Buscar

Aula 05 - Futurismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1/3 
 
O Futurismo 
 
O inventor do movimento foi o poeta Filippo Tommaso Marinetti, que escreveu 
um manifesto em 1908, mas sua tradução para o francês e publicação na 
primeira página do Le Figaro em 1909 é considerada a sua data de nascimento. 
 
No manifesto (cujo nome foi escolhido de uma lista, entre dinamismo, 
eletricidade e futurismo), Marinetti propunha que as artes demolissem o passado 
e celebrassem as delícias da velocidade e da energia mecânica. 
 
“Um automóvel estridente que parece correr como uma metralha é mais belo 
que a Vitória Alada de Samotrácia...” e “... Queremos destruir os museus, as 
bibliotecas e as academias de todas as espécies, e combater o moralismo, o 
feminismo e todas as torpezas oportunistas e utilitárias. Cantaremos as grandes 
multidões excitadas pelo trabalho, o prazer ou os motins, as marés 
multicoloridas e de milhares de vozes da revolução em capitais modernas...”. 
 
A veemência de Marinetti é proporcional à sua impaciência diante do 
desenvolvimento nacional inacabado da Itália, do peso imenso de uma tradição 
grandiosa, que influía sobre a cultura de um modo mais inibidor do que qualquer 
outro país. A Itália não dera qualquer contribuição para os progressos 
registrados no século XIX. Tinha tomado conhecimento, na primeira década do 
século, através de revistas e exposições, do Impressionismo e de vários gêneros 
de Pós-Impressionismo, incluindo as primeiras obras de Matisse e Picasso, o Art 
Nouveau e o Simbolismo. A forma de superar a confusão era propor uma nova 
visão de mundo adiantando-se a todas essas tendências. 
 
 
 
 
“Dinamismo de um automóvel”, de Luigi Russolo 
 
Houve um outro manifesto em 1910 dirigido aos “... jovens artistas da Itália”, 
redigido por três pintores sob a supervisão de Marinetti. Eram Umberto Boccioni, 
 
 
 
 
 
 
 
2/3 
 
 
Luigi Russolo e Carlo Carrà. Além deste “Manifesto dos Pintores Futuristas”, 
houve ainda o “Manifesto técnico da pintura Futurista,” de Boccioni, no mesmo 
ano. 
A esse grupo aderiram Giacomo Balla e Gino Severini, mas, em suas telas, todos 
ainda se baseavam no divisionismo cromático desenvolvido 25 anos antes pelos 
neoimpressionistas. A crítica recebeu bem as primeiras exposições que 
revelaram um abismo entre as palavras audaciosas de Boccioni e dos outros e 
suas telas sóbrias e comedidas, cuja novidade se limitava quase exclusivamente 
aos temas do tipo: “Uma Brigas na Galeria de Milão”, “Trem em Movimento”, “O 
Funeral de Um Anarquista”. 
 
Propagavam suas ideias através de publicações e aparições em público. Em uma 
delas Boccioni explicou: “Queremos representar não a impressão óptica ou 
analítica, mas a experiência psíquica e total” e ainda em outro trecho fala sobre a 
possibilidade de formas impermanentes de pintura (como as que poderiam ser 
executadas com holofotes e gases coloridos), não só evidenciando as suas 
diferenças de outros movimentos de preocupações puramente visuais, mas 
também antecipando desdobramentos futuros da arte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3/3 
 
 
“Formas únicas de Continuidade no Espaço”, de Boccioni 
A resposta a uma crítica mordaz de um jornal de Florença foi dada com 
violência: Marinetti, Carrà e Boccioni, foram a Florença e agrediram Ardengo 
Soffici em um café. Como os colegas da redação onde o crítico trabalhava foram 
até a plataforma de trem, para onde a polícia levara os futuristas para reenviar-
los de volta a Milão, houve novas batalhas. O desfecho surpreendente foi a 
amizade entre o crítico e os artistas. 
 
 
Severini, que já trabalhara em Paris, levou Carrà, Boccioni e Russolo para lá, 
para se familiarizarem com as novas realizações artísticas. Severini os 
apresentou a Picasso e a Braque, entre outros e os acompanhou em visitas a 
galerias (em 1911). O crítico e pintor Soffici também era informado sobre o 
Cubismo e ajudou a divulgá-lo. 
 
Os artistas ficaram profundamente impressionados e voltando a Milão 
reorientaram seus esforços de acordo com o que tinham aprendido, 
principalmente sobre o Cubismo que praticamente não era conhecido fora de 
Paris. Complementaram o divisionismo cromático com uma fragmentação de 
inspiração cubista e repintaram suas telas ou pintaram novas rapidamente e 
prepararam uma exposição em Paris. A exposição inaugurou em 1912 e viajou 
pela Europa, acompanhada de conferências e publicações, sendo que na 
Alemanha, um banqueiro comprou 24 das 35 telas expostas. Em consequência o 
Futurismo encontrou discípulos e defensores em toda parte suscitando até um 
Manifesto das Mulheres Futuristas por Valentine de Saint-Point, que também fez 
depois um Manifesto do Prazer. Seguiram-se formulações futuristas na literatura, 
música e política. Ainda recebeu o apoio do principal poeta e crítico de 
vanguarda, Apollinaire, que escreveu o ensaio: “A Anti tradição Futurista”, 
juntando-os a vários outros artistas de vanguarda como Picasso, Matisse e 
Kandinsky. 
 Seus pontos de vista básicos não eram únicos, mas nunca tinham sido 
postulados com tamanha violência. Insistiam em que o crescimento da 
tecnologia e o concomitante desenvolvimento na sociedade e no pensamento 
exigiam expressão em novas e audaciosas formas de arte. Também antepunham 
a ideia ao estilo e tentaram captar aspectos tanto visuais quanto não-visuais de 
um meio ambiente visto como dinâmico. Suas composições associaram a cor às 
composições quase monocromáticas do Cubismo, impelindo Picasso e Braque em 
direção ao Cubismo Sintético e oferecendo alternativas aos arranjos 
centralizados dos cubistas. Em certos quadros a ação passa pelo quadro, sem 
possuir um centro.

Outros materiais