriu novos conceitos de es-
paço graças à utilização de arcos pontiagudos e outras ino-
vações construtivas, contudo, o desenho do século XII não 
estava sendo influenciado pelo novo estilo. As catedrais eram 
a manifestação da opulência, mas os interiores eram limita-
dos a móveis de carvalho, simples e funcional, revestidos 
com tapeçaria. 
Os elementos decorativos do gótico não se transfe-
riam para os desenhos dos móveis, pelo menos até o século 
XV, quando foram introduzidas novas formas. 
Uma delas foi um tipo de aparador, com uma pe-
quena zona para guardar objetos, sustentado por dois pés 
laterais altos; tinha espaço para guardar peças sobre a parte 
fechada assim como uma estante na parte inferior, 
fechada, para guardar objetos. Outro importante 
móvel era o armário, com portas grandes, 
que fechavam um espaço de 1,5 a 2 
metros. Junto com motivos arquitetônicos 
como arcos, colunas e desenhos foliados, 
também se utilizavam talhas decorativas. 
As poltronas eram 
rígidas, contudo almofadadas. 
As camas eram amplas. As 
mesas eram muito simples, na 
maioria das vezes limitadas a 
uma tábua sobre dois ou mais 
cavaletes, o que lhes conferiam 
maior mobilidade. 
Esse estilo, no princípio um 
fenômeno característico do norte da Europa, seguiu presente 
nos desenhos de mobiliários até o início do século XVI. 
 
Mobiliário Renascentista 
 
1 — Renascenç a Italiana 
 
Ao contrário da magnífica técnica e da inventividade 
presente nas pinturas, nas esculturas e na arquitetura da Itá-
lia renascentista, o desenho do mobiliário italiano do século 
XV tendia à simplicidade e à funcionalidade. 
A primeira inovação nos móveis do renascimento 
italiano foi a arca de madeira decorada, muito elaborada, 
denominada “cassone”, baseada em protótipos clássicos, 
cuja forma, em parte, era inspirada nos sarcófagos romanos. 
A rica marchetaria, a talha figurativa e a utilização 
da madeira de nogueira no lugar do carvalho (que era o ma-
terial mais usado nos primeiros trabalhos desse período) ca-
racterizaram-se como as mais importantes inovações da é-
poca, quando se começou a se utilizar uma maior variedade 
de formas, assim como ornamentos mais bem elaborados. 
Voltaram a surgir as cadeiras dobráveis com assen-
tos em tapeçaria ou couro e se criaram outras com laterais 
maciças, encostos talhados e, em lugar de pés, tábuas tam-
bém talhadas. Começou-se também a se expandir o uso do 
armário. 
 
2 — Renascenç a Francesa 
 
No mobiliário francês do século 
XVI se utilizava uma decoração 
mais rica, que refletia a 
influência renascentista, cujas 
inovações plásticas advieram de 
artistas italianos que traba-
lhavam na corte de Francisco I e 
de seu filho, Enrique II. No 
reinado desse último, se 
adaptaram, ao mobiliário, os 
desenhos do arquiteto Jacques Androuet du 
Cerceau. Suas complexas justaposições de motivos clássicas 
foram usadas para decorar os móveis segundo um novo esti-
lo da renascença. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 5 
Outro nome importante foi Hugues Sambin, cujos 
projetos tiveram uma grande influência, com trabalhos talha-
dos muito bem elaborados; alguns desses revelando uma 
compreensão básica do novo classicismo. 
O entusiasmo dos projetistas do século XVI prolon-
gou-se até o século seguinte. Na primeira década do século 
XVII, as mudanças no design das peças começaram a ser 
observadas, porém de modo ainda sutil. 
 
3 — Renascenç a Inglesa 
 
O design do renascimento inglês foi mais simples 
que o francês. Os detalhes eram menos elegantes, a decora-
ção e as partes torneadas eram mais simples e planas, e os 
motivos foliados mais estilizados. O carvalho foi a madeira 
mais usada. 
Assim como na França, o interesse pelo desenho 
renascentista perdurou até o século XVII. 
 
4 — Renascenç a Holandesa 
 
Dois livros de projeto publicados em Amsterdã, por 
Jan Vredeman de Vries e Crispin Van de Passe, tiveram uma 
grande influência no mobiliário holandês feito na primeira 
metade do século XVII, móveis esses que se pareciam mais 
com os ingleses, que com os franceses. Seu conservadoris-
mo fez com que o estilo renascentista permanecesse popular 
até depois de 1650. 
 
5 — Renascenç a Espanhola 
 
A Espanha recebeu influências as mais variadas, 
tanto pelas novas idéias renascentistas como por uma gran-
de tradição árabe. Devido ao constante intercâmbio que a 
Espanha fazia diretamente com o Islã, os delicados desenhos 
em azulejos e couros e a combinação de madeira e metal, 
continuaram bastante populares 
durante os séculos XVI e XVII. 
Durante o século XVI, a principal 
contribuição espanhola à história 
do mobiliário foi a criação de 
um tipo de móvel chamado 
“bargueño”, composto por uma 
arca de tampa frontal com várias 
gavetas sustentadas por um 
armação. 
 
Mobiliário Chinê s da Dinastia Ming 
 
O século XVII foi um período de cres-
cente cosmopolitismo. As rotas 
comerciais abertas no século anterior 
se converteram numa fonte de novas 
idéias e novos materiais. A 
“descoberta” do mobiliário chinês, 
pelo ocidente, se deu durante a 
dinastia Ming, quando se alcançou o 
seu máximo esplendor. 
Armários altos, mesas, cadeiras e 
bancos elegantes, com desenhos muito sutis, foram elemen-
tos típicos desse período. Os pés retos das mesas e cadeiras 
se rematavam, freqüentemente, em curva. 
A decoração oriental se tornou bastante conhecida 
no século XVII e teve uma importante influência no design o-
cidental posterior. 
 
Mobiliário Barroco 
 
O desenho de 
estilo barroco é mais 
evidente no mobiliário do final do século 
XVII, várias décadas depois de os 
arquitetos italianos Gian Lorenzo Bernini e 
Francesco Borromini introduzirem suas inovações 
em Roma. Durante a primeira parte do século, o novo estilo 
influenciou basicamente só a superfície, mas não asformas; 
já no último quarto, começou-se a produzir várias novidades, 
entre elas uma maior utilização da figura 
humana esculpida, empregada em forma de 
coluna, como suporte, junto com pés 
torneados em espiral. 
Em fins do século XVII, deu-se início a 
utilização de detalhes frontais, em peças 
grandes, como armários e cômodas. As 
cadeiras surgiram com a moda de 
entalhes elaborados e encostos altos; 
tanto no continente como na Inglaterra, 
os assentos e encostos passaram a 
utilizar telas como alternativa à tapeçaria. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 6 
Mobiliário Rococó 
 
O estilo barroco perdurou muitos anos, até que a 
moda começasse a mudar; primeiro em Paris e depois no 
resto do mundo ocidental. O estilo que tomou o seu lugar foi 
o rococó, que buscava uma maior delicadeza na escala e nos 
objetos, e uma conexão mais íntima entre os móveis e as 
pessoas. Os ornamentos arquitetônicos tinham menos impor-
tância e os móveis passaram a ser constituídos com base no 
gosto e na comodidade das pessoas, e não na habitação. 
 
1 — Rococó Francê s 
 
O rococó começou na França a 
partir do reinado de Luiz XIV e teve seu 
ápice no de Luis XV. A versão francesa 
desse estilo abarcava ambiciosos proje-
tos com grande variedade de materiais, 
que requeriam grande habilidade de seus 
construtores. Se caracterizava por 
formas complexas e sinuosas que se 
curvavam em todas as direções. Os pés 
das mesas e cadeiras, em forma de 
coluna, foram substituídas por formas de 
animais, com grande variedade de curvaturas. 
 
2 — Rococó Inglê s 
 
O rococó inglês foi muito mais sóbrio. As in-
crustações eram bem menos utilizadas de-
vido à preferência por madeiras fi-
nas, como a nogueira. Os projetis-
tas ingleses, e seus seguidores, 
introduziram pés em forma de 
“S”, com pés de garra e bola, 
para as mesas, cadeiras e 
cômodas, cuja inspiração adveio 
de peças de bronze chinesas, denotando a 
popularização do design oriental. 
 
Mobiliário Neoclássico 
 
O neoclassicismo surge como reação aos excessos 
da arte rococó e como volta da estética clássica, exatamente 
quando o rococó atingia o seu máximo esplendor. 
Seus projetistas trouxeram de volta as fontes clás-
sicas gregas e romanas, em oposição aos padrões renascen-
tistas. 
Esse estilo pode ser considerado como o primeiro 
esforço consciente de reviver um padrão estético de uma 
forma coerente, em lugar de, simplesmente, se usar elemen-
tos de uma escola anterior como inspiração para desenhos 
novos. 
1 — Neoclassicismo Francê s 
 
Na França, a primeira fase do neoclassicismo se 
denominou de estilo Luiz XVI, apesar dessa corrente estética 
ter surgido ainda antes de seu reinado. Seu estilo se mani-
festou dentro de um completo repertório de motivos deriva-
dos de fontes greco-romanas, ainda que as formas globais 
também tivessem sido refletidas nessa nova plástica. 
As formas dos móveis eram simples e geométricas; 
desenhos retangulares, circulares e ovais descansavam so-
bre pés retos que se estreitavam. 
 
2 — Neoclassicismo Inglê s 
 
Na Inglaterra se fez muito 
popular o mobiliário pintado e reviveu-
se o interesse pela decoração in-
crustada, que praticamente havia 
desaparecido no período rococó. 
 
 
Ecletismo 
 
Da mesma forma que o clássico se reinventou 
no século XVIII, com o neoclassicismo, na 
primeira metade do século XIX, outros 
estilos foram ressurgidos: o neogótico, o 
neo-rococó e o neo-renascimento. 
 
 
 
 
 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 7 
Movimento Artes e Ofício 
 
Para reproduzir os móveis de estilo histórico, os 
fabricantes do século XIX utilizaram vários métodos: chapa-
dos que encobriam madeira barata, talhados e estampas de 
baixa qualidade aplicados em móveis de baixo preço e cons-
truídos com pouco cuidado etc.. 
Como reação à supressão da originalidade e à de-
gradação da qualidade que a produção em massa 
provocou, foi criado, no início da década de 
1860, o chamado movimento Arts & Crafts 
(ou, simplesmente, artes e ofício), com a 
intenção se buscar um retorno às 
tradições artesanais da Idade 
Média. Em 1890, o 
movimento já tinha se 
expandido pela Europa e 
América do Norte. 
As idéias de William 
Morris, seu precursor, e 
de seus seguidores são 
consideradas como a fonte do 
design de mobiliário moderno. 
 
Mobiliário Art Nouveau 
 
O art nouveau é um estilo diretamente derivado do 
artes e ofício, que floresceu entre as décadas de 1890 e 
1910, afetando tanto a arte como o design. É um estilo or-
gânico, derivado de formas naturais, que transmite uma sen-
sação de movimento. 
 Outros elementos típicos são as madeiras de car-
valho pintadas de branco com elegantes estampas e as pe-
ças de metal e vidro, com formas de vegetais abstratas e 
curvilíneas. 
Na Espanha esse 
movimento, chamado de moder-
nismo, tem como destaque o 
arquiteto Antoni Gaudí, de 
modo especial no projeto de 
cadeiras, com destaque para o 
banco “batlló”. 
Mobiliário do Sé culo XX 
 
 A revolução nas 
artes, que também afetou 
os desenhos dos móveis, 
marcou o passo do último 
século. Nesse período, 
móveis com formas cúbicas ganharam mer-
cado, num contraste absolutamente radical se 
comparados às formas curvilíneas do art nouveau. Os ângu-
los retos eram utilizados de forma constante, com detalhes 
evidentes. 
 
1 — Bauhaus 
 
A escola de artes e arquitetura Staatliche 
Bauhaus, fundada na Alemanha, chegou a ser 
uma das mais influentes expressões do século 
XX. Seu objetivo inicial era 
treinar artistas para o 
trabalho ligado à 
indústria. Com o uso de 
modernos materiais industriais, 
reduzidos a seus elementos básicos e 
desprovidos de adornos ou decorações, os 
designers na Bauhaus procuravam fabricar 
produtos que evitassem referências históricas, de aparência 
estética agradável e para a produção em série. 
 
2 — Art Dé co 
A art déco surgiu na primeira década do século XX, 
com denominação derivada da Exposição Internacional de 
Artes Decorativas e Industriais Modernas de Paris, em 1925, 
fundamentando-se a partir do uso de figuras geométricas ni-
tidamente definidas e com influência da Bauhaus, especial-
mente no uso de novos materiais. 
Esse estilo perdurou até fins da década de 1930, 
ressurgindo, inclusive com imitações, nas décadas de 1970 e 
1980, desvalorizando-se, a parir daí, com muita rapidez, es-
pecialmente devido a versões de baixa qualidade que passa-
ram a ser produzidas em série. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 8 
O móvel brasileiro 
(Baseado em “A história do mobiliário brasileiro e da cadeira, evo-
lução de um móvel”, Revista Negócios, on line, edição 67, 
www.revistanegocios.com.br, acesso em 23/11/05, com imagens 
do Google) 
 
O móvel brasileiro tem origem no século XVI, com 
influência marcante a cultura indígena, com elementos como 
a rede e o jirau presentes já nas primeiras casas construí-
das. Os bancos variam desde os simples toros de madeira, 
aos trabalhados com decoração geométrica. Em algumas tri-
bos, como os Omágua, os bancos eram pintados e enverni-
zados, para uso exclusivo dos homens – às mulheres, cabia 
a utilização do catre de dormir (um tipo de cama dobrável). 
Junto com os portugueses, vieram os primeiros 
móveis e utensílios, inclusive materiais luxuosos, já que a 
maioria dos colonizadores já havia estado na Índia e, lá, ad-
quirido o gosto pela riqueza da decoração oriental. Entre os 
móveis rústicos executados no Brasil nesta época têm-se os 
baús, feitos de madeira e couro – mobiliário rudimentar que 
vai perdurar durante todo o período das entradas e fixação 
dos colonizadores e ainda hoje usado no interior do Brasil, 
sob a forma de malade madeira, coberta de pele de bezer-
ro. 
Com o desenvolvimento dos engenhos de açúcar e 
das fazendas de gado, e conseqüente enriquecimento de 
seus proprietários, começou-se a aparecer outros tipos de 
móveis nas casas dos colonizadores europeus e seus des-
cendentes. Assim, a partir da segunda metade do século XVI, 
desenvolve-se o chamado mobiliário quinhentista brasileiro 
que, em geral, era uma mera cópia dos raros móveis vindos 
de Portugal, executados em cedro, canela, vinhático e outras 
madeiras de lei aqui encontradas. 
Estes móveis, em sua maioria, eram 
reproduzidos em madeira mais grossa e em proporções mais 
rústicas do que em seus modelos originais. Apresentavam 
detalhes e ornamentos em couro, com desenhos originários 
de Portugal, e eram executados sem pressa nem, tampouco, 
com fins mercantis, sendo motivado apenas pelo prazer de 
fazer bem feito, na maioria das vezes, com ajuda de escra-
vos. 
Até meados do século XVII, de acordo com inventá-
rios paulistas da época, a rede ainda era comumente empre-
gada como cama e, nesta época surgem os tamboretes. As 
caixas continuam sendo um móvel para todas as utilidades, 
empregadas para armazenar mantimentos, guardar roupas e 
valores. 
Com a instalação de 
diversas ordens religiosas no Brasil, 
durante os séculos XVII e XVIII, e o 
desempenho para a construção de 
igrejas, os móveis com utilidades 
religiosas (a exemplos dos oratórios) 
foram desenvolvidos, inspirados nos 
estilos da Península Ibérica, sendo 
peças sólidas e ricas. 
Apesar da presença de mestres em vários ofícios – 
marceneiros, carpinteiros, entalhadores – que se dedicaram 
à execução de móveis no Brasil, já desde os primeiros perío-
dos da colonização, o estudo do móvel brasileiro do século 
XVII torna-se difícil, devido à falta de exemplares, provocada, 
principalmente, pelo hábito da renovação e troca de móveis 
velhos durante o século XIX, o que provocou o desapareci-
mento dos móveis antigos. 
O banco, é uma peça rara nos inventários paulistas 
seiscentistas, seu primeiro registro data de 1596, aparecen-
do como “banco de mesa” ou “banco comprido”. A partir da 
primeira metade do século XVIII surge um verdadeiro estilo, 
o “banco mineiro”, que, em princípio, tinha uma tábua por 
encosto, suportada por duas ou mais colunas de madeira e, 
às vezes, braços. 
O arquibanco (que deu origem à expressão arqui-
bancada) é um termo pouco usado nestes documentos, mas 
devido às suas grandes proporções, acredita-se que seja 
mais usado em conventos. O banco com caixa ou arca-
banco é peça típica do mobiliário seiscentista mineiro-goiano. 
São móveis que surgiram da evolução da caixa como assen-
to. 
A cadeira rasa, assento individual, sem 
braços, sem espaldar e de estrutura 
retilínea, foi uma das primeiras peças 
utilizadas no mobiliário colonial, sendo 
citada desde fins do século XVI. Durante 
o século XVII, caracteriza-se pelas 
pernas de corte quadrangular, com suas 
amarrações em planos diferentes, de duas em duas. O as-
sento de forma retangular, pode ser de couro curtido e la-
vrado, de couro cru ou, ainda, madeira. Já no século XVIII es-
te tipo de móvel, torneado ou entalhado, aparece sempre ci-
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 9 
tado como tamborete raso ou mocho, ficando a denominação 
“cadeira” rara nesta época. 
Durante o século XVII, no Brasil, a cadeira é 
um móvel simples, dentro da estrutura 
retilínea das cadeiras e tamboretes 
portugueses seiscentistas, de espaldar baixo 
ou sem espaldar, confeccionadas de madeira e 
couro ou sola. Somente no final deste mesmo 
século é que aparecem nas cadeiras o 
espaldar ligeiramente inclinado para trás, 
como nas cadeiras portuguesas. Quando 
possuíam braços, as cadeiras desta época 
eram chamadas cadeiras de espaldar, 
quando sem braços, aparecem designadas por tamboretes. 
 Na primeira metade do século XVIII, o 
mobiliário brasileiro, da mesma forma que o 
português, passa por um período de transição, 
conservando-se a estrutura do estilo nacional 
português e acrescentando-se um novo 
elemento, a perna encurta e contracurva ou 
perna de cabriola, de joelheira volumosa, com 
saída brusca sob o assento ou caixa do móvel, 
que anuncia o aparecimento do estilo de 
influência inglesa, denominada D. João 
V. Em meados do século, são 
encontradas, também, reproduções de 
móveis portugueses no estilo barroco, 
às vezes com dourado. 
 Nesta época, os móveis aqui confeccionados eram 
a interpretação brasileira dos estilos portugueses da época e 
que receberam a denominação de luso-brasileiro. 
O mobiliário do século XVIII no Brasil, assim como o 
de Portugal, sofre as influências inglesas e francesas. Neste 
período, as nossas cadeiras vão se assemelhar bastante às 
do estilo Rainha Ana, com o aparecimento do espaldar alto e 
de tabela recortada que desce até o assento, com predomí-
nio das formas de balaústres ou de vaso. Aparece em segui-
da, no mesmo tipo de cadeira, o assento em palhinha. 
Em meados do século XVIII, os móveis rústicos e 
regionais brasileiros continuam a se inspirar nos seus simila-
res portugueses, embora, adquirissem características especí-
ficas, criando um estilo próprio como é o caso do mobiliário 
mineiro-goiano. A talha rasa predomina na decoração do 
mobiliário feito no Brasil, sendo a rocalha desdobrada, os fu-
sos em “C” ou “S” e, mais adiante, elementos vegetais – pe-
quenas folhagens e flores, em guirlandas ou isoladas – as 
principais formas utilizadas. 
A influência francesa vai se fazer notar principal-
mente nos espaldares das cadeiras, que passaram a apre-
sentar a forma de violão, com assentos estofados em tecido. 
No final do século XVIII, e princípios de XIX, o mobi-
liário brasileiro passa a apresentar elementos novos, sendo 
raro o móvel de pernas retas, afinando para baixo. Nesse 
período aparecem cadeiras de encosto oval, de influência 
francesa, com a parte inferior e decoração no estilo D. José I. 
Houve, também, um período em que o moderno vi-
rou mania, o que transformou o conceito de moderno em 
modernoso. A funcionalidade é um termo que marca a mo-
dernidade e a idéia do móvel funcional ganha força a partir 
das décadas de 1920 e 1930, iniciando uma reviravolta no 
conceito mobiliário. Foi tirado o verniz da cadeira e substituí-
do pelo metal cromado da racionalidade alemã da Bauhaus. 
Saíram os exemplares eternizados da sensualidade 
moderna do belo, aliado ao funcional. Depois do POP, da dé-
cada de 60, a cadeira abandonou os conceitos modernos e 
descambou para a diversão. 
Os anos 70 e 80 assistem ao triunfo e a consolida-
ção do pós-moderno em todos os setores do design utilitário 
de ponta, da arquitetura à escova de dentes, passando no-
vamente pela cadeira. 
 
Referê ncias do design de mobiliário brasileiro 
 
O design, no Brasil, se desenvolveu a partir dos 
anos 50, ou seja, duas décadas após as primeiras obras ar-
quitetônicas modernistas e alguns anos antes da instalação 
da indústria automobilística. Sua origem está ligada a euro-
peus que trouxeram o racionalismo para o país e o introduzi-
ram no curso organizado por P.M. Bardi, no Museu de Arte 
de São Paulo. Durante um bom tempo, a Faculdade de Arqui-
tetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo foi o gran-
de núcleo de Desenho Industrial e Comunicação Visual, até o 
surgimento da ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial), 
no Rio de Janeiro, base para criação dos demais curso do 
país. 
Carlos Motta, Lina Bo Bardi, Irmãos Campana (Fer-
nando e Humberto), Sérgio Rodrigues, Joaquim Tenreiro e 
outros, são algumas das grandes referências (especificada-
mente em relação ao mobiliário) do design no Brasil. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 1 
Notas de Aula: Arquitetura de 
Interiores 
 
JoãoAdemar de Andrade Lima 
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Elementos construtivos 
(Baseado em Mirian Gurgel, “Projetando espaços; guia de arquite-
tura de interiores para áreas residenciais”, 2004, Editora SE-
NAC/SP, com imagens do Google) 
 
Paredes 
 
As paredes são elementos estruturais ou de veda-
ção, delimitadores de áreas, que ajudam tanto no isolamento 
térmico como no acústico, como também servem para garan-
tir privacidade. 
Podem ser de diferentes materiais (tijolos de barro 
e vidro, blocos de cimento, pedras, elementos vazados, ma-
deira ou gesso), a serem escolhidos de acordo com a função 
que desempenharão. 
As paredes podem ter a altura do pé-direito (para 
vedação completa), como também serem meias paredes (en-
tre 160 e 180 cm), ou ainda paredes baixas (entre 80 e 100 
cm) utilizadas apenas como divisórias, sem, necessariamente 
comprometerem o espaço. 
 
Materiais 
 
Tijolo à vista → Acrescenta textura ao ambiente, 
tornando-o, dependendo do uso, mais descontraído e infor-
mal, ou mais rústico. Pode ser pintado, impermeabilizado, ou 
ao natural. Deve ser usado com cuidado e bem dosado, pois 
pode tornar o ambiente pesado, sobrecarregando o espaço. 
Pedra → Pode acrescentar um diferenciador, dei-
xando o clima mais informal e dando um caráter pessoal e 
particular ao ambiente, mas deve ser usada com moderação, 
sendo mais apropriada para um painel ao fundo. 
 
Madeira → Pode tanto ser usada tanto como pa-
rede divisória, como também como revestimento. Aconchega 
e dá requinte ao ambiente, caso o tratamento e o estilo 
escolhido sejam mais formais; ao contrário, deixa o ambiente 
mais rústico. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 2 
Elementos Vazados → Limitam espaços, mas com 
pouca, ou nenhuma, privacidade. Acrescentam movimento e 
diferencial ao projeto, sendo muito úteis para ambientes que 
necessitam de maior ventilação. 
 
Gesso → Assim como a madeira, pode ser usado 
tanto como parede divisória, como também como revesti-
mento. É rápido de ser erguido e, se necessário, de ser reti-
rado, podendo receber diferentes acabamentos e apresen-
tando boas propriedades acústicas. 
 
Tijolo de vidro → Por sua versatilidade, pode ser 
usado em meias paredes, paredes inteiras ou como revesti-
mento em paredes de alvenaria ou gesso. Podem ser vaza-
dos, lisos ou foscos, permitindo diferentes passagens de lu-
minosidade e, se necessário, de ventilação. 
Existem várias texturas disponíveis no mercado: 
Pode criar uma atmosfera bem sofisticada, sendo 
ideal para ambientes onde é preciso dividir sem a diminuição 
de luminosidade, especialmente aqueles de face sul, permi-
tindo-se a passagem de luz em grande quantidade. 
 
Pisos 
 
Os pisos representam parte fundamental na com-
posição espacial dos ambientes e, por isso mesmo, devem 
ser observados com atenção. 
Podem ser compostos uniformemente na habitação 
ou com diferenciações quanto ao modelo, à textura, à cor e à 
altura. Dependendo do uso, aumentam ou diminuem a sen-
sação de amplitude do ambiente. 
O clima também é um fator importante na escolha 
do piso: madeira, laminado e carpete para climas frios; már-
more, granito, pedra, refratário e cerâmica para climas quen-
tes. 
 
Materiais 
 
Assoalho de madeira → Em tacos ou tábuas, pos-
sibilita infindáveis variações, assentados de forma diagonal, 
longitudinal, transversal, em espinha-de-peixe, tabuleiro e 
várias outras combinações e desenhos. Dão aconchego e a-
judam a aquecer o visual. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 3 
Carpete de madeira → Apesar de não ser tão re-
sistente quanto o assoalho, é de mais fácil aplicação, poden-
do, inclusive, já ser adquirido com verniz. Deve ser usado em 
áreas secas e onde o fluxo de movimento seja baixo. 
 
Laminado → Resistente e prático, aquece o visual 
e é de fácil instalação. Pode ser encontrado em diferentes 
tamanhos, cores e padrões, podendo ser aplicados em qual-
quer ambiente, à exceção daqueles que recebem umidade. 
 
Marmoleum/Linoleum 
→ Produzido com materiais 
naturais, é encontrado com 
diferentes cores, lisas ou com 
texturas. Tem grande durabi-
lidade, sendo de fácil manuten-
ção. É um revestimento caro e 
exige mão de obra especializada 
(qualquer imperfeição no contra-
piso torna-se evidente após a 
aplicação). 
 
Emborrachado → Ideal para quartos de crianças, 
salas de ginástica, escritórios informais ou quaisquer outros 
ambientes descontraídos. É encontrado em diferentes cores 
e pode ser aplicado formando desenhos. É de fácil aplicação 
e ajuda a reduzir ruídos. 
 
Carpete → Bom para locais que necessitam de um 
tratamento acústico mais apropriado, aquecendo o ambiente 
(física e visualmente). Desaconselhado para pessoas alérgi-
cas (à exceção dos carpetes antialérgicos, preferencialmente 
de espessura fina). Podem ser lisos ou estampados e, de-
pendendo do uso, tornam o ambiente sofisticado. 
 
 Mármore → Encontrado em vá-
rios padrões e cores, é frio e pode pesar o 
ambiente (se usados em demasia). Pode 
ser adquirido em placas quadradas (ge-
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 4 
ralmente de 30 ou 40cm) ou cortado conforme necessidade 
do projeto. Pela composição, pode criar figuras de mosaico 
de infindáveis variações, sofisticando os ambientes, em es-
pecial as grandes áreas livres. 
Por poder receber diferentes acabamentos, pode 
ter a sua superfície mais ou menos derrapante, sendo usado, 
assim, para diferentes finalidades, do hall de entrada ao ba-
nheiro. 
 
Granito → Tem textura mais pesada e menos po-
rosa que o mármore, sendo, assim, mais indicado para ban-
cadas de cozinhas e respectivas áreas molhadas, o que não 
impede o seu uso em qualquer outro ambiente (úmido ou 
não). 
 
Granilite → É versátil 
e resistente. Foi muito utilizado 
nas décadas de 1950 e 1960. 
Pode ser usado em qualquer 
área, inclusive de muita circula-
ção, contudo deve ser usado 
com cuidado, pois esfria (física 
e visualmente) o ambiente. 
Possui diferentes variações 
cromáticas, podendo ser apli-
cado formando figuras. 
Pedra → Recomendada para ambientes mais rús-
ticos e informais, deixando-os mais aconchegantes e acolhe-
dores. Pode ter acabamento de resina (para evitar man-
chas), sendo desaconselhado o uso de acabamentos brilho-
sos. 
 
Cimento queimado → Versátil e informal, dá mar-
gem a inúmeras possibilidades de composição. Requer mão 
de obra especializada para se evitar futuras trincas. 
 
Cerâmica → seguramen-
te é o material mais usa-
do para o revestimento 
de pisos, sendo a opção 
ideal para climas quentes. 
É encontrado em diferen-
tes padrões de textura e 
cores e em vários tama-
nhos. 
 
Porcelanato → Apresen-
ta custo mais alto que a 
cerâmica, contudo é mais 
durável e mais bem aca-
bado. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 5 
Pastilhas e mosaicos de vidro → Deixam o ambien-
te com atmosfera mais jovial, informal e moderna, podendo 
ser composto com diferentes desenhos e formas, graças à 
grande variedade de cores. 
 
Tetos e forros 
 
A área do teto exerce grande influência no modo 
como percebemos o ambiente. Um teto pintado de cor mais 
clara que as paredes, por exemplo, aumenta, visualmente, a 
altura do pé-direito, assim como se a iluminação for indireta 
(jogada toda para cima). 
A escolha do material e do tipo de acabamento é 
determinante na percepção e no estilo empregado no ambi-
ente como um todo. 
 
Materiais 
 
Gesso → Opção versátil, que possibilita variações 
na altura e projetos de iluminação exclusivos (com maior 
gama de criações). 
Além do forro em si, o gesso pode ser aplicado em 
detalhes isolados,como elemento puramente decorativo, a 
exemplo das sancas. 
Madeira → Aconchegan-
te, ajuda a abaixar visu-
almente o pé-direito. Po-
de deixar o ambiente de 
requintado à rústico, de-
pendendo do acabamen-
to. 
 
Com telhado aparente → Deixa o ambiente mais 
informal e, na maioria das vezes, mais rústico. 
 
Vidro → Ideal para incorporar jardins e varandas a 
áreas internas, dando requinte e estilo ao ambiente. 
 
Laje de concreto aparente → Boa solução para es-
tilos mais informais e rústicos, contudo, deve ser utilizado 
com cautela para não desvalorizar o ambiente. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 6 
Portas 
 
Item indispensável e fundamental, as portas deter-
minam os trajetos internos numa habitação, facilitando e or-
ganizando o acesso aos diferentes cômodos. 
Além da função óbvia de permitir entrada e saída 
de um ambiente, podem desempenhar várias outras funções, 
como: ser um elemento decorativo, possibilitar maior ilumi-
nação e/ou ventilação, permitir privacidade, garantir segu-
rança, interligar ambientes e, até, proteger contra incêndio. 
Variam de dimensão, dependendo do uso, contudo, 
de uma maneira geral, têm 210 cm de altura e 90 cm de lar-
gura, para áreas de entrada, ou 80 cm, para escritórios, 
dormitórios, salas de TV, cozinhas, lavanderias..., ou 70, pa-
ra banheiros, lavabos, dispensas. 
São inúmeros os modelos de portas existentes no 
mercado, contudo, basicamente todos são variações de tipos 
padrões: lisas ou trabalhadas, com ou sem venezianas, e 
com ou sem vidros. 
 
Modelos 
 
De abrir → É o modelo padrão, com uma ou 
duas folhas. Podem ser do tipo baia, aquelas 
divididas ao meio, em que a parte de cima fun-
ciona como uma janela. 
 
Vaivém → Variação 
da porta de abrir, 
com engrenagens que facilitam a 
abertura para ambos os lados. 
Tornou-se muito popular com os 
filmes de bang-bang. É bastante 
usada em entradas de cozinhas e 
salas de jantar, contudo, não é 
recomendada para residências 
com crianças. 
 
 
Giratória → Praticamente usada apenas 
em projetos comerciais. Requer um maior 
espaço para instalação. 
De correr → Muito 
boa para dar uma maior integra-
ção entre ambientes, podendo 
correr internamente ou externa-
mente à parede. Recomendada 
para áreas de circulação limita-
da, por requerer menos espaço. 
 
 
Pivotante → Gira em torno de 
um eixo (central ou deslocado 
do centro). Mais despojada e 
com mais estilo que os modelos 
tradicionais. 
 
Sanfonada → Corre 
em trilhos, guias ou livremente. 
É indicada para ambientes pe-
quenos, por permitir um maior 
aproveitamento do espaço, prin-
cipalmente quando não se é 
possível a instalação de uma 
porta de correr. 
 
Materiais 
 
Madeira → Ideal para todas as atmosferas, tanto 
pela versatilidade como por permitir vários tipos de acaba-
mento, entre eles a pintura ou laqueação, o verniz ou sela-
dora, o laminado (fórmica) e as chapas de ferro ou alumínio. 
 
Ferro → Permite uma estrutura mais esquia que a 
madeira, com variações formais igualmente versáteis, das 
mais simples às mais complexas, inclusive com o uso de vi-
dro. 
 
Alumínio → Tem versatilidades e aplicações simila-
res às de ferro, contudo, possui uma estrutura mais leve. 
 
Vidro → Leve, permite uma total integração do in-
terior com o exterior da habitação. Pode ser de diversas tex-
turas e níveis de translucidade. Compõe o ambiente com re-
quinte e elegância, contudo exige um maior cuidado com re-
lação à limpeza. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 7 
Janelas 
 
Praticamente as mesmas regras de distribuição e 
escolha de estilos empregadas às portas podem ser segui-
das na distribuição das janelas. 
As janelas desempenham várias funções, como: 
permitir a entrada de sol e claridade (é aconselhado prote-
ger e sombrear as de face norte e oeste), permitir ventila-
ção, favorecer as vistas, e como elemento de composição e 
decoração. 
Variam de dimensão, dependendo do uso e do mo-
delo; com relação à altura do peitoril, essas podem variar de 
acordo com a atividade desempenhada junto dela, ou seja, 
entre 90 e 100 cm nos dormitórios, escritórios ou outras á-
reas em que as ações sejam feitas em pé ou sentado, entre 
120 e 140 cm por sobre pias ou em trabalhos executados 
apenas em pé, ou 160 cm para o boxe do chuveiro. 
As janelas podem ser fixas, permitindo iluminação 
mas sem a possibilidade de ventilação, ou móveis, permitin-
do iluminação e ventilação, graças a sua versatilidade, com 
combinação com vidro, veneziana, tela ou grade. 
 
Modelos 
 
De abrir → De uma ou 
mais folhas, é um modelo que 
permite até 100% de área de-
sobstruída. Geralmente as folhas 
das venezianas abrem para fora e 
as de vidro para dentro. 
 
Guilhotina → Característica 
da arquitetura colonial, é 
uma solução charmosa, 
permitindo diferentes dese-
nhos e soluções. Permite 
apenas cerca de 50% de 
área desobstruída. 
 
De correr → Modelo similar 
à guilhotina, só que com 
deslize horizontal. Pode in-
corporar vários modelos e 
tamanhos, contudo, na 
maioria dos casos abre a-
penas cerca de 50% do 
vão. 
 
Máxi-ar ou oscilo-batentes → 
Usada em banheiros, cozinhas ou 
quaisquer outros ambientes em que, via de 
regra, seja instalada com peitoril alto. 
 
Vitrô basculante → É seguro e permite 
boa ventilação. Muito usada em ba-
nheiros, cozinhas e 
áreas de serviço. 
 
 
 
Pivotante → Gira em torno de um 
eixo. Possibilita praticamente 100% de 
área desobstruída. 
 
Bay-window → Solução extremamente 
charmosa e com estilo próprio. Além de bonita, serve para 
aumentar a área de captação do sol no ambiente. 
 
Materiais 
 
Madeira → Ideal para todas as atmosferas, tanto 
pela versatilidade como por permitir vários tipos de acaba-
mento, entre eles a pintura ou laqueação, o verniz ou sela-
dora (verniz náutico para acabamento mais opaco e seladora 
para mais acetinado). 
 
Alumínio → Tem versatilidade e leveza. O acaba-
mento mais comum é a adonização, especialmente em es-
quadrias. 
 
Ferro → Permite uma estrutura mais esquia que a 
madeira, com variações formais igualmente versáteis, das 
mais simples às mais complexas, inclusive com o uso de vi-
dro. 
 
Vidro → Leve, permite uma total integração do in-
terior com o exterior da habitação. Pode ser de diversas tex-
turas e níveis de translucidade. Quando temperado, diminui a 
incidência de raios ultravioleta. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 1 
Notas de Aula: Arquitetura de 
Interiores 
 
João Ademar de Andrade Lima 
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Objetos complementares 
(Com imagens do Google) 
 
Na concepção de um ambiente, além do compo-
nente estrutural em si (advindo de seus elementos construti-
vos), do mobiliário enquanto função, do arranjo físico desse 
mobiliário e dos aspectos culturais e subjetivos presentes no 
usuário que o habitará, o projeto de interiores demanda, do 
executor, uma sensibilidade no que tange à escolha dos 
chamados objetos complementares, que comporão o ambi-
ente; ou seja, não basta entender as necessidades do usuá-
rio e preparar o ambiente do ponto de vista estrutural (suas 
paredes, seu teto, seu piso, suas portas e janelas), nem 
tampouco distribuir, apenas, espacialmente cada mobiliário. 
É fundamental entender os “desejos” do cliente! O que ele 
quer com cada espaço e com cada item nele presente. 
Os chamados objetos complementares aparecem, 
assim, não apenas como detalhes, mas como elementos de-
finidores ou reforçadores de estilos. 
São objetos complementares: 
 
Mobiliário 
 
Eletrodomésticos 
Eletro-eletrônicos 
 
 
 
 
Louças e metais 
 
SanitáriosInterruptores 
 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 2 
Lustres e luminárias 
 
Adornos 
 
A esté tica dos objetos 
(Baseado em Adolfo Sanchez Vazquez, “Convite à estética”, 1999, 
Editora Civilização Brasileira, com imagens do Google) 
 
A estética é, antes de tudo, uma fi-
losofia da arte (ainda que esta seja 
uma definição limitadora), mesmo que 
o objeto da análise (cientificamente 
chamado de “objeto estético”) não seja 
uma “obra artística”. Em outros tem-
pos, por exemplo, as estátuas góticas 
eram vistas apenas como meios de in-
vocar uma divindade; não eram vistas 
como “obra de arte”, embora tivessem, 
ainda que não propositadamente, um valor estético, ou, no 
mínimo, um despertar de manifestação estética do observa-
dor (cientificamente chamado de “sujeito estético”), mesmo 
que inconscientemente. 
Dessa forma, a apropriação do sentido estético 
passa a se vincular à subjetividade, à cultura e ao momento 
do sujeito estético. Dessa forma é que Vazquez vem dizer 
que a estética é a ciência de um modo de apropriação da re-
alidade, vinculada a outras formas de apropriação humana 
do mundo e com as condições históricas, sociais e culturais 
em que essas ocorrem. 
Na tentativa de se quantificar o valor estético de 
uma obra, ou, em nosso contexto, de um produto e, mais a-
diante, de um ambiente (como base teórica para a chamada 
avaliação estética), pode-se identificar três categorias de-
terminadoras: 
ƒ Uma corrente objetiva, que define a natureza do 
valor estético como uma qualidade geral das ca-
racterísticas de um objeto (ou de um ambiente), 
sob o ponto de vista estrutural (proporcionali-
dade, simetria, harmonia, unidade etc.); 
ƒ Uma corrente subjetiva, que define o valor esté-
tico por meio apenas do sentimento do sujeito 
estético (daquilo que ele sente diante do objeto 
estético); e 
ƒ Uma corrente mista, onde a essência do valor 
estético segue uma dialética das duas interpre-
tações acima. 
O objeto apresenta-se como uma unidade entre 
conteúdo (portador de diferentes valores – utilitários, éticos 
etc.) e forma (expressão do conteúdo). Assim, a avaliação 
estética de um objeto (como também de um ambiente como 
um todo) depende do relacionamento entre conteúdo e for-
ma. Além disso, num processo de avaliação, há ainda duas 
relações que devem ser consideradas: entre o indivíduo e a 
sociedade e entre o real e o ideal. 
Nos processos de avaliação estética, o gosto e a 
norma se misturam, de modo que nenhuma avaliação subje-
tiva poderá se isentar de normas (ou padrões) estéticas do 
passado ou do presente. Contudo, uma norma, por ser o re-
sultado de uma mera convenção ou legitimação social, não é 
permanente, nem tampouco universal. Pode (e deve) ser 
sempre testada, especialmente com a propositura do novo: o 
novo produto, a nova composição visual, o novo ambiente! 
O gosto depende da história do indivíduo (sujeito 
estético), de suas aptidões, suas paixões, suas alegrias, su-
as tristezas etc.. 
A relação real e ideal determina o resultado da ava-
liação estética. O ideal é a situação utópica que determina o 
valor desejável de um objeto, ou ambiente, ao qual é con-
frontado o valor real. Se o valor real é próximo do valor ideal, 
então o resultado da avaliação é positivo e vice-versa. 
A relação estética do homem com o ambiente é 
classificada pelas chamadas categorias estéticas: o belo, o 
feio, o sublime, o trágico, o cômico e o 
grotesco. 
O conceito de belo é eminentemente históri-
co, já que cada época e cada cultura têm os 
seus padrões de beleza próprios. Classica-
mente, o belo advém de grandezas 
como a ordem, a simetria e o limite e 
associa-se às noções de gosto, de 
equilíbrio, de harmonia e de per-
feição. De qualquer modo, o belo 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 3 
(assim como as demais categorias) é sempre sensação sub-
jetiva e desinteressada, não sendo determinado por nenhu-
ma predisposição particular do sujeito estético; o belo julga-
se por si mesmo, “agrada sem conceito”. 
Já o objeto feio talvez seja bem mais fácil de ser 
classificado que o belo, inclusive por estarmos cercados de 
milhares de itens desenvolvidos com fins eminentemente fun-
cionais. Todavia um objeto feio necessariamente não é um 
produto mal concebido, isto é, um “feio” não é um “belo” 
que não “deu certo”. Feio não é o “não belo”. 
Os juízos sobre o belo e o feio são potencialmente 
arbitrários. Se um objeto é considerado feio é porque não 
possui aquilo que se julga ser belo, mas como tal considera-
ção é sempre subjetiva, o que é feio para uns pode ser até 
sublime para outros e vice-versa. 
O sublime não é apenas o belo elevado ao seu 
mais alto grau; exige a condição de ilimitado, ou seja: é su-
blime o que nos escapa do juízo imediato do belo. O sublime 
é aquilo que a imaginação não consegue apreender; o belo é 
passível de apreensão pela imaginação e encontra-se num 
objeto finito. Já o trágico, do ponto de vista estético, incorpo-
ra não só critérios de dramaticidade, mas também um certo 
“prazer” no sujeito estético, por mais antagônico que sejam 
esses sentimentos. 
Objetos cômicos são aqueles que 
apresentam, como o próprio 
nome diz, um grau de comicidade 
superior ao comum. Isto é, por sua 
forma, provocam risos no sujeito 
estético. A comicidade não 
está presente tão só 
nos objetos lúdicos, nem 
tampouco naqueles que têm este requisito 
como sendo obrigatório. Um produto pode 
ser cômico de uma forma des-
pretensiosa e nem por isso 
obstar os risos das pessoas 
que o apreciam. 
Além dos risos, a mudança formal de um 
objeto pode gerar outros tipos de 
sentimentos, inclusive a repulsa e a 
rejeição. Esta alteração 
conceitual, quando realizada 
de uma forma abrupta, pode 
dar um aspecto disforme a 
alguns produtos, tornando-os 
esteticamente classificados como 
grotesco, categoria caracteriza pela presença predominante 
do estranho, do fantástico e do irreal ou antinatural, que po-
dem ocorrer, por sua vez, em cenários distintos. O estranho 
e o fantástico podem ser de natureza diversa, constituindo-
se na tendência de unir seres 
diferentes e objetos reais a 
outros realizados ou 
deslocados de seu con-
texto natural. 
 
A partir do cômico e do 
grotesco se chega ao concei-
to de “kitsch”, termo utilizado 
para caracterizar qualquer ma-
nifestação plástica que seja 
considerada uma "cópia" de qua-
lidade inferior a um estilo estabelecido. Em termos mais am-
plos, a palavra refere-se também ao gosto artístico e decora-
tivo considerado pretensioso e de mau gosto, associado ao 
“brega”, ao “tosco”, ao “ridículo”, ao “cafona”... o que não 
impede o seu uso, mas, ao contrário, se bem dosado, pode 
refletir numa composição visual 
interessante e bem recebida, 
dando ao ambiente uma “gra-
ça” inesperada. Um bom 
exemplo é o famige-
rado “pingüim de 
geladeira”.
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 4 
Estilos de ambientes 
(Baseado em Paulo Terra e Iesa Rodrigues, “Decoração na medida 
certa”, 2000, Editora SENAC/RJ, com imagens do Google) 
 
Os objetos complementares, nas suas mais varia-
das conotações estéticas, de acordo com a sua composição 
com o ambiente, ditam o estilo de uma decoração, ou seja, a 
maneira de ambientar, por exemplo: 
Estilo High-tech → Estilo onde as novidades ele-
trônicas predominam. O mobiliário, em geral, tem aspecto 
metálico fosco, das cozinhas aos home-theaters. 
Estilo Rústico → Inclui desde os móveis countries 
até moveis patinados e envelhecidos. É simples, contudo a-
conchegante, pois tem um ar artesanal, com 
sofisticação. 
Estilo Oriental → Pode ser 
despojado e leve, com camas 
sem estrado e mesas baixas, no 
estilo japonês, ou sinuoso e colo-
rido, comalmofadas estampadas 
e abajures de porcelana, num 
estilo chinês. 
Estilo Kitsch → Estilo despojado, quase cafona ou 
brega, decorado com os chamados “bibelôs” banais, mas 
sem muito radicalismo. 
Estilo Tropical → A depender da composição, pode 
ser leve ou pesado. Leva persianas de madeira ou cortinas 
estampadas, com plantas e fibras naturais. 
 
Estilo Clean → 
Segue a teoria minimalista 
do “menos é mais”. Usa 
poucos móveis e grandes 
espaços, com um mínimo 
de cores. 
Estilo Palaciano 
→ Decoração repleta de 
materiais nobres, com deta-
lhes dourados e tecidos si-
nuosos, e com móveis e 
quadros de época. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 1 
Notas de Aula: Arquitetura de 
Interiores 
 
João Ademar de Andrade Lima 
joaoademar@terra.com.br 
www.joaoademar.com 
 
 
Iluminação 
(Baseado em Eduardo Leonelo, “É possível obter con-
forto e bem-estar com iluminação planejada”, Revista Lumière, on 
line, www.edlumiere.com.br, acesso em 14/01/06) 
 
O conforto de uma pessoa num ambiente é direta-
mente influenciado pela qualidade da iluminação a ele pro-
porcionado, de modo que a percepção visual, agente desse 
conforto, necessariamente passa pela quantidade e qualida-
de de luz nele presente. Uma lâmpada não ilumina por si só; 
é necessário uma superfície que a reflita, de tal modo que di-
ferentes superfícies, com diferentes materiais, texturas e co-
res responderão também diferentemente à iluminação gera-
da. 
A quantidade de luz deve ser adequada a cada es-
paço, de acordo com as atividades desenvolvidas no local, 
uma vez que pode aumentar ou diminuir a disposição das 
pessoas para as tarefas diárias, assim como a motivação e o 
rendimento. A segurança e a saúde são fatores também re-
lacionados à correta luminosidade, pois auxiliam na preven-
ção de acidentes. 
Nesse sentido, como unir conforto, eficiência e e-
conomia quando se trata de iluminação? Resposta: planeja-
mento! 
Quanto à função, a iluminação pode ser: geral, de 
fundo, ou de ambiente; de efeito; de tarefa; ou decorativa. 
É aconselhável definir quantos pontos de luz são 
necessários e que tipo de lâmpada é mais apropriada. Em 
espaços que pedem mais claridade, como, por exemplo, em 
ambientes de leitura, uma luz focada e próxima é mais efici-
ente. Nas salas de TV, a luz pode ser mais amena em har-
monia com a imagem da televisão. 
O planejamento também ajuda na economia de e-
nergia elétrica. Em casa, uma das maneiras mais apropriadas 
de conter os gastos é substituir as lâmpadas incandescentes 
por fluorescentes (compactas ou tubulares), pois elas são 
até 80% mais econômicas que as incandescentes comuns, 
tornando-se uma excelente ferramenta contra o desperdício. 
A cor, ou tonalidade, da lâmpada também influencia 
no conforto. Já se encontram no mercado lâmpadas fluores-
centes, por exemplo, nas tonalidades amareladas (com re-
sultado visual muito próximo da incandescente), azuladas ou 
neutras. 
A branca-amarela é indicada para quartos e salas, 
já que remetem a conforto e aconchego e passam a sensa-
ção de tranqüilidade; a branca-azulada é indicada para ba-
nheiros e cozinhas, pois passam uma sensação de limpeza e 
frescor e mantêm as pessoas mais ativas; e a branca-neutra 
torna os ambientes claros sem interferir nas atividades exer-
cidas no local. 
Contudo, uma dica, que sempre vale, é o uso da luz 
natural, não só pela economia, mas também pelos benefícios 
subjetivos que ela traz. Quanto mais luz natural no ambiente, 
mas favorável será a sua atmosfera, especialmente naqueles 
de face sul, que têm bastante claridade durante todo o dia. 
 
Tipos de lâmpadas mais utilizadas 
(Baseado em Mirian Gurgel, “Projetando espaços; guia de arquite-
tura de interiores para áreas residenciais”, 2004, Editora SE-
NAC/SP, com imagens do Google) 
 
Incandescente → Tem custo baixo e boa re-
produção de cor; pode ser transparente ou lei-
tosa; a cor básica que emite é a 
amarela. As mais comuns são as de 20, 40, 
60, 75 e 100W. As lâmpadas do tipo PAR 
são ideais para banheiros e jardins, pois são 
seladas e ideais para ambientes úmidos. 
 
Halógena → Utiliza o gás halogênio; sua 
durabilidade é maior e emite luz branca; é ideal 
para iluminação de efeito. As lâmpadas do tipo 
dicróica, refletem a parte visível da radiação e 
absorvem a parte infravermelha; embutidas 
em forros ou similares, reduzem a emissão 
de calor para o ambiente iluminado. 
 
Fluorescente → Não gera calor como a incandes-
cente; pode distorcer as cores e deixar o ambiente 
“frio”; deve ser evitado próximo a máquinas que 
oscilam, para evitar o efeito estroboscópico. 
 
Efeitos de luz 
(Baseado em Mirian Gurgel, “Projetando espaços; guia de arquite-
tura de interiores para áreas residenciais”, 2004, Editora SE-
NAC/SP, com imagens do Google) 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 2 
Segundo a orientação do facho, a luz pode ser: 
ƒ Direta, quando orientada para alguma superfície 
em forma de facho aberto, gerando sombra; 
ƒ Direta de efeito, quando se usa fachos fechados 
e concentrados, realçando a textura, o volume e 
a cor das superfícies focadas; 
ƒ Indireta, quando a iluminação se dá por meio do 
reflexo da luz nas paredes ou no teto; 
ƒ Bult-in (indireta embutida), quando vem de 
spots embutidos ou incorporados à arquitetura, 
a exemplo de sancas, ou a peças de mobiliário; 
ƒ Difusa, quando a luz se espalha uniformemente 
no ambiente; 
ƒ Wall-washing, quando se ilumina apenas a pare-
de, deixando pouca sombra. 
 
Conforme a luminária, a luz pode ser: 
ƒ Difusa geral, quando é distribuída de forma ho-
mogênea em todas as direções; 
ƒ Direta-Indireta, quando se vale de um facho pa-
ra cima e outro para baixo, ambos de mesma in-
tensidade; 
ƒ Semidireta, quando emite um facho de intensi-
dade aproximada de 10 a 40% para cima e o 
restante para baixo; 
ƒ Semi-Indireta, quando emite um facho de inten-
sidade aproximada de 60 a 90% para cima e o 
restante para baixo; 
ƒ Indireta, quando joga praticamente toda luz pa-
ra cima; 
ƒ Direta, quando facho é dirigido totalmente para 
baixo. 
 
Dicas de iluminaç ão para diferentes ambientes 
(Baseado em Denise Furcolin, “Iluminação inteligente proporciona 
conforto visual e beleza”, Revista SIM, on line, www.revistasim. 
com.br, acesso em 17/12/05, com imagens do Google) 
 
Sala de estar → Coloca-se 
uma luz central para ilumi-
nar todo o ambiente; é inte-
ressante também se com-
plementar com luzes pontu-
ais para o espaço ficar mais 
aconchegante e para dar 
efeito nas paredes e nos 
quadros e objetos. Se tiver 
TV na sala, use luz baixa, 
para não refletir luminosi-
dade no aparelho. 
 
Sala de jantar → Coloca-se uma luz pendente so-
bre a mesa (uma distância de 70 cm evita sombras); é inte-
ressante, também, o uso de 
luzes pontuais para qua-
dros ou aparadores. 
 
Cozinha → Deve-se usar 
luz fria que, inclusive, é 
mais econômica, nas áreas 
de trabalho, para que tudo 
fique bem visível. É interes-
sante, também, o uso de 
luminárias, como arandelas, 
se o pé-direito for alto e ou-
tras tipo spot nos armários. 
 
Quarto → Coloca-se uma iluminação central (direta 
ou indireta) e também luzes 
periféricas, como abajures, 
para dar um ar aconche-
gante e de penumbra. 
 
Quarto de crian-
ças ou adolescentes → 
Podem ser usados plafons 
ou luminárias suspensas 
que deixam a iluminação di-
fusa e agradável, assim co-
mo uma luminária para leitura ao lado da cama ou na área 
de trabalho. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 3 
Banheiro → De-
ve-se usar luzes em cada 
lado do espelho (spots aci-
ma provocam sombra e a-
trapalham na hora de bar-
bear ou maquiar). Em geral, 
os banheirospossuem jane-
las pequenas, por isso é 
importante que o local seja 
bem iluminado. 
 
Hall de entrada e 
corredores → Embora se-
jam áreas de passagem, 
merecem iluminação dife-
renciada; pode-se fazer isso 
utilizando trilhos. Se houver 
quadros na parede, pode-
se direcionar spots para 
uma iluminação de efeito. 
 
Escritório → Em uma residência, o escritório deve 
ter uma iluminação direta sobre a área de trabalho; lâmpa-
das frias para evitar o aquecimento e luminárias de mesa e 
de pé para a leitura. 
 
Cor 
(Baseado em Mirian Gurgel, “Projetando espaços; guia de arquite-
tura de interiores para áreas residenciais”, 2004, Editora SE-
NAC/SP) 
 
As cores, presentes em tudo o que nos rodeia, es-
timulam a nossa percepção e nossas reações intuitivas, 
mesmo sem percebermos, podendo encorajar o relaxamento, 
o trabalho, o divertimento ou o movimento. 
Podem ser usadas para ressaltar detalhes ou, até 
mesmo, disfarçar imperfeições estruturais, como por exem-
plo, tetos muito altos, pilares indesejáveis ou vigas aparen-
tes. 
São funções das cores: 
ƒ Influenciar o nosso estado de espírito; 
ƒ Criar diferentes atmosferas; 
ƒ Alterar visualmente as proporções de um ambi-
ente; 
ƒ Corrigir imperfeições arquitetônicas; 
ƒ Aquecer ou esfriar, subjetivamente, o ambiente; 
ƒ Valorizar ou criar centros de interesse. 
 
A cor altera a percepção de distância, volume e pe-
so, por exemplo: 
ƒ Uma parede escura parece mais próxima; 
ƒ Um objeto branco parece maior; 
ƒ As cores escuras "diminuem" o volume; 
ƒ Um objeto branco parecerá mais leve que um 
igual de cor escura; 
ƒ Tons neutros ou amarelos bem claros nas pare-
des aumentam visualmente um ambiente; 
ƒ Um tom mais escuro no teto que nas paredes 
rebaixam visualmente o pé-direito e vice-versa; 
ƒ Cores quentes deixam o ambiente mais acon-
chegante. 
 
As cores atuam em nossa mente e em nosso físico 
com diferentes formas de estímulo. A escolha de uma cor, 
especialmente num ambiente, deve ser cautelosa, para que 
se atinjam, plenamente, os objetivos alcançados. 
Cada cultura e, até, cada pessoa individualmente, 
percebe as cores, subjetivamente, de forma diferente, de 
modo que as sensações podem variar (e indubitavelmente 
variam); contudo, de uma maneira geral, podemos seguir al-
guns padrões para a escolha das cores de acordo com o 
sentido psicológico que elas transmitem: 
ƒ Azul – transmite tranqüilidade, harmonia, paz e 
devoção; 
ƒ Violeta e roxo – representam sensibilidade, intu-
ição, espiritualidade; ajudam a desenvolver a 
percepção; 
ƒ Vermelho – remete a vitalidade, emoção, pai-
xão, energia, calor e agressividade; usado em 
demasia, pode deixar o ambiente “pesado” e 
“opressivo”, além de diminuí-lo visualmente; 
ƒ Laranja – é considerado a cor que mais estimula 
a socialização; em ambientes de estudo e traba-
lho, aceleram o raciocínio; em refeitórios, esti-
mula o apetite; 
ƒ Amarelo – é a cor da infância; estimula a criati-
vidade e o intelecto; ideal para banheiros e co-
zinhas para pessoas que precisam de um estí-
mulo a mais pela manhã; 
ƒ Verde – sugere honestidade, estabilidade e con-
fiabilidade; estimula o silêncio; é ideal para am-
bientes onde se tomam grandes decisões, por 
acentuar o equilíbrio e não favorecer discus-
sões; 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 4 
ƒ Preto – é sóbrio e impessoal; “diminui” o tama-
nho dos objetos e aproxima as superfícies; 
ƒ Branco – é neutro na maioria das situações; 
ambientes totalmente brancos podem causar 
monotonia e hostilidade e até depressão; “au-
menta” o tamanho dos objetos a amplia os es-
paços; 
ƒ Cinza – está associado tanto à sabedoria como 
ao estresse e à fadiga; grandes áreas de cinza 
podem ficar sem “vida” e “tristes”. 
 
Em síntese, cor é, antes de tudo, sensação; a sua 
variação física também significa uma variação perceptual e 
emocional; veja esses exemplos abaixo, extraídos do site 
www.suvinil.com.br. 
Vê-se, nas fotos, que um mesmo ambiente pode 
apresentar significativas variações de sensações, indo, por 
exemplo, da sobriedade à descontração, apenas com a mu-
dança de suas cores (tanto as do ambiente em si, com as do 
mobiliário). 
 
Dicas de cor para diferentes ambientes 
(Baseado em “Oficina de Cores”, on line, Tintas Suvinil, www.suvinil. 
com.br, acesso em 14/01/06, com imagens do próprio site) 
 
Hall de entrada → Por ser 
o primeiro lugar por onde 
passamos, deve buscar 
transmitir um pouco do mo-
do de vida dos moradores, 
como uma afirmação do es-
tilo da família. O amarelo 
pode ser associado ao intelecto. O verde-maçã remete à fa-
mília e às crianças. O rosa indica calor e afeto. O azul alude à 
independência e auto-suficiência. O vermelho, por ser muito 
quente, se associa à ousadia; ideal para pessoas que gos-
tam de ser notadas. 
 
Sala de estar → Por ser 
onde se recebe as visitas 
(pessoas diferentes umas 
das outras), deve ter vários 
estímulos visuais para man-
ter a atmosfera e a conver-
sa viva e diversificada. 
 
Cozinha → Por ser um dos 
lugares mais importantes 
da casa, onde se reúne to-
da a família, deve ser um 
ambiente que estimule a 
descontração e o convívio. 
O rosa e o pêssego estimu-
lam o afeto e a comunicação. Tons alaranjados estimulam o 
apetite e o interesse em servir melhor. O vermelho, por ser 
passional, estimula as emoções (tanto positivas como nega-
tivas), por isso deve ser usado com cautela. O azul, por ser 
uma cor fria, pode causar um certo distanciamento. O amare-
lo estimula a conversa durante as refeições, mas também a 
rapidez no ato de comer, por isso pode ser estressante. 
 
Banheiro → Deve-se evitar 
o preto, a não ser em pe-
quenos detalhes; o uso de 
cores escuras deve ser 
compensado, por exemplo, 
com vasos de plantas. O ro-
sa ou pêssego relaxa e traz 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 5 
calor ao ambiente. O amarelo, por ser associado à criativida-
de, renova as idéias durante o banho. O azul relaxa o ambi-
ente se puxado para os tons esverdeados e avermelhados; 
os tons acinzentados de azul podem levar a introspecção e à 
tristeza. 
 
Sala de Jantar → Típico 
ambiente onde se pode cri-
ar várias atmosferas, com 
diferentes usos das cores. 
O amarelo provoca conver-
sas mais estimulantes, co-
mo o convite às pessoas di-
zerem mais o que pensam. O azul proporciona conversas 
mais sérias e sóbrias (ideal para jantares de negócios, por 
exemplo). O vermelho proporciona sensações de intimidade 
e conversas mais pessoais. 
 
Quarto → Deve ser pinta-
do, preferencialmente, com 
uma cor fria e relaxante. 
Quando dormimos, absor-
vemos mais rápido e inten-
samente a energia do am-
biente, daí a importância de 
uma cor que ajude a reduzir a atividade mental, propriedade 
das cores frias. O azul acalma as emoções. O verde tem fun-
ção antiestressante (combinada, cautelosamente, com cores 
quentes, pode dar um ótimo resultado visual). 
 
Quarto de criança → Lugar 
dos tons pastéis e das co-
res mais fortes (aliadas, in-
clusive a desenhos em meia 
parede ou nos armários). 
Até os 18 meses, é aconse-
lhado se evitar cores muito 
fortes, para não agitar o bebê. Teto em azul claro, por e-
xemplo, ajuda a criança a ter um sono repousante. 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 1 
Notas de Aula: Arquitetura de 
Interiores 
 
João Ademar de Andrade Lima 
joaoademar@terra.com.br 
www.joaoademar.com 
 
 
Metodologia de projeto de interiores 
(Baseado em Paulo Terra e Iesa Rodrigues, “Decoraç ão na medida 
certa”, 2000, Editora SENAC/RJ e em Mirian Gurgel, “Projetando 
espaç os; guia de arquitetura de interiores para áreas residenciais”, 
2004, Editora SENAC/SP, com imagens do Google) 
 
RoteiroGené rico 
 
Um roteiro, antes de qualquer coisa, é um instru-
mento norteador, não absoluto contudo importante, que visa 
ditar uma seqüê ncia de aç õ es factíveis que decididamente 
ajudam a quem dele utilize. Num projeto de interiores ele 
també m se aplica nessas funç õ es, especialmente quando o 
arquiteto, ou designer de interiores, ainda não desenvolveu 
o seu pró prio estilo. 
A metodologia aqui exposta tentará dar essa se-
qüê ncia passo a passo, de modo gené rico; obviamente, no 
caso concreto, outras aç õ es podem ser inseridas, assim co-
mo algumas etapas previstas se mostrarão desnecessárias. 
O ponto de partida é , notadamente, a solicitaç ão 
do serviç o. Cada etapa depende da anterior e só deve ser 
passada adiante depois de uma total aprovaç ão (tanto pelo 
pró prio projetista, em si, como, principalmente, pelo cliente). 
Eis a ordem: 
ƒ Identificaç ão do problema e de seu contexto so-
ciocultural, econô mico e psicoló gico; 
ƒ Coleta de informaç õ es e elaboraç ão de um pro-
grama de aç õ es que orientem o raciocínio e di-
recionem a criaç ão, tais como: 
à Funcionalidade e tecnologia solicita-
das; 
à Equipamentos necessários nos dife-
rentes ambientes; 
à Espaç o que deve ser destinado a ca-
da atividade; 
à Caráter e objetivo esté tico; 
à Características físicas (dimensionais) 
do ambiente; 
à Características dos usuários que vão 
habitar o ambiente. 
ƒ Estabelecimento de metas e crité rios para a so-
luç ão dos problemas (estraté gias iniciais); 
ƒ Escolha das hipó teses e alternativas existentes, 
com base nas estraté gias traç adas no item an-
terior; 
ƒ Escolha de uma direç ão para o desenvolvimento 
do projeto; 
ƒ Desenvolvimento do projeto em si, com suas va-
riaç õ es. Aqui, o projetista, necessariamente, de-
ve considerar uma outra seqüê ncia de aç õ es: 
à Levantamento mé trico detalhado da 
área, com comprimento, largura, pé -
direito, colunas, vigas, pontos de ele-
tricidade etc., ou seja, tudo o que 
houver no ambiente; 
à Levantamento fotográfico do ambien-
te e seus detalhes; 
à Estudo da circulaç ão e distribuiç ão de 
mobiliário; 
à Escolha adequada de acabamentos e 
revestimentos; 
à Detalhamento de teto (rebaixos, san-
cas e molduras) e piso; 
à Escolha – se for o caso – de tecidos, 
objetos complementares e acessó rios 
decorativos; 
à Desenho de mobiliário e peç as espe-
ciais – se for o caso; 
à Projeto paisagístico – se for o caso. 
ƒ Detalhamento para verificaç ão e escolha de uma 
das variaç õ es, fazendo parte desta etapa: 
à Plantas (mesmo que em croquis e em 
escala reduzida), abordando a setori-
zaç ão, o estudo de fluxos internos e 
as primeiras intenç õ es plásticas que 
encaminham para a definiç ão do am-
biente; 
à Croquis de perspectivas, cortes etc., 
respeitadas as reais proporç õ es idea-
lizadas, de preferê ncia com uso de 
cores. 
ƒ Avaliaç ão da escolha e possíveis alteraç õ es; 
ƒ Anteprojeto consistente e claro, fazendo parte 
dessa etapa elementos gráficos mais apurados, 
em escalas adequadas ao nível de informaç ão 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 2 
necessária a perfeita compreensão pelo cliente, 
a saber: 
à Planta humanizada – com layout; 
à Planta té cnica com cotas significati-
vas, indicando paredes a permane-
cer, a demolir e a construir; 
à Pré -especificaç ão do mobiliário; 
à Cortes de tudo o que for importante; 
à Perspectivas de tudo o que for impor-
tante; 
à Detalhes pertinentes; 
à Pré -especificaç õ es de materiais e a-
cabamentos. 
ƒ Seleç ão final; 
ƒ Projeto definitivo, contemplando: 
à Planta de apresentaç ão humanizada 
– com layout; 
à Planta té cnica executiva, indicando 
paredes a permanecer, a demolir e a 
construir, com todas as cotas neces-
sárias; 
à Cortes de tudo o que for necessário, 
com especificaç õ es de materiais e co-
tas; 
à Planta de piso com especificaç ão dos 
materiais do mesmo, rodapé s e solei-
ras, referê ncias de início e sentido de 
assentamento e com cotas; 
à Planta de forro – se for o caso – com 
especificaç õ es necessárias e referê n-
cias de cotas; 
à Perspectivas dos ângulos que forem 
necessários; 
à Especificaç ão do mobiliário a ser 
comprado; 
à Projeto do mobiliário a ser desenvol-
vido sob encomenda – se for o caso; 
à Detalhes de tudo o que for necessá-
rio à perfeita execuç ão da obra, em 
escalas adequadas. 
 
Layout 
(Baseado em Cláudia Tarpani, “Distribuiç ão do mobiliário”, Deco-
rador, on line, www.decoradoronline.com.br, acesso em 17/12/05 
com imagens do pró prio site) 
 
Determinar a distribuiç ão de mó veis e objetos em 
espaç os é etapa quase sempre necessária num projeto de 
interiores (obrigató ria em se tratando de decoraç ão). Seu 
estudo deve orientar o volume e tamanho das peç as que se-
rão adquiridas ou projetadas. O desenho espacial e as medi-
das do ambiente guiarão o planejamento e a adequaç ão do 
mobiliário sendo a simulaç ão uma das formas mais práticas 
de exercitar as possibilidades antes de decidir-se pela me-
lhor escolha. 
Uma excelente dica é recortar, em cartolina, kraft, 
cartão etc. desenhos de peç as nas medidas e formatos do 
mobiliário, em escala definida, e distribuir sobre uma planta 
para verificar o resultado e avaliar a melhor opç ão (é impor-
tante trabalhar com escala, para que ambiente e mobiliário 
tenham a mesma medida e proporç ão, daí a importância de 
se medir corretamente o espaç o). 
Feito isto, pode-se desenhar o mobiliário, tapetes e 
acessó rios, sempre utilizando a mesma escala, recortá-los e 
com isso, ir testando os arranjos possíveis. Use papé is de di-
ferentes cores para reproduzir diferentes peç as (tapetes, 
poltronas, sofá, centros, estantes etc.). 
Abaixo algumas informaç õ es que po-
dem ser seguidas para conseguir o conforto e 
acerto das proporç õ es: 
ƒ Nunca considere a compra de algum mobiliário 
sem checar com precisão as medidas dos espa-
ç os; 
ƒ Em ambientes pequenos, podem ser necessá-
rios mó veis sob medida, sendo importante que o 
Notas de Aula: Arquitetura de Interiores – João Ademar de Andrade Lima 3 
executor do projeto do mobiliário – se não for o 
pró prio projetista do interior – verifique as me-
didas no local; 
ƒ Espaç os grandes requerem muito planejamento 
visto que a maior distribuiç ão de mó veis pode 
comprometer a criaç ão de ambientes aconche-
gantes e harmô nicos; 
ƒ Deve-se pensar na funç ão do ambiente e em 
como ele será utilizado – ponto de partida para 
decidir que mó veis adquirir e como eles devem 
ser dispostos; 
ƒ Deve-se, impreterivelmente, considerar janelas, 
portas, tomadas e pontos de luz; 
ƒ Deve-se pensar em situaç õ es futuras e procurar 
criar espaç os versáteis com mó veis multiuso, 
peç as com rodízios ou ainda as que permitem 
criar composiç õ es variadas e diferentes usos 
num mesmo ambiente; 
ƒ Deve-se considerar as distâncias entre as pe-
ç as, a fim de garantir a circulaç ão adequada. 
 
Feng Shui 
 
Ainda no que tange à distribuiç ão do mobiliário, um 
mé todo bastante usado, especialmente nos últimos anos 
(quase que como modismo), é a té cnica milenar do feng 
shui, que, ao pé da letra, significa “vento e água”, surgida na 
china com o objetivo maior de organizar espaç os de modo 
atrair boas energias e a repelir as más. 
O princípio é simples: fazer com que a energia 
“chi” (pronuncia-se “qui”, també m conhecida como “sheng 
chi” ou “respiraç ão benigna") possa fluir no ambiente sem 
obstáculos, atravé s de orientaç õ es quanto à disposiç ão dos 
mó veis, e ao uso das cores, dos materiais e dos objetos 
complementares. 
Uma das formas de se colocar o feng shui em prá-
tica é atravé s da utilizaç ão do ba-guá, octó gono com cada 
lado representando uma subdivisão dos quatro

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